Vou dar Volta ao Mundo
TRAZ O "CALE-SE" DE VOLTA, PAI!
PAI, lembra daquele “cale-se” que pedimos para o Senhor afastar?
Pois bem...
traz de volta.
Perdão, Senhor — mas éramos nós no ventre de 64.
Estávamos errados, e cometemos crimes:
confessamos no quarto.
E naquele tempo, Chico sussurrou “Apesar de Você”,
e Vandré caminhou com flores.
Mas aquele pedido — afasta de mim —
era fruto da nossa guerra, das nossas dores.
Então o Senhor enviou Elis,
que com “O Bêbado e a Equilibrista”,
cantou profeticamente sobre
a continuidade do “show de todo artista”.
E pronto:
a anistia de 79 abriu as portas
para o fim do exílio.
Assim, Pai,
o Senhor refez a nossa cultura
se reerguer com brilho.
E a nossa música,
nossas novelas,
nossos jornalistas
e até nossos presidentes —
a MPB que nasceu do grito preso,
hoje é reconhecida mundialmente.
Mas Pai, no verso belo,
há um sentimento torto: o rancor.
Porque nessa história em que a luta canta,
sempre fica uma marca: a dor.
Eu sei que estou errado,
mas Pai...
por que fizeste retornar essa história?
Ou queres me curar,
reavivar a minha memória?
Hoje, dizem que o ar pesa outra vez —
prisões sem razão,
bocas amordaçadas:
injustiça e palidez.
A questão é que não é mais com a nossa gente,
é com a galera inimiga.
Se eles têm seus direitos escondidos na sombra,
que façam uma nova cantiga.
Eles querem saber onde está
o remédio de 79 —
a grande anistia
que soltou nossas vozes.
Mas Pai,
eles não têm Caetano nem Gilberto Gil,
não vestem o mesmo manto vermelho.
Como ousam se comparar a nós,
como se o Brasil estivesse
se olhando no espelho?
Ó Pai,
eu sei que é confuso ensinar o povo,
cantar em coro,
pedindo para afastar a bota.
Mas como não é mais sobre nós...
o Senhor pode trazer de volta?
Confesso, Pai — é um erro.
Há veneno no meu canto.
Eu, que bebi da anistia,
hoje aponto o dedo
para meu irmão,
rindo do seu pranto.
Nós, que gritamos por liberdade,
que choramos sob o jugo do medo,
agora negamos aos outros
o que nos salvou:
o perdão, nosso enredo.
Traga o "cale-se", Pai,
mas não pra mim, que já sei da ferida.
Mande-o aos meus adversários,
dê-lhes uma lição de vida.
Que o peso da mordaça esteja sobre eles,
que não sejam perdoados.
E não nos cure, Pai,
da hipocrisia, do orgulho cego,
do ódio inflamado.
Mas o Senhor, em silêncio, apenas sopra:
“Filho, o "cale-se" que pediste para entregar ao seu irmão, é o mesmo que te prendeu e te humilhou com a bota. Só mudou a cor do vinho, a roupa e a rota.”
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E então,compreendi, Pai—
o eco da censura não tem lado;
ele veste qualquer farda,
qualquer verbo inflamado.
O perdão que negamos hoje,
volta em forma de espelho,
refletindo o mesmo medo,
o mesmo velho conselho:
quem cala o outro, cala a si mesmo no futuro.
Pai... agora entendo:
o "cale-se" não é escudo — é muro.
Por isso, então
não o traga de volta,
nem o deixe se perder.
Ensina-nos a falar da nossa história,
mas também a escutar e a compreender.
Que da dor então, nasça memória,
que da discórdia, venha união,
e que o canto que um dia nos libertou, liberte outra geração.
Amém, Pai.
E que a voz que um dia tremeu na noite
hoje cante —
sem pedir permissão.
Sopra o vento contra os ouvidos e ensurdece. Cala os gritos que te querem de volta.
Pinga a chuva contra a pele e umedece. Camufla as lágrimas e chora. Projeta a luz contra os olhos e ofusca. Apaga o farol que me conduz e afunda. Estampa um sorriso contra o peito e queima. Queima saudade, lágrima e farol, o amor que era acabou — e só sobrou sua marca, enganosa, que te vende a mim, eternamente.
Memórias Online
O feed me traz você de volta,
uma foto sua, um post sobre nada.
Não sei se a gente existe ainda
ou se é só um fantasma na tela.
Naquele tempo, eu era um emoji de coração,
você, um visto azul, sem reação.
Eu te mandava mil directs,
você só visualizava, sem contexto.
Lembro de cada detalhe, cada playlist que criamos juntos,
mas só eu cantava a letra.
Você era tipo um filtro do Instagram,
bonita de ver, mas sem profundidade, sem essência.
Hoje, meu celular não vibra mais com seu nome,
minhas notificações estão em paz.
Mas de vez em quando, no meio do nada,
sua memória me dá um lag.
O tempo passou, o Wi-Fi desconectou,
mas o cache do meu coração ainda guarda você.
Ainda lembro do amor que dei de graça,
e da sua falta de megabytes para retribuir.
É, o amor era 5G pra mim,
mas para você, 2G, só uma conexão lenta.
E o pior de tudo é que mesmo em 2050,
se o mundo acabar, eu ainda vou lembrar
do sorriso que você não me deu,
e de todos os "eu te amo"
que eu só mandei para o vácuo.
É tão difícil olhar para frente quando o abismo te olha de volta.
Difícil é olhar para dentro — e ver-se sangrando em silêncio,
gritando em ecos que o mundo não ouve.
Há um choro que não cessa,
um grito que não morre,
um dilacerar lento que se repete em cada amanhecer.
E mesmo assim, sigo.
Não disfarço.
Deixo que a dor me atravesse, que me rasgue, que me ensine.
Deixo que o pranto limpe as feridas,
que o grito me devolva à vida.
Porque há beleza no que despedaça,
há verdade no que queima.
E talvez seja só no fundo do abismo
que a alma, enfim, aprenda a respirar.
Só dispare uma flecha,
Se tiver certeza que quer ferir o alvo.
Arranca-la de volta,
Pode causar mais estrago.
VOLTA MEU FILHO
(Inspirada em Lucas 15:11-32)
Um pai tinha dois filhos, casa cheia de amor
Mas o mais novo cansou, pediu a parte que restou
“Me dá minha herança, vou viver do meu jeito”
E partiu sem olhar pra trás, com o coração desfeito
Longe de casa, gastou tudo em prazer
Viu a alma vazia, começou a entender
A fome chegou, e ninguém estendeu a mão
Num chiqueiro ele pensou: “Preciso voltar então…”
“Pequei contra o céu, pequei contra o meu pai
Não sou mais digno, mas talvez ele me aceite lá…”
Mas o pai correu ao ver o filho voltar
Abraçou, beijou, mandou festa preparar
“Esse meu filho estava morto e reviveu
Tava perdido, mas agora se encontrou, é meu”
E o irmão mais velho ouviu a música soar
Ficou com ciúmes, se negou a festejar
Mas o pai saiu e disse: “Tudo o que tenho é teu
Mas esse teu irmão voltou, e o coração do céu gemeu…”
Tem festa no céu quando um filho se arrepende
O amor do Pai é ponte, não depende do que a gente entende
Não importa a lama, o erro, nem a ilusão
Quem volta com verdade, ganha veste e perdão
Porque o Pai sempre espera, mesmo em silêncio
Com os braços abertos, no alto do tempo
O amor não calcula, não joga na cara, não mede o chão
Ele apenas te chama… pra voltar pro coração
A independência emocional é um caminho sem volta. A vida me ensinou a me priorizar e não aceitar o mínimo. Por que se eu ofereço o meu máximo, eu também quero receber o máximo.
Quando vemos os cidadãos das democracias abrindo espaço para a volta da ditadura, podemos concluir que os mais velhos não têm memória e os mais novos não têm estudo. Porém, aqueles que possuem memória e estudo e, ainda assim, apoiam ditadores, podemos suspeitar que são seres sem alma. São humanos de fachada.
A independência emocional é um caminho sem volta. A vida me ensinou a me priorizar e não aceitar o mínimo, não só de relacionamento amoroso, mas também de amizades e familiares. Por que se eu ofereço o meu máximo, eu também quero receber o máximo.
A euforia tecnológica levará o homem de volta ao questionamento de suaprópriaalma.
𝑺𝒐𝒃𝒓𝒆 𝒐 𝒂𝒖𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒇𝒓𝒆𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒂𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒏𝒂𝒔 𝒊𝒈𝒓𝒆𝒋𝒂𝒔.
A paz brota onde há espaço
Para o velho se render.
É no desatar de um laço
Que a alma volta a crescer.
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