Transformar Lagrimas em Sorriso
Quando estou com ele, tenho alguém comigo no meu luto. Alguém que conhece a arquitetura dele como eu, que anda comigo em cada sala melancólica, fazendo toda a estrutura incoerente de vento e vazio não ser tão assustadora e solitária como era antes.
O luto é uma casa que explode no ar com a menor das rajadas. O luto é uma casa cujas cadeiras se esqueceram de nos segurar, os espelhos, de nos refletir. O luto é uma casa que desaparece a cada vez em que alguém bate na porta, que se enterra no chão enquanto todos estão dormindo.
Estávamos com medo. E se não quisermos sentir medo amanhã, temos de sair às ruas e defender nossa posição hoje.
Temos gente linda aqui que quer a mudança, mas encaremos os fatos, estamos em menor número! Se queremos uma revolução, temos de envolvê-los, não bater neles!
O sofrimento é consagrado a Deus pela fé, não uma fé no sofrimento, mas uma fé em Deus. Aceitar o sofrimento estoicamente, receber o fardo de uma necessidade fatal, inevitável e incompreensível, e leva-lo com coragem, não é consagração alguma. (...) A Cruz de Cristo não diz nada do poder do sofrimento ou da morte. Ela só fala do poder Daquele que venceu o sofrimento e a morte pela ressurreição do túmulo.
A sensibilidade é essa dor no peito que faz a gente inventar mais beleza. É graças a ela que no mundo todo se faz arte, em todas as suas formas. Na China se fez uma das arquiteturas mais esculpidas e desenhadas que os arquitetos inventaram.
Queridas mulheres! O mundo anda em conflito... Porque o feminino anda em conflito! A sociedade colhe as consequências de um longo ser e estar da injustiça contra o corpo feminino.
Fomos ensinadas a reprimir nossos corpos embaixo de muitas saias e sufocá-los em espartilhos amarrados contra as leis da saúde e do bem estar.
O QUE SERÁ
O que será, que será
Que está nos esperando depois da vida,
Que faz valer a pena ela ser vivida,
Que vai trazer alívio aos desesperados,
Que é a bem-aventurança dos oprimidos,
Que faz nossos apelos serem ouvidos,
Que faz a injustiça ser corrigida,
Que vem trazer consolo aos infelizes,
Que vem trazer sapiência aos aprendizes,
Que vem tornar verdade tudo o que dizes,
Vem desvendar mistérios, será que será,
Que é desde o princípio!
Ah, que será, que será,
Que vem mostrar aquilo que fomos antes,
Vem nos mostrar aquele a quem oramos,
Quem corrigir o rumo dos meus enganos,
Vem me botar mais perto dos meus irmãos,
Mostrar que nunca fomos seus inimigos,
Realizar os meus sonhos mais antigos,
Mostrar que com amor tudo é possível,
Vencer o desafio mais invencível,
Trazer, enfim, a paz a este planeta,
Mostrar que o amor sempre foi a meta,
Pra nos fazer felizes!
O que será, que será,
Que vai surgir no mundo no fim das guerras,
Que vai unir os povos de todas terras,
Fazendo finalmente nos dar as mãos,
Como aquilo que somos, somos irmãos,
Unir, enfim, as peles de todos tons,
Mostrarmos uns aos outros que somos bons,
Valorizar o amor em todos matizes,
Buscando ser completamente felizes
Desconsiderando todas as diferenças
Achando um sentido pras nossas vidas
Ficando mais unidos!
O que será, que será,
Que vai fazer a gente vencer o orgulho,
Poder ouvir a nossa voz interior,
E dar valor somente ao que tem valor,
Deixar de lado toda e qualquer vaidade,
Valorizar a voz da experiência,
Usando sempre toda e qualquer ciência,
Pra melhorar a vida de todo mundo,
E não gastar o tempo, nem um segundo,
Com coisas que não fazem o menor sentido,
Mantendo sempre abertos nossos ouvidos,
O amor se realiza!
"Será que eu poderia ter me esquivado desse inimigo?", perguntava-se Musashi, pensando na situação em termos de combate. Na qualidade de guerreiro, era-lhe humilhante ser derrotado por um simples prego.
"- Agradeço, mas recuso. Roupas vistosas não me caem bem. Deixe-me ir com estas, aliás, as únicas que tenho, e com as quais me deito ao relento e vou a todos os lugares. Nelas me sinto à vontade.
- Pois com isso não concordo - disse Myoshu, mostrando-se de súbito severa num ponto aparentemente pouco relevante. - O senhor talvez se sinta à vontade desse jeito, mas parecerá um trapo no meio de uma sala luxuosa. Esqueça todas as misérias e as sujeiras do mundo e deixe-se envolver, nem que seja por uma hora ou por metade de uma noite num ambiente de beleza ilusória, abandone lá todas as suas preocupações. É para isso que servem esses lugares. Raciocine desse modo e perceberá que seu jeito de se vestir e agir comporão esse lindo cenário, e que é um erro considerar tais detalhes matéria que só a você concerne. (...)
Muitas vezes Musashi se perguntara quem teria suportado até agora maiores amarguras: Otsu, palmilhando um tortuoso caminho, carregando abertamente a chama do amor puro que a consumia, ou ele, que tivera de andar ocultando as labaredas de sua paixão sob um manto inexpressivo, cobrindo-as com uma fria camada de cinzas? E a resposta era sempre a mesma: ele.
"Por todos esses dias passados até hoje, não vinha eu me dizendo que a vida de um guerreiro começa a cada manhã, e que ele deve estar pronto para morrer antes de cada anoitecer? Não vim tentando aprender a morrer, o tempo todo?"
"- Por que perde tempo esculpindo a deusa, em vez de praticar esgrima?"
(...)
"- Portanto, quando um espadachim se dedica à escultura, está se empenhando em elevar o espírito, assim como um monge, ao empunhar uma lâmina e esculpir uma imagem santa em estado de autoanulação, está procurando aproximar seu espírito ao do santo que esculpe. O mesmo espírito norteia os que pintam, ou se dedicam à caligrafia. A meta de todos é atingir a lua, mas muitos são os caminhos que conduzem ao cume da montanha. Alguns se perdem em meandros, ou tentam novos caminhos: todos, porém os trilham procurando chegar o mais perto possível da serena perfeição de Buda."
Quanto mais bravo e ilustre o guerreiro, mais gentil e bondoso ele é, mais sensível se mostra à transitória beleza desta vida.
"Do meu ponto de vista, o de um órfão, sua atitude não é apenas desrespeitosa, é quase sacrílega. Você foi contemplado com o amor materno, a maior felicidade que um ser humano pode almejar na vida, mas a está menosprezando! Se porventura eu tivesse uma mão como a sua, minha vida hoje seria muito mais plena, mais calorosa! Imagino com que prazer não estaria me esforçando para alcançar o sucesso ou para praticar uma ação meritória! Sabe por quê? Porque só uma mãe é capaz de se alegrar tão sinceramente com o sucesso da gente. Que estímula pode haver no mundo maior que o de possuirmos alguém compartilhando o nosso sucesso? Para você, que já possui esse privilégio, minhas palavras talvez soem antiquadas e moralistas, mas é muito triste não ter ninguém, nem a seu lado nem em lugar algum do mundo, com quem dividir, por exemplo, a beleza deste cenário que se estende diante dos nossos olhos neste momento.
Matahachi tinha Otsu em suas mãos nesse instante, mas não o seu coração. E desde o começo dessa tarde, vinha sentindo na pele como era difícil conduzir um corpo sem coração.