A Cartomante Machado de Assis Poemas

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MENINA MULHER

Menina cheia de tanta pureza,
Charmosa mulher que a todos conquista,
Linda menina que a todos cativa,
Com seu lindo sorriso e sua leveza.

Encantadora como uma princesa,
Linda flor rara que poucos cultivam,
Pois seu perfume os desejos atiçam,
Menina Mulher de rara beleza.

Mulher madura, menina dengosa,
Que a todos conquista com teu encanto,
Menina Mulher meiga e atenciosa.

Menina tão pura como um anjo
Sempre carinhosa e muito amorosa,
Mulher sedutora que nem sei o quanto.

Não sei se alguém lhes avisou, mas o fato é este: Haja o que houver, esta vida sempre termina mal.
A próxima é que é o negócio.
Tudo o que fazemos neste mundo não deve ser movido pela esperança de dias melhores, mas exclusivamente pelo amor a Deus e ao próximo.
Isso é toda a Lei e os profetas.

Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.

Eu não ando só
Só ando em boa companhia
Com meu violão
Minha canção e a poesia

Vinicius de Moraes
Álbum "10 anos de Toquinho e Vinicius"

Nota: Trecho da música "Para viver um grande amor"

...Mais

"As Flores brotam, e morrem...

As estrelas Brilham, Mas um dia se

apagarão...

Tudo morre...

A terra,o Sol, a Via Láctea e até mesmo todo este universo não é exceção!

Comparado a isto,

a vida do homem é tão breve e fugidia quanto um piscar de um olho...

Neste curto Instante,

os homens nascem, Riem, choram,

Lutam, Sofrem,

Festejam, Lamentam,

odeiam pessoas e amam outras!

Tudo é transitório...

E em seguida,

Todos caem no sono eterno chamado morte..."

Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho
1 abridor de amanhecer
1 prego que farfalha
1 encolhedor de rios
1 esticador de horizontes

Manoel de Barros
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

Tentando entender meu complicado ser...
As vezes me pergunto quem sou? Menina brincando de ser mulher ou uma mulher que anseia ainda ser menina...?
Não sei, acho que fiz o processo inverso, assumi o papel de mulher ainda menina, suportei dificuldade fui obrigada a ser responsável e séria pelas circunstâncias da vida, muito nova precisei encarar que os contos de fadas não existem e isso me tornou meio dura é verdade. Sofri chorei, mas respirei e dei a volta por cima, hoje depois de "adulta" acho que anseio buscar a menina que não fui e por isso a mulher que devo ser vive a brincar de ser menina que se escondeu em algum porão do meu inconsciente,
Busco um equilíbrio que não vem, não sei quem sou uma mescla do que devia ter sido com o que devo ser vivo buscando não sei o que, numa duvida infinita por algo que nem sei o que é.
Assim sou nem mulher nem menina apenas alguém em busca de si mesma!!!!!!

Parabéns, feliz aniversário.
Desejo tudo de bom nessa vida, mas também te desejo forças para enfrentar os desafios de viver. Que você consiga plenitude em suas necessidades e vitórias no seu plano superior.
Que tua virtude seja estimulada e continuada com ações de bondade. Que seu coração generoso bata por muitos e muitos anos, confirmando o que muitos já sabem: que és uma pessoa de grande valor e, como tal, merece e deve ser muito feliz.

Ao desconcerto do mundo

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.

Luís de Camões
Camões, L. de. Esparsa ao desconcerto do mundo (poema).

Solitate

Esse idiotismo português assaz doloroso pra mim...
Já ouvira falar de sua companhia, mas há pouco conheci pessoalmente.
Seu conceito parece simples, explicável... Entretanto meu coração não compreende como é possível suportar...
Seria pouco dizer que saudade é nostalgia, vai além de sentir falta de alguém...

Saudade é sentir-se inebriado pela expectativa de um reencontro
É recordar com os olhos marejados de emoção daquele primeiro beijo...
É sonhar acordada, é ler, cantar, poetizar... É assistir filmes de amor, admirar casais enamorados...
É suspirar ao esplendor das lembranças que são apenas de nós dois...
Saudade é escrever seu nome incontáveis vezes num papel e circular com um coração apaixonado...
É parar no tempo e ver o tempo parar ao imaginar novamente seus abraços...
Saudade é esperar ansiosamente para ouvir sua voz num próximo telefonema e sorrir com você e sorrir de nós...
É falar aos amigos sobre você até não aguentarem mais...

Saudade é pedir as borboletas em tom desesperado que me leve em suas asas para encontrar-te. É falar pra esperança não esmorecer caso elas, as borboletas, digam que terei de esperar a chegada do verão...
Saudade é pedir licença ao arrebol para juntos começarmos o dia pensando em você...

Saudade não é dor por você estar longe, é a aflição por não tê-lo por perto...
Saudade é querer gritar com toda força, pra quem quiser ouvir: Amor, cadê você?

Saudade é pedir a Deus que abrevie o tempo...

A saudade não me para... Ela acalenta a vontade de dizer te amo!

Soneto de Véspera

Quando chegares e eu te vir chorando
De tanto te esperar, que te direi?
E da angústia de amar-te, te esperando
Reencontrada, como te amarei?

Que beijo teu de lágrimas terei
Para esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando
Não puder te dizer por que chorei?

Como ocultar a sombra em mim suspensa
Pelo martírio da memória imensa
Que a distância criou - fria de vida

Imagem tua que eu compus serena
Atenta ao meu apelo e à minha pena
E que quisera nunca mais perdida...

Vinicius de Moraes
Antologia poética

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

Luís de Camões

Nota: Trecho de soneto de Luís de Camões.

- Por que você está me olhando desse jeito?
- Só lembranças...
Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados.”

Diário de uma Paixão

Nota: Autoria não confirmada

Como nos enganamos fugindo ao amor!
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
Sua espada coruscante, seu formidável
Poder de penetrar o sangue e nele imprimir
Uma orquídea de fogo e lágrimas.

Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu
Em doçura e celestes amavios.
Não queimava, não siderava; sorria.
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.

Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor
Que trazias para mim e que teus dedos confirmavam
Ao se juntarem aos meus, na infantil procura do outro,
O outro que eu me supunha, o outro que te imaginava,
Quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só.

Os homens não tem mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não tem mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me
-Que é preciso fazer?
-É preciso ser paciente_ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, a cada dia, e sentarás mais perto
(...)
É preciso ter ritos.
-O que é um rito?
-É ma coisa muito esquecida também _ É o que faz com que um dia seja diferente de outros dias; uma hora, das outras

Ensinarás a voar ...
Mas não voarão o teu voo.
Ensinarás a sonhar ...
Mas não sonharão o teu sonho.
Ensinarás a viver...
Mas não viverão a tua vida.
Ensinarás a cantar ...
Mas não cantarão a tua canção.
Ensinarás a pensar...
Mas não pensarão como tu.
Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem...
Estará a semente do caminho ensinado e aprendido!

Monólogo de Orfeu

Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa

O meu peito em soluços!
Te enrustiste em minha vida,
e cada hora que passa
É mais por que te amar
a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada.

E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem,
essa vontade de estar perto, se longe
ou estar mais perto se perto
Que é que eu sei?
Este sentir-se fraco,
o peito extravasado
o mel correndo,
essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
Tudo isso que é bem capaz
de confundir o espírito de um homem.

Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga,
esse contentamento, esse corpo
E me dizes essas coisas
que me dão essa força, esse orgulho de rei.

Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música.
Nunca fujas de mim.
Sem ti, sou nada.
Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada.
Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos.
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo,
minha amiga mais querida!

Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura!
Quem poderia pensar que Orfeu,
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres -
que ele, Orfeu,
Ficasse assim rendido aos teus encantos?

Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho
que eu vou te seguindo no pensamento
e aqui me deixo rente quando voltares,
pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo

Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo!

Vinicius de Moraes
Álbum "Vinicius: Poesia e Canção"

Nota: Música composta por Vinicius de Moraes e Tom Jobim

...Mais

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.