Amor de Tia pela Sobrinha
Mors Amor
Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,
Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?
Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,
Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"
A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor-próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.
Se você não vê nada além do horizonte de sua janela não quer dizer que não haja nada além do horizonte.
Na maioria das vezes reclamamos, sentimo-nos injustiçados. Só conhecemos que estamos sendo vibrados e, nenhuma vez, nos lembramos de fazer um exame de consciência para ver se não estamos fazendo alguma injustiça. Saiba que o maior desajuste é o julgamento. A preocupação de estar sendo vibrado, acaba por vibrar o outro, que nada tendo contra, se isenta voltando contra ti mesmo.
“... Filho, observa bem o que fazer do teu tempo, do teu sacerdócio, de tua missão, e nela procura impregnar todo o teu amor, o que puderes da perfeição de tua conduta, emitindo e comunicando a doutrina que te foi confiada, para não perderes qualquer afeto na fronteira da morte. O sol que brilha, a nuvem que passa, o vento da despedida, o luar que alimenta com o perfume da flor. Aproveite filho, esses momentos de tranqüilidade que a terra com toda a sua riqueza, ainda vai cobrar aos que não aproveitaram seus frutos.”
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Liberdade
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.