Voar como um Passaro Ate seu Coracao

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E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível.

Albert Camus
O verão (1954).

Nota: Trecho do ensaio Volta a Tipasa.

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Você entende a relatividade quando vê que uma hora com a sua namorada parece um minuto, e um minuto sentado num formigueiro parece uma hora.

O amor é dos suspiros a fumaça;
puro, é fogo que os olhos ameaça;
revolto, um mar de lágrimas de amantes...
Que mais será?
Loucura temperada, fel ingrato, doçura refinada.

Se perder um amor... não se perca!
Se o achar... segure-o!

Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
O mais... é nada.

Silvana Duboc e Fernando Pessoa

Nota: Os dos primeiros versos pertencem ao poema "Navegue" da escritora Silvana Duboc. Os dois últimos versos pertencem a uma ode de Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa).

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LET ME TRY AGAIN

Você viveu um grande amor que terminou meses atrás. Está só. Nada nesta mão, nada na outra. A sexta-feira vai terminando e, enquanto seus colegas de trabalho aquecem as turbinas para o fim-de-semana, você procura no jornal algum filme que ainda não tenha visto na tevê. Ao descobrir que vai passar Kramer vs. Kramer de novo, não resiste e cai em tentação: liga para o ex.

Tentar outra vez o mesmo amor. Quem já não caiu nesta armadilha? Se ele também estiver sozinho, é sopa no mel. Os dois já se conhecem de trás para frente. Não precisam perguntar o signo: podem pular esta parte e ir direto ao que interessa. Sabem o prato preferido de cada um, se gostam de mar ou de montanha, enfim, está tudo como era antes, é só prorrogar a vigência do contrato. Tanto um como o outro sabem de cor o seu papel.

Porém, apesar de toda boa intenção, nenhum dos dois consegue disfarçar o cheirinho de comida requentada que fica no ar. O motivo que levou à separação continua por ali, escondido atrás do sofá, e qualquer hora aparece para um drinque. O fim de um romance quase nunca tem a ver com os rompimentos de novela, onde a mocinha abre mão do amado porque alguém a está chantageando ou porque descobriu que ele é, na verdade, seu irmão gêmeo. No último capítulo tudo se esclarece e a paixão segue sem cicatrizes. Já rompimentos causados por incompatibilidades reais não são assim tão fáceis de serem contornados.

Toda reconciliação é precedida por uma etapa onde o casal, cada um no seu canto, faz idealizações. As frases que não foram ditas começam a ser decoradas. As mancadas não serão repetidas. As discussões serão evitadas. Na nossa cabeça, tudo vai dar certo: o roteiro do romance foi reescrito e os defeitos foram retirados do script, ficando só as partes boas. Mas na hora de encenar, cadê o diretor? À sós no palco, constatamos que somos os mesmos de antigamente, em plena recaída.

Se alguém termina um namoro ou casamento, passa um tempo sozinho e depois resolve voltar só por falta de opção, está procurando sarna para se coçar. Até existe a possibilidade de dar certo, mas a sensação é parecida com a de rever um filme. Numa segunda apreciação, pode-se descobrir coisas que não haviam sido notadas na primeira vez, já que não há tanta ansiedade. Mas também não há impactos, surpresas, revelações. Ficamos preparados tanto para as alegrias como para os sustos e, cá entre entre nós, isso não mantém o brilho do olho.

Se já não há mais esperança para o relacionamento e tendo doído tanto a primeira separação, não há por que batalhar por uma sobrevida deste amor, correndo o risco de ganhar de brinde uma sobrevida para a dor também. É melhor aproveitar esta solidão indesejada para namorar um pouco a si mesmo e ir se preparando para o amor que vem. Evite a marcha a ré. Engate uma primeira nesse coração.

Martha Medeiros
Crônica "Let me try again", 1999.

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 27 de setembro de 1999.

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Às vezes te odeio por quase um segundo
depois te amo mais
teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo
tudo que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas para te prender
eu tive um sonho ruim e acordei chorando
por isso eu te liguei,
será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo.

No mistério do sem-fim
Equilibra-se um planeta
E, no jardim, um canteiro
No canteiro, uma violeta
E, sobre ela, o dia inteiro
A asa de uma borboleta

Me descubro um pouco mais a cada dia, minhas ânsias e desejos... isso é fundamental para dizer quem eu sou, porque às vezes eu mesma me surpreendo...

Se um dia fecharem-lhe as portas da vida, pule a janela.

Eu estou bonita, mas não sou bela.
Tenho pecados, mas não sou o diabo.
Sou boa, mas não um anjo.

O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver.

Desconhecido

Nota: Este pensamento é atribuído ao psiquiatra austríaco Sigmund Freud.

Caderno de poesias

Caderno de poesias
é um belo lugar.
Tantas coisas lindas
que eu gostaria de falar.
Eu falo em forma de versos
para todos poderem escutar.
Agora você já sabe
por que os poetas passam os dias
escrevendo em seus cadernos de poesias.

Dois homens olharam através das grades da prisão; um viu a lama, o outro as estrelas.

Desconhecido

Nota: A autoria do pensamento tem vindo a ser erroneamente atribuída a Dale Carnegie, Frederick Langbridge, Oscar Wilde e Santo Agostinho. Se trata de uma rima antiga em língua inglesa de autoria desconhecida.

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A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.

Veja o mundo num grão de areia, veja o céu em um campo florido, guarde o infinito na palma da mão e a eternidade em uma hora de vida!

Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos.

Amar a si mesmo é o começo de um romance para toda a vida.

Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.

Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas um incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Coisas da Vida.Porto Alegre: L&PM Editores, 2003

Nota: Trecho da crônica "A importância de perder peso"

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