Amiga Mensagem Ana Maria Braga

Cerca de 30277 frases e pensamentos: Amiga Mensagem Ana Maria Braga

⁠Eu já me revoltei contra o silêncio. Já dei muitos tapas na ignorância. Já lutei contra a inércia. Nunca entendi a apatia. E me recuso a aceitar a submissão.

⁠Era Tarde -

Era tarde eu não senti
meu amor que te perdi
que tormento nesse dia;
ai minha triste saudade
era noite, ansiedade
e a minha boca tão fria.

Era tarde meu Amor
e meu peito num ardor
fez correr a solidão;
foi-se embora com o vento
meu amor quanto lamento
não sentir teu coração.

Ai a dor deste veneno
no meu triste pensamento
que só vai onde eu não for;
ai minha fria madrugada
eu tão só naquela estrada
era tarde meu amor.

Inserida por Eliot

⁠Primavera Desfolhada -


Tu chegaste meu Amor sem eu esperar
desfolhando nesse Maio a Primavera
estava longe meu Amor de querer amar
nesse tempo doloroso de quimera.

Trazias outro alguém que te deixou
passando pela rua de nós dois
Amor, ai meu amor que já não estou
capaz de reviver o que já foi.

Esta raiva que me aperta o Coração
por ela tão ligeira se mostrar
entrega o meu destino à solidão
Amor, olha que posso não esperar.

Que posso eu fazer, dizes então,
Amor se tu soubesses, quem me dera,
o quanto me castiga o Coração
que ela passe pela nossa Primavera.

Inserida por Eliot

⁠Graça -

Mal o dia anoitecia na cidade
lá ia a Graça tão formosa como a Lua
era a fadista do bairro da saudade
e caminhando ia cantando pela rua.

Era bonito o seu andar de moça nova
pelas ruas da cidade de Lisboa
tinha no xaile o encarnado d'uma rosa
diziam ser o Rouxinol da Madragoa.

E numa aurora ao romper de muitas flores
o Sol nasceu e deu à Graça, longo beijo
o azul do Céu foi rasgado por mil cores
e ali ficou como Lisboa à beira Tejo.

Inserida por Eliot

⁠Madrugadas de Lisboa -

Na fria madrugada de Lisboa
meu berço de saudade à beira mar
bebi o cálice do fado, fui à toa
andando p'las vielas sem parar.

Há guitarras a rasgar o coração
esperando de Lisboa num desejo
as colinas são lamento e solidão
nas noites que adormecem sobre o Tejo.

Eu vejo o teu olhar em cada fado
eu sinto-te Lisboa no meu peito
meu corpo como a rua tão pisado
silêncio que adormece no meu leito.

Lisboa porque corres onde vais
à hora de cantar a tradição
que alguém deixou um dia pelo cais
pairando no teu cais de solidão.

Inserida por Eliot

⁠Além dos Olhos -

Meus olhos são pisados pela Vida
como as pedras são pisadas pela rua
meus olhos duas telas ressequidas
são deixadas pela dor à luz da Lua.

Meus olhos são dois pobres sem sentido
tão famintos d'encontrar os olhos teus
teus olhos dois tormentos diluídos,
separados - indiferente aos olhos meus.

Teus olhos duas águas, meu gemido
folha seca transparente sem ventura
teus olhos são dois fados, meu castigo
e teu corpo pedra fria sem ternura.

Nos meus olhos mora o tempo que perdi
debruçada na clareira deste amor
como praia que me invade e onde vivi
tudo foi, tudo é como um sol-por.

Inserida por Eliot

Ânsia do meu Corpo -

Numa cama dura, fria, sem sentido
na ânsia do meu corpo a desejar-te
meu peito bate forte ressentido
meus olhos já não sabem procurar-te.

Meus olhos tem tons de pedra rara
num anel de estimação que um dia dei
que dei a um amor de pele clara
amor que já não tenho, já nem sei.

Tu levas-me na mão em esquecimento
horas más que tem vivido um coração
se ouvires por ai este lamento
não voltes meu Amor é ilusão.

Do silêncio que tu fazes faço um grito
faço um grito que me rasga a solidão
meus olhos pedras raras, um gemido,
que levas nesse anel de estimação.

Inserida por Eliot

⁠Barco da Vida -

Minha Vida é um barco
à deriva pelo mar
em meu peito desembarco
Senhor vem me salvar.

Há ondas, há lamentos
que afogam minhas mágoas
são velas, são sentimentos
pairando sobre as águas.

Minha Alma é a proa
desta fria embarcação
vou sozinho, vou à toa
neste mar de solidão.

Ato os nós do Coração
às cordas do meu sofrer
uma simples afeição
a Minh'Alma queria ter.

Meu leme a incerteza
levado por minha mão
vou na rota da tristeza
a caminho do Coração.

Inserida por Eliot

⁠Carolina d'olhos Doces -

Já nasceu a minha sobrinha Carolina. No primeiro dia da Primavera. No dia mundial da Poesia. Um dia especial. Que ela saiba aprender a aprender a bem-saber viver a vida ...


Carolina d'olhos doces
minha doce madrugada
alegria que nos trouxe
Carolina minha amada.

Do Coração ao seu olhar
vai um riso de Criança
que um dia há-de amar
num bailado que dança.

Coração florido e meigo
embalado em doce leito
nela canto e me revejo
adormeço-a no meu peito.

A verdade e a Esperança
que seu olhar hoje nos trouxe
da poesia é doce herança
Carolina d'olhos doces.

Para Embalar:

Dorme minha linda Carolina
linda Carolina d'olhos doces
dorme minha flor tão pequenina
dorme Carolina d'olhos doces.

Dorme ó menina no teu leito
ouve o meu cantar que recomeça
dorme Carolina no meu peito
deixa que este canto te adormeça.

Dorme minha doce Flor do mar
leve, o sono veio e a ti trouxe
asas por mil anjos d'embalar
dorme Carolina d'olhos doces.


Tio Ricardo
Março de 2015

À minha sobrinha Carolina Louro do Rosário.

Inserida por Eliot

⁠7 Espadas -

Não me lembro meu amor já do teu rosto,
os meus olhos estão cansados, no vazio,
do lastro de uma raiva, de um desgosto
que queimou o coração do meu navio.

Eram sete as solidões do meu destino
dessas sete, eram quatro, o meu tormento,
restam três, sobre as quais perdi o tino,
mas só uma, foi p'ra ti, nesse momento.

Inda lembro aquele instante em que disseste
sete sonhos, sete beijos eu te dou
traíste essa promessa que fizeste
sete dores, foi só isso o que restou.

Sete espadas, afinal, é que trazias
mais os versos que rimavam ilusão,
eram sete essas mentiras que dizias
uma-a-uma eram punhais no coração.

Inserida por Eliot

⁠Lucidez -

Sou noite, sou distância, solidão,
madrugada que me arrasa o pensamento
sou na vida o que não morre, o sentimento,
sou loucura, tenho Amor no coração.

Donde venho e não venho, desespéro,
onde estou, aonde vou, onde me dei,
há em mim uma dor que já não quero
na verdade porque a tenho eu já nem sei.

Já nem sei o que hoje sou e onde vou
já nem sei se o que vivi foi perdido
não me digam por onde ir porque não vou
prefiro os meus passos sem sentido.

Inserida por Eliot

⁠Verdade, Agrura e Lucidez -

Sou noite e solidão!
Minha Vida um acidente!
Num sentir que se ressente!
Tenho cal no coração!

D'onde venho não quero.
Onde estou não sei.
Onde vou desespero.
E afinal onde irei?! ...
Quem dizem não sou.
Quem pensam também.
Só estou onde não vou.
Num vazio que vai e vem.

Mas vou! Mas vou!

E alguém me espera?!
Ninguém me sente!
Estou só. Quem dera!
Todos são ausente!
Sou passo. Sou nocturno.
Sou da estrela Firmamento.
Sou da noite e nunca durmo
no meu próprio pensamento.

Que seja! Que seja!

Um fruto apodrecido.
Um corpo que medrou.
Um morto esquecido.
Um sonho que voou.
Alguém que não veio.
Ninguém que chegou.
Meu corpo. Teu seio.
Quem sou?! Quem sou?!

Minha Vida parou...
Minha Vida Passou...

Sou noite e solidão!
Minha Vida um acidente!
Num sentir que se ressente!
Tenho cal no coração!

Inserida por Eliot

⁠Vida Vivida -

Andei p'la vida fora e não lembrei
que a morte um dia vinha m'encontrar
não sei se alguma vez a desejei
que a morte é coisa certa há-de chegar.

Esquecida de que a morte também tinha
um voar de asas serenas de marfim
minh'Alma num feitiço que adivinha
só lembrava hora-a-hora quem perdi.

Meus olhos que são pedra e solidão
tão cansados, revestidos de cristal
não sei por que caminhos pisarão
só espero que adormeçam natural.

Eis quando pressenti que a morte vinha
e à luz do coração me despedi
sozinha numa cama que é só minha
morri, foi nesse instante que eu morri.

Inserida por Eliot

Lágrima d'Amor -

⁠Por uma lágrima d'amor
estão meus olhos a morrer
minha triste e fria dor
pelo rosto a correr.

D'uma lágrima perdida
nasceu esta ilusão
numa lágrima sentida
afoguei meu coração.

Dos meus olhos se apagou
o chorar da solidão
no meu rosto deslizou
o final desta paixão.

As horas que vão passando
pela vida onde eu for
nos meus dias caminhando
só lembrando o meu amor.

Inserida por Eliot

⁠Se eu Pudesse -

Se eu pudesse tirar do meu sentir
esta forma, de sofrer, e de te amar
se pudesse deste amor querer fugir
tirava do meu peito, o teu olhar.

Julguei enlouquecer, quando partiste
sem ti, caiu a noite, a solidão
a dor em mim cresceu, e tu não viste
tal como um punhal, na tua mão.

Se pudesse mandar, e não sentisse,
arrancar, este penar, do pensamento
talvez que o teu amor, se ressentisse
como eu sinto, pela noite, este tormento.

Se pudesse, meu amor, ai se eu pudesse,
embalar este sentir que grita em vão
talvez o meu destino se acalmasse
quando um beijo vem do Coração.

Inserida por Eliot

⁠Tenho Pena -

Eu tenho pena de mim
por te amar tão loucamente
tu hás-de ser o meu fim
meu amor é para sempre.
Eu tenho pena de mim
por te amar tão loucamente.

Eu tenho pena de ti
por não veres que eu te amei
só sei que a vida perdi
ao perder o que eu te dei.
Eu tenho pena de ti
por não veres que eu te amei.

Eu tenho pena de nós
como um barco em alto mar
que agora vive mais só
por não ter o teu olhar.
Eu tenho pena de nós
como um barco em alto mar.

Eu tenho pena de quem
como nós não soube amar
mas este grito é de alguém
qu'inda quer por ti esperar ...
Eu tenho pena de quem
como nós não soube amar!

Inserida por Eliot

⁠Maré -

Quando um dia eu morrer
como os rios ao correr
quero ser espuma do mar;
hei-de ser um Céu estrelado
ser vento desnorteado
que me leve pelo ar.

Quando um dia eu morrer
e alguém por mim sofrer
quero o mar por sepultura;
a maré como um caminho
barco triste, tão sozinho,
que o infinito procura.

Quando um dia eu partir
direi adeus a sorrir
saberei como voltar;
voltarei em dia vão
no rimar da solidão
e na espuma do mar.

Inserida por Eliot

⁠À Deriva -

Recordo meu Amor aquele dia
tão longe das promessas que fizemos
recordo meu Amor o que dizias
os sonhos, as palavras que dissemos.

Das noites que passei em solidão
à deriva no pulsar da minha dor
das horas que sofreu meu coração
deixa que te lembre meu Amor.

Minh'Alma caminhando pelas ruas
foi vivendo esse desgosto que é só meu
erguendo minhas mãos eu toco as tuas
olhando o meu retrato vejo o teu.

Dois barcos sem destino, dois lamentos,
dois corpos à deriva pelo rio
dois olhos que não veem, dor, tormento
dois peitos que se amarram no vazio …

Inserida por Eliot

⁠Quadras de uma Alma despojada -


Num tampo de mesa fria
escrevi da minha solidão,
amargas dores que sentia
como espinhos no coração...

Nessa dor que remoemos,
nesse querer e nunca ter,
há sempre alguém que não temos
nessas horas de sofrer.

À mesa do que não temos
nem a vida nos diz nada
só lembrando o que perdemos
dessa vida já passada.

À mesa do destino
vai passando a nossa história
meus cansaços de menino
'inda me toldam a memória.

Estes versos, por piedade,
tem minha dor por filha,
nesta mesa, na verdade,
só o nada se partilha.

Num doer que não esquecemos
num esquecer qu'inda nos dói,
o porquê de não morrermos,
desta ângustia que nos mói?!

Se eu pudesse tirar da mente
esta dor que me esvazia,
não era o poeta que hoje sente
neste tampo de mesa fria.

Inserida por Eliot

⁠Retracto de Celeste -


És filha do Fado! Irmã do Tejo ...
Um verso de Poema! Uma guitarra ...
És silêncio de seda, Lisboa de mil beijos,
que sobre a vida se debruça e amarra!

És a glória do meu punho de poeta
que treme ao sentir o coração ...
És a cor de uma imensa aguarela
que alguém pinta ao vencer a solidão.

Teu cantar é de cetim, em mim, é saudade,
de Camões, a voz, num semblante Portuguez!
És poema inacabado, tempo sem idade,
que repousa no regaço da eterna D. Ignês!

Óh Celeste derradeira, Fonte de Leanor,
descalça pela cal da madrugada,
pisando lirios, alabastros, sobre a dor,
indo e caminhando pela vida, tão amada ...

tão amada ...


(Para Celeste Rodrigues)

Inserida por Eliot

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