Textos sobre Mar
Poesia Brasileira Contemporânea | Novas Poetisas
O MAR RESOLVE A SAUDADE
~~~~~~ ~~~ ~~~~
Afogo os meus pés no raso do mar, ~~
~~~~ enquanto caminho.
Piso na areia ~~~~
~~~ estriada e úmida,
sob o céu desbotado. ~~
~~~~ ~~~~~~ ~~~~
~~~~~ ~~~~~ ~~~~~~
~~~~ Praia adentro,~ ~~~~
Percorro a maré tentada a te perder: ~~
~~~As ondas vem ~~~ e quebram, ~~
~~~ Elas se vão e te levam. ~~
~~~~~~ ~~~~
~~~~ ~~~~ ~~~~
O mar dissolve a saudade, ~~
~~~ O mar resolve a saudade.
~~~ ~~~~ ~~~~
O Sossego do Pirata
É seguro o que se espera
De uma bandeira no horizonte
Não se sabe o tratamento
Que se deve a quem se esconde
Se teus olhos não o creem
Caça forte a sotavento
Pois a alma ludibria
O corsário sem desdém
Cala fundo a sentença
Num suspiro de arrepio
Que com um tiro anuncio
O contar de "déiz" vintém
Sem tesouro o pirata
Singra mar e aflição
Mal sabe-se lá ele
O valor da tentação
Se seria afortunado
O sujeito desalmado
Perde todo o seu silêncio
Numa prosa desonrada
A vontade que te cerca
Qual donzela afeminada
Te seduz em boa espera
No "sem tempo" acalorado
Sabe-se pouco das histórias
De um louco arrupiado
Ao pirata só lhe resta
O sossego à mão lavada
-Rosa Branca-
Como poderia
fazer a ponte
para chegar
até
o
Mar
O único pedaço d'água
deste mar
é tão pequeno
que mal escorre
dos olhos
verdes
como nossos
passados
que se descruzaram
e foram
pra tão longe
de
si
Entardeceres que me traziam
tanto alívio
só por saber
que a noite viria
e seu acalento
(a)calma(ria)
analfabetizava-me
sentindo com inteligencia
perfeita simetria
era o olhar
ao infinito
de meu ser
nada
sendo
tornando-me ser
de longe
a ti
próximo
Em frente à sua morada
sempre passo
passo a passo
vagas lembranças
do que não aconteceu
mas poderia
ah sim
deveria
Vacilo meu
nosso
talvez
pesar
peso
Mar..
L I B E R D A D E
Corremos atrás dela
e sentimos que devemos ter.
Mas nos esquecemos que pra isso
antes devemos "S e r".
Ser aquele que ao lado deixa o
telefone tocar,
enquanto aprecia o nascer do sol nas lindas ondas do mar.
Ser aquele que aproveita a vida de verdade
Que tem o coração como guia,
para "Ser" a própria Liberdade.
MAR!
Trecho da Peça: O Sertão Vai Vira Mar
Com o tempo, a quentura e a seca começaram a fazer parte do dia a dia de todos.
De tão quente e tão sem chuva, pouco a pouco as pessoas daquela cidade foram indo embora, deixando suas casas, suas histórias e seus animais!
Os animais!
Esses sentiram os efeitos da seca.
Poucos restaram naquele sertão.
Sofreram muito com a saída dos homens, mas tiveram que lidar com o que tinham.
Cada um, do seu jeito foi se preparando para o dia que o Sertão virasse Mar.
Isso mesmo, de acordo com as teorias da Senhora Asa Branca, um dia o Sertão viraria Mar e quem não preparasse o seu barquinho, não teria chance de sobreviver.
Ninguém nunca imaginaria que o grande problema de todos, a falta de agua, seria agora, justamente um novo problema, só que ao contrário, a pá virada virou de vez, e ia ser agua demais, agua pra encher as bacias, lagoas e até uma cidade!
Um mar!
Quero falar nestes versos
Do meu grande amor
Bela por natureza
Singela como uma flor.
Cantar em poesia você
É o meu maior prazer
Nosso amor eternizado
Fazendo sempre feliz nosso ser.
Cantarei com o coração os meus versos
Que um dia trouxe o mar de minha Isa
Aqui no meu mundo lembra-me os astros.
Maldito leviano
Não há o que se possa fazer,
Já selou-se a vontade do mar.
Persiste ainda a esperança, porém.
Afogada jaz a pura criança,
As lágrimas marinhas enchem os pulmões da pequena.
Incompetente e leviano o pai,
Deixou se afogar sua criança.
Onde está o teu cuidado?
Jaz sem vida, tua vida.
Terás tuas boas lembranças,
Mas quem lembrará bem de ti?
Aquele que causa dor sofre,
Com sua dor e com a dor por si causada, sofre.
Eis aí tua maldição,
Viverás sem tua vida.
Navio Negreiro
Lá vem o navio negreiro
Lá vem ele sobre o mar
Lá vem o navio negreiro
Vamos minha gente olhar...
Lá vem o navio negreiro
Por água brasiliana
Lá vem o navio negreiro
Trazendo carga humana...
Lá vem o navio negreiro
Cheio de melancolia
Lá vem o navio negreiro
Cheinho de poesia...
Lá vem o navio negreiro
Com carga de resistência
Lá vem o navio negreiro
Cheinho de inteligência…
Saudades do mar
O mar sabe curar
as dores de amores
de corações partidos
com tons de azuis colores
Saudades do mar
ele lava a alma
abre os pulmões
a mente acalma
Sossega indagações
da fôlego e vida
encontro soluções
cura para minha ferida
Assim se não me afogue
que a onda não me atropele
o sal e o sol me não me queime
ou que eu não me apaixone
Eu amomar amar
Fica em Paz !
Acalma a mente porque fogo não é gente !
Chão não é de água e amor não tem maré .
Acalma a mente ...
Enquanto o coração te pedir para disfarçar os sentimentos , terás que entender que nunca viveste de verdade , tão pouco de fidelidade !
Acalma a mente ...
Fingires que não sabes , que tudo é perfeito e que te amam quando afinal vives uma mentira não te fará nem feliz menos ainda contente !
Vá acalma a mente !
Tens caminhos a percorrer , marés para ultrapassar mas se continuas a insistir um dia vais naufragar !
Acalma a mente porque fogo não é gente !
Magoas para te protegeres escolhendo sempre quem do teu lado está .
Acalma a mente , mentira não é sentimento e raiva não traz paz .
Vá acalma a mente e tenta de uma vez ser gente !
Por mais que tenhas quem te ame a estupidez também faz mal !
Acalma a mente porque fogo não é gente mas vais-te queimar !
Deriva Mental
Esqueci-me do ponto de partida!
Onde está o meu porto seguro?
Distanciei-me muito da beira,
Estaria perdido?
E qual era mesmo a minha direção?
Norte, sul, leste ou oeste?
Enfim, agora já é tarde.
Já nem consigo ver a linha que separa o mar e o céu azul
E também não sei de onde vim e quais eram os meus objetivos.
Culpa das tormentas e dos raios!
Que ora estavam em meu caminho,
Ora estavam em minha mente.
Não sei também onde está minha bússola.
Mesmo que nem a seguisse antes,
Confortava-me.
Mas agora só me resta buscar uma nova direção,
Um novo caminho.
Quem sabe possa ser a luz de um farol no meio do mar
Que me guie para fora desta deriva mental.
Incógnita - Marcas de um sonho ruim
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Olhe para mim,
Não tente me entender,
Nem queira me convencer
Se eu sou um dilema para você.
Sinta meu olhar...
No silêncio das noites
Ele brilha como o mar.
Não queira me compreender,
Pois nem mesmo eu sei
O que dizer, o porquê
De tantas coisas que me afligem.
Não se assuste, não.
Minhas marcas são cicatrizes
De feridas no coração.
Assim eu sou.
Não tenho muito o que dizer,
Porque assim eu sou, Simplesmente.
Incógnita, talvez...
Uma pessoa que uma vez
Talvez tenha tido um sonho ruim.
Sinto se lhe fiz sofrer com minha dor,
Mas saiba que eu chorei
Quando você chorou.
Vento, pássaros cantando, brisa do mar, folhas verdes, céu azul e uma janela - janela da alma? vidraça? um simples vão no imaginário?
Cachorro latindo, caminhão passando, coração a pulsar;
Teclas sendo pressionadas, respiração ofegante (ansiedade?);
Pequeno momento de percepção e reflexão na solidão criativa.
"....Fiz até uma promessa, que vivo a suplicar.
Quando minha hora chegar,
Esperem a noite alta e me joguem inteiro no mar.
Vou virar mistura de lama, coberto de calcário, envolto de sal,
Para nascer como pedra, estendido a beira mar.
Então, nem queira saber, que alegria será,
Eu me vivendo banhado de ondas, a relembrar,
Toda a vida que viceja, quando se descobre um olhar...."
Fragmento Poema O QUE JOÃO ME CONTOU
- Em homenagem a João que já virou Pedra no Mar do Sul
Moverei montanhas
sem atacar ninguém,
toneladas de terra
sem o braço erguer,
pedras serão plumas
sob a força da mente,
o céu tocarei num segundo
e o fundo do mar me espera,
tudo através de minha pena
pois a poesia é quimera
Quimera e sentimentos,
imaginários ou reais
quero que meus versos
sejam apenas linhas
em bandeiras brancas ao vento,
tremulando em busca da paz
João (Apóstolo do Amor)
Jesus! Só em ouvir o nome d’Ele minha alma se inquieta, admito que não existe alguém como Ele. Escutei João Batista falar sobre Ele, que viria e batizaria com o Espírito, e realmente essa palavra se cumpriu em todos nós e permanece se cumprindo. O Amor de Cristo rompeu todas as fronteiras, foi ao mais extremo limite para nos salvar, todos somos testemunhas. Nesse instante, trago a minha memória a última ceia com Ele, em que recostei minha cabeça sobre Seu peito. O mundo parecia estar em silêncio diante das batidas de Seu coração, não eram somente batidas, ao mesmo tempo eu sentia a calmaria do mar, juntamente, com o arder de um fogo pulsante. Certamente foi um momento ímpar, de que nunca esquecerei.
O Mar de Vinho...
Ao deitar-se para dormir, depois de um exaustivo dia de trabalho, ela desejou estar onde tudo seria mais alegre e no qual ela pudesse realizar suas fantasias e sentir-se plena... Suspirou, e, ao fechar os olhos e relaxar seu corpo, pode sentir um cheiro do vinho que exalava... o cheiro era bem nítido! Trazia aromas inigualáveis e a deixava com a boca sedenta...
Ao abrir os olhos para ver se alí havia uma Garrafa de Vinho, se deparou num Mar de Vinho...
Seu desejo fora atendido pelo Gênio do Vinho!
Pode então pegar todas as ondas espumantes e embriagar-se, sem timidez!
Ela pode ser ela mesma.
Ali não havia censura...
Poderia existir qualquer loucura...
Se encontrou naquele deleite sem fim e pode degustar o Vinho e os prazeres!
Sentiu prazer...
Sentiu-se linda!
Sentiu-se Viva...
Sentiu-se em Paz!
Se encontrou no Mar de Vinho!
Rubi Olindo
EU E A OUTRA
Eu sou a outra
que com gestos precisos e comedidos
enxerga a vida com mais dureza
e esquiva - se de todas as quimeras.
Enquanto a outra, … metade mim,
caminha por um campo minado,
derruba paredes que separam,
ainda pasma com o pôr do sol
e com a lua refletida no mar.
Fica zonza ao ler um soneto da Janske.*
Sonha com um amor inominável,
anda de mãos dadas com a saudade
e solta- se…voa com a onírica liberdade.
Sem nenhum disfarce, cutuca uma dor,
cava palavras e verbos
e, sem anestesia,
faz nascer um poema novo.
*Janske - Poetisa nascida em Amsterdã, radicada em Curitiba desde 1958.
Poema "Mar..."
Mar…
És fonte de sal
Que tempera a nossa vida
De forma especial.
Mar…
Palácio com imensos peixes,
Que habitam dentro dele
Querem que tu os deixes.
Mar…
Sinónimo de imensidão
Acalma o meu coração
Faz-me viver
Em constante emoção.
Mar…
Pérola do mundo
Mesmo ali no fundo
Para um oceano a encontrar.
Mar…
Gestos e imperfeições
Barcos a remar
Navios a flutuar.
Mar…
Largo de imaginações
Presença ondulada do infinito
Em constantes transformações.
Mar…
É o pai de todos os rios
Que nele vão desaguar
Cada um em seu lugar!
Mar... simplesmente MAR.
Poema adaptado da obra da escritora Rosa Luísa Gaspar - "Os segredos de um búzio"
Os segredos de um búzio
Linda, menina de muitas aventuras,
Um lindo sorriso espalhava
Junto ao mar fazia caminhadas
E do amigo Poncho
Nunca se separava!
O seu avô que fora pescador
Homem de histórias e pescaria.
Linda não entendia
Sua tamanha melancolia!
As histórias que o avô contava
Mostravam que adorava o mar
Mas Linda, por vezes, sentia
O avô numa aparência sombria!
Linda gostava do mar,
De nadar com aroma
E cor a maresia,
Por isso estava preocupada
Com o que ao avô afligia!
Certa noite em especial,
Quis ficar bem acordada
Pois queria descobrir
Com o que o avô se preocupava.
Ambos na soleira da porta se sentaram
E o avô sem demoras
Fez uma simples questão:
- E se o mar desaparecesse então?
Com a pergunta
Linda confusa ficou.
Procurou respostas no céu…
E de um búzio se lembrou.
Lembrou-se do búzio
Que o avô lhe dera
Onde aprendera a ouvir
O que o mar lhe queria dizer
Mas será que ele sabia a resposta?
O avô percebeu a sua aflição
E disse-lhe que a sua tristeza
Era porque o mar
Já não é o que era.
Mar fonte de sal
Que tempera a nossa vida
De forma especial.
Palácio com imensos peixes
Que habitam dentro dele
Querem que tu os deixes.
O avô pediu-lhe então
Para ouvir o búzio que lhe dera
Pois o búzio sabia
Tudo o que o mar já foi e era.
O que afinal afligia o avô
Era o desmazelo das pessoas
Que desrespeitavam o mar, a natureza…
E toda a sua beleza.
A Linda descobriu então
Que precisava de planos fazer
Para agir com cuidado
O mar e a natureza proteger!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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