Um Amor Amigo Companheiro

Longe um trinado.
O rouxinol não sabe
que te consola.

Aqueles que se lembram de que devemos ter um fim neste mundo, as suas querelas cessam prontamente.

Um erro que impede os homens de agir é o não saberem daquilo que são capazes.

Um excelente modo de fazer o bem é a firme decisão de combater o mal.

São poucos os políticos que sabem fazer política. Mas, quando um intelectual tenta entrar nesse meio, então é o fim do mundo.

de manhã: mia, mia, mia
só depois de comer,
mia um bom dia

Para sobreviver no futuro, você deve tornar-se um viciado em novidades. Abandone o passado e construa as oportunidades com base na imaginação.

Um vasto plano seria inútil.

Prova-se a virtude de um homem apenas na hora do perigo.

É menos aborrecido ver a mulher que amamos ser possuída pelo marido que por um amante rival.

De um mal deriva outro.

Para suportar a sua própria história, cada um acrescenta-lhe um pouco de lenda.

Vocês sabem que numa corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio. Portanto, corram de tal maneira que ganhem o prêmio.

A verdadeira glória de um vencedor é a de ser clemente.

Prefiro embarcar com um canibal sóbrio do que com alguém civilizado e bêbado.

O Cão Sem Plumas

A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.

O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.

Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.

Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem.

Sabia da lama
como de uma mucosa.
Devia saber dos povos.
Sabia seguramente
da mulher febril que habita as ostras.

Aquele rio
jamais se abre aos peixes,
ao brilho,
à inquietação de faca
que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes.

Que grande peso é um nome demasiado famoso.

Muitas vezes a utopia de um século torna-se a ideia vulgar do século seguinte.

A arte não é outra coisa senão a força de sugestão de um detalhe.

Com que direito os deuses imortais rebaixariam um homem virtuoso ao ponto de o recompensar?