Alma do Guerreiro
DEPOIS QUE TI SENTI
Depois que te senti, só depois, sentimento usual
Notei que o agrado d’alma é bem sem ter preço
A maior felicidade, emoção, singeleza virginal
E, se um dia há igual, eu ainda, não o conheço
Doçura ardente e casta, à Deus, afim, eu peço
Ó sentimental ponto, faz deste poetar divinal
Desejo sem igual, cujo certo e único endereço
É a paixão, que faz da sensação tão especial
Depois que te senti, só depois... vivi a cortesia
O espírito junto da alegria e cheio de ventura
É que a mente me invade uma emotiva poesia
Com versos imersos no prazer, assim, estavas
Cada rima, provando está minha suave ternura
Na entrega do amor rudimentar que me davas!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 janeiro, 2024, 14’53” – Araguari, MG
Pranto e sorriso (fado)
No pranto da alma um sorriso
De ilusão. Pesar não, encanto
Pois, haver a crença é preciso
Toda a doçura do amor, tanto!
Se bem, a risada é um paraíso
Cheio de cor, de cheiro e canto
Entanto, na dor chorar é inciso
Aliviando o coração, conquanto,
Nem sempre, a regra é a hora
Portanto, tenha o querer afora
Da renúncia, te soltes da tolice
Tem muito mais, creia, confie
E, com a satisfação... contagie!
Pois, o tempo traz já a velhice!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 12’12” – Araguari, MG
CORRENTEZA
A correnteza limpou minha alma
E renovou meu coração
No amor da pureza
Que se chama natureza
Vivência aos 90 anos
Gasta-se o tempo em verso
a vida tentando o descrever
na alma o seu imerso
o pensamento tentando ler:
- Inquieto, vivo... os 90 anos!
Ele tão dentro, a vida tão fora
Inquieta vive
Uma vida corrida, de planos
De prosa, momento,
Custa o que se sente
Não importando o declive
Se vai inteiramente
Da sua maneira
Tendo uma vida inteira!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/09/2022 – 08’41”, Araguari, MG
*para os 90 anos de Daisy Lemos Dorazio
SONETO DE AMOR
E, foi assim, de repente, aconteceu
Com a alma alumiada, doce sentido
Aquela esperança, o olhar revestido
De poética, então, o amor apareceu
Pois, o sentimento já não era só meu
Fui de sensação e agrado aspergido
Em um lirismo de outrora perdido
E agora, tão apaixonado, e tão seu
Não me envergonha ser acometido
De sentimental coração, enamorado
Cheio de ardor, que por ti, enchido
Um relicário que no peito faz suspirar
Tão intenso, vibrante e compassado...
Bom. Como é tocante poder te amar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 setembro, 2022, 21’04” – Araguari, MG
SONETO
Prosa d’alma! Compasso e essência!
A voz duma sensação não esquecida
Despertar da recordação adormecida
Versos rimados em sua boa cadência
Literário, ilusório, atroz ou clemente
Feliz na presença, triste na ausência
A emoção palpita a cada existência
Canção que recita o evento da gente
Tu fazes da saudade a rima singular
E da felicidade, agrado, um doce lar
Traduz a menúcia da vida a seduzir
Em ti, cada um pedaço, cada instante
Em um todo, encantador e sussurante
Tu soneto, poética que se faz sentir!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 de novembro, 2021 – Araguari, MG
ABUNDANTE
Pensas tu, caro ledor, que os bardos
Vivem na sofrência, com a alma fria
Criando carência, fingindo a poesia
E tendo nos mistérios os seus fardos
Não creias que sejam tão solidários
Suspiros, agonia, os faz companhia
Traz prosa e a sensação, então, cria
Deixando coar da alma seus diários
Talvez encontre a dor com o amor
Nos versos daquele poeta pendente
Então, sinta e terás o olhar do autor
Eu, um pecante na dor e indigente
Na paixão... Sentimento a compor
Vivo abundante, que sonha, sente!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29/11/2021, 21’22” – Araguari, MG
EXÍLIO
Cobriu-me de tristura o ocaso pardo
Um aperto n’alma fino e sem trelas
A saudade com sensações donzelas
E o silêncio que pesava como fardo
E, cá neste soneto um penar guardo
A tatear as imaginações tão singelas
Arrancando emoções sem ser belas
Pra ferir a poética com duro dardo
E, vai, assim, em um versejar forte
Rogando em vão a esmola da sorte
Tragando a ilusão das covas rasas
Bardo triste afetivo em tuas prosas
Sou choro, sou riso, sou mais rosas
Amargo trovador com exiladas asas...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 dezembro, 2021, 05’40” – Araguari, MG
SONETO DO AMOR QUE VIROU POESIA
E, cativo da prisão das ternuras
A alma com afinidade por perto
Pra conter em um coração certo
O desejo, a poética em longuras
Muito é o esmero, em companhia
Vestígio de carinho e sentimento
Com emoção, sensação, contento
Em prosa de satisfação e alegria
E neste meigo e atraente cuidado
Um sorriso, um gesto e ao lado
Aquele olhar que na paixão cria
A cada verso, que, assim, trovando
Tem vinculo na entrelinha rimando
O soneto do amor que virou poesia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 dezembro, 2021, 10’43” – Araguari, MG
BEM ACEITO
Suspira a alma, satisfeita, embriagada
Que brada, que celebra e engrandece
Alegrias assim singulares, as merece
Ornando a emoção de cor enamorada
Ó agrado afeiçoado, ó ventura ritmada
Pulsa o sentimento tal uma doce prece
E então, sensação, que o peito aquece
Causando está melodia tão encantada
Como é sonoro o versar, ao amor feito
É Deus, que tudo vê, assim, abençoa
A devoção, a cumplicidade, o respeito
Sim, o amor, que no bem tem sua sina
Quando no olhar há simpatia... perfeito
Pois, tudo sublima, onde a paixão ecoa
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 de maio, 2023, 05’59” – Araguari, MG
POÉTICA QUE ATRELA
Ó verso, que se enfada, ó verso, que brada
D’Alma cansada. Tão inquieto, e pobrezinho
Nunca foste amado, na tua estrofe, sozinho
E vives buscando aquela prosa encantada
Tua poesia anda vazia, deserta sua estrada
Tão frígida cada rima, sem calor do carinho
Ferido. No teu íntimo aquele certeiro espinho
E, a inspiração com o silêncio da madrugada
E, amanhã, quando a luz do sol fulgir, radiosa
Ó poesia sem sorte, importuna, com saudade
Traga em seus versos uma ventura formosa
E então, já não será ignoto, e numa viradela
A solidão será oculta na buscada intimidade
E, dum canto isolado, terá poética que atrela
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 de maio, 2023, 19’23” – Araguari, MG
DEDICATÓRIA
Pressinto dentro d’alma um poema belo
Em hieroglifos dourados de tal felicidade
Que sulcará a prosa com suave docilidade
Tendo a inspiração no amor como um elo
E, se algum dia esse verso meu for exatidão
Que eu imagino cheio de emoção e venturas
Poesia que saberá das envolventes ternuras
Fazer cantar como grande que será a paixão
Se alguma vez essa minha poética imaculada
Que conquista, que expande e tão encantada
Alcançar o florescer, tal os ipês na seguidão...
Será então a minha dedicatória, sim, será
Que meu sentimento no verso distinguirá
Enamorado, cheios de sentido e de ilusão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Janeiro, 2023, 13'26” – Araguari, MG
DIA CHUVOSO
Trovejante soneto troou na dura aflição
Dia chuvoso na tarde com melancolia
Alma num vazio, e vazio na sensação
Em uma mescla de angústia e poesia
Trovejante sentimento troou pensativo
Na emoção, realidade vera ou fantasia
Quanto inteiro cerrado, tremeu ilativo
Obedecendo a dor, que versar queria
E ao perpassar por margem sofrente
O verso soluça num soneto chorando
E o bardo, também, chora soluçando
Trovejante poema troou descontente
Surge a saudade no infortúnio atado
Ferindo o emotivo coração da gente!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Janeiro, 2023, 17'51” – Araguari, MG
30 janeiro
Dia da saudade
[...] a saudade é fato! tudo passa
a alma em procissão faz despedida
e na agonia fria, repousa ali recaída
por onde, um vazio, no peito arruaça
ah! como amarga uma saudade no viver
chore! e não temas o escarpado pranto
só se tem saudade do que um dia foi prazer!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
janeiro, 2023 - Araguari, MG
POEMAS TRISTES
Poemas tristes, são gemidos da alma, presente
Cansados de poetar pesar, cansados de chorar
Poemas que cantam o canto tão sofregamente
E para depois no verso, então, a dor lacrimejar
Vagam neles o desencontro, o engano somente
Como a solidão no sentimento a desconchegar
Que parte a emoção no perdido sonho da gente
Poemas tristes... vós sois a frustração a poetar
Versam, com o olhar comovente, sem vontade
Traçando com sensação aquela dura saudade
Num refrão de apatia e de infinita insatisfação
Ah! poemas tristes, quanta narração sombria
Quanto sussurro e nostalgia, na infeliz arrelia
Arrancando suspiros e prantos da inspiração
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 junho, 2023, 15'20" – Araguari, MG
Imprevisto
Eu senti um suspiro. Longo e frio
Sussurrado d’alma, que suspirara
Tão pouco sei qual o motivo ficara
Assim, tristonha, de súbito arrepio
Quanto mais a sentia, mais havia
Aperto, pranto com a terrível cara
De quem não inferia. Ó rude apara
Que ao poeta mal inspira a poesia
Por que tristura? E então pudera
Ter no verso sentimento contrário
Se a emoção é sensação sincera
Que possa então aliviar a tirania
Orando amor em poético rosário
Para deixar o versar em sinfonia.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 agosto, 2023, 12’26” – Araguari, MG
Uma paixão
Paixão é o céu azul! A alma com canto
O que entorpece e alimenta a sensação
É o olhar que roubou o tom do encanto
A poética lua em serenata pro coração
Paixão é emoção, sedutora, um recanto
No peito: tão cheio daquela doce ilusão
Sentido, sede, tentador, contenta tanto!
Dando entusiasmo a nossa imaginação
Paixão é arrebatamento que nos aloja
A beleza balsâmica do amor que forja
É a matiz que aquece o toque, arrepio...
Paixão, explosão de desejo, sentimento
Sussurros, suspiros, ignoto seguimento
Pois, vida sem paixão, um poema vazio!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/09/2023, 11”54” – Araguari, MG
O CERRADO LÁ FORA
Quanto o manto da noite veste o cerrado
O silêncio invade a alma numa melodia
Num versar tão sensível e tão sossegado
Tal uma sensação de uma erudita poesia
As estrelas no céu, alvacentas e luzidias
Numa harmonia em seu encantado voo
Bailam pra lua em parceiras companhias
Celebrando a magia dum dia que acabou
Escura, sombria, duma vastidão gigante
Odorante, e de um singular inteiramente
Belo, significante, muito a todo instante
E nesta quietação mouca dorme a flora
Numa sedução, e fascínio tão inocente
Do embalar da noite no cerrado lá fora...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26 setembro, 2021, 20’44” – Araguari, MG
AMOR HEREGE
Não tive a sorte de um amor parceiro
Me vi em um turbilhão de sensações
Minh’alma não pode tê-lo por inteiro
Amarguei-me entre ferozes decepções
E neste frenesi de emoções, a vontade
Daquele sentimento amigo e contente
Cheio de venturas e aprazível saudade
No olhar que faz juras do eternamente
Não tive. Sou recheado de recordação
E tristuras vazadas da poética a chorar
Numa prosa de fúria, dúvidas e paixão
Piedade, fadado amor herege... fenece
Na ilusão da satisfação que faz sonhar
E a suspirar o amor que não se esquece!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 setembro, 2021, 08’32” – Araguari, MG
TOMO
Tão longe me leva a poesia
Alevanta a alma e o desejo
Só emoção, donde me vejo
Inspirando agrado e alegria
Vezes me perco na porfia
Da ilusão, outras me rejo
E sempre afeto eu almejo
Criando na prosa fantasia
Vós, poesia, cá no cerrado
Meu alento, minha fiança
Do coração o meu assento
Se haveis, amor postulado
Dar-lhe-á para a confiança
Pra assim, eu ser sentimento...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 outubro, 2021, 17’17” – Araguari, MG
