Almas Gemeas que se Separam
Se fechardes os olhos, mergulhardes no silêncio, podereis encontrar-vos na imensa sala da Alma. Lá, a vida é simples como deveria de ser e a paz é simplesmente o abraço que vos envolverá.
"Você me confunde...
Confunde meus sentidos, meus pensamentos!
Confunde minha emoção, me tira o chão.
Ilumina meu olhar, me faz sorrir, me desperta a paixão.
Mistura tudo aqui dentro, bagunça meus sentimentos.
Preciso de você pra me explicar, pra me equilibrar, pra me deixar relaxar, pra me ensinar a ensinar a amar!"
Absorção da envolvência
Não sei porque me fecho sobre o peito, porque guardo no silêncio este lamento que grita baixinho. É como se chorasse por dentro, como se houvesse um mar que me afogasse em mágoas que não compreendo. É nesses momentos que não consigo entender porque estou aqui, o que faço neste lugar, é nesse instante que me afogo num drama que não me pertence, que equaciono partir para lado nenhum. Neste sítio de onde me vejo, chamo pela salvação, como quem quer ser perdoado, espero a redenção, com a certeza que um dia virá alguém para resgatar esta alma atormentada deste poço infinito de tristeza, saudade e dor. Quisera entender esta lamúria e perceber onde a vida me tolhe, para saber como vergar-me à sorte e assumir que não sou mais que um caminhante para a morte.
Eu sei, que se um dia desejar partir, devo aguardar na estação, com as malas feitas, pela eterna viagem que há-de levar-me à consagração duma alma que de tão pesada, não se sustenta num frágil corpo de menino. Nesse dia serei apenas brisa, vento e chuva, tempestade que lavará a calçada e fará do vazio um lago cheio de tantas lembranças.
Devo conter a minha sensibilidade, para que as dores do mundo não passem a ser as minhas verdades, de outra forma anteciparei o fim do meu tempo e serei igual lamento e não esperança, serei igual tormento e não a aliança entre a felicidade e a esperança.
Antonio Almas
Na noite escura do quotidiano há sempre uma luz que anuncia a esperança. Para cada noite haverá sempre um dia.
Antonio Almas
Existência
Quando percebo a tua presença sinto a electrizante sensação de que me olhas, que perscrutas os meus pensamentos, que lês os meus segredos no mais profundo da minha alma. Sei que chegas, de pés descalços sobre o soalho, caminhando lentamente para que não se agite a brisa, para que não te perceba a gente. Sei onde estás, embora não te olhe, embora não te toque, sei sempre onde te encontrar. Não te reflectes na luz do dia, nem no brilho do luar, teu corpo é volátil como o ar. Conheço o cheiro da tua pele, antes mesmo de chegares já a tua essência se anuncia, já a minha alma vazia se preenche de aromas do teu corpo etéreo. Balanças as ancas, num andar belo que te denuncia entre as mulheres, a tua voz macia, é canção que ecoa por entre a multidão, ninguém te escuta, apenas eu conheço a frequência do teu cantar, apenas eu sei como te olhar. Todos os dias te visto um corpo diferente, todos os dias te descubro na minha mente, como fórmula alquímica que se pressente, mesmo antes de se tomar. Neste vento de levante, és minha a todo o instante.
Antonio Almas
Nunca te esqueças que as tuas palavras fazem eco na alma daqueles que te amam, por isso pronuncia-as com a delicadeza duma canção de embalar, para que assim agitem menos o ar.
Antonio Almas
Por vezes precisamos de ver para acreditar, esquecendo-nos tantas vezes que o amor não reflecte a luz do Sol, mas o brilho da alma.
Antonio Almas
Ponto de equilíbrio
Há um tempo para cada detalhe, um lugar para cada sentido, uma história para cada capítulo. Saber olhar e ler nos reflexos do passado os momentos em que fomos tocados, permite-nos saber os caminhos que trilhamos, os locais que visitamos, as pessoas que já fomos. Há intervalos de tempo em que não sentimos nada, em que deixamos apenas este passar por nós como se fossemos uma rajada, de vento quente, ou uma folha perene que à árvore se prende. Depois, outros há em que sentimos um turbilhão, que nos levanta os pés do chão e nos eleva como se tivéssemos asas. Nesses bebemos da brisa as emoções que como relâmpagos ecoam na alma os seus trovões, avançamos, sem preocupações, para qualquer lugar do universo. A melancolia é um reflexo dos momentos vazios, oposto à alegria que preenche os instantes de euforia, em que o coração palpita e o corpo se agita em ondas de prazer. Mas os silêncios são fundamentais, são reflexões espirituais que nos permitem alcançar o equilíbrio, que nos levam ao encontro da energia primordial, são pedaços de tempo difusos, que pairam entre os segundos.
Antonio Almas
Sentir o toque das palavras como dedos que se agitam na nossa pele, é saber interpretar os sentidos nelas descritos.
Antonio Almas
Insónia
A madrugada acorda-me constantemente, parece que me chama, parece gente. Não durmo, apenas descanso o olhar, a mente, que dormente se levanta para caminhar com o corpo pela casa. Não sei porque o sono foge, porque a noite grita e a alvorada se antecipa num véu em agitação. Os olhos aberto no escuro, percorrem corredores e espaços vazios, não sei o que procuro, não sei por que deambulo no vazio da noite. Escuto uma voz que se propaga na neblina, o eco de um trovão que trespassa o céu, a vontade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, a incapacidade de mover-me do mesmo sítio. Sabes, acho que me chamas nos teus sonhos, que escuto o grito do teu alento, que me banha como água gélida na madrugada fria deste inverno. Pese embora o silêncio, escuto perfeitamente os ecos que me levantas, os ventos que me aportas, as vontades que me reclamas. Volto para a cama, adormeço até que amanhã me levante.
Apesar de ser apenas as letras que te escrevo, nunca deixes de ler os meus sentidos, guarda-me nos detalhes do teu íntimo.
Lá fora a chuva resvala na vidraça, aqui, dentro da alma, o silêncio impera, a semente espera pela calma dos dias.
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