Agradecimento a Pessoa Amada
“Pássaro encantado tu que detém o canto e a palavra. Que transita entre a realidade humana e a eternidade dos céus. Carrega-me. Leva-me aonde o tempo não me encontre. Onde eu e a eternidade, assim como tu, também somos um. Onde ainda sou garoto e a decepção ainda não maculou meus olhos. Onde a felicidade é certeza e não possibilidade. A casa da poesia.
Onde somos pretérito, presente e futuro.”
“Fico triste toda vez que preciso de algo que ainda não inventaram. Como daquela vez que procurei por uma máquina do tempo para voltar até aquele exato momento do nosso último abraço e dar mais um abraço e falar tudo o que não falei, quando pensei que aquele não seria o último abraço.”
“Quantos equívocos seriam evitados se ao invés de ficarmos com nossas rasas interpretações buscássemos a versão do autor.
Quando existe a possibilidade de ir diretamente a fonte de qualquer assunto é ignorância e imaturidade continuar interpretando escritos e ações.
Quando a intenção é encontrar a verdade de um assunto à imaginação sempre nos fará pecar.”
Vc não ver
Mas eu me corto todo dia pensando em te ter
E vai doer
Mas dói bem menos do que isso que sinto por vc
Eu estou desesperado
Prestes a me jogar do telhado
Mas antes decidi te escrever
Pq sei que um dia vc ainda vai me querer
Tá passando td na minha cabeça agora
E que tenta me fazer mudar de opinião
Mas eu já tô morto
Não tem explicação
Não sei se foi as estrelas
Ou a constelação inteira
Tentando me fazer desistir
Mais o que eu queria era ter vc aqui
Antes de cometer essa loucura
Que parece mais uma aventura
Queria te dizer:
I died for you!
A poesia promove o encontro entre homens e almas. Catequiza os corações religiosos, mas ainda não espiritualizados.
A Costura do Tempo
No concerto do tempo, onde a memória ressoa,
a roda da costura torna-se volante,
em mãos infantis, nervosas de esperança.
Ali, sob a mesa antiga de madeira,
um mundo se desenha em trilhas e trilhos,
na imaginação fértil que a tudo acolhe.
De ferro e linhas, nascem sonhos motorizados,
o silêncio da máquina transforma-se em estrada,
levando a alma a paragens nunca dantes vistas.
A cada giro, a promessa de um novo destino,
na simplicidade do brincar, a vastidão do universo.
Ah, os primeiros carros, feitos de nada
e de tudo que o coração de uma criança possui.
Éramos inventores, pilotos, aventureiros,
com um fragmento de mundo nas mãos,
tecendo histórias que o tempo jamais apagará.
A criança antevê a felicidade,
não espera que ela chegue para ser feliz.
Hoje, ao lembrar desse recinto sagrado,
onde o riso desafiava o impossível,
sinto a saudade suave como brisa estival,
acariciando o peito, evocando a magia
de quando podia costurar o tempo no chão da sala, meu infinito caminho.
“Mãe tem o ventre que não cicatriza e o coração que não despeja, para que o filho sempre seja seu inquilino.“
Percorrer pela subjetividade me permite arranhar a objetividade necessária para manter a minha mente sadia. A poesia é meu passaporte do já para o ainda não. Com ela caminho, descubro, estaciono e parto. Não me engano entre os mundos. A objetividade sempre prevalecerá.
A mentira não muda de status conforme o cargo de quem a contou. Pode ser seu amigo, seu companheiro, seu pai, seu médico, seu patrão,seu presidente a mentira continua sendo mentira e sempre deixará quem a contou menor.
A menina
A menina se olhava no espelho e passava horas chorando, se lamentando por aquilo que ainda nao tem
Ela se maltrata, se humilha e se odeia
Faz de tudo para poder se sentir aceita
Sua alma está morrendo, e sua alegria foi deletada
A menina implora por atenção.
A menina prega sobre amor próprio, enquanto corta o seu rosto com uma lâmina
A menina cancela sua imagem, ela perdeu suas emoções
A menina
A menina está morta.
A saudade
Sonhando acordado todo dia
Me fantasiando com o dia da sua volta
Meu coração ainda exala a tua essência
Minha boca ainda clama por teu nome
E minha alma anseia por atenção.
Me sinto um idiota
Minhas emoções são tão intensas
Tudo isso é um misto de sentimentos.
Mas você
Você não se importa, e nunca se importou
Nunca demonstrou, nunca se expressou.
Se eu dissesse que não sinto sua falta todo dia, seria mentira.
Você arranjou um outro amor
Sinto falta de ser a sua garotinha
Saber que tudo que sentimos era um engano, isso machuca
Tudo acabou
Eu odeio
Eu odeio te amar.
Um aroma úmido,
um pequeno nada,
exala o singular cheiro de terra molhada.
Composto de chão de terra, britas e
fragmentos do cotidiano.
O perfume da chuva
tem aroma de óleo de sândalo,
restaura lembranças
ao passo que apaga os rabiscos do chão.
Perfuma o vento
no entardecer das cores,
limpa a lousa da calçada e da vida,
hidrata nossa esperança
e restaura nossos sonhos.
Voei
Foi assim:
Coração acelerado, isso ocorreu perto das dez.
Quando o avião decolou,
eu subi junto.
A alma foi atrás.
Quanto mais alto ele ia,
menos medo eu sentia.
Foi a primeira vez que não me senti ameaçado pelo medo.
Abriu a porta,
12.000 pés.
Engraçado como tudo fica pequeno daqui.
Tudo fica...
Na aparente loucura causada pela adrenalina, fiz as pazes com a lucidez.
Saltei
e, mesmo no ar,
relutei.
Quando percebi que não tinha mais chão,
voei.
Logo, nós três éramos apenas um:
eu, a alma e o ar.
Engraçado,
tudo fica tão pequeno daqui.
De repente, um grito!
Mudo.
Apesar do maxilar travado, dava para sentir o eco reverberando em minha cavidade torácica.
Qualquer som silencia diante dos céus.
Engraçado como tudo fica pequeno dali.
Foi lá que percebi algumas coisas:
Que o amor não é gaiola e céu,
que é para o alto que nascemos
e que o colo de Deus é infinito.
Não foi salto,
foi entrega,
foi retorno.
