A Sabedoria da Agua

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Lembrança III

É tarde de outono,
O oceano, da janela do apartamento, se apresenta mais cinzento.
O homem nada todos os dias no mesmo lugar,
Deve ser norma do seu médico, pois água está fria.
Mergulha e, em cada braçada quando,
A cabeça vem à tona para respirar
É você a nadar no meu mar.
Corro à varanda
Fixo bem os olhos para distinguir quem realmente é,
Leva tempo para decifrar.
O cérebro está condicionado
Para enxergar o que desejo
Que deveria além do horizonte estar.
Depois de algumas horas
Com olhos a transmitir ao cérebro a real imagem,
Conscientiza a interpretação,
É outra pessoa a se exercitar e, já caminhando,
Ele sai do meio da nuance preguiçosa da estação.
Achei que seria possível ser você vindo a nado,
Mas você já cá está a nadar em outro mar.
Talvez, mesmo sendo outono,
Seja um mar mais significante e mais brilhante
Que o mar que lhe tenho a ofertar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Fuga a esmo

Fez juras que não pode cumprir,
Agiu como se conhecesse o futuro,
Criou expectativas no outro,
Conjeturou promessas em devaneios,
Gritou com sentimento único,
Humilhou-se,
Iludiu-se,
Destituiu-se,
Faltou-lhe o poder de mostrar a própria força,
À sua amante prepotente.
Atou de fato,
Uniformizou o ato
Tornou-se dependente de haveres.
Impotente, buscou a própria acepção.
Foi certo na escolha,
Estás agora no seu impressionante cenário,
Hilário.
Não tens mais juras a fazer.
Uniu-se a pessoa de iguais atributos,
Num Estado de quinta classe,
No país de terceiro mundo,
Florescendo da história de um passado
Das coisas habituais.
Nada notável,
Escondeu-se.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Insignificância

Cura a sua dor meu caro
Assim sai da latência do imaginário,
Honra-te da insignificância.
O trabalho é pouco,
Mas tens um teto com palmos medidos,
A abrigar os teus prazeres.
És tão apoucado
Que esta choça
O torna ancho.
Não lutaste pelo abundante,
E a pouca monta em que tu te apoias
Irá satisfazer-te.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Sem destino I

Não, não é assim que você é,
Você é mais, muito mais de tão pouco,
É o verão que está a consumir o seu pensamento.
O outono já vem,
E logo, logo o inverno, para esfriar a sua irreflexão.
Quando fores refletir no inverno
Sentirás como foi o inferno
De como o verão te encolheu.
Não te aflijas por enquanto
O inverno tem os seus encantos
De curar os desencantos,
De um verão discricionário.
Não, não é culpa sua,
Faltou-lhe a decência plena
De um homem que não cresceu.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Sem destino II

Viveu e viu as façanhas da vida
Armou-se em seu campo de força
Arrebanhou todas as ovelhas
Caricaturou a própria vida.
Fumou, bebeu, iludiu
Construiu e destruiu
Sem arregaçar as mangas.
Vida fácil, vida bruta,
Enquanto encontrou certezas
Que não fez por merecer.
Agora, homem, chegou a verdade
Das incertezas incondicionais.
Ontem o seu passado
Hoje o seu futuro impensado
Resultando na sua tormenta.
Escreveu a vida e criou os próprios tropeços
Devido o seu desajeito e negligência
Da sua bússola desordenada
Que insistiu seguir.
Não tem como seguir mais caminho
Vai navegar sozinho
No mundo único que construiu.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Voo

Se alçares voo
Deverá ser para chegares o mais alto dos ares
Para ver com outros olhos os mares.
E sonhares.
Mesmo que esteja longe a terra
Não tenhas medo da queda
Que um dia estará por vir.
Se não conseguires pousar
Então permaneça na correnteza quente dos ares
Com as asas paradas
E irás a outros lugares
Sem te cansares.
A vista de cima é das mais belas
É lúdica, é singela.
E quando conseguires um bom pouso
Pousa suave
Outros voos assim
São seculares.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Mané

Nasceu ignorante
Sem berço para levá-lo adiante.
Sem esforço
Descambou para a vida errante.
Teve muitas amantes.
Sua felicidade?
Deitar-se com as Maneias,
Eram as suas odisseias.
Pensava só com o falo
O que de mais honroso tinha,
Só poderia se tornar inábil.
E agora Mané, que o seu corpo,
Chegou ao desmonte?
E desmoronou.
Mas, o caminho já foi percorrido,
A herança é da inconsequência
Restando os poucos fragmentos
Da vida que você traçou.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Sem destino

Você deseja chegar?
Você sabe que o caminho é longo
E sabe que existe várias formar de ir.
Mas não será assim dão fácil.
Traça os objetivos e as metas para cada ato
E você vê que é sofrível.
Busque, o projeto está traçado.
Já está em exaustão?
Ou é medo da ação?
Potencialize as energias
Deixa de lado a aflição.
Não será mais um decadente
Juntando angústias e inquietação.
Sei, o esforço é hercúleo,
A ânsia é muita
Que causa náuseas
E ainda nem deu o primeiro passo.
Vai de bote?
Decidiu,
Fico aqui a ver da praia.
Você foi,
Vejo você distante
A sumir no horizonte.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Bem-te-vi

Bem-te-vi, bem-te-vi...
Bem me viu e eu não te vejo?
Não quero este bem, não o desejo,
Que me vês e eu não o vejo.
Abra as tuas asas
Pouse na minha arcada
Saia do anonimato.
Não sou assim tão tolerante
Para que fiques de longe
Fustigado a minha alma.
Se assim continuares
Vou armar o meu arco
E a esmo, disparo,
Levando na ponta da flecha de aço
O que será o seu último abraço.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Homem de rua

Depois de anos continuava ele ali sentado
Sempre a observar o nada
Ou a pedir uns trocados.
Sujo, imundo e maltrapilho,
Na sua liberdade ambulante
De súbito viu distante
Um brilho desconcertante.
Levantou com certa preguiça dada pela fome,
Caminhou lentamente,
Abaixou e pegou o diamante.
Ele não tinha por certo o que era,
Mas a intensidade do brilho
Fez guardar nos seus trapos.
Assustou-se com o que ali perto ocorria,
Aquietou-se nos seu espaço.
Era uma batida policial por um assalto.
Mandaram que se levantasse
E acharam a pedra maldita.
Perguntando quando a roubara
Ele nem chegou a abrir os lábios,
Colocaram nos seus pulsos e pés as algemas.
E o levaram ao delegado.
O desgraçado apanhara e fora preso,
O pobre que nem sabia o quanto valia
A pedra que achara ao acaso.
Agora lá sentado a olhar para as paredes
Que nunca tivera um dia,
Por causa de uma estranha pedra brilhante
Que para ele pouco valia.
A pedra lhe tirou a vida de vagamundo
A única liberdade que tinha.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Muros da vida

Você deveria saber que para as pessoas civilizadas
E em mundos civilizados,
Existem tendências de derrubar muros.
Então como você pode imaginar-se civilizado
Possuindo a vertente contrária?
Criando um muro tão elevado
Que é impossível transpor.
E se um dia o seu muro cair?
Como você irá olhar para o outro lado?
Com a mesma estupidez, coragem insossa,
e imperícia que o fez construir?
Ou já tem na ponta da língua
As evasivas para o diálogo?
Possui tanta presunção de achar-se assim tão diplomático?
Você acredita que para a sua indulgência
Encontrará complacência?
Você deveria saber,
Que em todo ato de indiferença
Não existe a possibilidade de encontrar
Do outro lado do muro
Pessoas solícitas e afáveis.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Meio caminho

O laço está apertado demais?
Não consegue fazer com que a corda deslize nas polias?
Folgue um pouco, a escalada é longa.
Mas não folgue tanto assim
Você poderá escorregar
E você já fez um terço da escalada
E não sabe das dificuldades que virão.
Faça uma coisa de cada vez no seu estribo de um degrau
E bem planejada.
Olhe para cima e veja os obstáculos.
Não verificou o tempo?
Chove e a pedra está escorregadia?
Verificou o sistema de ancoragem?
Você tem tantas primaveras
Mas é um novato.
Você sai rápido demais para as suas aventuras.
Agora já tão alto está com fobia.
Olha para o lado e não vê ninguém para ajudar.
Ficou a meio caminho pendurado
Entrou num dilema sem conseguir subir
Não consegue descer.
Tome qualquer decisão
Já que nunca decidiu por nada.
E hora de mostrar o seu valor.
Grite peça socorro
Desvincule-se da sua altivez
Ou prefere continuar na corda bamba
Para não ferir a sua soberba.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Teu mal

Estás melancólico?
Estás magoado por teres mentido?
Mas a atitude não nega.
Não é fiel a si próprio?
Fica embaraçado?
Finge ingenuidade?
Encontra-se acompanhado, mas em solidão?
Traí a si próprio.
Não és nem bom e nem mal?
Estás sem essência para viver?
Assegurou a sua alma?
E a ti, perdeste.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Esperança

Não nego que tenho esperanças
Fico a espreita para uma brecha
Alucino à beça.
É o meu estágio de loucura
Permanecer aqui sentada
Toda de verde e imóvel
A pugnar o nada.
Vejo a luz
É vermelha
Mas afunda lentamente
E vai ficando cada vez mais negra.
Qual a cor que se apresente?
Não, não sou inconsequente,
Tem de ser a transparente,
Que nas profundezas do mar
Sobrevive resplandecente.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Porto Maior

O meu éden
O meu lugar de ócio, criativo.
O menor mundo
O mais vasto.
O que não atormenta
Não lamenta
Que sustenta a alma
Que faz viajar ao paraíso.
A cada segundo uma cor
Com as suas nuances loucas.
Histórias que nunca se repetem
Num movimento contínuo
Dando a cada instante
O início à felicidade.
E como melhor privilégio
Todos os caminhos levam
Ao Porto Maior.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Faça

Está se lamentando de e do quê?
Leia o livro que ainda não leu
Escreva a carta que nunca escreveu
Dê a mão a quem nunca deu
Faça o elogio que nunca fez
Desculpe a quem nunca desculpou
Agradeça a quem nunca agradeceu
Use a tecnologia para o bem
Lamente menos e faça mais
Olhe menos para o seu umbigo
Olhe mais para o seu cérebro
Ainda dá tempo
Ame incondicionalmente

Inserida por MariadaPenhaBoina

Mulher
Porque estás ao meu lado?
Escolhi a ti sem pensar
Num espasmo de loucura
Com medo da solidão
Afoito e imediatista
Agonizo na mesma situação.
Hoje noto que, não tens a idade que eu queria,
Não possuis o corpo que eu pretendia,
Não me agarro a ti com os olhos da paixão.
Mulher
Tira-me deste dilema
Ainda preciso de ti,
Que pretensão,
Mas, o meu esquema,
Por linhas tortas foi traçado.
Não vês mulher
Que o teu sorriso e outro sorriso marcado em minha memória
Teu cabelo não tem a seda que eu imaginava
O teu cheiro vem de aromas artificiais,
E o teu dançar não o da minha bailarina.
Mulher, o que te fiz, e agora não consigo,
Ser honesto em dizer-te
Vai-te embora.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Ócio

Sempre foi vigilante para o ócio
Para fazer o que bem queria
Ficar com a sua amada todo o dia
Viajar e viajar.
Grandes são os prazeres inicialmente
Com o tempo um repente
O ócio passa a incomodar
Todos os dias tudo sempre igual
Sem trabalho para realizar
Com pouca habilidade para criar.
As mesmas anedotas
Os mesmos diálogos
O senso comum
Discutindo novelas
Futebol e pouca aquarela
A mesmice de fartar.
O dinheiro ficando escasso
A vida passando ao acaso
Um enjoo de matar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Confortavelmente

Escuta, falo baixinho...
Estás confortável?
A dor está menos intensa?
Tente um sinal para que eu perceba
Faça um movimento com os olhos
Se não consegue por outra maneira.
Deseja que eu levante mais a cama?
Quer ver a luz da janela?
Por favor, dê-me um sinal,
A minha ânsia e muita
A sua não é?
Como é? Agora estou mais curiosa,
Como se sente agora?
Tem luz, tem frio ou calor?
Tem cor?
Estás confortavelmente
Em sua nova dimensão?

Inserida por MariadaPenhaBoina

Cinquenta anos

Sempre estive com o bit ligado
Isto a mim sempre foi dito
Esta analogia não foi um desatino,
Acompanhou a minha anatomia.

A mente a mil estava conectada
A construir a cada momento.
À inércia, só por estar sentada,
De resto, nem melancolia.

Eis que os anos se passaram
O bit de paridade foi interrompido.
Agora me oriento pelo reverso
E o foda-se foi disparado.

Inserida por MariadaPenhaBoina

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