Amizades Leais

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Quando a alma está feliz, a prosperidade cresce, a saúde melhora, as amizades aumentam, enfim, o mundo fica de bem com você! O mundo exterior reflete o universo interior.

Talvez as melhores amizades sejam aquelas em que haja muita discussão, muita disputa e mesmo assim muito afeto.

Longas amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias.

A pior solidão é não ter amizades verdadeiras.

Me vê uma rodada de vida boa, com uma porção extra de amor, uma boa dose de amizades verdadeiras e boas músicas para acompanhar! E se tiver dinheiro aí, pode incluir no pedido.

Devemos nos proteger da familiaridade e das amizades idiotas.

Arthur Schopenhauer

Nota: citado em "A Cura de Schopenhauer" de Irvin D. Yalom

Vinte e nove

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais.)

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.

E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez.

A diferença nos gostos, nas piadas tem efeito devastador nas amizades.

Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações.

ENTRE AMIGOS

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo construído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o réveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

Martha Medeiros
Crônica "Entre amigos", 1999.

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 12 de abril de 1999.

...Mais

Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Albert Einstein

Nota: Trecho de texto atribuído a Albert Einstein.

Chorar velhos amigos que perdemos não é tão proveitoso e saudável como nos alegrarmos pelas novas aquisições de amigos.

Talvez muitas pessoas tenham pouquíssimas amizades leais porque são verdadeiras e não encontram outras com tais definições. Se pensarmos bem, a maioria delas só gostam das verdades que elas desejam ouvir. E com essa característica peculiar, carregam a hipocrisia de se acharem menos egoístas que outros a ponto de se permitirem o direito de criticar aquelas que são diferentes. Resumo aqui que, hoje, o mundo e suas ações giram em torno de interesses mais que pessoais, ao menos para grande maioria! Talvez as pessoas se tornaram mais egocêntricas como tentativa de defesa, uma vez que pensar nos outros machuca, e por verem aquelas que cometem tal ato não sentirem nada além do ar de superioridade. Uma forma de pensar equivocada. Pois afirmo: prefiro ter apenas um amigo a ter vários falsos que me darão apenas alegrias temporárias.

O interesse forma as amizades, o interesse dissolve-as.

O tempo, que fortalece as amizades, enfraquece o amor.

As amizades de um homem, tal como a sua vontade, são anuladas pelo casamento - mas são anuladas da mesma maneira pelos casamentos dos seus amigos.

Nas desventuras comuns, reconciliam-se os ânimos e travam-se amizades.

Esta vida humana, tão breve para as mais frívolas experiências, é para as amizades uma prova difícil e demorada.

Sete. Sinônimo de azar?
Praia. Um ótimo lugar pra fazer novas amizades, conversar com pessoas bacanas, pegar um corzinha. Um ótimo lugar pra quem quer perder a esposa. Ainda mais se for com o melhor amigo da família. Foi o que aconteceu comigo em sete de julho de mil novecentos e setenta e sete. Uma data inesquecível para quem perdeu o grande amor da vida. É muito difícil para eu contar uma história onde o equivocado fui eu, onde o ludibriado fui eu, onde o “corno” fui eu. Eu fui traído pelo meu melhor amigo francês e pela minha linda negra mulher, Verônica e Sthéphan. Uma afro-descendente com um moderno francês. Não combinariam. Era dia de muito calor; estávamos em 1977, era sete de julho, estávamos de férias do trabalho; Sthépan me liga e me propõe um banho de mar em Copacabana, confirmo a presença de minha família ao encontro. Desligo o telefone. Apreço Maria Isabel, minha filha, e minha mulher, Verônica. Pego meu Volvo 76, e saímos em partida ao nosso chalé em Copacabana, chegamos por volta das 13h40. Avistamos Sthépan sentado na cadeira de montar bebendo uma água de coco. Ele nos oferece. Dizemos não. Agradecemos. Pedimos dois guarda-sóis e outras cadeiras. Ele está hospedado no Palace Hotel, que á dois meses foi comprado por meu avô. Sthépan é filho de um grande amigo de meu pai, por isso ele está pagando metade da diária. O sonho de Verônica sempre foi conhecer Paris e andar em um transatlântico. Mas todas as vezes que lhe propunha viajar ela preferia gastar em joias e roupas de grifes, e ela nem sabia o que era isso. Verônica pede para ver as fotos novas que ele tirou em paris durante esses anos. Então ele pede para que ela o acompanhe até o Hotel, pede para que eu e minha filha olhemos as coisas, para que eles fossem ver as fotos. Concordamos. E eles se foram. Sthépan sempre ficou admirado com a beleza de minha esposa, pois ele nunca tinha visto uma negra tão linda como Verônica. Em mil novecentos e cinqüenta quando eu me noivei com Verônica, ele morava aqui no Brasil. Sempre nos finais de semanas íamos à praia. E eu percebia como ele olhava para o grande busto de minha mulher, ficava impressionado com o tamanho de seus seios, ficava bobo de ver que aqueles grandes pomos eram “frutos” de uma pele negra. Ele adorava vê-los. Verônica sabia disso. Eu ainda não. Também já estava desconfiado de como ele não se casava de segui-la, sempre que ela ia para o nosso chalé preparar alguma coisa para comermos na praia ele ia atrás. Podia ser uma urgência urinária, um reforço na bebida, não importava o que fosse tudo era pretexto para ele se engraçar com ela. Aposto que o caso começou daí, ela farta das pobres cantadas dele, não se importou de lhe abrir a blusa e lhe conceder alguns momentos de prazer em minha casa - que ficava ao lado do Hotel de meu avô. – E pronto. Não custou tanto assim satisfazer aquele grande homem, meio sem-vergonha, mais algumas vezes. E daí não teria o porquê de recusar visitas intimas na casa dele. Não sei se felizmente ou infelizmente nunca peguei os dois se deleitando. Revirando o baú da memória, enquanto Maria Isabel se banhava nas águas salgadas de Copacabana me lembrei de tudo isso e me perguntei se eles depois de tantos anos poderiam ainda me trair. Se dependesse daquele crápula com certeza sim. Mil vezes sim. Não esperei nem mais um segundo. Atravessei a Avenida Copacabana sem olhar para os lados. Cheguei às portas do hotel, subi as escadas. Todas as 264 escadas em poucos minutos. Nem um empregado ousou a me parar, estava disposto a atropelar qualquer um que tivesse tamanha estupidez. O pouco tempo que levei para subir a escadaria fiquei pensando no que os dois estariam fazendo. E se não fosse nada daquilo que imaginei? E se fosse somente alucinações? E se os dois apenas estivessem vendo fotos de Paris? Mas para saber era preciso ir até lá. Pagar esse preço que talvez seja o mais alto que temos que pagar na vida. Subi. Cheguei. Esmurrei a porta. Berrei: POLÍCIA. Ele abriu. Vi Verônica se escondendo atrás do lençol. O que não adiantou. Reconheceria aqueles pés tamanhos 33 com as solas encardidas de areia e sal em qualquer lugar. Com um safanão arranquei o lençol que ela estava embrulhada. Simultaneamente Sthépan me chamou de covarde tipo selvagem. Iria lhe responder rispidamente, mas nem isso ele merecia. E Verônica só sabia chorar. Eu a agarrei e a levantei pelos cabelos. Arrastei-a pelas escadas, humilhei-a perante os porteiros, faxineiros, recepcionistas do hotel. Bati-lhe entre os bêbados das ruas e avenidas. E com isso ela veio ao falecimento, e eu ao sabor da vitória de que uma vez na vida fiz o que achei conveniente. Condenado a prisão eu fui. Depois eu nunca mais vi Sthépan, o fim dele certamente foi a morte por uma baiana infeliz.

Amizades são tesouros,
mas não são ouro:
são pedras preciosas
que precisam ser lapidadas constantemente,
e isso leva tempo,
e requer perícia e dedicação.

Algumas vezes,
de uma pedra de uns vinte centímetros,
se extrai somente um pequenino brilhante
de apenas alguns milímetros.

Tal brilhante, porém, será valiosíssimo,
mas você não terá ele,
se não o lapidar primeiro...