Amarracao para Tirar o Sossego de uma Mulher
O corpo pede comida, enquanto a alma se satisfaz. Queimei tantos quilos por estar feliz, tantos dias acordado, sem sono ou cuidado. Mas a’lma habita agora um recipiente de vidro. E acho que já não demoro a quebrar — sinto no peito a agitação de energias querendo se libertar. Resta agora o leve medo do incerto: esperar que o fim traga tanta poesia quanto os começos. A meia-noite já bateu faz horas...
Nasceu princesa do seu próprio castelo, fazendo necessário apenas tempo para tornar-se rainha. Preferiu abandonar tudo e fazer-se coroar, todos os dias, como soberana do mundo. Houveram dias de falta. Pôde faltar amor, presenças, luxos. Até mesmo, por vezes, a vontade de se levantar faltou. Mas, nessa vida muito bem escolhida, não restou sequer um dia que não plenamente vivido.
O dia começou cinzento, não só pelo céu chuvoso, ou pelas cinzas de cigarro que, ao caminhar, deixo por aí. Comecei a ser descolorido já nas primeiras interações. No “bom dia” falho, dentro de casa. Em mais um dia de trabalho, sem o café da manhã. Nos pensamentos, que, sem ter com quem compartilhar, sequestram dos olhos o brilho que habitualmente uso para olhar o mundo.
Pobres suicidas, que vivem suas vidas pulando de um happy hour para outro. São felizes no quinto dia útil, nos finais de semana, nas férias, feriados e afins. Trabalhadores, estudantes, vadios, que, de feira em feira, comemoram o aproximar-se sabadal. Perdendo: segundas, terças, quartas, quintas e sextas chances de viver.
O que mais vale? Cem anos de pé, contabilizando seu legado, ou alguns poucos anos, sem dúvidas vividos? Não preciso, de forma alguma, colecionar aniversários. E bem sei que, com estes olhos famintos, não verei gigantescas mudanças. Mas, convicto, sei que as presenciarei. Ainda aqui, sendo pó, sendo mundo.
Amor. Como tenho gasto esta palavra. Tão erodida que já cabe em qualquer poema, tão manchada que um “eu te amo” já não mais me representa. Hoje arrisco dizer: — Sinto-me apaixonar. Certo disso, resta-me salientar: o molde que pra minha vida trouxeste, promissor, colore.
Pensei em você por toda a cidade. A cada passo que dei, pisando em terra, pedra, grama ou asfalto, se deixei alguma pegada impressa ou apenas solado, não me importa. Mesmo que meus passos, por tantas vezes, me distanciem de você, sinto, todo o tempo, sua presença por perto.
Não cheguei a falar de amor, nem prometi nenhum “felizes para sempre”. Mas agi como se amasse. Cuidei, senti saudades, cheguei de surpresa, roubando sorriso. Talvez tenha mesmo faltado algum: — Eu te amo! Mas eu também nem ligo, ainda estou aprendendo sobre o amor.
Sopra o vento contra os ouvidos e ensurdece. Cala os gritos que te querem de volta.
Pinga a chuva contra a pele e umedece. Camufla as lágrimas e chora. Projeta a luz contra os olhos e ofusca. Apaga o farol que me conduz e afunda. Estampa um sorriso contra o peito e queima. Queima saudade, lágrima e farol, o amor que era acabou — e só sobrou sua marca, enganosa, que te vende a mim, eternamente.
Não faz muito tempo,
senti saudades de alguma coisa.
Pensei em escrever a respeito.
Mas,não escrevi.
Mudaram os dias, e me esqueci da saudade.
E nunca mais lembrei.
Esse poema não é a respeito
da saudade (que esqueci)
mas sobre o poema que nunca
existiu (apesar da saudade).
Em não me desperdiçar narrando,
perdi uma memória.
Uma lembrança que chegou
a doer por um momento,
e inspirou um verso que nunca rimou.
Me perdi em não me desperdiçar.
Seguindo aquela estrada Passa carro e placa, passa casa e pássaro, passa o tempo e a vida. Seguindo aquela estrada Passa boi, passa pasto, passa gente e passo, passa bicho, passa o mato, passa paisagem e retrato. Seguindo aquela estrada Passa o mundo — e eu passo. Passa flor — e eu passo.
Passa amor — e eu passo. Mas logo paro. Retrocedo. Passa amor — e eu paro. E não passo mais nada.
Enquanto você insiste em amar aí, acima do nível do mar, eu mergulho até perder o fôlego, para as pérolas mais raras alcançar.
Não seja pessoa rasa, que teme amar.
De santo não me restou nada, nem a reza, nem o pão.
Eu, o pecado encarnado? Sou — e já não mais são.
Eu acho que devia chorar, fazer pingar um pouco desse mar que, com esse seu peso descortês, já empena meu andar.
Eu acho que devia me arriscar, sei lá, construir um novo caminho, doando, por fim, esse coração, sem esmero e emoção, a um outro homem de lata que, por qualquer que seja o motivo, deseje ainda amar.
Vamos brincar de nos esquecer das brigas e nos divertir levando a vida, como quem brinca de ser feliz.
Vamos amar sem medo, levantar a cabeça e seguir, pois o fim é só questão de tempo, e todo o tempo é pouco quando se ama.
Quero um amor não perecível
Que não entre em decomposição. Quero um amor invencível, Que viva mais que meu coração.
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