A Verdade de cada um Pirandello

Há algo de tão magnífico com um grande homem: um homem de honra.

A velhice é um naufrágio.

Para os homens, ter um guia é tão fundamental como comer, beber e dormir.

Afinal de contas, atribui-se preço bem alto às suas conjecturas quando se cozinha um homem vivo por causa delas.

Um político de gênio, quando se encontra à frente dos negócios públicos, deve trabalhar para não se tornar indispensável.

As opiniões de um século causam riso ou lástima em outros séculos.

O muito torna-se pouco com desejar um pouco mais.

Antes de atacar um abuso, deve ver-se se é possível arruinar-lhe os alicerces.

O homem não pode de forma alguma impedir de ter pela mulher um desejo que a aborrece; a mulher não pode de forma alguma ter pelo homem uma ternura que o aborrece.

Perante um auditório de tolos, os velhacos tornam-se fecundos, e os doutos silenciosos.

É, por vezes, mais difícil governar um só homem do que um grande povo.

O amor começa pelo amor; não se pode passar de uma forte amizade senão para um amor fraco.

Não haverá, entre um espírito que abarrota de invenções alheias e outro que inventa por si próprio, a mesma diferença que vai de um recipiente que se enche de água à fonte que a fornece?

Não há poder. Há um abuso do poder, nada mais.

Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?

É triste a condição de um velho que só se faz recomendável pela sua longevidade.

Muito transforma-se em pouco se se deseja um pouco mais.

O muito juízo é um grande tirano pessoal.

Deixamos de subir alto quando queremos subir de um salto.

Quando um pensamento é fraco demais para vestir uma expressão simples, isso é o sinal para rejeitá-lo.