Aniversário Espirita
A unificação espírita não consiste somente na união de trabalhos materiais. Antes de qualquer esforço desse tipo, devemos lembrar que nossa principal tarefa está na união de sentimentos.
Nosso amor, fraternidade e respeito serão os alicerces para construir um movimento que reunirá nos mesmos laços toda a humanidade.
O Movimento Espírita precisa sair desse Igtejismo( termo utilizado por José Herculano Pires) perpétuo e adentrar nos outros fundamentos básicos da doutrina. Como diz o filósofo, pesquisador, escritor, tradutor José Herculano Pires : A Doutrina Espírita é maravilhosa, mas o Movimento Espírita deixa muito a desejar. Vamos tirar a Trave dos nossos olhos e abrir esses mesmos olhos, a mente e estudar o Ser humano, suas nuances, seus inter e intra relacionamentos à Luz da Doutrina Espírita. Vamos pensar e refletir sobre tudo isso.
ATENDIMENTO FRATERNO NO CENTRO ESPÍRITA PARA ELE NÃO SE TRANSFORMAR NUM CONFESSIONÁRIO.
O Peso das Palavras: Quando Consolar se Transforma em Ferir.
Em tempos em que o sofrimento emocional se torna tema cada vez mais presente nas conversas cotidianas, cresce também a urgência de repensar como falamos com quem está fragilizado. Muitas vezes, na ânsia de confortar, acabamos ferindo não por maldade, mas por falta de preparo emocional.
Psicólogos têm alertado para um fenômeno comum: a tentativa de consolar com frases feitas, o que, em vez de aliviar, agrava o sofrimento. A expressão “Você tem que procurar ajuda”, por exemplo, parece prudente, mas soa como uma ordem e invalida o desabafo. Em um momento de vulnerabilidade, esse tipo de fala pode reforçar a sensação de impotência e solidão, justamente quando o indivíduo mais precisa se sentir compreendido.
Quando o “dizer algo” machuca.
De acordo com a psicóloga Rosa Sánchez, da Fundación Mario Losantos del Campo, essas respostas automáticas se repetem porque a sociedade as normalizou. Fomos treinados a preencher o silêncio, a dar respostas rápidas, como se o silêncio fosse sinônimo de descuido. Contudo, o impulso de “dizer algo” muitas vezes vem do desconforto de quem ouve, e não da necessidade de quem sofre.
O problema é que, ao tentar “arrumar” a dor do outro, transferimos para ele a responsabilidade emocional de melhorar. A frase pronta “Anime-se, a vida continua” soa como uma tentativa de encurtar o luto, de apressar a recuperação. Mas a dor não segue cronogramas, e quem sofre precisa de tempo, não de pressa.
O que não dizer.
Algumas expressões, embora pareçam inofensivas, diminuem a experiência do outro:
“Você já deveria ter superado.”
“Eu sei como você se sente.”
“Tudo acontece por um motivo.”
“Poderia ser pior.”
“Você tem que ser forte.”
“Não chore.”
“Anime-se, a vida continua.”
Cada uma delas nega a singularidade da dor. Ao comparar, racionalizar ou impor força, anulamos a liberdade emocional da pessoa. O resultado é o oposto da empatia: culpa, solidão e incompreensão.
Por que caímos nesses erros?
Três fatores se destacam:
1. Falta de educação emocional. Muitos de nós não aprendemos a lidar com emoções profundas, nem as próprias, nem as alheias.
2. Medo do silêncio.
O silêncio é visto como constrangimento, quando, na verdade, ele pode ser o espaço mais terapêutico.
3. Desconforto diante da dor.
A tristeza e a vulnerabilidade lembram a todos a própria fragilidade, e isso gera fuga disfarçada em palavras de consolo.
Ao tentar “melhorar” o outro, fugimos da própria impotência e esquecemos que empatia não é consertar, é estar junto.
O que realmente ajuda.
A verdadeira presença não exige discursos, mas escuta, atenção e disponibilidade. Frases simples, quando ditas com sinceridade, têm o poder de acolher:
“Estou aqui para você.”
“Sinto muito que você esteja passando por isso.”
“Você quer conversar ou prefere se distrair um pouco?”
“Não sei o que dizer, mas estou com você.”
“Obrigada por confiar em mim.”
Essas expressões validam o sentimento e oferecem segurança emocional. Elas não tentam resolver, apenas confirmam: “você não está sozinho”.
Orientações práticas de acolhimento.
Ouça sem interromper. Às vezes, o desabafo é mais curativo do que qualquer resposta.
Evite julgamentos e conselhos não solicitados. O ouvinte não precisa ser terapeuta; precisa ser humano.
Reconheça a emoção: “Entendo que isso deve ser difícil.”
Ofereça companhia, não soluções. Estar junto é mais eficaz do que tentar corrigir.
Cuide do tom de voz e da expressão corporal. A empatia também se comunica pelo olhar e pelo gesto.
Respeite o silêncio. Há momentos em que falar menos é amar mais.
Busque informação sobre saúde mental. Saber o básico evita erros que perpetuam o sofrimento.
Consolar é sustentar, não corrigir.
Consolar alguém não é encontrar a frase perfeita, mas sustentar o tempo e o ritmo do outro. É permitir que o sofrimento se expresse, sem apressar a cura. Empatia é permanecer quando o outro não tem mais força; é segurar o silêncio sem precisar preenchê-lo.
Porque, no fundo, as palavras que curam são as que nascem do respeito e não da pressa de fazer o outro se sentir melhor.
“A escuta é o primeiro gesto do amor.
Acolher não é dizer algo certo, é estar presente no tempo certo.”
Texto do: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .
De acordo com a psicóloga Rosa Sánchez, da Fundación Mario Losantos del Campo.
ABRAHAM LINCOLN ERA ESPÍRITA?
Abraham Lincoln (1809-1865), décimo sexto presidente dos Estados Unidos, figura incontornável na história política e moral da humanidade, conduziu seu país através da mais grave de suas crises — a Guerra Civil Americana preservando a União e abolindo a escravidão. Sua vida, marcada por provações íntimas, perdas familiares e profundos dilemas éticos, transcende a imagem de estadista austero e revela, em dimensões menos exploradas, o homem interior o ser em constante busca da verdade espiritual.
Contudo, muito do que se escreveu sobre Lincoln relegou ao silêncio o aspecto mais sublime de sua personalidade: o homem espiritual, místico e intuitivo, cuja vida interior parecia orientada por forças superiores que o inspiravam em meio ao caos da guerra e às sombras da política.
Diversos biógrafos e pesquisadores entre eles Ralph E. Morrow (Spiritualism and American Culture, 1848-1930, 1960) e Nettie Colburn Maynard, médium americana que conviveu com Lincoln e relatou suas experiências no livro Was Abraham Lincoln a Spiritualist? Or, Curious Revelations from the Life of a Trance Medium (1891) atestam que o presidente participou de reuniões mediúnicas na Casa Branca. Essas sessões, realizadas com a presença de sua esposa, Mary Todd Lincoln, e de amigos próximos, teriam impressionado profundamente o presidente, que via nessas manifestações uma confirmação de que “o invisível se interpunha nas decisões humanas”.
Mary Lincoln, abalada pela morte de seus filhos Eddie e Willie, buscou consolo nas práticas espiritualistas que, na época, floresciam nos Estados Unidos sob a influência direta das manifestações de Hydesville (1848), as mesmas que inauguraram a era moderna do Espiritismo codificado por Allan Kardec, na França, em 1857.
Em carta reproduzida por Maynard, Lincoln teria dito, após uma dessas sessões:
“Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que a vã filosofia de nossos sábios pode admitir.”
(Essa frase, embora adaptada de Shakespeare, expressava a percepção espiritual que amadurecia no presidente.)
Segundo registros históricos, Lincoln demonstrava frequentemente um senso de premonição e uma relação íntima com o invisível. O historiador Carl Sandburg, em Abraham Lincoln: The Prairie Years (1926), narra o episódio em que o presidente relatou ter visto, refletida em um espelho, a própria imagem duplicada uma nítida, outra pálida interpretando-a como sinal de que não viveria para completar seu segundo mandato.
Esses fenômenos, longe de serem meras coincidências, alinham-se aos princípios expostos por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, cap. XIV, onde o Codificador observa que:
“A presciência de certos acontecimentos pode provir de uma comunicação espontânea do Espírito protetor.”
(KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de José Herculano Pires. São Paulo: Edicel, 1979, cap. XIV, item 164.)
Lincoln, portanto, não era apenas um político dotado de rara lucidez moral, mas um homem sensível à influência dos Espíritos, consciente de que sua missão ultrapassava a lógica dos interesses humanos. Embora jamais tenha se declarado espírita o que seria improvável, dada a recente difusão da Doutrina à época , seus pensamentos e experiências convergiam com os postulados essenciais do Espiritismo: a imortalidade da alma, a comunicabilidade entre os mundos e a lei de progresso que rege os destinos humanos.
Léon Denis, sucessor moral de Kardec, escreveria mais tarde em O Problema do Ser, do Destino e da Dor:
“Os grandes homens são os instrumentos de Deus, e a inspiração que os visita em momentos decisivos é a voz do Alto que os dirige.”
(DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Tradução de João Lourenço Rodrigues. FEB, cap. XXV.)
À luz dessa visão, Lincoln surge não apenas como o libertador dos escravos, mas como um médium de consciência, canal de ideias superiores que visavam emancipar não apenas corpos, mas almas. Seu senso de dever moral, sua compaixão e suas experiências espirituais o aproximam mais de um discípulo da Verdade do que de um simples político.
Em uma frase atribuída a ele, encontramos a síntese de seu espírito:
“Quero estar ao lado de Deus, porque Deus está sempre do lado do que é justo.”
Palavras que ecoam, com a mesma serenidade evangélica, o ideal de Jesus e o pensamento espírita que proclama:
“O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3 — tradução de José Herculano Pires.)
Assim, se a pergunta permanece “Abraham Lincoln era espírita?” — a resposta talvez não se encerre em rótulos ou filiações formais, mas na essência: ele viveu segundo princípios espirituais que o aproximaram da Verdade que o Espiritismo veio codificar.
Sua trajetória, impregnada de intuição, resignação e coragem moral, faz-nos reconhecer que o estadista de Springfield foi, acima de tudo, um médium da liberdade, um servidor da luz e um mensageiro da justiça divina na Terra.
Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Trad. José Herculano Pires. São Paulo: Edicel, 1979.
KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. José Herculano Pires. São Paulo: Edicel, 1978.
DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Trad. João Lourenço Rodrigues. Rio de Janeiro: FEB, 1975.
MAYNARD, Nettie Colburn. Was Abraham Lincoln a Spiritualist? Or, Curious Revelations from the Life of a Trance Medium. New York: Rufus C. Hartranft, 1891.
SANDBURG, Carl. Abraham Lincoln: The Prairie Years. New York: Harcourt, Brace and Company, 1926.
MORROW, Ralph E. Spiritualism and American Culture, 1848–1930. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1960.
FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS DO VOLUNTARIADO NA CASA ESPÍRITA.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
A Doutrina Espírita, em sua estrutura racional, moral e filosófica, estabelece que nenhuma forma de coação, direta ou indireta, pode orientar o serviço no bem. O trabalho espírita, por sua natureza, nasce da liberdade de consciência, do amor que se expande e da caridade que se converte em hábito moral. Qualquer tentativa de impor obrigações, sobretudo no ambiente de estudo, atendimento e acolhimento espiritual, contraria frontalmente os princípios codificados por Allan Kardec e aprofundados por autores fiéis à Codificação, como José Herculano Pires, Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira.
A seguir, aprofunda-se cada fundamento doutrinário, em rigor ético e lógico, citando fontes fidedignas.
1. Voluntariado, Amor e Caridade como Fundamento Moral do Serviço Espírita.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XV, item 10, Kardec define a caridade segundo Jesus como “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas”. Essa tríade exige espontaneidade moral, jamais imposição.
Na Revista Espírita (dezembro de 1863), Kardec afirma que o bem só tem valor quando praticado livremente, pois é o exercício da vontade que educa o espírito. Portanto, qualquer forma de “obrigação indireta” viola esse princípio.
José Herculano Pires, em O Centro Espírita, capítulo “O Problema da Direção”, reforça que a disciplina espírita é sempre consentida, nunca autoritária, pois o centro espírita “não é uma instituição clerical” nem admite hierarquias de imposição.
Divaldo Franco, em Diretrizes de Segurança, esclarece que “a caridade não pode florescer em clima de coerção, mas pede consciência desperta e amor ativo”. Raul Teixeira, em Plantão de Esperança, comenta que o servidor espírita deve agir “com alegria, jamais por temor ou pressão moral”.
Assim, o caráter voluntário do serviço não é recomendação moral secundária, é um pilar doutrinário.
2. A Lei do Trabalho: Fundamento Filosófico da Livre Ação do Espírito.
Em O Livro dos Espíritos, questão 674, Kardec pergunta: “Por que o trabalho se impõe ao homem?” Os Espíritos respondem: “É consequência de sua natureza corporal […] e um meio de desenvolver a sua inteligência”.
Na questão 683, a Codificação afirma: “O limite do trabalho é o das forças”, sublinhando que o esforço não pode ultrapassar a capacidade física, emocional ou psíquica do indivíduo.
A Lei do Trabalho diz respeito a toda ocupação útil, não exclusivamente às atividades do centro espírita. Portanto, transformá-lo em fardo, obrigação ou carga moral é contrário à lei natural.
Herculano Pires esclarece que “o centro espírita é uma escola livre”, e qualquer atuação deve respeitar a autonomia e os limites humanos, físicos, emocionais e espirituais.
3. Livre-Arbítrio e Responsabilidade Moral.
O Espiritismo afirma insistentemente que “a liberdade é o princípio, e a responsabilidade, a consequência” (O Livro dos Espíritos, q. 872).
Assumir um compromisso e não cumpri-lo é, sim, matéria de responsabilidade individual, mas não é prerrogativa da instituição impor peso, ameaça velada ou constrangimento. A moral espírita trabalha pela transformação íntima, jamais pelo medo ou pela imposição.
Raul Teixeira enfatiza que a postura doutrinária deve ser “educadora, não disciplinadora de maneira tirânica”.
Divaldo Franco, em diversas conferências doutrinárias, afirma que a casa espírita “é hospital, é escola, é oficina de almas, e não um tribunal”.
4. Acolhimento, Fraternidade e Ética da Convivência.
A fraternidade, segundo Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI), é a aplicação direta da lei de amor. Um centro espírita que adota práticas coercitivas, mesmo sutis, rompe com o mandamento da tolerância e do respeito à diversidade das experiências humanas.
Kardec, na Revista Espírita (abril de 1864), alerta que “a unidade espírita deve ser fruto da convicção, não da imposição”.
A verdadeira direção espírita é aquela que acolhe, orienta, educa e compreende. Nunca força, nunca constrange, nunca impõe obrigações travestidas de “dever moral”.
Como Lidar com Situações de Coação Indireta no Trabalho Espírita.
1. Diálogo franco e fraterno.
A base da convivência espírita é o diálogo sincero. É aconselhável expor sentimentos, dificuldades e percepções aos dirigentes de forma respeitosa.
2. Autoanálise consciente.
A Doutrina propõe introspecção e responsabilidade. Reconhecer limites, desejos e possibilidades é necessário para um serviço saudável.
3. Estudo sistemático da Doutrina.
O conhecimento doutrinário liberta de equívocos, fantasias e práticas importadas de modelos autoritários alheios ao Espiritismo.
4. Buscar apoio quando necessário.
Em caso de persistência do problema, recomenda-se consultar órgãos federativos espíritas ou, se indispensável, buscar outro espaço onde reine o amor e o respeito à liberdade.
Conclusão: Servir com Liberdade é Servir com Amor.
A Doutrina Espírita é clara, objetiva e profundamente ética:
ninguém pode ser coagido a servir.
O trabalho espírita que nasce do coração ilumina;
o que nasce da imposição, obscurece.
Serviço espírita não é carga, é exercício de amor, prática de humildade e construção do reino interior. Quando os princípios da Codificação são observados, o centro espírita torna-se espaço de paz, aprendizagem, cura e fraternidade legítima.
Porque, como ensina Kardec:
“A fé verdadeira é aquela que se impõe pelo pensamento, não pela força.”
(Revista Espírita, janeiro de 1862)
FORMAÇÃO DE TRABALHADORES NO CENTRO ESPÍRITA.
DIRIGENTES ESPÍRITAS DESMOTIVADORES:
Quando a Liderança se Afasta da Luz.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro .
Dentro das instituições espíritas, a figura do dirigente deveria ser o eixo moral, inspirador e educativo da equipe. Contudo, quando esse papel é corrompido por desvios de conduta, surge o fenômeno do dirigente desmotivador, aquele que, ao invés de elevar, oprime; ao invés de orientar, desencoraja; ao invés de unir, fragmenta.
A seguir, os pontos essenciais que caracterizam esse perfil, à luz da ética espírita e da fidelidade a Kardec:
1. Autoritarismo travestido de liderança.
O dirigente desmotivador não dialoga: determina.
Ele confunde autoridade moral com autoritarismo disciplinar.
Ignora o princípio kardeciano de que “na Doutrina Espírita tudo deve ser discutido, analisado e raciocinado”.
Esse comportamento gera medo, silencia iniciativas e extingue talentos.
2. Falta de humildade e personalismo.
Em vez de servir à Doutrina, serve a si próprio.
Busca reconhecimento, controla tudo, não delega e interpreta discordâncias como ameaça pessoal.
Raul Teixeira chama isso de “efeito solar”: o indivíduo deseja ser o astro que tudo ilumina, sufocando as estrelas ao redor.
A consequência?
Médiuns exaustos, trabalhadores inseguros, grupos desarticulados.
3. Uso inadequado do poder simbólico.
O dirigente desmotivador impõe regras sem coerência doutrinária, interpreta funções como privilégios e cria barreiras entre “dirigentes” e “trabalhadores”.
Isso contraria a lei de igualdade moral ensinada por Kardec e reproduz padrões de clericalismo que a Doutrina combate desde sua origem.
4. Desvalorização do trabalhador e apagamento de iniciativas.
Ele age como se os colaboradores fossem “funcionários”.
Despreza sugestões, corrige publicamente, cria clima de tensão.
Com o tempo, os trabalhadores mais sensíveis silenciam ou se afastam.
Kardec chama isso de “substituição da cooperação pela imposição”, uma das causas de fracasso moral de instituições.
5. Falta de preparo doutrinário e emocional.
Muitos dirigentes chegam ao cargo sem estudo sério da Codificação e sem preparo emocional.
Por isso, lidam mal com críticas, têm dificuldade de escutar, agem por impulsos e confundem opiniões pessoais com normas doutrinárias.
O resultado é uma gestão instável, cheia de contradições e arbitrariedades.
6. Produção de um ambiente tóxico e improdutivo.
Quando a liderança não inspira, o ambiente esfria.
Cresce a fofoca, o julgamento, o abandono de tarefas e a ausência de alegria aquela alegria moral, cristã, que deveria marcar o trabalho espírita.
7. O impacto espiritual.
Dirigentes desmotivadores abrem brechas para o assédio de Espíritos perturbados, pois geram:
orgulho,
disputas,
desequilíbrio emocional,
ressentimentos,
clima de desconfiança.
E isso interfere diretamente nas reuniões mediúnicas, no passe, no atendimento fraterno e na assistência espiritual ao público.
O Caminho Doutrinário para Superar esse Problema.
1. Retorno ao Evangelho e à Codificação.
Toda liderança precisa ser reeducada à luz de Kardec: humildade, raciocínio, bom senso e caridade.
2. Formação continuada.
Dirigente que não estuda desmotiva.
Estudo sistemático é obrigação moral.
3. Escuta ativa e colegiado.
Decisões devem ser compartilhadas.
O dirigente não é dono da instituição.
4. Avaliação ética periódica.
Assim como em equipes profissionais, é necessário revisar condutas, corrigir rotas e cuidar da saúde emocional.
5. Exemplo pessoal.
A maior força motivadora do dirigente é seu exemplo silencioso, coerente, cristão.
A SENSAÇÃO DE DESCOMPASSO DA ALMA:
UMA LEITURA ESPÍRITA DA ANSIEDADE, SUAS CAUSAS E SEUS CAMINHOS DE TRATAMENTO.
A ansiedade, sob a ótica espírita, não é apenas um distúrbio emocional circunscrito ao corpo biológico. Ela é, sobretudo, um sinal de desarmonia da alma encarnada, revelando um descompasso profundo entre as exigências da existência material e as necessidades evolutivas do espírito imortal. A Doutrina Espírita esclarece que o ser humano é sempre o resultado de sua história perispiritual, formada por vivências atuais e pretéritas, cujo reflexo se projeta na organização física, emocional e moral do presente.
No contexto contemporâneo, o transtorno de ansiedade alcança proporções alarmantes. Como aponta a própria Organização Mundial da Saúde, quase 10% da população brasileira convive com esse sofrimento crescente. O ambiente social marcado pela competitividade, violência, instabilidade econômica e pressões incessantes repercute no psiquismo humano, que se vê muitas vezes incapaz de administrar tamanha sobrecarga. No entanto, pergunta a filosofia espírita: estariam as causas da ansiedade reduzidas apenas ao plano terreno? A resposta é clara, não.
A Ansiedade à Luz da Doutrina Espírita.
O Espiritismo ensina que a ansiedade pode ter matriz espiritual, psicológica e física, refletindo não apenas desequilíbrios circunstanciais, mas conflitos íntimos que acompanham a alma há séculos. A encarnação é sempre um processo educativo, mas, em sua pedagogia, coloca-nos frequentemente diante de provas, expiações e desafios que reacendem fragilidades preexistentes.
Quando o indivíduo se desequilibra emocionalmente, sua psicosfera enfraquecida torna-se campo propício à sintonia com pensamentos negativos, ideias fixas ou entidades espirituais que compartilham o mesmo padrão vibratório. A obsessão espiritual, fenômeno estudado por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, configura uma das causas mais frequentes de agravação dos quadros ansiosos, especialmente quando a pessoa já se encontra vulnerável e sem prática de vigilância moral.
Causas Espirituais da Ansiedade:
1. Obsessão.
O processo obsessivo manifesta-se quando espíritos perturbados, ainda fixados na mágoa e no sentimento de injustiça, influenciam psiquicamente o encarnado. Essa ligação se estabelece por afinidade vibratória, e o indivíduo ansioso torna-se mais permeável às sugestões negativas.
2. Mediunidade não educada.
A mediunidade impõe disciplina, estudo e autocontrole. Sem esse tripé, o médium pode confundir suas percepções, absorver vibrações de entidades sofredoras e desenvolver estados de ansiedade e inquietação que, muitas vezes, interpreta erroneamente como sintomas físicos.
3. Traumas presentes e pretéritos
A dor emocional não elaborada — seja da vida atual ou de existências passadas, deixa marcas profundas no perispírito. Situações semelhantes, reencontradas no presente, reacendem medos antigos e desencadeiam crises de ansiedade que o espírito ainda não sabe administrar.
Ansiedade, Depressão e o Esforço de Progresso.
Tanto a ansiedade quanto a depressão, na leitura espírita, revelam o esgotamento da alma que luta pela felicidade e pela liberdade íntima, mas ainda se encontra limitada pelas exigências do corpo físico e dos desafios reencarnatórios. A falta de sentido existencial, o desalento e a sensação de vazio derivam da desconexão com a própria missão espiritual.
Entretanto, o Espiritismo não romantiza o sofrimento. Ele indica caminhos seguros de tratamento, sempre afirmando que a medicina e a psicoterapia são instrumentos divinos de cura, indispensáveis ao equilíbrio do ser.
Fatores que Agravam a Ansiedade.
Eventos traumáticos coletivos, como a pandemia, representam catalisadores de desequilíbrios emocionais. O medo, a perda, o isolamento e a insegurança geraram um aumento mundial de casos de ansiedade, realidade que exige compaixão, esclarecimento e apoio integral.
Tratamento Espiritual da Ansiedade.
Nenhuma orientação espírita substitui o acompanhamento médico ou psicológico. A terapêutica espiritual é complementar, nunca excludente. Dentre as medidas recomendadas pela Doutrina Espírita, destacam-se:
Estudo sistematizado do Evangelho e da Codificação,
Passe magnético e água fluidificada,
Evangelho no Lar, prática de recolhimento e elevação mental,
Prece diária, como higiene vibratória da alma,
Meditação e respiração consciente, favorecendo o domínio das emoções,
Vida moralizada, baseada na caridade e na reforma íntima.
Quando o espírito se esclarece, sua psicosfera se ilumina. E quando sua vibração se eleva, a ansiedade encontra menos espaço para se instalar.
Ansiedade e Mediunidade.
A mediunidade equilibrada é instrumento de luz — mas, em estado ansioso, torna-se uma porta aberta para influências perturbadoras. O médium ansioso perde clareza, discernimento e controle, tornando-se suscetível a comunicações ilusórias ou mistificadoras. O autocontrole emocional é, portanto, condição ética para o exercício mediúnico.
Espiritualidade como Caminho de Equilíbrio.
A espiritualidade vivida, e não apenas teorizada, fortalece a alma, centra o pensamento e renova o sentido da existência. Quem se eleva moralmente amplia sua capacidade de resiliência, pois compreende que nenhum sofrimento é inútil ou destituído de finalidade pedagógica. A fé raciocinada, ensinada por Allan Kardec, é antídoto poderoso contra a inquietação da alma.
Conclusão.
A ansiedade, sob a visão espírita, é um fenômeno complexo, envolvendo o corpo, a mente e o espírito. Suas raízes podem estar na vida atual ou em experiências remotas, e seu tratamento exige abordagem integral. Quando o indivíduo une o acompanhamento médico ao amparo espiritual, alcança não apenas alívio, mas transformação interior.
A doutrina nos convida a cultivar serenidade, disciplina mental e elevação moral — remédios eficazes contra as sombras que ainda insistem em nos perseguir. A luz do conhecimento, aliada ao exercício do amor e da caridade, desata os nós da alma e devolve ao espírito a harmonia perdida.
Sob a proteção das Leis Divinas, a ansiedade deixa de ser tormento e converte-se em convite ao autoconhecimento, à vigilância e à ascensão moral. A cura começa quando aprendemos a pulsar em sintonia com Deus.
A Alta Responsabilidade Moral do Espírita diante da Verdade.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
A questão seiscentos e vinte e quatro de O Livro dos Espíritos, conforme a tradução rigorosa de José Herculano Pires, é um dos pilares éticos mais robustos da Doutrina. Ela não se limita a definir o verdadeiro profeta como homem de bem inspirado por Deus. Ela convoca cada discípulo do Espiritismo a examinar a própria vida, não para ostentar santidade, mas para reconhecer que a Verdade não se harmoniza com a dissimulação. A fonte, preservada em Kardecpedia, ressoa como um chamado histórico à autenticidade.
A Doutrina, edificada pelo tríplice aspecto que reúne filosofia, ciência e moral, exige seriedade de intenção e coerência de conduta. O espírita, ao estudá-la, deve compreender que a luz que ela derrama sobre o mundo espiritual implica um compromisso indissociável com os valores que proclama. A filosofia espírita esclarece. A ciência espírita demonstra. A moral espírita transforma. Sem esta última, não há vivência. E sem vivência, não existe fidelidade ao Consolador Prometido.
Allan Kardec, tanto na primeira parte de O Livro dos Espíritos quanto em O Evangelho segundo o Espiritismo capítulo seis, insiste que o Consolador é o restaurador da Verdade. Não a verdade abstrata, mas a verdade vivida. A verdade que se imprime no caráter. A verdade que se traduz em responsabilidade pessoal.
Entretanto, ao longo dos anos, muitos companheiros ignoraram o sentido profundo desta exigência moral. Parte dos espíritas preferiu deter-se na fenomenologia, fascinados pelas manifestações que assombram a imaginação, mas esqueceram que o fenômeno, sem o conteúdo moral, é apenas aparência. Outros buscaram erudição doutrinária, discursos extensos, citações infindáveis, porém sem a coragem de aplicar a doutrina ao próprio íntimo. Há ainda aqueles que, percebendo que não conseguem ajustar-se imediatamente ao padrão ético proposto, optam pelo silêncio sobre a questão seiscentos e vinte e quatro, temendo expor, mesmo que implicitamente, a distância entre a teoria que defendem e a prática que executam.
Essa omissão, contudo, não altera o fato essencial. O Espiritismo não solicita perfeição. Não exige que seus discípulos se apresentem como santos ou puros. A Codificação é clara ao ensinar que o progresso é gradual e pessoal. O que ela exige é sinceridade de propósito, esforço contínuo, vigilância moral e respeito absoluto pela verdade.
Léon Denis, em Cristianismo e Espiritismo, reafirma que a grandeza do discípulo não está em sua pureza, mas na sua seriedade. Herculano Pires, em suas análises culturais, recorda que o movimento espírita perde sua força sempre que se permite converter o estudo em mera retórica, sem coerência íntima. Divaldo Franco e Raul Teixeira também salientam que a vida espírita deve ser testemunho discreto, humilde e perseverante, jamais palco de exibições de virtude ilusória.
Por isso, a questão seiscentos e vinte e quatro não é um convite ao moralismo, mas à integridade. Ela nos chama à responsabilidade silenciosa, firme e honesta. Ser espírita significa reconhecer-se em construção. Significa admitir falhas, mas jamais justificar desvios. Significa dialogar com a verdade, mesmo quando ela nos fere o orgulho. Significa entender que Deus não se serve da mentira para transformar o mundo, e que nós somos aprendizes convocados à retidão, ainda que imperfeitos.
CONCLUSÃO
A grandeza do Espiritismo não está em transformar seus adeptos em figuras irrepreensíveis, mas em convidá-los à seriedade moral e à autenticidade. A exigência da questão seiscentos e vinte e quatro não é a pureza absoluta, mas a renúncia consciente à duplicidade. É a coragem de dizer a si mesmo que a verdade deve ser buscada, mesmo entre tropeços. É a responsabilidade de compreender que o Consolador Prometido só floresce onde há sinceridade de alma.
O espírita não precisa ser santo. Precisa ser honesto consigo mesmo. A partir dessa honestidade nasce a verdadeira transformação.
O Alzheimer em Perspectiva Histórico Médica e Hermenêutica Espírita.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
A história da enfermidade que a medicina contemporânea reconhece como Doença de Alzheimer tem início em 25 de novembro de 1901, quando Auguste Deter, então com cinquenta e um anos, foi admitida sob os cuidados do Dr. Alois Alzheimer no Hospital de Lunáticos e Epiléticos de Frankfurt. Aquele episódio, aparentemente discreto, inauguraria uma transformação profunda no campo da neuropatologia.
Proveniente de um lar protestante reformado, esposa dedicada e mãe de uma única filha, Auguste enfrentava, havia meses, perturbações cognitivas e emocionais que se intensificavam de modo alarmante. O que começou como ciúme exacerbado evoluiu para acentuada desorganização da memória, da crítica da realidade e do senso de orientação. Passou a caminhar sem destino por ruas familiares, a esconder objetos sem propósito, a demonstrar medo daquilo que não existia e, por fim, a gritar sob a convicção de que sua vida se encontrava ameaçada.
A degeneração avançou de forma inexorável. Nos estágios finais, encontrava-se confinada ao leito, privada da fala e do reconhecimento do próprio ambiente, sujeita a atrofias musculares, úlceras de pressão, incontinência e queda expressiva da imunidade. O desencarne sobreveio após cinco anos de progressiva deterioração.
A necropsia conduzida por Alzheimer trouxe revelações inéditas: acentuada atrofia do córtex cerebral, placas senis e emaranhados neurofibrilares. Em 1906, ao apresentar o estudo Uma Doença Peculiar dos Neurônios do Córtex Cerebral, o pesquisador abriu caminho para uma nova compreensão das demências, dando nome a um quadro clínico até então desconhecido.
Abordagem Espírita: Interrogações e Possibilidades.
No contexto espírita, o Alzheimer suscita reflexões de natureza filosófica profunda. Seria manifestação expiatória sutil, instrumento de aprimoramento moral, ou simples distúrbio biológico sem relação com causas espirituais? A Doutrina não oferece conclusões definitivas, mas convida ao diálogo entre ciência e espiritualidade.
Obras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, e estudos da Associação Médico Espírita enfatizam a interação permanente entre espírito, perispírito e corpo físico. Em Nos Domínios da Mediunidade, observa-se que, assim como o organismo material pode ser intoxicado por elementos nocivos, o perispírito também pode absorver influências perturbadoras, cujas repercussões atingem a estrutura celular.
Sob esse enfoque, duas origens espirituais costumam ser apontadas com maior frequência.
A primeira é a obsessão, processo em que vibrações desarmônicas, persistentes e intensas, provenientes de entidades afinizadas com padrões inferiores, produzem desgaste energético capaz de repercutir no tecido cerebral. O cérebro, como sede material do pensamento, torna-se vulnerável a agressões desse tipo quando as ideias perturbadoras se repetem por longos períodos.
A segunda, considerada ainda mais comum, é a auto obsessão, fenômeno gerado no próprio espírito. Personalidades rígidas, orgulhosas, emocionalmente reprimidas ou marcadas por culpas profundas, muitas vezes originadas em existências anteriores, podem engendrar um processo de recolhimento compulsório. Nesse cenário, o esquecimento parcial se torna um recurso terapêutico destinado a favorecer reequilíbrios morais.
Ambos os mecanismos frequentemente se combinam, estabelecendo uma simbiose vibratória que amadurece ao longo de décadas. Essa longa gestação explica a predominância da doença na velhice, fase em que conflitos íntimos antigos encontram vias de expressão no organismo material.
Sentido Existencial da Enfermidade.
Independentemente da causa essencial, o Alzheimer se apresenta, à luz espírita, como oportunidade de crescimento. Pacientes e familiares reencontram-se para reajustes recíprocos, aprendizados compartilhados e fortalecimento de virtudes. Cabe ao cuidador, muitas vezes, desenvolver paciência, ternura e amor renunciante, valores previstos antes do retorno ao corpo físico.
Prevenção no Âmbito Material e Espiritual.
A medicina ainda não dispõe de recursos preventivos plenamente eficazes. Estudos, porém, demonstram que cultivo da leitura, atividades intelectuais, vínculos afetivos saudáveis, convivência social e movimento preservam circuitos neuronais e retardam o declínio cognitivo.
No campo espiritual, recomenda-se disciplina mental, prática constante da caridade, vida moral íntegra e cultivo de pensamentos serenos. Ideias elevadas atraem vibrações harmoniosas, fortalecendo o espírito e protegendo-o de distúrbios densos. Mantém-se atual, assim, o apelo do Evangelho: orai e vigiai.
O ENVIO DAS OVELHAS ENTRE LOBOS SOB A ÓTICA ESPÍRITA.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
A passagem Jesus vos envia como ovelhas entre lobos, presente em Mateus 10:16 e retomada em Lucas 10:3, adquire no estudo espírita uma densidade ética e psicológica particular, sobretudo quando interpretada à luz da Codificação, tomando como referenciais fundamentais O Evangelho segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos nas traduções de José Herculano Pires, além do aprofundamento moral proposto por Léon Denis e pelas análises de Joana de Ângelis.
A imagem das ovelhas não representa passividade, mas moralidade ativa, conceito que Allan Kardec sublinha ao tratar da Lei de Justiça, Amor e Caridade em O Livro dos Espíritos, questões 873 a 879. Ali, a orientação central é a de que a verdadeira força espiritual se expressa pela retidão de consciência, pela superioridade moral e pela capacidade de resistir ao mal sem pactuar com ele. A vulnerabilidade da ovelha, portanto, não é fraqueza; é coerência ética.
Os lobos, nesta leitura, figuram as estruturas sociais e psicológicas que ainda se encontram dominadas pelo egoísmo e pelo orgulho, os dois vícios que, segundo Kardec (E.S.E., cap. XII), constituem a raiz das violências humanas. O mundo em que o discípulo se move é marcado por descompassos morais, pela tendência à agressividade e pela dificuldade de assimilação da mensagem do bem. Não se trata de demonização do outro, mas de diagnóstico ético.
É nesse ponto que a orientação prudentes como as serpentes e simples como as pombas assume seu lugar. No Espiritismo, essa recomendação harmoniza discernimento e pureza de intenções.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIII, Kardec explica que a prudência não é artifício malicioso, mas sagacidade moral, isto é, a capacidade de ler as circunstâncias e não se expor inutilmente às ações daqueles que ainda operam sob o impulso da inferioridade espiritual. Prudência equivale a equilíbrio, autocontrole e avaliação responsável.
A simplicidade das pombas, por sua vez, ecoa o princípio da autenticidade moral: agir sem duplicidade, sem cálculo egoísta, mantendo a pureza de propósito. Léon Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor (edição de 1909), reforça que a pureza da intenção é o definidor da grandeza espiritual, pois é dela que nasce a força real do espírito em missão.
Quanto à promessa do " Espírito Santo" fornecendo as palavras certas no momento devido, o Espiritismo interpreta essa assistência não como revelação mística, mas como inspiração espiritual compatível com a vigilância moral do indivíduo. Kardec descreve este fenômeno em O Livro dos Médiuns, capítulo XXXI, ao explicar que os bons Espíritos inspiram, sugerem e orientam, mas não anulam a liberdade nem substituem o esforço pessoal. Joana de Ângelis, na obra Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda, esclarece que essa inspiração encontra eco apenas em consciências treinadas no bem e na disciplina interior.
Assim, a metáfora bíblica, na ótica espírita, pode ser sintetizada em quatro princípios estruturantes:
Primeiro, a missão moral exige firmeza sem violência, coerência sem agressividade.
Segundo, o mundo social ainda é terreno de tensões éticas, exigindo do discípulo vigilância e discernimento.
Terceiro, a prudência é uma virtude estratégica, sem jamais descambar para a dissimulação.
Quarto, a inspiração dos Espíritos superiores é proporcional à elevação do pensamento e à retidão da conduta.
Seja você ateu, ateia,agnóstico , agnóstica,espírita,
católico ou evangélico se você me respeitar também terá o meu respeito.
Não molde a sua alma ao caminho espírita, porque Deus já apontou um novo Caminho no Espírito, Jesus.
A doutrina espírita não consegue curar a alma do homem, porque não exercita o poder da fé do pecador pela ressurreição de Jesus.
Para ser espírita basta seguir os ensinamentos de Allan Kardec e morrerá; para ser cristão basta seguir os mandamentos de Jesus Cristo e viverás por toda a eternidade.
Os demônios têm transformado as palavras dos médiuns em lixo doutrinário espírita, uma vez que tudo o que vem das trevas tem aprisionado almas possessas sob o controle de Satanás.
A diferença entre o Espiritismo e o Cristianismo: para ser espírita o seu espírito precisa passar pela morte, a reencarnação, e para se tornar cristã, a sua alma precisa passar pela ressurreição da vida.
Família que segue parentes que consultam os mortos e praticam a mediunidade espírita, cada vez mais vivem distantes uns dos outros, e da verdadeira fraternidade e caridade cristãs.
Por não guardarem os homens a Palavra de Deus e consultarem ao necromante espírita, Deus permite que tanto o sofrimento e a morte cheguem-lhes mais cedo à vida.
Nenhuma família espírita consegue provar para os cristãos a sua presente reencarnação, porquanto os demônios roubam-lhe a fé no Senhor e Salvador Jesus Cristo.
