Amigo Leal
Não espero que me ligue no outro dia.
Não cobro beijinho no final do encontro.
Não preciso de satisfações, ou check-in.
Não procuro romantismo.
Nem que me proves teu amor.
Só espero que o momento ao meu lado tenhas sido suficiente, para que tu queiras repeti-lo
A necessidade de demonstrar, em fotos, a felicidade, especialmente afetiva e social, através das redes sociais chega a ser doentia e está contribuindo para o aumento da depressão e da frustração íntima na humanidade. Todos os momentos estão sendo "super" valorizados e viram motivo para pintar a vida de cores e apresentar a terceiros, numa tela matizada, enquanto a realidade transcorre, muitas vezes, no cinza e cheia de nuvens tempestuosas.
Em momentos "sãos", ou próximo disso, avalio a minha insanidade e, comparando-a às insanidades de alguns terceiros, penso: sem dúvida a minha loucura é uma bênção. Contudo, imediatamente, me paira uma dúvida cruel: será que a minha doideira é de excelência e eu não percebo dada a minha hospícica modéstia?!
Ter a mente aberta é uma virtude, é uma necessidade em todos os tempos, o problema é quando ela é aberta demais ao ponto da pessoa achar que tudo pode entrar dentro dela sem que seja preciso raciocinar e filtrar tornando a mente uma latrina para coletar grandes produções fecais da cultura, do pensamento, da política, da tecnologia, da informação etc fazendo com que o portador desta mente, sem preocupação com o mau cheiro que exala, se sinta o grande fertilizador, o esterco essencial para nutrir as mudanças numa geração que, muitas vezes, mais contaminam os valores e a harmonização entre as pessoas do que auxiliam na evolução do pensamento e do comportamento de toda a sociedade.
Lulu Santos que me perdoe, mas quem "toma o mundo feito coca-cola" em algum momento vai desenvolver úlcera na alma.
Entre culturas, gostos e raças diferentes eu me encontro tentando agradar a todos, e como isso seria possível? Seria uma batalha sem fim, e acho que mesmo que eu a ganhasse, ainda não estaria satisfeito. Me satisfazer. Tentava fazer com que as pessoas que lessem meus poemas ou escutassem minhas músicas (que sim, seriam produzidas um dia) entendessem tudo que eu dizia, mas por quê? Por que eu tentava modificar o que eu pensava para que as pessoas entendessem? Talvez porque meus pensamentos são muito confusos, não tem coesão. Várias coisas passam pela minha cabeça e a cada segundo eu escolho uma só para pensar a respeito. Quero fazer praticamente tudo, cozinhar, pensar como psicopatas e encontrá-los, cantar, declamar, ser astronauta... E o que cada uma dessas coisas têm em comum? Impressionar as pessoas à minha volta, porque isso tem um sabor bastante doce. Impressionar faz você se sentir bem consigo mesmo e acho que isso é a base de tudo que faço. Não queria que fosse, mas me peguei pensando sobre isso e cheguei a tal conclusão. Vai dizer que você nunca fez algo só para impressionar alguém? Eu sei que sim, mas no meu caso talvez eu faça não só para impressionar, mas talvez também porque eu goste de fazer coisas diferentes. Desde moleque eu sempre mudei o que eu queria ser quando crescesse, quem nunca? Você vai crescendo, vão aparecendo caminhos e você deve escolher quais seguir, são eles que vão te levar a quem você será um dia. Talvez não exista destino, e sim escolhas feitas por todas as pessoas, escolhas que vão fazer você encontrar a pessoa que ama ou talvez fazer você morar sozinho com seu gato. A vida é cheia de surpresas e eu quero descobrir cada uma delas.
A distância tem vários papéis na vida do ser humano e dois deles são: promover a saudade de uns e promover uma vida mais leve sem outros.
Uma crispação cheia paixão foi de piquenique para os montes, caçou ervas a tarde toda e bebeu uma groselha acompanhada de ervas.
Num mês voltado para tantas homenagens aos santos e orixás através de comemorações religiosas de todas as formas creio que cabe publicar o texto abaixo.
Quanto mais a fé é exposta, quanto mais a religião que, supostamente, norteia os caminhos de uma pessoa, é exposta, quanto mais transformada num circo virtual, bem como num circo real, é a doutrina que as pessoas acreditam ser a sua base espiritual mais explícita fica a demonstração de que o encantamento e a vaidade predominam e estão acima da proposta do fundamento, e que as pessoas não estão devidamente conectadas com as forças supremas, e sim, cada vez mais, aprisionadas aos hábitos e interesses da matéria, bem como dependentes, inclusive emocionalmente, de recursos mais concretos para terem motivos consistentes para empenharem a sua fé e a sua confiança naquilo que escolhem para se dedicarem e recorrerem espiritualmente. Vivemos tempos que o exibicionismo da fé está superando o aprendizado o qual ela própria, a fé, na sua essência, recomenda por natureza. A fé virou uma personagem em atuação constante nos palcos da vida onde ela contracena com atores reais dispostos a produzir espetáculos para plateias específicas a fim de servirem de manipulação das crenças, garantia de bilheteria e não mais promoverem a evolução do ser humano pelas verdadeiras vias divinas que sabemos, quando verdadeiras, são desprovidas de ostentação e dispensam aplausos, super produções e exposição em grande escala dentro e fora dos seus ambientes naturais e adequados para o culto.
Tendo o latim como origem, o significado de religião é "religar" o homem a Deus, ao divino, à instâncias supremas, e a fé é a via mais eficiente, contudo a ajuda de instituições e pessoas é sempre bem-vinda neste processo, porém desconheço que seja preciso transformar a fé num tablado permanente cheio de apetrechos cênicos, textos mais decorados do que compreendidos e ensaios fora de hora.
Sei de todas as coisas que podem impedir de acontecer o que eu vou falar, mas não podem impedir-me de dizer, fica comigo?
A manutenção permanente do retrocesso, além de notória, é uma tendência mundial mascarada de progresso, pois a alienação da massa e o sangue dos miseráveis, da plebe, do povo sacrificadamente enganado continuam servindo de fonte para a aquisição do ouro que sustenta os poderosos, os líderes de instituições que se perpetuam na sociedade sob a farsa de que a sua organização, a sua existência é pelo bem comum, mas que no fundo têm o oportunismo como base da sua sobrevivência.
Sigamos iludidos!
Os afins se atraem e se organizam como força de ação, por esta razão há tanta gente unida trabalhando pelo bem geral, e tantas outras, juntas, empenhadas na luta em favor do caos generalizado
Azul é tudo que é belo e fascina
Assim como uma rara flor, o céu e o mar
Cujo encanto alivia qualquer dor como morfina
Azul é o mistério do seu olhar
