Alma de Artista Sonhador

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ALMA DA ÁFRICA,ALMA DO BRASIL

A narrativa de Antonio Olinto em seus romances africanos começa, em A casa da água, como uma enxurrada. Não há introdução, preparativos, prolegômenos. O leitor literalmente mergulha, já na primeira frase, em uma enchente. É a metáfora que conduz o discurso, uma recuperação moderna da narrativa sinfônica. Olinto escreve como quem conta uma história ao pé da fogueira na noite da África ancestral. Enumera os usos e costumes, o sincretismo religioso, os procedimentos curativos, o folclore, o cotidiano das casas e das ruas, mas principalmente localiza o leitor, pondo e transpondo pessoas, com enorme habilidade, em lugares de aqui e de acolá, do Piau a Juiz de Fora, do Rio à Bahia, do Brasil à África. Mas, se o espaço tem destaque na linguagem, o tempo é etéreo. Tempus fugit. A primeira referência temporal só se dá por volta da página 200, quando se menciona a guerra. "Mariana achava ingleses, franceses e alemães tão parecidos, por que haveriam de brigar, mas deviam ter lá suas razões." Somente ao final do livro uma tabela de datas vai esclarecer de que tempo histórico se está falando. E aí está: o tempo cronológico não tem importância.

Os achados de linguagem são tocantes. Logo à página 20, damos com esta preciosidade: "As mulheres ficaram com receio de olhar para fora e puseram os olhos no chão, Mariana, não, Mariana comeu o prazer de cada imagem." À página 58, outra: "Maria Gorda pegou-a no colo, começou a falar, tinha uma voz boa e gorda também." E à página 64: "A alegria dominou durante outra semana ainda o navio, mas foi-se diluindo em pedaços cada vez maiores de silêncio." É a voz soberana do narrador, simples, despida e precisa, fazendo um registro. Sem avaliações morais ou moralistas. O padre José que bebe cachaça, a matança cerimonial, a fornicação sem vergonhas. O livro é a pauta da vida. Desenvolve-se. Evolui, como um navio que avança pelas ondas franjadas. O livro é a vida, em seu processo, sujeitando as pessoas pela tradição, cultura, pela dinâmica própria. Um relicário da prodigiosa observação desse autor que funde ficção e memória em uma liga só, emocionante
A Casa da água foi lançado em 1969 e serviu de esteio para os outros dois livros da trilogia (O Rei de Keto e o Trono de Vidro). A análise da alma africana, e por extensão da alma humana, é preciosa, no texto de Antonio Olinto. Mas não está em fatos pitorescos ou nas anedotas. Está nos refrões, pregões, imprecações. Vejam esta frase: "Ele tinha boa cara, os lábios, grossos e fortes, formavam um sorriso lento, que demorava a se formar e demorava a se desfazer." Outra: "O pai revelou-se um homem baixo e muito gordo, a boca se esparramava como a de um sapo, ria uma risada enorme e demorada."
A trilogia do acadêmico Antonio Olinto é um compêndio sobre costumes de um povo que passou muitos anos lutando para manter a sua identidade. Assim, a pretexto de falar da alma da África, o autor fala da alma do Brasil. O fio condutor é Mariana, errante e errática, miscigenada e híbrida, suspensa entre dois mundos, como a água do mar, a água da enchente, nessa torrente de vida. Mas uma mulher firme, empreendedora, justa. Uma brasileira. A frase de Mariana, ao batizar a sua loja, comprada com o trabalho de uma vida, de Casa da água, foi esta: "É que eu comecei a ser eu depois que fiz um poço." Anos mais tarde, ela diria (página 59 de O Rei de Keto): "A coisa mais importante que fiz foi abrir um poço em Lagos quando era moça." Quanta densidade em duas frases!
Aqui e ali, a voz do autor se deixa evidenciar, numa cuidada intervenção da primeira pessoa. São apenas dois ou três verbos em cada volume, com desinência voltada para o eu. Artifícios de um habilidoso processo de construção da narrativa.

A um homem que viveu a África, como adido cultural na Nigéria, escolho a boa tradição iorubá, e termino este artigo com um oriki, como faz o autor no seu romance: ó Antonio Olinto, tu que ensinas a ver e a julgar, que estás no teu merecido lugar no cenáculo da Academia Brasileira de Letras, que escrevas muito e que teus escritos sejam recebidos com alegria pelos nossos corações, para sempre. Porque tua obra, nobre escritor, é como tu: tem a energia do trovão, a sabedoria dos nossos ancestrais e a serenidade do mar calmo.



Jornal da Letras, edição de setembro de 2007

Inserida por fraseschalita

A mágoa é o vírus que provoca o câncer de alma.

Inserida por paulosk

Antes que eu vá pra esse lugar que minha alma busca, quero deixar algo que esclareça a minha falta, os meus erros, a minha necessidade de vocês. Anseio para que vocês fechem seus olhos com a certeza que eu tentei ser melhor muitas vezes. Meu mundo muda de cor o tempo todo, o meu amor também, mas nunca deixou de ser amor. Essa estranha necessidade de ser amada que eu sentia de vocês, me acompanha ate hoje. Na minha vida eu não soube ser protagonista, todos vocês fizeram o papel principal, e toda vez que eu fugia não era falta de amor, era amor demasiado. Vivi com medo de sufocar quem eu amava. Porque era coisa demais aqui dentro que nascia, se tudo fosse colocado pra fora de imediato vocês se assustariam e fugiriam. Pois eu sei que de todas as formas de amor que já viveram, essa nunca tinham experimentado.

Inserida por juliateresa

Lembre-se sempre, que o esquecimento é um suícidio para a alma! Mas como a alma é imortal impossível te esquecer!

Inserida por Sonia1984

"aos poucos, entre a calma da alma
e a chuva de um dia tempestivo
uma gota aqui e ali, percebemos que;
o que parecia ser muito importante ...
no final do dia não é mais tão importante assim
e as vezes tomam o tempo do que realmente é.
Pessoas e coisas, coisas e pessoas não são o mesmo"

Inserida por fabiolayu2008

E dentro dos meus olhos eu carrego o espelho da minha alma. Eu não vou relatar o que eles refletem, pois quem realmente se interessar em descobrir conseguirá decifra-los sozinho.

Inserida por ds05

As virtudes são para a alma o que as pétalas são para as flores.

Inserida por PauloBitenciurtt

Preciso de sua voz acariciando meu coração de tuas mãos acariciando minha alma.

Inserida por ironpaulo

Há em mim
uma vontade sempre iminente de renovacão.
Varrer os cantos da alma,
tirar o pó dos sentimentos,
reorganizar as alegrias,
... resumir as tristezas,
multiplicar os talentos,
dar cara nova ao velho...
confortável tornar...o novo...
habitar todos os espacos do coracão..
E essa vontade é sempre...e tão imperiosa...
que todo meu ser clama

Inserida por LucieteValente

As vezes chorar faz bem, liberta a alma e consola o coração...

Inserida por GlauberAlmeida

Como as palavras são capazes de se perderem no ar?
Como a vidraça da alma der repente vem a se quebrar?
O sábio trouxe o livro, o homem perdeu a visão
As velhas armas de espoleta, são balas de fogo em qualquer outra mão.

Inserida por gabidelvechio

Noite passada eu sonhei que tinha esquecido o meu nome
Porque eu tinha vendido minha alma, mas eu acordei o mesmo
Eu estou tão solitário; Eu queria ser a lua esta noite.

Inserida por laramitchell

A Felicidade pode muito bem ser disfarçada, só quem entende os olhos conhece o oculto da alma

Inserida por carolinaguterres

Soam lá fora, todos os ritmos de alma e são proclamados todos os poemas mais amados. Moça bonita, singela, tuas mãos vão encontrar as dele, sem mais pensamentos de mar, fundos, gélidos. O cheiro que se tem é de carmim, a vida é bela... É bela quando seus corpos se encontram. Olharam a janela esperando a chuva, esperando o sol, esperando qualquer tempo mesmo que miúdo para que passasse, para que trouxesse o destino de uni-los, de prega-los um no outro. Não disse mais nada, aquele dia pouca coisa foi precisa, pouca coisa foi dita. Os olhos também tinham fala, a respiração e nenhuma calma. A paz que se instalou nos olhares que se cruzaram, feito nó. O coração que palpitou e gritou, deu pontadas, mergulhou-se num ritmo de bateria de escola de samba, a fala que sem pedir licença, saiu... sem mais delongas. Tinham saudade, os dois, saudade do que nunca até então, tinham vivido. Todo o resto era bobagem.
A primavera chegou, ele aumentou os passos, acordou cedo do único cochilo que havia conseguido dar, iria vê-la. Partiu, com rumo, dessa vez, ao amor. Ao amor. Esperou mais sete horas até subir a rua de sua casa, até bater em sua porta. Se encararam. Ouve os braços e abraços, tantos laços. E os corações se debatiam, sem mais ideias do que era felicidade.
Entrou, enfim. Suspirou o coitado.
Lá estava a moça de pele clara e rosto fino, cabelos caídos em torno dos ombros frágeis, a unica poesia viva na vida do pobre rapaz. Lá estava ele, enfim, havia chegado, de maneira apressada a moça precisava sorrir. Precisava. Sorria, porque a alegria não cabia calada.
Respirou fundo e disse: "Enfim em teus braços me achego."
Olhava-o, encantada, a moça.
- "Lugar onde quero viver e morrer. Onde sei que serei eterno." - Prosseguiu o rapaz enquanto agarrava sua menina pela cintura e desabotoava o vestido rendado. Ela prosseguiu, meio roca e trêmula:
- "Para que dentro de mim e dentro de ti, seja a casa de toda a poesia sem fim."
Rasgou-se todo o véu, e foi assim que ele a beijou nos lábios pela primeira vez, estava enfim, liberto.

Inserida por brubarbosa

Aprendi que devemos usufruir também das pequenas coisas que alegram a alma. E é com doçura e cordialidade que conseguimos isso.

Inserida por Vaniafranca

Há nesta vida só incerteza.
E para a alma que só conhece a tristeza,
a felicidade pura é tão impossível como a certeza plena.

Tudo lhe sufoca, tudo lhe afoga.
E a pobre alma triste sofre,
sofre toda a saudade jamais sentida por quem viveu a despedida.

Quanta saudade,
quanta dor reside no coração de quem se pergunta:
"o que é que existe?"

Quanta tristeza.
Quanta melancolia embrulhada em papel fino.
Há nesta vida só incerteza, só felicidade imerecida.

Ai da alma que espera por ela,
pela tal felicidade.
Vive dizendo adeus, adeus.

Inserida por nivaniojb

Você não pode ver a minha alma porque esta vidrado no mundo real, tantas obrigações... Me pergunto se você é feliz. Porque não se dá a oportunidade de viver em paz, de gostar de alguém de verdade?

Inserida por CamillaSolon

Buscar a Deus, importa para aqueles que entenderm o que a alma diz!

Inserida por Fernandodisouza

Sou negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh`alma recebeu o batismo dos tambores
atabaques, gongôs e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço
plantaram cana pro senhor de engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu

Depois meu avô brigou como um danado
nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó
não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou

Na minh`alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação

Inserida por nanahh

A tristeza é o entendimento da alma.

Inserida por thaysfagundes1960

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