Amigo de Verdade Nao Briga por Bobeira

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⁠É na infantilidade do meu pensar, que eu reconheço que ainda não perdi a alma de menino, a verdadeira.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Até hoje, ainda não consegui descobrir o mistério do silêncio, do olhar e da fala dos humanos. Só sei dizer, que os únicos seres de sangue quente que conheci ao longo do meu atribulado viver e souberam ler e entender as palavras não ditas pela boca dos meus olhos, foram os cães que tive e amei.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Eu nunca seria um ser humano consciencioso, se não fizesse perguntas a mim próprio antes de responder aos meus semelhantes.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Não nasci para ser santo, mas também não quero morrer diabo.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Um dia, sim um dia - não será tanta a noite no mundo -
ainda acredito.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Enquanto a gente não se revolta, não há meio de o mundo dar outra volta.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Já nem sei se viver é sonhar.

Só sei que sem sonhar, não vivo.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Não há sonho mais real que aquele que se sonha antes do próprio sonhar.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Se eu amanhã não tiver a esperança noutro depois, é sinal que o meu hoje anda de mal comigo e não me dá futuro.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

AS BRUXAS DA BANDA DE CÁ
NAS NOITES DE LUA MEIA
ENQUANTO NÃO HOUVER LUA CHEIA

Ó bruxas, que seguem cegamente o poeta
Porque o perseguis, inúteis madraças
Nas arremetidas das noites baças
Quando ele só quer paz de anacoreta?

Senhor meu das odes minhas, ó profeta
Livra-me destes vulcões de lava
Deste bruxedo que não se acaba
Neste peito cansado de correr sem meta!

Fugi de mim, loucas sombras feiticeiras
Do meu leito de desprezo e desamor
Deixai-me sentir o viver, ó coveiras!

Da minha vida já ida de sonhador
Neste tempo amargo em que as bandeiras
Ficaram sem mastro de adriça, nem amor!

(Carlos De Castro, em Maiorca, 07-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Sabedoria não será tanto aquilo que se pensa saber, mas muito mais o que se deseja aprender.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Se a mente de cada um não for bem diferente - que se dane ela - porque mente.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Não vivo nem me alimento das palavras que escrevo, mas sim da lisura dos meus atos.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Felizes aqueles que num espaço de cinco minutos, se tanto, não passam de bestiais a bestas.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠CIGARROS QUE NÃO FUMO

Antes de sair de casa eu disse e redisse:
Até logo, eu volto já
Ao meu lar,
Vou só ali ao quiosque comprar
Cigarros,
Escarros,
De grumo
Que não fumo.

E fui ao quiosque da esquina
Do meu esquinal
E, não me levem a mal:
Foi aí que encontrei
E desejei
Uma mulher pequenina
A vaguear no seu andar sem rumo,
Junto ao quiosque do meu fumo,
Que ficava naquela esquina.

Intestina
Da minha esfumada sina
Que já foi de nicotina,
Mas ao conhecer a pequenina
Deixei tão amarga amarra
O fumo, ao som de uma guitarra.

Farra,
Louca por amar
E nunca,
Nunca
Mais voltei ao meu lar...

(Carlos De Castro, in Poesia num País Sem Censura, em 05-08-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠SEPULTURA

Não há sepultura
para o corpo inerte.

Somente uma prisão
terráquea
onde se expia a vida
que já foi movimento,
num silêncio
e numa calma
comoventes.

(Carlos De Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 01-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A POESIA QUE ANDA NO AR

Não te quero ver.
Enquanto em ti não houver,
Pombal aberto
De pombas a voar
Nos céus de sal,
Na paz com abraços
Estilhaços
De abraçar
A poesia que anda no ar,
Como estrelas prenhes
De estrelar.
Nos céus do mar
A abarrotar
Por inventar
Nostalgias,
Sem alegrias
De escrever
Para agradar.
É que depois,
Vem a inveja
Negra cereja
E a poesia anda no ar
Aos tombos.
Sem destino,
Porque o poeta é pequenino.

(Carlos De Castro, in Poesia Sem Censura Em Portugal Existe, no Brasil Não, em 03-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ÉS TU

A pomba.
Da paz
Que não existe,
A não ser no dicionário
Antigo, a cair de podre,
Bafiento e de bichos
Repelentes,
Só lidos por cabrestões
De pitos de funil.

Escusas tu,
Minha pomba
Falsa,
De cor branca,
Comida pelos aventesmas
De mil palavras
De enganar,
Sim, tu:
Escusas de dar voltas
Nos ares a dizer
Que inventaste a paz,
Que ela, a paz, está feita
Em solfejos de mortes
Anunciadas.

E, cuidado,
És sempre tu a primeira
A abater,
Depois de mim,
Claro:
Eu, o agitador,
Conciliador.

(Carlos De Castro, " in Portugal Sem Censura, Brasil, Sim", Em 06-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Não sei como nem porque, troco muitas vezes o nome, a graça, a pessoas como eu.

Mas quando se trata de bois, nunca lhes troco o nome, pelo contrário: anuncio-os aos quatro ventos, sem medos, comichões ou outros pruridos.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ALMA PERDIDA

Caiu-me a alma.
Não sei se dentro de um rio,
Ou na turbulência do mar.
Talvez na montanha
Tamanha de frio,
No calor do estio,
Quente de enregelar.
Será que ela fugiu de mim
E se esconde na cidade imensa
À espera da recompensa,
Numa espécie de arlequim
De rir pelas ruas
Sujas e nuas.
O que é que minha alma pensa?
Fartei-me dela, tão tensa
E cada vez mais pretensa
Gozando comigo sem par,
Que não perco mais um minuto
Em absoluto,
Para a encontrar!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro