Alma do Guerreiro
Trate um criminoso como alguém que não teve uma oportunidade na vida e teremos uma sociedade onde o verdadeiro preso é quem trabalha.
As melhores e mais puras fantasias não devem ser contadas, apenas imaginadas. Entretanto não se furte em destinar todo o poder de sua criatividade para alcançar sua finalidade. O êxtase supremo.
Uma menina no dia do seu aniversário, acompanhada de sua mãe, entrou numa loja de brinquedos e em meio a tantas bonecas lindas e perfeitas, ela se interessou por uma que estava quebrada. Com muitas teias de aranha ao seu redor lhe faltava uma perninha, coitada da boneca. Sua mãe lhe explicou que ela poderia escolher qualquer outra boneca que tivesse inteira. Então sua filha lhe perguntou: Mamãe, se eu tivesse nascido sem uma perna você não iria me querer também? Assim é a vida. As vezes podemos ser imperfeitos aos olhos de muitos, mas afinal quem não é como uma boneca quebrada neste mundo?
MONÓLOGO DA FOME
Eu estou com fome, meu senhor.
Perdi meu emprego, fiquei doente
E hoje moro na rua.
A covid matou metade da minha família.
De onde eu sou?
Não sou da Disneylândia, já morei na Ceilândia, na Estrutural,
No lago Azul, em vários lugares, nesses lugares em que as pessoas não desejam morar.
É hoje eu moro aruá, lugar em que muitos desejariam morar, para ter a liberdade que eu tenho, mas para morar na rua a pessoa precisa passar por onde eu passei, viver o que eu vivi.
Meu senhor, por piedade, diga-me, o senhor vai ou não me dar um prato de comida?
Sempre que te vejo, todos os átomos do meu corpo se agitam, o meu coração palpita e eu perco a respiração e a razão... Pois é! Você bagunça toda a minha vida!
Tentei entender o porquê das pessoas serem tão diferentes aqui na terra, lutando entre si para serem mais que as outras, tendo como ancestrais a mesma ramificação em sua origem: Deus. Ele criou os humanos e as estrelas. Então olhei para o céu e entendi que estava diante de um grande espelho que refletia todas as pessoas que aqui estavam. Temos estrelas de todas as cores e de todos os tamanhos. Mas, principalmente temos estrelas com brilhos diferentes. Umas brilham mais e outras menos. Mas, todas elas brilham. E não vemos as estrelas competirem entre si para saber qual brilha mais. Elas apenas fazem seu papel de brilhar e iluminar o caminho dos apaixonados quando a noite caí. Não se importe com o tamanho do seu brilho. Apenas brilhe e ilumine o caminho do amor por onde você for.
Quando dizemos que gostamos de alguém o significado é muito amplo. Acredito que algumas pessoas são incapazes de compreender a profundidade ou mesmo o alcance onde pode chegar tal sentimento.
O ser humano tem uma riquíssima capacidade de praticar a bondade na maior parte do seu tempo. Mas basta alguma coisa sair do seu controle para aflorar a sua capacidade muito superior em praticar o mal.
A idealização do momento doce vivido com a pessoa amada é sem dúvida um grande mantenedor do fogo que nutre o desejo. Claro, sonhar é viver entre o real e o impossível sem que exista limites para alcançar as portas do céu. Quem nunca sonhou estar ao lado de sua paixão em diferentes planos não vai compreender quão profundo prazer. Uma coisa é estarmos juntos em pensamento, mas até lá a simples imaginação da consumação deste momento será o suficiente para me tornar mais feliz.
Escrever uma poesia
Não acontece todo dia
Pode ser um estado de graça
Ou de melancolia.
Djanira do Carmo Lopes
Há flores por toda parte.
Na natureza e na arte.
Flores de todas as cores
Flores lindas coloridas
Se as flores enfeitam a morte
Muito mais enfeitam a vida!
Sou escravo de uma ilusão de liberdade
Não sou,
nem nunca serei
escravo de ideologia
nem escravo do amor
nem da alegria...
Sou livre
assim penso e vivo
tenho um coração calmo,
ativo com muito defeito
um coração que ama
que ri, que chora e sangra.
Escravo do riso eu seria,
se não soubesse
como tolos são os que riem à toa
contudo, no meu universo
não há espaço para distração
de natureza humana.
Há contradição no meu discurso
e confusão no curso da minha epígrafe
enquanto escrevo e penso
outra ideia surge, no subterrâneo
onde o meu inconsciente
trava luta com minha lucidez
superficial.
Sou escravo de mim mesmo
dos meus servos-heterônimos
que conscientemente me guiam
quando eu divago sobre as suas teses
e admito que na obscuridade,
na verdade, são todas minhas.
Sim, sou seletivo e chato mesmo, pois o próprio Jesus disse: "...Não se deve dar pérolas aos porcos..." MT. 7.6
Então não posso perder meu precioso tempo com pessoas hipócritas, frias e insensíveis, saio de cena e busco novas oportunidades. Kkk
A maior grandeza de um ser humano, não está naquilo que se apresenta extremamente e sim naquilo que o deixa em paz quando se encontra só diante da sua consciência.
Djanira do Carmo Lopes
"Não tenha vergonha de ser gentil e generoso com quem aparentemente não merece. No final das contas, só será verdadeiramente rico, aquele que dividiu o que tinha sem parcimônia."
Um caso real da literatura brasileira
Seguindo a sua rotina, a de sempre ir ao supermercado no final da tarde, para fazer compras para o jantar, o Antônio não tinha muita pressa, vivia sossegado. Era metódico e organizado, sempre saia na mesma hora de casa, seguia seu ritual diário. Entrava em seu carro, um 4x4 esportivo, dava a partida, ligava o som, para ouvir as notícias do final do dia, seu carro não era exatamente um carro de playboy, mas era um carro bonito e possante, que chamava a atenção das pessoas, pelo seu tamanho e potência.
Eram seis e meia da tarde, ou da noite para alguns, o fato é que era noite para o Antônio, pois em sua região o sol se punha mais cedo. Neste dia, porém, em que relato os fatos ocorridos, fatos dignos de atenção do leitor desta coluna, o Antônio achava que seria apenas mais um dia como os demais, que iria ao mercado, voltaria em paz e segurança, e que faria sua costumeira comidinha caseira para agradar a sua esposa. Antônio era jornalista aposentado, na verdade vivia de renda, tinha lá um pouco de dinheiro aplicado, dinheiro que recebera por uma aposentadoria voluntária, que o governo brasileiro havia promovido e incentivado antigos servidores federais a se aposentar antes da hora.
Antônio estava na melhor fase de sua vida, tinha casado já seus dois filhos, vivia com esposa a sua terceira lua de mel. Era um casal ainda jovem para os padrões atuais, ambos com sessenta anos, fortes e saudáveis, tinha uma vida sexualmente ativa e muito satisfatória, não tinha muito com o que se preocupar, vida financeira equilibrada sem nenhuma grande causa para lutar, queriam apenas viver e aproveitar seus melhores dias.
Antônio, neste dia em questão, foi ao mercado, como sempre fez, comprou seus ingredientes para o jantar, verificou que havia chegado o seu vinho favorito, vinho que ele tomava sozinho, uma garrafa por semana, especialmente na hora de cozinhar. Conversou com a moça do caixa, falou da família e dos netos, incentivou a atendente do caixa a estudar, pois segundo ele, a vida tinha muito mais para oferecer do que um emprego simples de caixa de supermercado. A moça agradeceu, como sempre fazia, era solista, mas não tinha lá grandes chances de subir na vida, pensava o Antônio, que ela apesar de ouvir seus conselhos nunca deixaria de ser caixa, estava na verdade contente com seu trabalho.
Antônio pagou sua conta e se despediu de todos, entrou em seu carro e seguiu para sua casa, que ficava a duas quadras do supermercado. Antônio morava em um condomínio de classe média, tinha seus privilégios quanto ao luxo de morar bem, morava em numa cobertura, seu prédio tinha área de lazer e segurança 24 e horas por dia. A garagem era como sua sala, não tinha a menor chance de ser abordado por estranhos.
Mas para tudo na vida sempre há, como dizem os mais velhos, sua vez. E este dia era a vez do ineditismo acontecer com Antônio. Ao sair do carro, foi surpreendido por um homem bem vestido, que lhe apontou uma arma e disse:
-Entre no carro, vamos dar uma volta.
Antônio calmamente lhe respondeu:
-Não vou a lugar nenhum. Se quiser me roubar, me roube aqui mesmo, e se por acaso deseja me matar, faça aqui, pois não costumo andar com estranhos, muito menos na hora sagrada de fazer o jantar para minha esposa.
O homem bem vestido, que ainda não sabemos ser um ladrão comum, balançou a cabeça e disse:
-Mas você é mesmo louco, não está entendendo o que lhe digo, ou está tirando onda com a minha cara? Estou lhe dando uma ordem, entre no carro e dirija para fora da cidade.
Antônio olha para o lado, não vê ninguém, está sozinho, apenas ele e o ladrão, ou o lunático que desejava dar uma voltinha de carro com ele. Antônio pensou, que seria mais um pervertido, pois o homem bem vestido não tinha as características comuns de um assaltante. O homem vestia um terno preto, mas de boa qualidade, não era um segurança do prédio, Antônio conhecia todos os empregados do seu condomínio, e, para estar ali, e ter entrado pela portaria, só podia ser um morador, alguém que premeditou cuidadosamente o evento.
Antônio diz para seu algoz, ainda com aparente calma:
-Não sei o que o senhor pretende com esta história de andar comigo de carro, poderia ser mais claro? Seja direto, o que realmente deseja? Como o senhor se chama?
O Homem abaixou a arma, se encostou no carro e começou a chorar. Entre lamentos dizia:
-Sou um desgraçado, me desculpe. Estou com uma doença terminal, moro aqui já faz alguns anos, sou viúvo há muito anos, e tenho observado a sua vida tranquila, sua rotina diária. Já pude ver o quanto é feliz com sua esposa. Então por viver só e abandonado, sem filho e parente por perto, e ainda condenado à morte, resolvi fazer alguma coisa para chamar a sua atenção. Veja, eu falo a verdade, esta arma, por exemplo, é uma arma de brinquedo, comprei com este intuito, o de lhe causar algum sofrimento e angústia. Mas sua reação me deixou ainda mais confuso. Quem em sã consciência, neste mundo perigoso, agiria desta forma ao ser abordado com uma arma na cabeça?. Qual é o seu segredo, por que leva a vida desta maneira incomum?
Antônio riu do homem, que ainda chorava descontroladamente e disse:
-Não tenho nenhum segredo, meu amigo, só penso que a vida não é assim tão complicada, como parece para a maioria das pessoas, e quanto a morrer nesta altura da minha vida, não me diz nada, tanto faz, estou satisfeito com o que fiz e vivi até aqui.
-Mas me conte mais sobre sua vida e doença, quem sabe eu não posso lhe ajudar.
O Homem de terno preto, marchou em direção a uma lixeira e jogou a arma de plástico. Voltou em direção ao Antônio e disse:
-Me desculpe, eu sou um homem desgraçado, mas poderia me fazer um grande favor? Não conte sobre isso para ninguém, nem me entregue para a polícia. Eu não mereço tanta consideração assim, esqueça este meu vexame.
Antônio olhou com piedade para o homem, que agora já estava mais calmo e disse:
-Não se preocupe, será o nosso segredinho, e se ainda quiser dar um volta no meu carro, podemos ir. O homem riu desconcertado e disse:
-Não, muito obrigado, tenho que voltar para casa já está na hora de tomar os meus remédios.
Antônio pegou suas compras, acionou o alarme do seu carro, entrou no elevador e entrou em casa sorrindo, como quem tivera uma visão de algo inverossímil.
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