Alma do Guerreiro
PRESENÇA
Quando os olhos arremesso no outrora
De quanto amei me acho privilegiado
Vejo que tudo foi agrado no passado
Que toda a prova uma cortês aurora
Sempre na mais pura sentimental hora
Tudo que dadivava, mais apaixonado
Dor, choro, lamento, deixava de lado
Asilando, então, na caixa de pandora
Os castelos aprumados, o firmamento
Na sensação mais bela e alta os erguia
E, assim, os via tão cheios de portento
Que carinhoso ganho faz a companhia
Pois, tudo é tão maior, maior o contento
Triste a hipocrisia, que faz a alma vazia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/11/2020, 19’43” – Triângulo Mineiro
[...]uma rosa...
...uma rosa é uma rosa
de uma beleza caprichosa
de um perfume em prosa
poesia, uma rima preciosa...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
TURRA
Que desmedidas saudades se formaram
Sob os olhos da lembrança. Imensa hora!
Em que o silêncio surgiu! Funesta aurora!
Que amargas lágrimas na face escoaram
Falta, que o peito rasgado, amortalharam
Que aflitivos suspiram, e a saída implora
Chora, e das tétricas angustias brotaram
Pra abraçar a sofreguidão que vive agora
Depois uma sensação em treva chorando
E o passado em sombras, que não partiu
Morre, nasce, seca, flora. Flagelo infando!
Até quando o sentir no que já separou
És emoção que o flagelo empederniu
Ou turra viva do amor que não acabou?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/11/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro
ADIANTE
No amor todo feito de grandeza
De afeto, de atenção e verdade
É que eu vi haver com vontade
E (mais que vontade) gentileza
Não era o vulgar ar de incerteza
Nem o olhar cheio de banalidade
Era outro sentimento, suavidade
Que nem sei expressar a beleza
Um vário sentir, certa candura
Feito de abrigo, certa ternura
Que abraça a alma por inteira
Ô emoção, tão forte e carinhosa
Que deixa a fraqueza corajosa
E nos faz sonhar sem fronteira
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/11/2020, 20’20” – Araguari, MG
VALER
Eu poetizarei um momento de riqueza
por uns termos tão poéticos e ditosos
que assinalem aos infelizes invejosos
a satisfação, esse bem que da certeza
Escreverei alacridades sem dureza
suspirando mimos tão carinhosos
que jamais serão atos caprichosos
pois, são vindos da doce gentileza
Pra quem servir, não tenho segredo
no agrado, é belo como o horizonte
do cerrado, com estupendo enredo
Nessa corrente, se sente, é fonte
de amor, paz, onde não há medo
inutilmente, e nem desmonte! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/11/2020, 08’40” – Araguari, MG
SÚBITO REVÉS
Súbito revés de algum sentimento oculto
entre as dobras da frustração em entono
sacode-me, eu tristonho, e no abandono
da solidão, e que na emoção faz tumulto
Mas este terror sombrio e sem indulto
que levo no peito, e a tirar meu sono
apodera-se e se declara agente e dono
do sossego, tirano e vomitando insulto
E eu sinto o árduo suspirar da saudade
preso no encolhimento da imensidade
que me joga na sofrência que me guia
Sinto nada de mim, salvo a sensação
que bate desesperada e com tensão
e que amofina a poética vazia e fria
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/11/2020, 15’04” – Araguari, MG
REMOINHAR
Fui no destino um amador exaltado
Tudo era pra vida um bem ovante
Ser, o haver, uma sensação cintilante
Do desejo, um sentimento sagrado
Fui apegando ao amor arrebatado
A vida se importava com o instante
A alegria no peito mais penetrante
Este um afável e amante passado
Sei bem o ruim de se achar solitário
Na eloquência dum triste cenário
Singular, então, não seja tardança
Ó emoção tão enigmática, talvez agora
Gire, e seja contagiante como outrora
Diz-se que o amor é eterna esperança!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/11/2020, 08’22” – Araguari, MG
Aos mestres com carinho...
Aquele que transmite o que aprendeu
Aprende ensinando, ensina o caminho
Nossa reverência ao sábio no apogeu 
Da dedicação, os que redigem a educação
Sacerdote da instrução, das letras, do liceu
Gratidão eterna aos formadores de cidadãos.
A VOZ DA SAUDADE
Se a madrugada, acordada, plena
Branca de luar e a sensação vazia
A emoção apertada de um dilema
Faz o peito ranger de dura agonia
O silêncio na imensidão extrema
O pensamento a situação irradia
Tal um sofrente e sentido poema
De ciciosa insônia, aguada e fria
E o coração se cala no que sentia
A escuridão fala pra dor da gente
Como um canto de acre soledade
Num tom dolente a falta arrepia
Porque mais que o ruido ardente
Vozeia a voz acética da saudade...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 janeiro, 2022, 15’34” – Araguari, MG
SONETO PERDIDO E TORTO
Se prosar que ignoro estou mentindo
Mas falar de amor eu não mais tento
Por essa tal poética eu vou convindo
Sem mais entender deste sofrimento
Se da saudade atormento vai saindo
Nesta sensação nada mais fomento
De tuas rememorações vou fugindo
Destinta quimera eu lanço ao vento
Se a prosa é de que me ama, maço
E se silencia, nem sei o que eu faço
Com a solidão na minha inspiração
Quanto mais o sentimento absorto
Mais o soneto se vê perdido e torto
Na prosa de um apaixonado coração
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 janeiro, 2022, 10’16” – Araguari, MG
SINOS
Rompendo o silêncio do campanário
Sinos da Capela tangem fortemente
Musicando com fervor o fiel rosário
Qual faz palpitar a devoção da gente
Suplicas! as badaladas do rogo diário
Aliança. O sino bate fervorosamente
Seu planger o tom de estuo cenário
Onde a fé vibra numa toada presente
Dentro d’alma bimbalha a esperança
Num hino do coração em confiança
Para o espírito cheio de fraternidade
Ribomba o sino da Capela, é batida
De crença, onde a paixão é acolhida
Nos aflorando o amor e benignidade...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 janeiro, 2022, 17’04” – Araguari, MG
[...] curso
uma rosa desabrochada
no tempo passada
retalhada
ou nada
ainda bela, encantada
com inspiração...
Uma rosa caída
ao chão
ainda uma rosa
divina criação...
Formosa!
Brota outro botão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 janeiro, 2022, 08’56” – Araguari, MG
LUAR NO CERRADO
Nos confins do sertão eis que acontece
O níveo clarão de uma diáfana doçura
Que na imensidão do céu resplandece
Descorando a negrura da noite escura
Num entreabrir desvanece e aparece
As estrelas, ornando a ti, ó formosura
Em um balé de harmonia e de prece
Enchendo de poesia, graça e candura
O luar no cerrado, probo e tão divinal
Guia da noite, confidente e boa prosa
Sempre revelado no angelical castiço
O luar no cerrado, de fase temporal:
Nova, crescente, minguante, gibosa
E ao matuto: ilusão, sonho e feitiço!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 janeiro, 2022, 20’06” – Araguari, MG
Fevereiro, que rompa
Suave, alegre e racional
Traga na folia a compreensão
Cuidados, afinal
Pra haver repetição
A vida tem de ser integral
E neste bonde não seja um passageiro
Bem-vindo fevereiro!
Que assim seja especial!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 janeiro, 2022 – Araguari, MG
DISPAR
Pela prosa de amor vou seguindo
A poética nos versos carregando
No perfume do sentimento indo
A afeição vai ao poeta inspirando
E, em cada rima a trova sorrindo
Com a paixão jamais me faltando
Pois o fascínio é sempre benvindo
Criando o amor, ao amor quando
Tenho reservado dentro do cântico
O tesouro de um sentir romântico
E o realce do enamorado coração
Difiro àquele duma empáfia nobre
Que tem aquela emoção tão pobre
Pobre de zelo e pobre de sensação
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 janeiro, 2022, 07’07” – Araguari, MG
SONETO CINZA
Como no cerrado, o torto é vestuário
Desenhando no vento árida textura
Rajando o céu em escarlate mistura
O coração na paixão, tem imaginário
Eu, na solidão, de imperfeita bravura
Vejo a desdita germinar no itinerário
E o amor em tal solene rito arbitrário
Frustrado pela própria azeda ternura
Fico então no conforto do contrário
Do que no peito me anuncia a tortura
Implorando amor com um destinatário
Mais, que o viver possa ter procura
E a vontade de ter amor, seja vário
No afeto, o amor no fado, é ventura
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de maio de 2016 – Cerrado goiano
QUISERA SER DIFERENTE
Cá a imaginar um soneto diferente
Leve como a inspiração no abstrato
Pode ser engalanado ou com recato
Porém, com sentimento incipiente
Que suas rimas transborde o prato
Da inspiração e, no amor suficiente
Com quimera radiante e presente
Onde do autêntico seja fiel retrato
E nesta de dar vida paralelamente
Ao belo e o agrado, que o translato
Seja reluzente, tal o sol no poente
Pois, o quero na imaginação exato
No coração contagiante e ingente
Que não caiba num "post" barato
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, 2016 - Cerrado goiano
VELHA PORTEIRA
Pela velha porteira da estrada
Passou o passo, passo a passo
De afã, sonho, pressa, cansaço
Todos com sua singular toada
Por ela a vida passa, meada
Passo crasso, leve e pedaço
De ser, em um tal compasso
De sensação, sem ter parada
Ó velha porteira no vai e vem
As secas, invernadas, ir além
Vendo a história, fase, tolice
Afinal, no tempo está contido
O que divisa o destino vivido
E hoje passo por ti na velhice...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 janeiro, 2022, 15’16” – Araguari, MG
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