Alonso Alvarez

a noite sorri
lua crescente
nos olhos do guri

manhã de sol
sombra do pardal no poste
primeira visita do dia

portas batendo
fugindo da chuva
o vento

tarde de chuva
ninguém na rua
guarda a chuva

na rua deserta
brincadeira de roda
vento se sujando de terra

terreno baldio
o poente
e uma placa: vende-se

velho caminho
sol estende seu tapete de luz
passos de passarinho

uma folha salta
o velho lago
pisca o olho

amor de verão
pipa rompeu a linha
fugiu com o vento

velhinhos na praça
só a tarde
não envelhece

raios!
alguém rasgou
o terno azul da tarde