Amiga Mensagem Ana Maria Braga
Mudanças
A mudança no corte de cabelo, no tom, na forma.
A mudança do lado da rua, de passos, de perspectivas.
A mudança de pessoas, de amores, de sabores.
A mudança de estilo, de músicas, de roupas
A mudança do ser, do florescer, do entardecer.
A mudança de si, por si, para si.
Sombra
Oi, sombra! O que fazes aqui? Por que me persegue? Achei que as coisas estivessem bem resolvidas entre eu e você, ou talvez só para mim, em minha mente, em meu ser, mas nunca para você. Achei, achei, achei que tinha achado, fugido, ido. Achei errado. Você nunca foi, nem nunca vai. Estará aqui comigo, sempre ou nem sempre. Só nos dias claros e ensolarados. Nos dias frios e escuros, você some. Me esquece, me abandona. Nem só de alegria que vivo, nem só de sorrisos, nem só de luz.
Escola de Samba
Assim que eu a vi passar bem perto de mim, senti meu coração disparar, parecia uma escola de samba, não conseguia conter minha felicidade ao apreciar aquela bela morena.
Na Solidão das Marés -
Na Solidão das Marés de um dia pardo,
vislumbra-se um amor que vai embora!
Instante de solidão toldado
pelas águas da distância
em que um coração amargurado
se afunda lentamente.
E as horas vão passando ...
E aquele amor vai partindo ...
E eis que nada nos rodeia nessa hora!
Sozinhos como sempre,
nos braços do destino,
embalados pela vida.
Ao longe, seus olhos de cristal,
deixam saudades no horizonte!
Pura Ausência -
Paira sobre a vida um vazio
Uma sombra magoada sem destino ...
Porque ficas em silencio frente ao rio
E nos deixas à deriva no caminho?!
O teu jeito! O teu toque! O teu olhar!
A tua voz cristalina, eloquente,
Capaz de nos fazer sentir o que é amar,
Agora tão distante, tão ausente.
Porque tinha eu que aqui ficar
Se tu tinhas que partir?!
Aconteceu! Aquele medo de separar
O que o destino um dia quis unir ...
Arrancaram de mim toda a alegria
Só há ecos de saudade no meu peito
Transformou-se em noite cada dia
E cada hora fria no meu leito.
Adeus musa cristalina dos meus versos!
Teu olhar é como um passaro que voou,
Como um dia que acabou, sem gestos,
Adeus meu Vendaval de Sonhos que passou.
(Poema dedicado à Fadista Celeste Rodrigues, à sua partida e à intensa amizade que unia o Poeta e a Fadista)
80 Anos de uma Vida bem vivida -
Oitenta anos de uma vida bem-vivida,
Com instantes de tristeza outros de alegria
Muitas vezes planeada nem sempre apetecida
Mas vivida intensamente, dia a dia!
Oitenta anos de uma vida bem vivida
De um destino construído, inventado,
Tantas vezes suportado em despedida
Ora rindo ora choranso sobre o passado!
Oitenta anos de uma vida bem vivida
Onde as feridas já não tem um lugar
Onde a verdade é esperança conseguida
Com uma imensa vontade de sonhar!
E passa a vida! Tudo passa sem passar ...
Para a Alma não há tempo nem corrida
O que importa é não deixar nunca de amar
É o segredo de uma vida bem vivida!
(Poema dedicado aos 80 anos da Avó Materna do Poeta ( Avó Clarisse)
Às Dores de minha mãe -
Eu que não era
vim de onde não sei
e foi em breve Primavera
que em teu ventre me gerei.
Mãe! Eu nasci das dores de minha mãe!
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe ...
Poderei algum dia esquece-lo?!
Deverei juntar minhas mãos
e algum dia agradece-lo?!
Serão apenas momentos vãos,
palavra alguma poderá agradecer
ao ventre de minha mãe.
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe...
Mãe minha, minha mãe ...
Em ti me fiz poeta
em águas-de-solidão
e masceu minh'Alma insurrecta
do teu sanguíneo coração.
Mãe, minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de mimha mãe.
Está tudo errado? Olha pra dentro, conecta com teu bem. Começa de novo.
Impossível seguir com o que não nos faz feliz.
Naquela Campa -
Há um poema cansado
Nas rimas do meu sofrer
Mais um momento marcado
Pela vontade de morrer.
Há um silêncio que agito
No fundo dos meus sentidos
E o meu poema é um grito
São meus sonhos perdidos.
E o que ficou do que fomos
Está preso ao fado, à poesia
P'ra mim seremos e somos
Aquele amor que eu sentia.
Aquelas horas tão nossas
Só eu as guardo no peito
Talvez também 'inda possas,
Lembra-las tu ao teu jeito.
Naquela campa tão fria
Deixo uma rosa e um beijo
Que a Musa desta poesia
Fica virada p'ro Tejo.
(Poema escrito pelo Poeta junto ao túmulo da sua sua Inspiração, Celeste Rodrigues, no Cemitério dos Prazeres em Lisboa, no talhão dos artistas, virado para o Tejo)
Linda Leonardo -
Minha vida fez-se grito
Cheia de curvas de saudade
E num pranto entristecido
Atravessou a minha idade.
Veio de longe a solidão
deixando a vida por viver
E num momento sem razão
me dei ao fado sem saber.
E vai chorando o coração
Num anseio sem ter calma
E eu cantando desde então
Tantas penas da minh'alma.
Tanta vida por viver
Tanto fado por cantar
Tantos versos por escrever
E eu sofrendo por te amar.
(Versos que o poeta dedica à amiga e fadista Linda Leonardo)
Esse amor que trouxe o vento -
Esse amor que trouxe o vento
Mais veloz que o pensamento
Trouxe rosas ao meu leito
E num mar de água salgada
Fez nascer a madrugada
Como um sopro no meu peito!
Esse amor que trouxe o vento
Fez nascer no firmamento
Uma estrela ilumimada
E aqueles sonhos que sonhei
Aquele amor que desejei
Fez-me andar por outra estrada!
Esse amor que trouxe o vento
É mais forte que o lamento
Que a saudade ou a tristeza
E ái daqueles que o não sentem
Na verdade é porque mentem
E só vivem na incerteza!
Esse amor que trouxe o vento
Fez nascer um sentimento
Que nos veste o coração;
Disse adeus à amargura
E não sei se foi loucura
Disse adeus à solidão!
Como estou triste -
Como estou triste na indiferença deste amor,
Na alegria desta dor que me fez por ti sofrer,
Na lonjura das Marés, num turpor
Tão imenso que me faz anoitecer ...
Como estou triste por não ver o teu olhar
A passear-se no silêncio das manhãs,
Por não saber se algum dia irás voltar
Ou por sentir que a minha esperança é coisa vã.
Como estou triste, ó Deus, como estou triste,
Por tudo o que vivi, por tudo a que me dei ...
E porque teimas coração, porque insistes
Que continue a passar por aquilo que passei?!
Como estou triste p'la aurora que não chega,
P'la noite que não finda, por este mar
Que nos separa , p'lo amor que não sobeja ...
Como estou triste por não saber se irás chegar!
Inveja -
Eu não sou nada
Eu não tenho nada
Eu não atingi sitio nenhum,
Então, como é possivel
Que os outros sempre
Tivessem desejado o meu lugar?!
Sou o que sou -
Sou o que sou
por não poder ser mais!
Desprendo-me da vida,
desprendo-me do Mundo,
não sei aonde vou ...
Talvez soubera e não fosse!
E não sabendo irei?! ...
Parado não estou.
O que faço não sei.
Tristezas que a vida trouxe ...
E o destino passou ...
A vida é tão estranha ...
Há um fosso à nossa volta ...
E como uma teia de aranha
eu sou o que sou!
Passaste por aqui -
Passaste por aqui! Sei que passaste ...
Pelo aroma que ficou espalhado pela rua ...
As casas, os caminhos, as pedras que pisaste,
tudo mais intenso, transparente, à luz da lua.
Eras tu! Por certo que eras tu!
O amor das madrugadas por viver,
com aquele olhar que, por instantes, me deixava nú,
sem respirar, sem que eu consseguisse perceber.
Até as Primaveras acabadas de chegar reclinavam
ante o paladar da tua boca
e as flores, ao vento, até bailavam ...
Bailavam os olivais das pradarias,
as brisas eram feitas da voz roca
de um só vento, e tu, meu amor, a cada gesto renascias!
Entre a noite e a madrugada -
Entre a noite e a madrugada
Foste embora como um louco
Eu segui por outra estrada
E despedi-me do teu corpo.
Disse adeus à nossa história
Toda feita de jasmim
Hei-de tê-la na memória
Num compasso que há em mim.
Há em mim tanta saudade
Do que fomos um p'ro outro
Na madrugada da cidade
Despedi-me do teu corpo.
Vesti dias de saudade
Vesti noites sem passado
No silêncio e na verdade
Minha vida é cor do fado.
Guardo em mim aquele olhar
A nossa vida já passada
E p'ra sempre hei-de cantar
Entre a noite e a madrugada.
Foi assim que nasceu -
Tão estranho sentir o que sinto desde quando te vi
Mas o amor sempre chega quando a gente não espera
Talvez seja a vontade de amar que um dia perdi
Quem sabe se és tu o luar da minha quimera
Foi assim que nasceu este amor que eu sinto por ti!
E Vi nos teus olhos o destino que tanto pedi
E tu nos meus olhos o amor que tanto esperaste
Nem mar, nem silêncio, nem vendavais que vivi
Não voltarei a chorar porque tu já chegaste
Foi assim que nasceu este amor que eu sinto por ti!
O Porquê -
O Porquê daquela angústia
Tão pesada, tão sofrida
Tão lenta, tão calada?!
O Porquê daquela dúvida
Hora amarga de nós dois
Sem futuro nem abraço?!
O Porquê desse silêncio
Cheio de noite, de saudade
Sem dias nem esperança?!
O Porquê da tua ausência
Minha rosa, meu jardim
Meu poema inacabado?!
E o porquê de eu estar assim?!
Alguém sabe?! Alguém me diz
Porque dói tanto este porquê?!
Não procures a solidão -
Não procures a solidão
Sem saber d'onde ela vem
Deixa-a ficar pela estrada
Solidão é dor errada
No peito de quem a tem.
Não procures a solidão
Que ela vai atrás de ti
Solidão é dor sem nada
Traz a vida tão cansada
A solidão não é daqui.
Não procures a solidão
Na saudade ou no amor
Na tristeza ou na loucura
A solidão é dor sem cura
Travo amargo sem sabor.
Não procures a solidão
Como alguém que não tem fé
A solidão é dor parada
É palavra mal-amada
Vive a vida como ela é.
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