Amor
Poeira poética do doloroso amar
Eu achava
que entraria em sintonia com o amor.
Você seria a melodia
da minha poesia empoeirada.
Mas ela vai ficar guardada.
De.novo.
Já que você
será o ritmo
para os ouvidos dela.
E eu desconfiei...
te ver amar.
Me enganei
imaginando ver
o seu amar em mim.
Me dói.
Uma dor familiar.
Uma história velha,
com protagonista novo.
Me dói o coração:
falhar no amar
mais uma vez.
O amor, ah, o amor
Encontre-o para viver intensamente ao lado de alguém que te ama e te completa assim como você a ele.
Faz-me um favor, por gentileza:
não chame de amor o que nunca foi,
nem de paixão essa dúvida disfarçada
nesse dilema antigo.
O drama que encenamos foi mera ficção turbulenta,
um feitiço que jamais surtiu efeito.
No teatro da vida, não há redenção
quando a plateia não se comove com o personagem.
O que houve já se foi —
envolto nas sombras do passado,
rindo de nós,
como quem já conhece o fim da história.
“O erro não é se envolver demais, é se entregar sem estar inteiro — até o amor virar hábito e o afeto, moeda de troca.”
Nada é mais perigoso
que o silêncio que
existe entre
duas respirações
que se desejam.
O amor é o infinito
instante em que a
pele reconhece a alma.
