Textos sobre Tempo
Ponteiros
Os ponteiros do relógio que levam
As horas boas de nosso viver
Também grifam no tempo as que elevam
E trazem assim, pra sorte, saber
Iguais às águas dos riachos
Carregam rio abaixo as folhas caídas
Em contínuos despachos
Tal como as nossas despedidas
Os ventos também assopram
Pra longe os sonhos empoeirados
Ficando outros que aportam
Nos galhos dos nossos fados
Pois o de direito, é nosso, ancoram...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Carrilhão
Na casa calma o carrilhão toca
O carrilhão na casa então canta
Teu sussurro que no ar carpanta
Alto, em altas horas dorminhoca
O carrilhão toca. Na casa espanta
O silêncio, assim, faz uma troca
Em reza tal a uma velha coroca
Prum ritmo numa batida santa
Toca, santa, canta, uma maçaroca
Chora afiado o carrilhão, encanta.
E na casa calma e vazia e ampla
O carrilhão chora e ali agiganta
Carrilhão, a que horas você levanta?
O coração triste e vazio aqui potoca
Em cada batida pulsa tal badalhoca
O que espera mais... Carrilhão canta!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
No Tempo
O tempo já não muito importa
as horas, segundos, quantos?
O que foi já não abre porta
e os sonhos, estes tantos...
O que vale é o que vem
se ainda tem, os recantos
onde a alma se sinta bem
e no ir além, terá encantos
Porém, lembre-te de amar
pois nestes acalantos
tua passagem irá marcar
cada teu minuto
teu dia, um olhar
um sorriso, teu atributo
As rugas, ah! deixe-as ter
é o fruto
de que pôde viver!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, outubro
Cerrado goiano
Tempo de mulher
O tempo no seu tempo é sempre tempo
Em qualquer tempo é caminho, alento
No sonho ou contratempo é sentimento
Seu sofrimento contém nascimento
Tem tempo no tempo para o pensamento
Afeto, amor a qualquer momento
Soberana no advento, brisa ao vento
No sorriso traz contento, talento
Na infância paixão, proteção, alimento
Fêmea, pilar no casamento
Guerreira no tempo, fiel instrumento
Mãe, mulher, menina, encantamento
Todo tempo é seu tempo
Eterno fundamento!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Março de 2011 - Rio de Janeiro, RJ
CREPÚSCULO DO TEMPO (soneto)
Vê-se no espelho, e vê, pelo tempo fugaz
Uma desconhecida face que ali se ilumina
Decaída, expira a mocidade, e aí! termina
A juventude mais pasmada, que agora jaz
Outra ruína mais funda se revela... sagaz
As marcas do andamento... uma heroína?
Não... Furtou-me a idade, pérfida chacina
Mais que ter beleza, foi-se o ânimo audaz
Os fios brancos, e o amarrotado desgosto
Abarrotado de opaco, o intrépido se ver
Pondo no olhar, o luzidio de um sol posto
Chora, o dispor, que não faz então esquecer
Trêmulo no viver, de lágrima triste no rosto
Põe a confidenciar... que estou a envelhecer.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
POR TANTO TEMPO (soneto)
Por tanto tempo, o sonho era infinito
Vivia aflito, desvairado no sentimento
Que inda hoje, ao olhar o meu escrito
As quimeras me vêm ao pensamento
Por tanto tempo, sozinho e restrito
Meu silêncio, era áspero e violento
Mas por dentro, queria ser erudito
Mas havia tristura e voz de lamento
E hoje vejo uma certeza na direção
Dito: - “a única coisa que não muda,
é que tudo muda”. Sábia conclusão!
Pois, nesta vida de Deus nos acuda
O encenar é com agridoce emoção!
A poesia segui... e a fantasia miúda.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/03/2020, 17’29” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO DO TEMPO
O tempo lá se vai, e vai apressado
Por um tropel das vândalas horas
E tão dispersas nas ondas sonoras
Do outrora, passando, é passado...
E o minuto pelo vento é levado
Alado, seguido... pelas auroras
Num voo certo. Duras senhoras
Da direção... as damas do fado!
Não fique espantado meu caro!
O amparo vem do seu bom viver
E do bem doado, amado, é claro!
Então, não se preocupe em correr
É aos poucos, em um querer raro
Lento, assim o tempo irá render...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
JUVENTUDE (soneto)
Lembras-te, poesia, quando, era só alegria
Ao fim do dia, o pôr do sol mais que luzidio
Era arrepio na alma, e a satisfação persistia
E em teus versos canto de juventude no cio
Tudo era ingênuo, melodioso e de fantasia
Felizes, ambos, íamos trovando o desafio
Fio a fio, nas venturas com a boa teimosia
Ecoando em nós o inato recato de ter brio
Tudo era longo, e o agora mais duradouro
O azul do céu num infinito da imaginação
E o amanhã no amanhã, um novo tesouro
E em nosso olhar, aquela tão mágica visão
De que tudo é possível no sonhar vindouro
E o mundo seguia mundo sem preocupação
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/03/2020, 14’27” - Cerrado goiano
VERÃO .....
Verão... janeiro onde tudo esquenta
Em bando o raio do sol abafa o beiral
É mais triste o jardim na tarde sedenta
Onde as rosas já desmaiam no rosal
O alto verão! A hora é macilenta
Tem lerdeza, estio, sempre igual
Poeta, porque é que te atormenta?
Cá no sertão, é calor, chão tropical
Depois o seu entardecer é encantado
Dum horizonte de nuvem em novelo
Na grandeza do céu árduo do planalto
Verás sim, o abrasado torto cerrado
Em brado, as suas savanas em apelo
No pico da quentura, bafo, ponto alto! .....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/01/2021, 07’37” – Triângulo Mineiro
PASSANDO ...
Sulca-me as frontes já rugas encanecidas
Olhar embaçado eu vejo o velho cerrado
Torto, “pedregado”, arbusto tão delgado
No tempo vou em velocidades incontidas
Cabelos brancos, vá, não seja tão abusado
O meu espanto, quanto as tuas investidas
Tão fugaz, minhas queixas enfraquecidas:
Lamentos, surpresa, pavor, sem resultado
Tive antipatia, tive inocência, e repulsa
Com a estranheza furiosa da mudança:
No espelho a figura avelhantada pulsa
E, atendo ao inevitável, já, só lembrança
Passou, vai passando, e a história incursa
Ao passado, a temporada de ser criança...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2021, 12’45” - Araguari, MG
ANDANDO
Passou... o tempo, numa ligeireza
Em um molesto sem parar, foi-se
E o pensamento ainda em lerdeza
Dum susto de se vê levar um coice
Passou... pondo no antes a pureza
Passando, e clarificando a velhice
O passar já não mais uma surpresa
Onde cada agitação é uma chatice
Mas, tive medo, tenho, de loucura
Em viver o tempo querendo demais
E tão ferino, o tempo toma o lugar
Andando, agora quero mais ternura
Estar, aquele doce olhar, mais e mais
Fecho os meus olhos e deixo passar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/08/2021, 18’58” – Araguari, MG
ENVELHECENDO
Frauda o sono na madrugada. Sem apreço
Tropeço em tropeço, corpo e vigor, se vão
É pulsação na emoção, é a conta, é o preço
À dimensão do tempo, do tempo à dimensão
Um espesso sentimento: agrado e padeço
Ao chão, cada suspiro de uma sensação
Vida, palpitação, de arremesso e arrefeço
E, bem sei que curto ou longo nos levarão
A cada verso, reverso do fim e do começo
O início, o término, no meio, se misturarão
Do berço ao regresso, diverso, eu confesso!
Se tive insatisfação, também, mais gratidão
Tristeza ou não, apenas um outro endereço
Envelhecendo, a oblação dos que sorte são!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, setembro, 12, 04’27” – Araguari, MG
Canção Musicada Pra Velhice
Dizes-te tempo, entretanto
Em ti andejando, cada dia
Mais e tais, mais um canto
Mais algo, e mais ousadia
E a cada novo ano, passa
Indo a carcaça abarrotada
Aparência baça, com graça
Peleja, e generosa morada
Cada passo, renovo, brilho
A vida num prélio deveras
A juventude um trocadilho
E o desejo das primaveras
Sigo da vida a doce poesia
Se ventura eu fosse poeta
Dele apanharia mais magia
Velho, mas de alma repleta
Cada fio do cabelo já prata
E a saudade no peito forte
No olhar luz, a sina pacata
E, que o coração se importe
Porém, antes, porém, sorte
Caro tempo, aqui me esforço
É bem que se vai pra morte
Mas, que seja sem remorso...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/09/2021, 15’40” – Araguari, MG
O tempo relativo de Albert Einstein
Os dois postulados para se construir a Teoria da Relatividade Restrita do Einstein e depois a Geral são que as leis da Física são as mesmas para todos os sistemas referenciais inerciais e que a velocidade da luz é uma constante universal.
É justamente pela velocidade da luz ser constante que deduzimos ser o tempo relativo, e também a massa e o espaço.
A velha e boa história de se você viajar em uma nave com uma velocidade próxima a da luz, envelhecerá, por exemplo, um ano, e aqui na Terra todos estarão dezenas de anos mais velhos. Ou se passarão milhares ou milhões de anos aqui quanto mais a nave aumentar a velocidade.
Mas por que a velocidade da luz é sempre constante?
Sendo uma radiação eletromagnética, ela não pode ser acelerada, "arremessada", falando em português simples, pelo emissor que viaja à mesma velocidade da nave ou desacelerada, "subtraída", da velocidade do emissor, como acontece com os objetos materiais comuns como pedras, metais, etc.!
O tempo seria a sensação de uma passagem, o "transcorrer entre...", na observação entre dois ou mais eventos na qual dividimos entre início e fim, até na permanência de um evento em repouso, que podemos associar a ele números sequenciais positivos e uma unidade denominados de duração do (s) evento (s), sendo qualquer fenômeno natural ou até pensamentos sequenciais de cenas em nossas mentes, cenas em repouso, e, por incrível que pareça, sem evocar nenhuma cena, ficando apenas de olhos fechados.
Amor contra o tempo
Difícil é esperar quem você ama por algum tempo, sonhar com o reencontro, fazer planos e se deparar com um cronômetro lembrando que seu tempo está acabando, que precisa concluir o que você espiritualmente nem começou e ver que mais que tenha se esforçado, você não conseguiu a conexão com seu amor. Ohh tempo, porque judiar tanto de quem se ama e tem pouca chance de se ver. Somente o amor é capaz de superar isso e esfriar o coração até uma nova oportunidade.
O Tempo parece ter parado
A vida perdeu a graça, as pessoas ficaram iguais, os assuntos ficaram apenas ruídos, as noites ficaram longas e os dias tristes, como se o tempo tivesse parado para contemplar minha dor. Você se foi como um raio, levou consigo toda esperança de um dia melhor, matou o sonho, a vida que gritava te amar.
Das coisas que aprendi no Monte Roraima
Aprendi que a vontade de alcançar um objetivo é maior que a distância e mais forte que a fraqueza.
Aprendi que a natureza é mais antiga que o tempo e que a ela precisamos pedir permissão para adentrar.
Aprendi que a nossa visão e audição as vezes nos traem. O perto nem sempre é tão próximo.
Aprendi que os romances são tão efêmeros quanto as nuvens e que o tempo é menos importante que as ações que fazemos.
Aprendi que confiar, significa estar à beira do abismo e segurar sem receios, a mão de alguém desconhecido.
Aprendi que não importa o ritmo que os outros caminham. O destino é sempre o mesmo, pra frente, no alto.
Aprendi que o Monte Roraima é a morada dos deuses e que a Gran Sabana é a morada dos humanos.
Apreendi que nossos amigos são aqueles que vibram com nosso sucesso, nos consolam em nossas tristezas e também nos suportam em nossos momentos mais opróbrios.
Aprendi que não importa quão intensas foram as experiências antes vividas, o Monte Roraima sempre encontrará uma maneira surreal de nos surpreender.
Fala-me do tempo e das intrigas,
e dessas coisas que dizemos por falar…
Diz-me prosápias das modestas raparigas,
que fazem renda numa casa à beira-mar.
Diz-me essa história proibida de dizer,
arrecadada no cacifo dos segredos…
Conta-me um verso, daqueles que dão prazer,
quando as vagas fazem rimas nos rochedos.
Canta-me um fado, com a tua voz castiça,
denunciando os infortúnios da miséria…
Fala do povo, do divino, e da justiça,
com essa crença que a justeza faz etérea.
Diz um olá no meu ouvido encortiçado
pelo silêncio das palavras mais esquivas…
Fala do conto que não foi sequer narrado
no nobre esboço do condão das narrativas.
TEMPO PERDIDO
Sempre me levei a sério, talvez sério demais,
não faltava a compromissos, chegava antes do horário
os atrasos e a espera que me faziam passar eram normais
Nas antessalas de clientes, de médicos, passei muitas horas,
se somadas poderiam ser dias, talvez semanas, talvez mais
Mas o que eu teria feito com este tempo de vida que perdi?
O tempo sempre se usou de mim,
e eu o obedeci sem questionar.
E agora o meu tempo vai contando ao contrário,
tento imaginar quando tempo ainda tenho,
e quanto deste tempo ainda terei discernimento
para tomar conta de mim mesmo...
não tenho respostas, só dúvidas...
espero que o tempo deixe de ser tão cruel
e a esta altura, me seja benfazejo e breve
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