A Virtude da Maturidade
Profecia
Há uma garoa no outono que umedece
Velha e frágil folha que o pomar conserva.
Já distanciada a lembrança
Da dança ao afável vento da primavera.
Um inseto chamado esperança
Sem escrúpulo, pousa e abraça a folha úmida
A folha sem força cai no limo
Junto a ela, morre a esperança.
É ingrato um abraço tardio
É mau agouro
Esperança morta.
Conto da vida real - 1
Dalila deixou a sua vida segura para ir viver com Augusto. Partiu sem olhar para trás, fascinada em conhecer o que havia de interessante do outro lado do atlântico, culturas, novos lugares e estar com a sua paixão, o Augusto.
Não se passou muito tempo e Dalila estava encantada com tudo que vivia. Mas, em uma ocasião, sem que ela tivesse astúcia para perceber, lá também tinham as suas coisas esquisitas.
Depois de viver muitos anos por lá e desistir de tudo, Dalila começou a recordar de muitas dessas coisas, situações que a paixão não permitia que enxergasse. Foi então que Dalila me contou uma delas, dentre tantas outras que veio a contar mais tarde. Vou relatar a primeira, deixando as outras para adiante.
Era uma noite fria, ela não se lembra bem se já era inverno, poderia ser uma noite de outono. Augusto ainda não se tinha deixado conhecer plenamente por Dalila, aliás, nunca se deixou conhecer, mas sempre a tratava com muito carinho e desvelo. Os dois saíram naquela noite e foram à Nazaré, um sítio de praias bonitas e turísticas, lugar que Augusto conhecida muito bem, pois passou a sua infância, adolescência e continuou a frequentar freneticamente na vida adulta, conhecia cada ruela de casas antigas e bem conservadas, muitas ruelas não se entrava com o carro.
Dalila já não muito jovem, estava entrando na idade dos seus 40 anos, mas ainda tinha lá um charme que encantava e, em sua cegueira por Augusto, lhe confiava a sua proteção diante do novo. Tanto Augusto quanto Dalila gostavam da boêmia e bebiam uns copos para se divertirem.
Naquela noite, depois de não beberem muito, estavam alegres e sorridentes, quando Augusto encontrou três pessoas, uma mulher e um senhor, ambos de meia idade, e um terceiro senhor mais jovem e de boa aparência, usava um sobretudo, talvez de cor preta ou cinza escuro, na luz da noite não se fazia possível perceber bem. Foi então que algo muito estranho aconteceu.
Dalila não compreendeu o que Augusto conversou com eles, estava mais para sussurros do que para uma conversa descontraída. Augusto pega na mão de Dalila e a puxa, quanto ela pergunta para onde iriam, ele responde, vamos até um lugar com essas pessoas, pessoas mesmo, que ela nunca soube os seus nomes.
Caminharam um pouco pelas ruas estranhas da Nazaré e o senhor mais velho abriu uma porta, vagamente Dalila se lembra que mais parecia estarem entrando em um porão. O ambiente era mesmo muito estranho com algumas mesas e bancos de madeira, e também algumas cadeiras, não havia muita coisa lá dentro, e com pouca iluminação, era como se estivessem num mausoléu de tamanho maior, tudo muito fúnebre.
Dalila se lembra que serviram uma bebida que continha álcool, não sabe que tipo de bebida, também não sabe o que adicionaram na bebida, porque ela se sentiu diferente depois de ingerir alguns goles, e parou imediatamente de beber. Augusto ficou conversando com o senhor e senhora mais idosos e deixou Dalila sem muito ambiente e a solta. Dalila são sabe dizer se Augusto estava a fazer tudo com algum propósito, com certeza Dalila sabe que Augusto, homem da vida e bem vivido, de inocência não tinha nada.
Passado alguns minutos, o senhor de sobretudo e mais bem aparentado, começou um diálogo com Dalila, conversa estranha de gente esquisita, ao ponto de dar uma cantada na Dalila como se ela fosse uma mulher da vida. Ela percebeu que tudo aquilo era extremamente novo para ela, era o submundo que nunca havia conhecido e, sutilmente se achegou a Augusto e disse para irem embora que a conversa não era agradável. Mais estranho foi a atitude de Augusto, sem titubear e nem pegar na mão dela, saiu muito furioso e a andar depressa sem esperar por Dalila, que saiu correndo atrás de Augusto que já se retirava do recinto.
Caminhando apressadamente, Augusto na frente e Dalila atrás sem entender nada, foram até o carro e se dirigiram para casa e, nunca mais falaram sobre o ocorrido.
Dalila e Augusto voltaram muitas vezes na Nazaré e, Dalila se lembra em ter visto o tal senhor do sobretudo, mais de uma vez, ele fingia que não a conhecia e ela também. Dalila nunca comentava nada com Augusto.
Passaram-se alguns meses e Augusto falou para Dalila que o tal senhor mais velho havia falecido. Dalila pensou... estranho Augusto se interessar sobre a vida e a morte de uma pessoa tão esquisita... Teria Augusto mais conhecimento naquelas pessoas que ela não percebia? Seria Augusto tão estranho quando eles? Queria Augusto em conluio com aquelas pessoas testá-la, por não a conhecer bem e não ter certeza de quem ela realmente era? Queria Augusto que Dalila fosse uma mulher da vida para conseguir proveitos financeiros? Era Augusto um atravessador de prostitutas e se deu muito mal com Dalila?
Hoje Dalila sabe o quanto foi míope durante alguns anos. Sim, o homem que ela prezava tem como resposta, para todas as perguntas mais negativas que ela se fez e faz sobre ele, positiva. Augusto é do submundo.
Razão de existir
Onde estão as belas frases lidas, escritas?
Lá, estão elas
Nos livros amarelados
Em cada objeto desgastado
No sentimento, congeladas.
É o que basta,
Estarem em algum lugar.
À Rosa
A Rosa mulher quer ser bela
Toda rosa é única e bela
Sustentada por um caule espinhoso
E é isso que deseja a Rosa?
Desejar é um direito ao encanto da beleza
Então Rosa mulher, que se cumpram os seus caprichos
Cuide bem dos seus olhos claros
Eles são as suas rosas
Que é a essência única da sua beleza
Produzindo uma viva impressão de deleite e admiração
Sustentados por um caule que, mesmo adubado com esmero
O tempo não perdoa
Liberdade 2019
Não estava escrito no céu
Não estava escrito nas estrelas
Estava escrito no muro
Já escurecido pelo tempo
Arruinado pelo pó e pela chuva
Era o limo que escondia a palavra
Ela se fazia resistente as intempéries
A LIBERDADE em estrangulamento, fato
Muita gente passa é já não mais a observa
É só um muro sujo que precisa ser demolido
Mas, para os meus olhos, ela salta em 3D
Tenta se desgarrar como a alma
de um corpo morto que não quer deixá-la ir
A LIBERDADE é persistente
Ela sabe que um dia o muro irá cair
Ela se desprenderá
Levará a vida ao arrepio da Lei
Que perdeu a sua essência
Lei que levanta muros
Lei dos incultos
Lei da unicidade
Lei de atos inseguros
Lei da obstinação
Por melhor que seja
A LIBERDADE não irá se fixar nem no céu
Nem nas estrelas
Não, LIBERDADE não é presa
LIBERDADE é excelência
Expurga a comedida paciência.
Ah! Esse calor que se sente
É às vezes um arrepio demente
Que faz o olhar infinito.
Sem pressa na ocasião
Aprazível sensação
Absolutamente perdido
Nos jardins esquecidos.
Não existem os astros
As cores e o espaço
Doa-se totalmente
À ação do desconhecido
Apêndice do desejo.
Amor é o orgulho sem censura
E tão somente
Amamos a nós mesmos.
A Vida
A vida não é assim
Com beleza maquiada
Para demonstrar felicidade
Muito além do normal,
Viver de trocas
Inventar novos passeios
A tentar preencher o vazio do peito
Ilusão afoita do esperançado perfeito
No desencontro do próprio eu,
Os olhos passam a carregar um olhar cansado
O corpo a ficar esquálido
E o sorrir constante e aberto
Sem alegria,
Bonito talvez fosse
Abstrair-se do imaginário
E internalizar que a felicidade
Pode vir de uma vida minimalista, serena
Mais real e plena.
"Ismos"
Até quando seremos submissos?
Aos “ismos” do clientelismo, coronelismo e mandonismo?
Até quando seremos capazes de suportar a verborragia para o domínio?
- Até quando?
Até que superemos a nossa posição de resignados,
que sobrepujemos a nossa ignorância do medo
Até entendermos que a elegância estética do comportamento é para os “ismos”, como as pseudoteorias do autoconhecimento para o nosso equilíbrio emocional
Os “ismonalistas” irão nos reverenciar por sermos equilibrados, educados, não contestadores
Quando cairmos na realidade de que nada é orientado para uma sociedade mais igualitária, o tempo se foi
Já não seremos quem somos, por ter perdido a própria identidade, a criatividade e a liberdade de pensar
- Até quando?
Até o momento de compreendermos que poderemos ser alforriados
e que, conseguiremos sobreviver sem as amarras dos “ismos”
Uma nova moral ressurgirá e os “ismos” não serão para o elitismo.
Alcançaremos, pois, uma sociedade para o altruísmo, hedonismo, criticismo, interacionismo e o libertarismo.
Dando adeus aos velhos “ismos”. Quando?
O arquivo das estações
Guardei um mapa num lugar perdido,
onde o tempo, por descuido, hesita.
Os traços são rios que secaram cedo,
mas ainda guardam o murmúrio da vida.
As árvores falam línguas apagadas,
e suas folhas, arquivos de eras,
sussurram verdades disfarçadas
nos códigos de antigas primaveras.
O céu é um espelho de névoa e ferro,
onde as estrelas, frias, descansam.
Os ventos carregam ecos austeros,
memórias partidas que não se alcançam.
Ainda assim, no silêncio partido,
há mãos que moldam o que não existe.
Nas cinzas do velho, o novo é tecido,
num fôlego breve, sutil, mas persiste.
Os sonhos futuros não têm formato;
são só fragmentos em órbita errante.
Mas cada estação, num ciclo exato,
guarda uma semente sempre pulsante.
Purista, eu?
Chamaram-me purista, num tom de ironia,
Como se o zelo fosse pecado, heresia.
Por buscar nos arcanos da gestão cadente,
Um fio de lógica, um traço coerente.
Falaram de anacronismo, como quem sussurra ao vento,
Sem notar que o tempo carrega o esquecimento.
Gestões de ontem, sombras de um outrora,
Não resistem à aurora, que a crítica devora.
Eis que escrevo, não para agradar vaidades,
Mas para despir o rei de suas falsidades.
Se purismo é pensar, é questionar o vago,
Que me chamem de pura, pois o impuro é frágil.
Anacrônica é a cegueira que persiste em andar,
Na trilha do ontem, sem ousar inovar.
E eu? Sou ponte entre o velho e o novo,
Sou o verbo que inquieta, sou quem move o povo.
Não temo o rótulo que me foi ofertado,
Pois na busca da razão, o título é fado.
Que venha o futuro, com suas chamas ardentes,
Purista ou não, sigo lúcida, entre linhas e correntes.
A Garrafa da Educação
Finalmente, a educação brasileira encontrou sua maior recompensa: uma garrafa! Sim, senhoras e senhores, acabou a era em que as pessoas escolhiam universidades por qualidade acadêmica, projetos inovadores ou corpo docente qualificado. Agora, tudo se resolve com um brinde. E que brinde!
A campanha é simples, mas genial: indique um amigo para se matricular na faculdade e ganhe uma garrafa. Não um desconto, não um material didático, nem uma vaga garantida no mercado de trabalho. Uma garrafa. Certamente, é o que faltava para motivar você a compartilhar o futuro acadêmico dos seus conhecidos. Afinal, quem precisa de um diploma forte se pode ter um utensílio de plástico ou alumínio no armário da cozinha?
E vamos falar a verdade: essa garrafa é revolucionária. Cada vez que você toma água nela, sente o sabor da responsabilidade social e da valorização da educação. É quase como se dissesse: "Eu ajudei a formar um futuro profissional por causa disso aqui."
É importante reconhecer o esforço criativo dessa campanha. Em tempos de crise, a solução não é melhorar os cursos ou investir em professores. É transformar cada estudante em um recrutador, prometendo brindes que poderiam ser conseguidos com pontos no supermercado. Quem sabe na próxima campanha, por cinco amigos indicados, a faculdade não ofereça um chaveiro ou um adesivo para decorar sua garrafa?
Ironias à parte, se isso é o ápice da valorização do ensino superior, fica a pergunta: o que será que estão oferecendo para quem se forma? Uma mochila? Um cupom para fast-food? A educação, coitada, merecia mais do que um marketing tão sedento de criatividade quanto os estudantes estarão para usar sua nova garrafa.
Indique, estude e... beba água. Afinal, conhecimento pode não saciar a sede, mas a garrafa sim.
O silêncio que esconde
Há perigo no silêncio,
na fala que nunca cresce,
no olhar que se acomoda,
no sim que nunca desce.
A mansidão disfarça o vago,
um abismo oculto e frio,
onde a voz não faz eco
e o coração é vazio.
Aceitar o tudo sem luta,
sem sequer respirar o não,
é como caminhar nas sombras
sem saber a direção.
Quem nunca levanta a voz
nem questiona o caminho,
talvez se perca na ausência
ou se esvazie sozinho.
Medo me dá essa calma,
essa paz sem fundação,
pois no fundo do silêncio
mora a sombra da omissão.
No ontem, aprendemos; no amanhã, encontramos esperança, mas é no hoje que temos o poder de transformar nossa história.
A diferença entre aqueles que chegam ao sucesso e os que desistem está na forma como lidam com os fracassos.
Sonhe grande, não desista e não se preocupe demais. Apenas acredite e deixe as coisas acontecerem naturalmente. Um abraço!
Ser grato não é apenas dizer 'obrigado' por obrigação, mas demonstrar gratidão através de gestos genuínos, vindos do fundo do coração.
O bem que fazemos nunca é em vão. Ele cria raízes, cresce e floresce, tornando o mundo um lugar melhor.
Somos instantes efêmeros na imensidão da existência, um sopro que se desfaz como a névoa ao amanhecer; mas, enquanto o tempo apaga pegadas, o amor verdadeiro permanece eterno na memória de quem cativamos. Por isso, ame sem medidas, viva com intensidade e deixe marcas que se perpetuem para sempre.
O tempo não espera. O passado já foi, o futuro ainda virá, mas o hoje está em nossas mãos. Cabe a nós usá-lo com sabedoria.
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