Vinicius de Moraes Peixes
Se você tivesse lembrado que eu existo, teria sido diferente.Mais tá tudo certo, talvez essa foi a melhor forma, seu eu tivesse te visto, teria te falado tudo que estava atravessado em minha garganta me sufocando a tanto tempo e nunca tive coragem de te dizer, por insegurança, vergonha ou talvez por timidez.Queria que fossemos felizes de verdade, o nosso relacionamento foi maquiado, para que ninguém percebesse, mentimos um para o outro. Queria ter sido Feliz de verdade, mais não deu.
Deus, restabeleça a nossa fé, o nosso ânimo para que os dias não passem em vão e revigore as nossas forças para que cada luta diária seja honrada com Suas Bênçãos.
Repouse o seu cansaço no colo de Deus. Ele renovará as suas forças e lhe dará o ânimo de que precisa. Tenha fé. Ele sempre chega na hora certa.
Deus lhe proteja de qualquer perigo; lhe guie por caminhos de amor, vitórias e prosperidade; lhe ampare em tempos difíceis; e, lhe abençoe com abundância de paz e saúde.
Tudo se renova quando acreditamos no poder de Deus e tudo se transforma dentro de nós quando somos tomados pela força da fé.
Os cachorros dormem,os peixes dormem, a cidade dorme.
Os que não dormem trabalham para um objetivo que esqueceram, se embebedam, estão tendo orgasmos ou qualquer outra coisa que faça ter alguns momentos sólidos de individualidade sem sentido. Existir por existir. A gente faz o que pode. A madrugada tem um cheiro fresco, é toda lâmpadas e aviões e táxis e pessoas relativamente perigosas e outras pessoas perigosamente frágeis perambulando indo umas atrás das outras, fazendo entregas, rindo, pensando na vida ou não pensando em nada e todas escutando um chiado desértico e a própria palpitação quando o semáforo fica vermelho. 30 segundos de respiração, ar gelado entrando pelas narinas inundando os pulmões, olhando para o console do carro, para as faixas na rua, para os mendigos, para a luz acesa num apartamento com uma leve curiosidade em saber porque aquela pessoa está fumando na sacada naquela hora.
São conversas bobas que queremos,
pois uma conversa séria não ira trazer
a incrível bobagem que é a alegria.
O arriscar
Existe situações no qual nos confunde, nos balança, nos encanta.
As vezes estamos estruturados, estabilizados e jamais arriscariamos em algo que nao foi planejado.
Mas a vida nao teria graça se tudo fosse correto, concreto, sem aquele gostinho do incerto.
Aos olhos dos outros uma loucura, da minha mente uma aventura, no qual desafia minha estrutura.
Enquanto muitos nao faria, eu faço. Deixando pra trás todos os laços. Com medo de cair a cada passo.
E a loucura se torna coragem, com um tom de selvagem, um instinto sem nenhuma margem.
Se vai dar certo eu nao sei, so sei que arrisquei, sem ter medo se perdi ou se ganhei.
Eu jogo pra ganhar, nao sei perder sem lutar, enquanto muitos pensam eu quero jogar.
Sera que vale lutar por tudo isso? Assumir com si proprio um compromisso? De tentar apostar nisso?
Eu prefiro descobrir tentando, Como em um jogo eu estou apostando, a certeza so terei arriscando.
Arrisque!
Seu sorriso é o meu favorito
Ele tem um jeito único, despido de ser
Destrói entre-linhas, tornando você meu bem querer
Meu bem querer que não me quer,mas confesso que ainda amo essa mulher
Mulher sem razão,como não consegue sentir as batidas do meu coração ?
Ah sim,por que não ? aproxime-se de mim junto com teu coração
E agora ? consegue ver as batidas que são como pequenos poemas para você?
Ah sim! foi sem querer,na garoa vi seu maior poder
Poder que não vejo,apenas sinto,de homem me tornei um menino
Simplesmente lindo... conseguir olhar para seus olhos mesmo com meu jeito tímido
Olhares límpidos,seus olhos pareciam não refletirem a maldade
Mas confesso talvez seja delirio da minha idade
Seu amor se acabou e em mim,só sobrou a saudade
Foda é quando você descobre,
que a luta que mais sonha em vencer,
é a unica que você não lutou,
e que agora o prazo acabou,
tem outro no lugar onde você mais queria estar...
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
POEMA
A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e tecto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.
Por trás do que lembro,
ouvi de uma terra desertada,
vaziada, não vazia,
mais que seca, calcinada.
De onde tudo fugia,
onde só pedra é que ficava,
pedras e poucos homens
com raízes de pedra, ou de cabra.
Lá o céu perdia as nuvens,
derradeiras de suas aves;
as árvores, a sombra,
que nelas já não pousava.
Tudo o que não fugia,
gaviões, urubus, plantas bravas,
a terra devastada
ainda mais fundo devastava.
O Engenheiro
A luz, o sol, o ar livre
envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
Superfícies, tênis, um copo de água.
O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.
(Em certas tardes nós subíamos
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro).
A água, o vento, a claridade,
de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forças simples.
Rasas na altura da água
começam a chegar as ilhas.
Muitas a maré cobre
e horas mais tarde ressuscita
(sempre depois que afloram
outra vez à luz do dia
voltam com chão mais duro
do que o que dantes havia).
Rasas na altura da água
vê-se brotar outras ilhas:
ilhas ainda sem nome,
ilhas ainda não de todo paridas.
Ilha Joana Bezerra,
do Leite, do Retiro, do Maruim:
o touro da maré
a estas já não precisa cobrir.
