Alma do Guerreiro

Cerca de 61734 frases e pensamentos: Alma do Guerreiro

região

chão árido cascalhado
de tradição e moda de viola
à alma consola
coração do Brasil
- Goiás do cerrado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ir-se

Escandalizo a tal sorte
Afetação cruel e triste
Espera, alma e morte
Do gabo nada existe

Mesmice reescrevo
E o passo aí, passa
Na saudade relevo
Nos olhos fumaça

Nasci pra renascer
Das cinzas ressurgir
Morro e tento viver
Afeito. Outro partir!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TÉDIO (soneto)

Sobre minh’alma, no cerrado ao relento
Cai tal folhas ao vento, dum dia outonal
Um silêncio mortal, dum vil argumento
Tão brutal, o aborrecimento, tão fatal!

Oh solidão! Tu que poeta no momento
Abandono, no mundo, a mim desigual
Me dando ao pensamento o lamento
Num letargo sentimento descomunal.

Só, sem sonho, sem um simples olhar
Deixar de sonhar, como então fazê-lo?
Se é um aniquilamento assim estar...

Deixar o enfado num desejo em tê-lo
O que não vejo! Porém, estou a ficar.
Ah! Dá-me a aura da ventura em zelo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto, 23 de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

OS SESSENTA (soneto)

Os sessenta anos duma alma inquieta
Cabelos brancos, a face vivida, poente
Os olhos no qual se trova inteiramente
Bagatelas, onde mora a emoção poeta

Um sonhador de sentimento profeta
De palavras que falam, inda inocente
Versos que do peito saem de repente
Docemente, em uma parição secreta

Uma determinação tão só, tão largada
Que o silêncio urge, no invento venta
A sorrir, e ou a chorar, lhe é camarada

E se na parada se senta, pouco tenta
Aquieta, numa má sorte da derrocada.
São os encantos de se ter os sessenta...

Inserida por LucianoSpagnol

Canção

Não te cies do fado, nem do meu olhar
que o vento nos puxa pela alma sedenta
que as estrelas no céu se põem a poetar...
E nosso desejo se faz eternidade juventa.
Apressa-te, amor, que o tempo é de amar
que amanhã não importa, te quero agora!
Não demora tão longe, não me deixe estar
sozinho, num nácar de silêncio, janela a fora
o pensamento, se fores sonho, quero sonhar!
Seja já! Mesmo que a estória fale de outrora
o coração traça rotas que nunca pude tatear.
Apressa-te, amor, dispa está solidão, és abrigo
pegue na mão, me abrace, e assim vamos estar.
Se não te disse, com os meus versos te digo:
Como foi bom poder te encontrar!… e ficar!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/04/2019
São Paulo
(um mês)

Inserida por LucianoSpagnol

Exilado

A lua me exilou na noite solitária
Me jogando em um isolamento
Onde a alma se sente precária
No ter e não ter o sentimento
O que alegra, fascina, motiva
Que traz sentido e movimento
Sem que se tenha expectativa
Pois o amor não é sofrimento
Nem exílio, é afeto, iniciativa

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ACHANAR (soneto)

Deixe que a dor da saudade enfim passe
Soltando d'alma o que é teu maior enfado
Deixe-a nas entranhas secas do cerrado
Para que nos maçantes reclamos se cale

Em um grande pesar não se é prolongado
Basta! Se todo afeto que sentes se sovasse?
Desafie os medos, e os ponha face a face
Com coragem, e os tenha como teu agrado

Sabe: eu já cansado! Ando tão com receio
Na ventura, que o meu amor se consome
E o encantamento no revés submerso...

Sinto em tudo está ilusão... Tudo custeio!
E, derreado de embatucar este cognome
Achanando este infortúnio do meu verso.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

na moral

não é da rua
ou de quem governa
a tua alma nua

vem da sua baderna
crua
interna

o caos e o fortuito
da fraca terra que cerna
sua moral, seu intuito

o óbvio ético
é gratuito
nunca cético

é generoso
correto, linear
está no olhar lustroso
no ceio familiar...

coração

cravado em sua casa, cidadão, glorioso
com decoro, fecundo
pro mundo!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29/03/2016, 10'10" – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

nascente

nem dia ainda é
nem escuridão
nesta hora de silêncio, fé
o sono já em vão
e a alma já de pé
mansidão

neste momento aflito
agoniada a solidão
que suspira num agito
num grito, em oração
será meu este delito
ou será do coração?

não importa a importância
não importa o cravo
o amor é relevância
o poeta da poesia escravo
a poesia pro poeta substância:
prosa, cria, aroma, desagravo...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

sagitariano

novembro, ah essa gente
fogo que chamusca o olhar
engole a alma vorazmente
ah! tão difícil faz-se escapar

este polvo que nos contorna
nos tantos braços, abarca
e numa franqueza nos enforna
cálidos, que no corpo marca

(gente com tal certo amor diário
um ameno amorável... de Sagitário!)

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

nega

não apresso mais
arriei a armadura
cansei do jamais
d’alma em candura

paz...

tudo vai à frente
a sorte lá traz
o silêncio presente

e o tempo voraz!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

IMORTALIDADE DA SAUDADE (soneto)

Saudade: tal como uma faca crivada
Na alma, abrindo em uma agre fenda
No coração nostálgico, rude moenda
Sonial, insiste tirana com vergastada

A tua dor foi concebida em oferenda
Ao peito, e fazendo de sua morada
Brinda com a melancolia em prenda
A sofrença da lágrima esbravejada

Imorredoura, se mantém sem venda
Reencenando num tudo, num nada
No silêncio duma esvaecida legenda

Sempre renascendo, e tão indesejada
Porém, é proposta de pouca emenda
E de imortalidade no dissabor estacada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O grito

A angústia morde os lábios
Árido de tanta perturbação
A alma gretada cata os sábios
Fundamentos do terno coração
Ardendo o pedido de socorro
Sufocados no amorfo pulmão
Onde a erudição se faz forro
E manta das quedas do coração
O corpo chora as agonias
E o alarido estridente uivo aflito
Tentando cuspir arrelias
Das entranhas num seco grito

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/08/2012, 18’58”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

madrugada
a noite afora
a insônia escancarada
o urro do silêncio chora
a alma despedaçada
as teclas mudas, e vai-se a hora...

o sino da igreja calado
os amantes não sussurram
o relógio amofinado
pro peito os anseios empurram
e a secura do cerrado
e o tempo não passa. Murmuram!

exausta a cama
e o vazio de sua ausência
acordado. Olhar na lama
e me engole, sem paciência
está noite um drama!

amanhã reticência...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
19/09/2019, 03’05”
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

pôr de lua
estou na tal fase
do luxo da alma nua
de ignorar o tino da frase

escapa-me a percepção
o verso, a rima, a inspiração

a emoção já não me pertence
foge-me o suspense

sou apenas rumo
resumo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/09/2019
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

MEUS VERSOS (soneto)

Meus versos, o vento no cerrado ganindo
A angústia da alma vozeando melancolia
O silêncio fraguando rimas na monotonia
Duma solidão, da saudade indo e vindo

São a trilha do fado escrevendo romaria
Desatinadas, o meu próprio eu saindo
Das palavras de ansiedade, intervindo
Com minha voz sufocada, do dia a dia

Meus versos são a migalha cá luzindo
Na sequidão do vazio que me angustia
Que há entre a quimera e o real infindo

Meus versos são colisão com a ironia
Do choro e da alegria no peito latindo
Meus versos, minha voz, minha valia

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Quando a Boca Cala

No silêncio a alma confessa
Quando a boca cala
O olhar não tem pressa
Quando a boca cala
Os gestos falam sem promessa
Quando a boca cala

Tudo no direito de ir e vir, quando se quer ficar
Onde o que importa é acolher, é abrigar
Sem a ditadura de querer mandar

A emoção encontrada clama
Quando a boca cala
A paixão partilhada chama
Quando a boca cala
O desejo lado a lado é poesia
Quando o corpo é harmonia

Ai mesmo quando a boca cala
O amor fala!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15/04/2013, 05’30”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto da Dor Doída

Nas asas da saudade partiste
Fostes como brisa ao vento
Minha alma ao relento triste
Poeta uma porção de lamento

Na solidão um quarto vazio
Que ainda caminha teu cheiro
Nas lembranças apenas frio
De um chamado ainda inteiro

Contigo levaste parte de mim
Em mim um todo de vós ficaste
Levarei impregnado até o fim

E neste teu momento de partida
Suspiros, foste ao coração engaste
Agora choro eu, por esta dor doída.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
19 de Julho 2015
Cerrado goiano
ao meu pai.

Inserida por LucianoSpagnol

RESPOSTAS NO AMOR

Amo... vejo envasado em nobre sentimento
Todo o meu ser em fulgor, a alma em união
Contempla-me a glória, inteireza na emoção
Ame! - E deixe o mal com o seu sofrimento!

Sofro... quando me encontro em desilusão
De espinhos, arranhão, então fique atento
O desdém que humilha, não há argumento
Pois, o contento, se deixa levar pela paixão

Se tem irrisão, perdoe, o perdão é prece
Árduo é o caminho, e perverso a injúria
E ter um bom alívio é o que se esquece

Amor... amar... amo, trova dum profeta
Ao coração enriquece, sem ser luxúria
A eterna inspiração do ser, de ser poeta!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Ah! Se todos entendessem,
que a alma transmuta e a morte vence.
Teriam o amor como pertence...

Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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