Uma carta em Forma de poema de Amizade

Cerca de 9553 carta poema Uma em Forma de de Amizade

⁠Síndrome do Cristiano Ronaldo: a armadilha de querer ser o melhor a qualquer custo

Vivemos em uma era onde o desejo de ser o melhor muitas vezes ultrapassa os limites saudáveis da ambição. Chamo isso de “Síndrome do Cristiano Ronaldo” — não por desmerecer o atleta, mas por representar essa figura idealizada de perfeição, superação e busca incessante por ser o número um. O problema surge quando essa busca deixa de ser um objetivo pessoal e se torna uma comparação constante com o outro, alimentando sentimentos como angústia, ansiedade e ganância.

Um mestre do boxe me disse certa vez: “o adversário que você precisa vencer todos os dias é você mesmo”. Essa frase me marcou. Porque a verdadeira evolução acontece quando buscamos ser melhores do que fomos ontem, e não melhores do que quem está ao nosso lado. Comparar-se o tempo todo com os outros gera frustração, e muitas vezes nos leva a trilhar caminhos tortuosos.

Quando queremos ser o melhor a qualquer custo, corremos o risco de agir por interesse, nos aproximando das pessoas apenas para alcançar nossos próprios objetivos. Surge também a inveja — não aquela que admira e se inspira, mas aquela que deseja o que o outro tem sem reconhecer o valor do esforço alheio. Isso é perigoso. Precisamos aprender a admirar o próximo, reconhecer quando ainda somos pequenos e nos inspirar naqueles que estão em um estágio mais avançado da caminhada.

Convivi com isso no meio esportivo e universitário. Ali, vi de perto os dois tipos de pessoas: aquelas que somam, que admiram, que compartilham o caminho; e aquelas que se aproximam sem admiração, apenas por conveniência. São atitudes bem diferentes e que geram consequências diferentes.

Hoje, olho para tudo isso com mais maturidade. Entendo que muitos erram por não terem tido ainda a oportunidade de refletir profundamente sobre suas ações. E nesse ponto, cito Cristo como minha maior referência. Ele nos ensinou a amar ao próximo como a nós mesmos. Quando internalizamos esse ensinamento, passamos a lidar com mais leveza, paciência e compreensão diante dessas adversidades humanas.

E foi nesse contexto que fiz uma reflexão sobre Jesus e seus apóstolos, a qual me ajudou a compreender melhor as relações humanas. Jesus, mesmo sendo o Filho de Deus, teve níveis diferentes de amizade:

Os íntimos (Pedro, Tiago e João): os que estavam com Ele nos momentos mais profundos, nos milagres mais marcantes e na hora da dor.

Os necessários: os demais discípulos que, mesmo não tão próximos, foram essenciais para a missão acontecer.

Os estratégicos: como Judas, que mesmo sendo parte do grupo, tinha um propósito específico, ainda que doloroso, na jornada de Cristo.


Nem todo mundo que caminha com você está na mesma profundidade. E está tudo bem. O erro está em não discernir isso e se decepcionar por esperar do estratégico o que só o íntimo pode oferecer.

Hoje, entendo que muitos ainda não enxergam a vida com essa clareza. Estão presos em ciclos de comparação e competição. Mas quando trago à memória o que Jesus nos ensinou — "amem uns aos outros como a si mesmos" — tudo se torna mais leve. Amar não significa ser íntimo de todos, mas respeitar cada um dentro do seu espaço, com paciência e sabedoria.

Afinal, ser o melhor não significa estar acima dos outros — significa estar inteiro consigo mesmo, amando, evoluindo e servindo.

Inserida por Phaelsoares09

⁠"A aranha, como metáfora da manipulação, tece uma teia de ilusões, atraindo suas presas com promessas de segurança e prazer. No entanto, quanto mais a presa se aprofunda na teia, mais se torna refém de sua própria ingenuidade. A liberdade é ilusória, e a armadilha é habilmente disfarçada de refúgio.

Nessa perspectiva, a aranha simboliza as forças que nos manipulam, seja através da emoção, da razão ou da necessidade. A teia representa a complexidade das relações humanas, onde as linhas entre o amor, a dependência e a opressão se tornam cada vez mais tênues.

A questão que permanece é: até que ponto somos cúmplices de nossa própria captura? Até que ponto nos entregamos às teias que nos são tecidas, renunciando à nossa liberdade em troca de uma sensação de segurança e pertencimento?

Inserida por juliciocosta

⁠O espírito demoníaco de aranha agir assi;m
Primeiro lhe atrai com uma falsa sensação ou emoção,
Segundo ela lhe envolve, envolve até você está totalmente dominado e preso em sua teias, a ponto de você não ter mais saída a não ser espera a morte!

Observação, esta postagem não é sobre aranha!

Inserida por juliciocosta

⁠Gratidão por Quem Fica

Sou feita de traços tortos, de risos fora de hora,
de silêncios que pesam e palavras que às vezes demoram.

Tenho dias nublados por dentro, e tempestades que vêm sem avisar.
Não sou sempre fácil de ler, nem simples de decifrar.

Mas aí estão vocês: teimosos, ternos, presentes.
Com olhos que enxergam além, com abraços persistentes.

Vocês me escolhem, ainda assim,com minhas falhas e medos, com meus excessos e vazios, com os cantos escuros do enredo.

Que coragem bonita é essa, de gostar de alguém assim,
sem precisar que eu mude, sem pedir que eu finja ser "fim".

Obrigada por ficarem. Por me verem inteira na bagunça, por fazerem da minha esquisitice um lar onde mora a confiança.

Amar alguém é ousadia, e vocês ousam todo dia.
Por isso, hoje, minha alma canta:
gratidão, por sua amizade que encanta.

Inserida por RosahyarahAlves

⁠O céu está pálido, nem nublado, nem limpo, o ar está parado, nem frio, nem calor, ontem à noite choveu um pouco, o dia amanheceu estranho, triste, esquisito, a vida amanheceu de luto.
Houve um tempo em que as cadeiras enchiam as calçadas ao entardecer, e as pessoas donas dessas cadeiras ali se sentavam, não havia celular, a vida tinha outro ritmo.
Era ali, naquelas calçadas, naquelas rodinhas de amigos, que a vida se atualizava, ali se falava sobre tudo, quando o tudo valia alguma coisa, ali se lembrava de um tempo que todos tinham vivido no verdadeiro sentido da palavra viver.
Viver era se emocionar, lembrar os que se foram, os que estavam chegando, dos problemas que todos tínhamos, que todos temos; Bicho humano gosta de sentir saudades apesar de ela machucar, doer, e então as calçadas amanheceram vazias, tristes pela falta de alguém.
E agora? Aonde vamos com nossas cadeiras? Matar as saudades de um tempo que nunca mais vai voltar?
Sou saudosista, gosto de lágrima que brota e foge do olho, do nariz escorrendo, do nó na garganta, de ouvir histórias, de um tempo que não vivi e nunca viverei, a não ser pelas histórias.
Estou triste, Cidinha se foi, sem se despedir, foi mansa, em paz, vai deixar saudades, deixou saudades, Maria Aparecida Gomes Rodrigues, a Cidinha do "Zé Luiz"; Não sou um cara de rodinhas, de calçadas, de cadeiras, mas gosto e muito de falar, conversar, e com ela era bom, sempre tinha algo de bom pra dizer, sabia ouvir, sábia quando o assunto era vida, quando tinha um história para ser contada.
Conhecia o bairro, todos que por ali passaram, aprendi muito com ela; A vida foi fanfarrona com a gente, egoísta, levou Cidinha sem aviso prévio, de sopetão, e tudo ficou triste, ficamos tristes, o passado visitava constantemente a esquina da Saldanha Marinho com a Primeiro de Março, e agora naquela esquina tá faltando ela e a saudade dela está doendo em mim.
Como a vida leva à morte, a única certeza da vida, que sempre tentamos adiar e evitar, mas nunca conseguimos fugir, é fato, mas e se lá do outro lado existir vida?o outro lado está em festa, vão ter muito o que comemorar, relembrar, certamente desde ontem as nuvens estão cheias de cadeiras, e todos que antes sentavam aqui estão reunidos lá, e dentre eles Cidinha e terão muito o que falar, relembrar, e aqui a calçada ficou vazia.
Todo caminho leva a Roma, todo caminho levava até aquela esquina quando se precisava pôr o assunto em dia, dirão as más línguas que tá falando? Você nem ia lá!
E te respondo: É verdade, mas isso não torna aquela esquina menos importante, aquela amizade menos marcante.
Caraca! É foda envelhecer, ver todos indo embora e saber que nunca mais os verá, infelizmente é assim, todos um dia partiremos.
E o dia amanheceu estranho, parece que falta algo, creio que esta sensação seja sintoma do luto, da perda de alguém, e de repente as palavras começam fugir, saudades de algo, não sei o que, possivelmente a certeza de não ter mais ninguém para tirar aquela dúvida de como era tal coisa, ou onde alguém morava.
Cidinha se foi, vai em paz minha amiga,todos aqueles que você sentia falta estarão lá do outro lado de esperando, felizes, de braços abertos, te esperando.
Tomara que lá não tenha celular, mas tenha cadeira, morro de saudades do tempo das cadeiras nas calçadas, das crianças correndo nas ruas, das bolas furadas cheias de jornal, dos bons tempos idos que não voltam nunca mais.
Toda vez que sentir saudades do passado lembrarei, a partir de agora, das cadeiras nas calçadas e de todos que ali habitavam, lamento os celulares, se por um lado abriram as janelas para o mundo, por outro fecharam - nos cada qual no seu mundo.
As pessoas não se falam mais, se fecharam em seu mundinho,em sua telinha, ali o tempo passa mais rápido e quando vemos tudo acabou.
Continuamos nas cadeiras, mas elas saíram das calçadas, nos isolamos, ficamos mais tristes, mais ansiosos, menos solidários, menos próximos, não falamos mais do passado,nosso bom dia é robótico, automático, em grupo, com figurinha, florzinha, desejamos que seja um bom dia simplesmente por conveniência, por ser necessário dizer "bom dia".
Aquela cadeira, naquela esquina, agora vazias, vão deixar muitas saudades, não tem mais pra onde ir quando quiser jogar conversa fora, fofocar, tricotar, matar as saudades, ali a vida passava e parava, era impossível passar sem parar, era um pote de doce grátis que quem quisesse poderia se servir.
E amanhã doerá menos, mas não fará menos falta, e a vida seguirá, agora sem cadeiras nas calçadas, ou rodinha de bate-papo, pena, tudo se acomoda, gostando ou não, querendo ou não, é a vida, um Adeus infinito, onde a vida é hoje, agora, e o agora só dura um segundo.

Inserida por jodejau

⁠A palavra filosofia (em Grego - philosophia) vem da Antiga Grécia, um termo da época de Pitágoras, dos tempos de Sócrates - um dos maiores filósofos (em Grego - philosophos) do mundo grego (e de todos os tempos) - que iniciou muitas das discussões filosóficas que nos trouxeram essa tradição.

Filo (Grego. philos) é o amor, um amor de amizade, um amor de uma relação de vontades - bem mútuo - como o de duas pessoas que cooperam para chegar a um grandioso e virtuoso objetivo.
Sofia (Grego. sophia) é o saber, a própria sabedoria, que aparece como um termo cujo próprio conceito envolve uma postura de humildade sublime.
> Filosofia significa então o amor ao saber, um amor de amizade, o amor à sabedoria!

Muito além desse significado, a filosofia não é somente o amor à sabedoria, mas é um saber procurado, um saber buscado. Um saber guiado por um método intelectivo, introspectivo e extrospectivo, um saber culto que quer conhecer o que é a realidade e a verdade.

No conceito dos sábios (em Grego - sophos) Platão e de Aristóteles (grandes filósofos e discípulos de Sócrates), a filosofia é o saber racional, um saber reflexivo, o saber adquirido; a busca pela totalidade do conhecimento humano - por meio da razão. Por último, a totalidade dos conhecimentos humanos acerca das coisas da natureza, adquiridos pela luz natural.

Inserida por FRLinhares

⁠TE FIZ ESSE POEMA, AMIGO!

Caro amigo,
Te fiz canções
Que são juras de amor
Apaixonado.
Cicatrizes de outros
Mal amados.

Não quero te confundir
Entre minhas sílabas cálidas,
Te fazer questionar se te quero.

Quero que tenha certeza.
Que não restem dúvidas.

Porque pressinto, no futuro —
Nosso momento,
Quando te abraçarei forte,
Suspirarei e direi:
Valeu a pena te esperar!

Inserida por eiraissantos

⁠A Arte Secreta de Partir

Não ficaremos presos ao sofrimento para sempre. Haverá um momento em que o cansaço vencerá o choro, em que o silêncio será resposta, e a aceitação, descanso.

Aceitaremos que chegou ao fim. Que nada mais mudará.

Mas não partiremos de qualquer jeito. A despedida precisa de tempo, de rito, de memória.

Então, nos ergueremos. Nos arrumaremos. Sorriremos para que fiquem as melhores lembranças, para que até o perfume da pele se transforme em saudade boa.

Arrumaremos a casa. Veremos os amigos. Daremos abraços longos— daqueles que dizem, sem palavra alguma, que ali, naquele calor, se pudéssemos escolher, ficaríamos para sempre.

E talvez gargalhemos, para que o som ecoe na eternidade.

Antes de partir, a gente se deixa. Porque, embora a decisão já tenha sido tomada, o desejo é ficar.

Ficar no olhar de quem nos viu, no toque de quem nos sentiu, nas memórias de quem nos amou.

E ser lembrada da melhor forma possível.

Sorrindo.

Inserida por Jorgeanesquivel

São muitos os conselhos,
E poucos sentimentos...
Muitos são os que querem saber,
Poucos os que querem ser.

Muitos são os colegas,
E nem todos amigos assim.
Na derrota, quem vai contigo até o fim?

Tenha certeza do caminho a percorrer,
Deve ser escolhido por você!
Sua felicidade só faz você feliz de verdade!

Inserida por Ruptura

⁠Damon e Pythias ou Phintias, viveram em Syracuse no século IV, eram discípulos de Pitágoras e, em viagem à Sicília, ultrajaram o rei Dionísio, que condenou à morte Pythias.
Ele pediu ao rei que permitisse ir até sua família para dela se despedir e o amigo Damon ofereceu-se para ficar em seu lugar.
Embora Pythias tivesse encontrado uma série de contratempo retornou no dia marcado, pouco antes de Damon ser executado.
O rei ficou tão impressionado a lealdade e com a amizade que eles tinham e o perdoou Pythias.
Que nossa amizade esteja sempre baseada, como no relato acima, na fidelidade, no respeito mútuo e no amor que une amigos verdadeiros.

Inserida por maria_baptista_moraes

⁠Faces caídas
No palco frio da hipocrisia,
amizades nascem sem raiz,
crescem à sombra da cortesia,
mas morrem sempre por um triz.
Sorrisos largos, gestos belos,
promessas feitas sem calor,
olhares falsos, frios, amarelos,
vestidos todos de impostor.
Enquanto a cena se desenrola,
fingem afeto, juram ser leais,
mas basta a queda da coroa,
e os rostos mostram seus sinais.
E quando enfim saio de cena,
o brilho some, não há mais voz,
a falsa amizade se condena,
só resta o eco do vácuo atroz.
Tantos anos, tantas trilhas,
e ainda assim não compreendi,
como há almas tão vazias,
que somem quando já não há o que fingir.

Inserida por MariadaPenhaBoina

⁠Jabuticaba

Teus olhos, duas jabuticabas,
Negros, brilhantes, hipnotizantes.
Desde que te vi, tudo mudou,
E ao teu lado, o mundo fazia sentido.

Risos, conversas, fumaça no ar,
O tempo voava na nossa brisa.
Mas enquanto eu me apaixonava,
Você só me via como um guia.

Me declarei, falei sem medo,
Mas cê sumiu, me deixou no vazio.
Hoje fumo sozinho na madrugada,
E nada mais tem o mesmo brilho.

Ah, menina dos olhos de jabuticaba…
Depois de você, tudo é cinza.

Inserida por rafael_goncalves_5

⁠"A Sombra do Que Somos"

Sentam-se
como quem deseja paz,
mas nas costas
o velho instinto
abre a boca.

Não é o que se diz,
nem o que se cala,
mas o que se traz escondido
que constrói o ruído.

Ser amigo
não é sorrir de frente
com o punhal por trás.

É sabermos que em nós
também há serpentes,
mas que podemos escolher
não lhes dar voz.

A sombra é apenas
o que não soubemos iluminar.
E amar, talvez,
seja aprender a conversar
com o que ainda nos morde por dentro.

⁠Amigo Fiel

Amigo leal, fiel companheiro,
Um irmão guerreiro, firme e inteiro,
Camarada de risos e tempestades,
Poeta da vida, em tantas verdades.

Na porta do dia, sempre presente,
Seja em BH ou num simples ambiente,
Do supermercado às ruas da cidade,
Tua amizade é luz e liberdade.

Resoluto, enfrenta o que vier,
Com galhardia, faz o que é certo e quer.
Resiliente, não se deixa abalar,
Sincero no olhar, pronto a escutar.

Conhecer-te é privilégio e sorte,
És bússola em tempos de sul e norte.
Amigo fiel, meu eterno parceiro,
Caminhemos juntos — sempre por inteiro.

Inserida por JBP2023

⁠às vezes nos basta um abraço
que por si só diz tudo
embora silencioso e calado
às vezes nos é suficiente um abraço
do tipo abraço-ninho
urgente e apertado
às vezes tudo o que se quer
é um abraço
de alguém desconhecido ou amado necessário e encaixado
um abraço sem dor e sem pressa
abraço do tipo agora
sem pensar no futuro
ou no passado
às vezes ou sempre
mas um abraço
que nos alivie o medo
e nos faça encorajados
(Livro Apenas uma possibilidade)

Inserida por renatosq



Eu e minha amiga Nina

E lá estávamos nós, pedalando nossas bicicletas, deixando os cabelos dançarem ao sabor do vento. A estrada à nossa frente, a vida passando rápido, mas nossos olhares se cruzavam, e cada sorriso seu era como uma centelha que me impulsionava a ir mais longe. Meu coração batia forte, ansioso por descobrir algo novo, algo que só o desconhecido poderia nos oferecer.

Nina, com seu jeito único, misturava meiguice com uma pitada de loucura. Como não se encantar por ela? A menina das histórias mais fascinantes, dos momentos mais inesperados. Cada palavra que ela pronunciava era como uma página de um livro que eu nunca quisesse terminar.

Chegamos à beira da barragem, e seus olhos brilhavam como estrelas refletidas na água. Era como se o sol inteiro estivesse contido neles, iluminando tudo ao redor. Naquele momento, o mundo parecia se resumir à maravilha que era vê-la admirar a paisagem. Era a pureza de uma criança, a profundidade de uma mulher e a doçura de uma menina, tudo em um único olhar.

Inserida por matador777

⁠Reciprocidade

Reciprocidade... Algo que eu nunca vou poder experimentar. Ando me doando tanto por um "nós" que nunca existiu... Quer dizer, pelo menos para você, não. Cresci carregando fardos alheios, me culpando por coisas que não eram minha culpa, pedindo desculpas por coisas que eu não deveria pedir e, por fim, sendo deixada. Até que você chegou na minha vida, com tantas falsas promessas, dizendo que nunca iria me deixar, fazendo com que eu me sentisse suficiente, especial e genuinamente amada.
Eu sou tão burra! Como pude pensar que eu seria, pela primeira vez, suficiente pra alguém? Isso nunca vai acontecer, mesmo que eu dê o meu máximo. Afinal, olha pra mim. Eu não sou o tipo de pessoa que as pessoas querem ter por perto, mesmo que eu me esforçasse ao máximo (como eu fazia por você). Agora que você já tem tudo o que queria e que está confortável... vai me deixar mais uma vez. Me sinto enganada, burra, inútil... Uma vez pensei que as coisas negativas que eram ditas sobre mim não eram verdade... Mas acho que são e sempre foram, e eu não queria aceitar.
Assim que você chegou na minha vida, eu soube que seria a melhor coisa ou a minha maior dor. E adivinha?

Inserida por AnnaXavier

⁠Café com Leite
Por Diane Leite.

Por muito tempo, acreditei que felicidade era ter muitos rostos ao redor, muitas vozes preenchendo os vazios da minha existência. Eu buscava pertencimento como quem busca abrigo em dia de tempestade — desesperada por calor, por acolhimento, por uma certeza de que eu fazia parte de algo.

Mas eu não fazia.

Lembro-me do incômodo sutil ao estar entre minhas primas. Elas riam, brincavam e se entendiam como se falassem um idioma ao qual eu nunca tive acesso. Eu sorria por educação, mas havia um silêncio interno em mim que não se dissipava. Talvez fosse a falta de espontaneidade, talvez fosse algo maior — um desencontro entre quem eu era e o que o mundo esperava de mim.

Então veio Ana Cecília.

Nos conhecemos no pré-escola, e, sem precisar de palavras, soubemos que éramos iguais. Ela era uma das poucas meninas afrodescendentes da escola; eu, uma criança que sempre sentia que não se encaixava. Não fomos unidas pelo acaso, mas pelo instinto de sobrevivência. De alguma forma, sabíamos que estar juntas tornava a solidão menos afiada.

Sob a sombra generosa de um pé de manga, criamos nosso refúgio. Choramos as dores que ainda não sabíamos nomear e sonhamos mundos que ainda não existiam. Quando alguém ria de nós, nos olhávamos em cumplicidade e repetíamos nosso mantra secreto: "Café com leite." Um apelido que nasceu de uma piada alheia, mas que transformamos em escudo. Se éramos diferentes do resto, que assim fosse.

Ana era minha fortaleza; eu era sua guardiã.

Eu não permitia que ninguém a ferisse. Defendia sua honra como quem defende o próprio coração, porque era isso que ela se tornou para mim: um pedaço do meu mundo que ninguém tinha o direito de tocar.

E havia Camila — popular, cercada de gente, luz e barulho. Ela me estendeu a mão, me incluiu em um mundo onde pertencimento parecia fácil. Mas aprendi, com o tempo, que amizade não se mede em números. Camila era festa; Ana era lar. Com Camila, eu ria. Com Ana, eu existia.

A vida seguiu. Cada uma tomou seu caminho, como as folhas que caem da mesma árvore, mas voam para direções opostas. Ainda assim, o que criamos sob aquele pé de manga nunca nos abandonou.

Hoje, aos 40 anos, sei que pertencimento não é sobre caber. É sobre encontrar alguém que te veja por inteiro e ainda assim escolha ficar. Ana me ensinou que laços verdadeiros não precisam de multidões, nem de aprovações externas — só de dois corações que se reconhecem.

Eu não trocaria nossas tardes de manga com sal por nenhuma festa lotada.

Se pudesse dizer algo à criança que fui, diria: não tente caber onde sua luz é diminuída para que os outros brilhem. Amor não é barganha, pertencimento não é concessão. As pessoas certas não preenchem vazios — elas lembram que você já era inteira o tempo todo.

E Ana, em algum lugar, sabe disso. Assim como eu.

Inserida por dianeleite

⁠A Alquimia do Encontro: Raízes que Florescem no Silêncio das Estrelas

(por Diane Leite)

O tempo nos ensina que algumas histórias não são lineares. Elas não obedecem ao relógio, nem seguem a lógica previsível da vida. Algumas histórias são sementes lançadas ao acaso, brotando onde não deveriam, florescendo no impossível.

Jamile e eu fomos assim: duas raízes fincadas em solo árido, crescendo contra as previsões, sustentadas apenas pela força do que nos unia. No início, não havia teoria, não havia análise — só a intuição de que, de alguma forma, éramos feitas da mesma matéria invisível.

Mas o tempo passou. E hoje, olhando para trás, vejo o que não sabia nomear naquela época. O que nos uniu não foi apenas a amizade — foi a alquimia silenciosa que transforma dor em cura, que tece laços onde o mundo só vê desencontros.


---

1. O Encontro Antes da Consciência

A maternidade nos reuniu. Mas não da forma convencional, onde se romantiza o milagre da vida. Nos reconhecemos no não dito, na exaustão, na solidão de sermos mães fora do roteiro esperado.

Jamile, com sua filha Bia — a menina que desafiou diagnósticos e estatísticas, que existia com a ousadia de quem ignora limites. Eu, com meu filho superdotado, que carregava uma mente à frente do tempo, mas sentia o peso de um mundo que não sabia acolher sua diferença.

Nós nunca dissemos "está tudo bem". Porque não estava. Mas havia algo maior entre nós: a liberdade de não precisar fingir.


---

2. Entre o Silêncio e o Abraço: O Que Só o Tempo Revela

Na época, eu não entendia a profundidade do que vivíamos. Só sabia que, quando Jamile sorria, algo em mim respirava aliviado. Que, quando Bia ria, mesmo sem entender tudo ao seu redor, ela me ensinava que felicidade não precisa de autorização.

Hoje, sei que a nossa amizade era mais do que um encontro de afinidades. Era um espelho. Winnicott chamaria de objeto transicional — aquilo que nos permite existir entre o desespero e a esperança. Mas, para nós, era só um café compartilhado em meio ao caos, um olhar que dizia: "Eu vejo você".


---

3. Quando a Vida Ensina o Que os Livros Não Contam

Prosperidade nunca foi sobre dinheiro para nós. Era sobre rituais pequenos: dividir o silêncio sem precisar preencher o vazio com palavras. Sobre saber que podíamos reclamar, chorar, dizer que estávamos cansadas, sem medo de sermos julgadas.

Bia, com seus 20 anos e o desejo de um namorado, nos ensinava algo que nenhum manual de psicologia poderia: a vida não pede permissão para existir. Ela amava, queria ser amada, ria com a mesma intensidade com que desafiava a medicina.

Na época, eu via isso como um milagre. Hoje, entendo que era muito mais: era a materialização do que Freud chamaria de pulsão de vida. Era a prova de que a existência não se resume a estatísticas, mas ao desejo inquebrável de viver.


---

4. Opostos que Dançam: Eu, Nuvem. Ela, Chão.

Eu, a sonhadora. A nuvem sem direção, movida pelo vento da curiosidade infinita. Jamile, o chão. A mulher prática, que transformava sonhos em planos concretos.

No início, eu achava que éramos opostas. Mas o tempo me mostrou que éramos complementares. Jung falaria sobre animus e anima — a fusão entre o impulso e a estrutura, entre o voo e a raiz.

Ela me ensinou a construir pontes onde eu via abismos. Eu a lembrava de que até as pontes precisam de espaços vazios para existir.

E nessa dança dos opostos, descobrimos que coragem não é a ausência do medo. Coragem é a arte de caminhar com ele.


---

5. O Futuro que Já Nasceu Dentro de Nós

Hoje, Jamile criou três filhas em um mundo que ainda hesita em aceitar o diferente. Eu sigo voando, mas agora sei que até os pássaros precisam de um lugar para pousar.

E Bia?
Bia continua rindo.
Bia continua amando.
Bia continua desafiando o destino, provando que algumas almas não seguem regras. Elas simplesmente existem.


---

Epílogo: Para Jamile, Minha Irmã de Alma

Se eu pudesse voltar no tempo e falar com a mulher que éramos há 20 anos, eu diria:

Resiliência não é virtude. É verbo.

Amor não é posse. É ato revolucionário.

Prosperidade não está em números. Está no som das risadas de Bia, ecoando além do tempo que lhe foi roubado.


Porque agora eu sei.

Não foram 20 anos de amizade.
Foram 20 anos de constelação.

Duas estrelas que se encontraram no caos cósmico e decidiram iluminar juntas a escuridão.

Porque algumas histórias não cabem em diagnósticos.
Elas simplesmente acontecem.
E isso já é toda a teoria que precisamos.

Inserida por dianeleite

⁠O samba tem dessas coisas… Ele acolhe, abraça, embala e cura. Foi no batuque do pandeiro e no lamento do cavaquinho que encontrei refúgio quando a saudade apertou, quando minha irmã faleceu . Foi aqui, no Miss Favela, que a dor virou melodia, que a ausência virou roda e que o Brasil coube em um abraço apertado.
Entre goles de cerveja e versos de partido-alto, fiz amigos que viraram família, cantei histórias que jamais serão esquecidas. Aqui, cada batida do surdo foi um passo na minha caminhada, cada sorriso, um reencontro com a minha essência.
Hoje, esse samba se despede, mas seu eco continua. Nas esquinas do Brooklyn, nas lembranças de quem dançou até o chão, nas palmas que nunca vão parar de marcar o compasso. O Miss Favela pode fechar suas portas, mas jamais fechará seu samba.
Obrigado Turma do samba, obrigado Miss favela!

Inserida por leonardo_lyra

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp