Amor de Tios

Um versificador não considera ninguém digno de ser juiz dos seus versos; se alguém não faz versos, não sabe nada do assunto; se faz, é seu rival.

O que se aprende na juventude dura a vida inteira.

A ação traz mais fortuna que a precaução.

A falsa ciência não aumenta o nosso saber, agrava a nossa ignorância.

Os homens enganam-se miseravelmente quando esperam encontrar a sua felicidade, mais na forma dos seus governos que na reforma dos seus costumes.

Os velhos ruminam o pretérito, os moços antecipam e devoram o futuro.

O egoísmo e o ódio têm uma só pátria. A fraternidade não a tem.

Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar.

Os homens sem mérito algum, brochados de insígnias e de ouro, são comparáveis aos maus livros ricamente encadernados.

Os velhacos têm por admiradores todos os tolos, cujo número é infinito.

A quem trata com Deus, nada falta.

O roubo de milhões enobrece os ladrões.

Quando moços, contamos tantos amigos quantos conhecidos; porém maduros pela experiência, não achamos um homem de cuja probidade fiemos a execução do nosso testamento.

Dói tanto a injúria publicada como a ferida exposta ao ar.

O que há de melhor nos grandes empregos é a perspectiva ou a fachada com que tanta gente se embeleza.

Nas revoluções dos povos a insignificância é a maior garantia de segurança pessoal.

O homem é Deus pelo pensamento.

É triste a condição de um velho que só se faz recomendável pela sua longevidade.

A avareza contribui muito para a longevidade, pela dieta e abstinência.

Muito transforma-se em pouco se se deseja um pouco mais.