Textos sobre a Morte

Cerca de 4590 textos sobre a Morte

⁠JESUS CRISTO - Nascimento e morte

Vinte e cinco de Dezembro nasceu Jesus menino.
Veio ao mundo para cumprir o seu destino.
Menino Jesus nasceu. Deus assim a Maria prometera.
Maria deu à luz o filho seu,
Dentre todas, foi ela que Deus escolheu.
Santa, virgem e imaculada,
Por José, a doce mulher amada...
Trouxe ao mundo o salvador,
Vieram junto, a paz, a fé e o amor.
Primeiro berço, a manjedoura,
Primeiro beijo foi de Maria, a protetora!
Primeiro exemplo, a humildade,
Sabia que morreria aos 33 anos de idade.
Os três Réis Magos, após ouvirem o recado do anjo, seguiram firmes, a estrela guia.
Montados em seus camelos, viajaram por dias e mais dias...
Na bagagem tinham presentes ao Rei maior.
Presentearam Jesus com mirra, incenso e ouro.
A notícia se espalhou rapidamente. Na estrebaria tudo acontecia.
Curiosos e homens de fé uniam-se a Jesus e Maria.
Falavam baixo, pois o menino Jesus dormia.
A frase mais pronunciada era:
Nasceu o filho de Deus! Quanta alegria!
Jesus veio ao mundo para nos salvar,
Para sofrer e ver o irmão lhe enganar.
Tinha conhecimento da sua cruz pra carregar,
Que Pilatos lavaria as mãos, para a multidão lhe condenar.
A maldade se consumou!
Da ponta da lança o sangue jorrou...
Barrabás não era mais bandido...
Escolheram matar Jesus...
Fora, por trinta e três anos, perseguido e duramente agredido.
Mas ele era Santo. Ele era o puro amor. Era o filho de Deus!
Não pediu vingança, não pensou vingança...
Pediu ao Pai para perdoá-los: "Eles não sabem o que fazem.".
Mais de dois mil anos se passaram,
Parece que foi ontem, quando os homens o condenaram.
Judas lhe traiu, quando a prata lhe sorriu,
Pedro foi traído pelas próprias palavras. “Até tu Pedro!”.
A multidão condenou Jesus e libertou Barrabás.
Interromperam a via sacra quando levavam Jesus ao Monte Calvário.
A multidão estava furiosa...
Jesus foi agredido, cuspido, maltratado fisicamente e emocionalmente...
Pôncio Pilatos lavou as mãos.
Soldados famintos de sangue, num ritual de sacrifícios, utilizando de lanças e chicotes, assassinaram JESUS CRISTO, sem dó nem piedade.
A maldade se consumava...
Jesus está morto!
A escuridão toma conta do espaço fúnebre.
O vento soprou forte e o céu emudeceu.
O sangue do corpo de Jesus, ali pregado na Cruz, escorria, fazendo poças...
O chão de vermelho tremeu!
Alguns gritavam “Jesus morreu! Jesus morreu! Jesus morreu!”...
A lágrima escorreu em cada face. O arrependimento começara. Quase real...
No terceiro dia pós- morte, Jesus se ressuscita.
Vive entre nós em Espírito, dando-nos luz, amor e orientando nossos passos e nossos dias.
Jesus nasceu por nós, viveu por nós, morreu por nós e vive, em espírito, entre nós...
Amém!...
Élcio José Martins

⁠Mais amor, por favor...

O milagre da vida e da morte são enigmas
que nos instigam desde tempo imemoriais...
A natureza com toda sua grandeza e pureza
nos fascina e ensina...

somos centelhas divinas em caminhada individual e
coletiva...
Somos mistério profundo em comunhão
com a fonte Amor...

O Amor nos adorna e transforma em formas de
Amor...
Somos amor em nosso andor de amor e dor...
Somos sementes a germinar em amor... para o amor e
pelo amor...
Amor, por favor!

⁠Perenidade

D'esse limiar 'tre vida e morte, contemplo com profunda melancolia a efervescência tumultuosa d'arte atual. O cenário emergente s'assemelha a um campo de batalha caótico, onde a união estética e o respeito pela beleza atemporal desaparecem em meio ao tumulto iconoclasta.
⁠Em contrapartida, a produção artística clássica, erigida qual colosso majestoso, subsiste como guia de grandiosidade e ordem. As obras imperecíveis dos mestres clássicos, com sua minuciosa atenção aos detalhes e temas universais, obscurecem a transitoriedade da contemporaneidade. Cada escultura, cada pincelada, assemelha-se a um murmúrio distante que ressoa através dos séculos, enquanto a produção artística recente, frequentemente, parece predestinada a perecer no abismo do olvido.
A grandiosidade das obras clássicas, sustentada pela tradição e beleza perpétuas, contrapõe-se à transitoriedade passageira da produção artística moderna, que com frequência se afunda na superficialidade da novidade. Em meu observatório para além dos dias, respiro com reverência a suave fragrância da produção artística clássica, cuja grandeza perdura como constante inalterável, um refúgio de beleza que transcende as breves tendências do momento.

Que coisa ruim é o tempo...
Nos envelhece, nos leva pra próximo da inevitável morte,⁠ leva embora quem amamos, separa quem um dia foi unido, deixa marcas...

Que coisa boa é o tempo...
Nos trás sabedoria, nos ensina que estamos aqui de passagem para que possamos evoluir, alivia a dor, fecha as cicatrizes, nos torna resilientes!

O tempo é rei, o tempo é soberano, o tempo é dual. Cabe a nós dizer se o tempo em nossas vidas é uma benção, ou uma maldição... Não podemos lutar contra o tempo pois inevitávelmente sairemos perdedores, devemos amar o tempo e sermos gratos, por tudo que se inicia e chega ao fim neste incrível espaço de tempo que chamamos de vida.

⁠⁠Fechei os olhos para imaginar a minha não existência

Imaginar a morte me removendo da existência

Imaginar ele me transformando
em um "ele existia"

E fê-lo

Na normalidade fê-lo

Como um sujeito sem moralidade fê-lo

Aí que barbaridade por parte da morte

Rigozija-se por ouvir a sonoridade da voz dos que me amam

Sinto que estão a esforçar-se para evitar o sangue incolor que vem dos seus olhos

Queria poder lhes dizer algo, mas me encontro em resignação da morte.

Adeus! Eu não disse, eu imaginei.

⁠Morte por dentro

Ao me olhar no espelho, vejo que não sou inteiramente eu. Sinto que aos poucos estou me matando por dentro. O coração já não bate por querer viver; e sim por ser obrigação dele estar bombeando e bombeando. Acabei mentindo para mim mesmo dizendo que estava bem, mas na verdade eu estou?
A verdade é que eu sou descartável, então, as pessoas me usam, me iludem e acabam indo embora no final. Mas por quê? Sempre fui o mais gentil, o mais atencioso, o mais amoroso pelas palavras delas. Porque sempre tem que terminar assim? Uma despedida de pessoas que eu amo no final. Mas que vivem a vida delas sem pensar, sem me encaixar no futuro delas. Não significa ser uma escolha ruim da minha parte. E sim de entender que existe um coração, existe um amor dentro delas. Mas elas esquecem que existe um dentro de mim, esquecem que eu acordo me preocupando e vou dormir da mesma forma. Odeio viver com a incerteza de que as pessoas podem morrer se não forem amadas. Que algumas tiram a vida por não terem amor.

Mas será que quando tem elas também vão embora?

⁠Na dança da vida, a morte é traiçoeira,
Surge sem aviso, sombria companheira.
Em dois velórios, dois diferentes cenários,
A dor, um elo entre tempos adversários.

Uma senhora de idade, 85 anos serenos,
Viveu sua jornada, partiu desse terreno.
Mas a dor entre os familiares é lógico que ainda persiste,
O vazio, a despedida, ninguém resiste.

No segundo cenário, a mãe da jovem, com 25 primaveras,
Grita alto, e, sua voz enche as esferas.
"Minha companheira", ecoa a aflição,
Um lamento que corta o coração.

Ao consolar, damos força e calor,
Abraços que acalmam a dor, o temor.
Mas no ir e vir, entre o consolar e o vencer,
Vejo o ciclo da vida se perder.

Pessoas focadas em metas diárias,
Enquanto a empatia se perde em rotinas diárias.
No caminho para consolar, a solidariedade se esquiva,
Entre a dor real e a busca incessante de uma vida ativa.

Escrevo, pois a alma chora em versos,
A dor,
o luto,
entre risos dispersos.

⁠CARDÁPIO DA VIDA

Vida - Viver
Morte - Sentir
Felicidade - Transmitir
Amor - Amar
Dinheiro - Gastar
Dívida - Pagar
Estudo - Estudar
Conhecimento - Repassar
Trabalho - Trabalhar
Melancolia - Larga mão
Gratidão - Agradecer
Compaixão - Necessidade
Decepção - Acontece
Curiosidade - Todos temos
Solidão - Ás vezes
Culpa - Nenhuma mais
Remorso - Arrependa, é melhor
Prazer - Em boa companhia
Alegria - Combustível sempre
Tristeza - Logo passa
Medo - São muitos
Raiva - Passageira sempre
Nojo - De sujeira
Desprezo - A ninguém
Surpresa - Boa é bem vinda

Essa salada diversa de sentimentos são verdadeiros cardápios que se apresentaram ou se apresentarão ao longo da nossa jornada aqui na terra.
Em algum momento teremos que lhe dar com coisas e situações boas ou ruins. Viva vida.

⁠é um estado de desolação e enorme desconforto que descarrega-se em minha tristeza, parece a morte de uma alma.
é a falta de esperança e a vontade jogar tudo pro alto. parece a morte da paciencia.
como eu poderia estar tão seguro, como eu deveria estar em relação a isso tudo?
as vezes não sei se devo mais a morte ou amarte
nao quero esperar, nao quero aguardar nem mais um momento
mas nao quero desistir.
tanto tempo tanta coisa.
as vezes o passado me chama, e geralmente é quando eu percebo que o futuro me engana.
eu quero ir a morte ou a amarte?
as vezes eu nem quero nada
só a sensação de segurança.

⁠Tens medo da morte?

Se tens medo da morte, com certeza, teme a sorte,

Se tens medo da morte, talvez, não se sinta forte,

Se tens medo da morte, com certeza não viaja de avião, o meio mais seguro de transporte,

Se tens medo da morte, e gripado está, melhor tomar um chá de raiz forte,

Se tens medo da morte, e das contas que terá de prestar, melhor será que se comporte,

Se tens medo da morte, fique atento a sua bússola e não vá perder o norte,

Se tens medo da morte, para manter uma boa saúde, melhor praticar um esporte,

Se tens medo da morte, não deixe de pagar suas promessas, e vá à Aparecida do Norte,

Se tens medo da morte, uma coisa vou te contar,

essa tal de morte não vai te pegar, só para outro lugar irá te levar.

Onde será, depende do que faz aqui, pois, é aqui que sua passagem comprará.


A. Cardoso

⁠E se o amor e a morte se encontrassem
Em um abraço infinito .
O amor morre
Ou a morte se apaixona
Talvez a morte , acabava com o amor
Ou o amor amaria até a morte ?
E se o amor e a morte se encontrassem
Lado a lado andariam ?
Ou logo com um beijo
Essa união selaria .
Talvez , só talvez ...
Findo o enlace
Findo a agonia.

⁠Eu sinto o cheiro da morte.
Seu aroma é forte como cravo e canela queimando na boca do fogão.
- Isso me faz lembrar que quando criança , meus pais me alimentavam com sonhos bons e me faziam imaginar que o mundo lá fora era um conto de fadas repleto de fantasia.
Esse foi o grande problema dos meus pais , eles mi protegeram da maldade do mundo mais esqueceram de adicionar um pouco de realismo em cada conto de fadas.
Eu cresci, e tive de apreender da pior forma possível como são as pessoas de verdade. Mi feri sosinha e nas noites frias de inverno me deixei morrer por algumas horas ou talvez dias.
Hoje as lembranças fogem de min como o sangue fresco escorre pelos meus ferimentos , cada fio de cabelo do chão cada lágrima que escorre das minhas bochchas são o minimo do que eu estou por dentro.
Eu aprendi a me odiar da pior forma.

Então é Páscoa...
Após a máxima confirmação do amor de Deus por nós - a morte de Seu filho - eis que Cristo ressuscitou glorioso! Cristo venceu a morte, venceu o ódio, venceu a descrença. E Sua mensagem de amor e esperança continua sendo passada até hoje...
Páscoa é isso, amor e esperança! Que nessa Páscoa em especial possamos renovar a esperança em nossos corações tão fragilizados por tantas incertezas e tantos medos que estamos vivenciando atualmente.
Que o Cristo Salvador renove cada um que se encontra desenganado, desesperançado, cansado... Que o amor ao próximo seja o maior exemplo Dele a ser seguido. Que o perdão enterneça os corações endurecidos... Perdoe aos outros, perdoe a si mesmo. Que Ele nos dê sabedoria, paciência, resiliência e direção para passarmos por tudo isso da melhor maneira possível. E que Ele proteja todos nós desse mal que assola e devasta o planeta.
Que nessa Páscoa, nossa fé se fortaleça e que possamos renascer transformados, fortalecidos, restaurados, reestruturados.
Isso tudo vai passar. Tenha fé!

Feliz Páscoa!

Compaixão da Virgem na morte do filho

Por que ao profundo sono, alma, tu te abandonas,
e em pesado dormir, tão fundo assim ressonas?
Não te move a aflição dessa mãe toda em pranto,
que a morte tão cruel do filho chora tanto?
O seio que de dor amargado esmorece,
ao ver, ali presente, as chagas que padece?
Onde a vista pousar, tudo o que é de Jesus,
ocorre ao teu olhar vertendo sangue a flux.
Olha como, prostrado ante a face do Pai,
todo o sangue em suor do corpo se lhe esvai.
Olha como a ladrão essas bárbaras hordas
pisam-no e lhe retêm o colo e mãos com cordas.
Olha, perante Anás, como duro soldado
o esbofeteia mau, com punho bem cerrado.
Vê como, ante Caifás, em humildes meneios,
agüenta opróbrios mil, punhos, escarros feios.
Não afasta seu rosto ao que o bate, e se abeira
do que duro lhe arranca a barba e cabeleira.
Olha com que azorrague o carrasco sombrio
retalha do Senhor a meiga carne a frio.
Olha como lhe rasga a cerviz rijo espinho,
e o sangue puro risca a face toda arminho.
Pois não vês que seu corpo, incivilmente leso,
mal susterá ao ombro o desumano peso?
Vê como a dextra má finca em lenho de escravo
as inocentes mãos com aguçado cravo.
Olha como na cruz finca a mão do algoz cego
os inocentes pés com aguçado prego.
Ei-lo, rasgado jaz nesse tronco inimigo,
e c'o sangue a escorrer paga teu furto antigo!
Vê como larga chaga abre o peito, e deságua
misturado com sangue um rio todo d'água.
Se o não sabes, a mãe dolorosa reclama
para si quanto vês sofrer ao filho que ama.
Pois quanto ele aguentou em seu corpo desfeito,
tanto suporta a mãe no compassivo peito.
Ergue-te pois e, atrás da muralha ferina
cheio de compaixão, procura a mãe divina.
Deixaram-te uma e outro em sinais bem marcada
a passagem: assim, tornou-se clara a estrada.
Ele aos rastros tingiu com seu sangue tais sendas,
ela o solo regou com lágrimas tremendas.
Procura a boa mãe, e a seu pranto sossega,
se acaso ainda aflita às lágrimas se entrega.
Mas se essa imensa dor tal consolo invalida,
porque a morte matou a vida à sua vida,
ao menos chorarás todo o teu latrocínio,
que foi toda a razão do horrível assassínio.
Mas onde te arrastou, mãe, borrasca tão forte?
que terra te acolheu a prantear tal morte?
Ouvirá teu gemido e lamento a colina,
em que de ossos mortais a terra podre mina?
Sofres acaso tu junto à planta do odor,
em que pendeu Jesus, em que pendeu o amor?
Eis-te aí lacrimosa a curtir pena inteira,
pagando o mau prazer de nossa mãe primeira!
Sob a planta vedada, ela fez-se corruta:
colheu boba e loquaz, com mão audaz a fruta.
Mas a fruta preciosa, em teu seio nascida,
à própria boa mãe dá para sempre a vida,
e a seus filhos de amor que morreram na rega
do primeiro veneno, a ti os ergue e entrega.
Mas findou tua vida, essa doce vivência
do amante coração: caiu-te a resistência!
O inimigo arrastou a essa cruz tão amarga
quem dos seios, em ti, pendeu qual doce carga.
Sucumbiu teu Jesus transpassado de chagas,
ele, o fulgor, a glória, a luz em que divagas.
Quantas chagas sofreu, doutras tantas te dóis:
era uma só e a mesma a vida de vós dois!
Pois se teu coração o conserva, e jamais
deixou de se hospedar dentro de teus umbrais,
para ferido assim crua morte o tragar,
com lança foi mister teu coração rasgar.
Rompeu-te o coração seu terrível flagelo,
e o espinho ensangüentou teu coração tão belo.
Conjurou contra ti, com seus cravos sangrentos,
quanto arrastou na cruz o filho, de tormentos.
Mas, inda vives tu, morto Deus, tua vida?
e não foste arrastada em morte parecida?
E como é que, ao morrer, não roubou teus sentidos,
se sempre uma alma só reteve os dois unidos?
Não puderas, confesso, agüentar mal tamanho,
se não te sustentasse amor assim estranho;
se não te erguesse o filho em seu válido busto,
deixando-te mais dor ao coração robusto.
Vives ainda, ó mãe, p'ra sofrer mais canseira:
já te envolve no mar uma onda derradeira.
Esconde, mãe, o rosto e o olhar no regaço:
eis que a lança a vibrar voa no leve espaço.
Rasga o sagrado peito a teu filho já morto,
fincando-se a tremer no coração absorto.
Faltava a tanta dor esta síntese finda,
faltava ao teu penar tal complemento ainda!
Faltava ao teu suplício esta última chaga!
tão grave dor e pena achou ainda vaga!
Com o filho na cruz tu querias bem mais:
que pregassem teus pés, teus punhos virginais.
Ele tomou p'ra si todo o cravo e madeiro
e deu-te a rija lança ao coração inteiro.
Podes mãe, descansar; já tens quanto querias:
Varam-te o coração todas as agonias.
Este golpe encontrou o seu corpo desfeito:
só tu colhes o golpe em compassivo peito.
Chaga santa, eis te abriu, mais que o ferro da lança,
o amor de nosso amor, que amou sem temperança!
Ó rio, que confluis das nascentes do Edém,
todo se embebe o chão das águas que retém!
Ó caminho real, áurea porta da altura!
Torre de fortaleza, abrigo da alma pura!
Ó rosa a trescalar santo odor que embriaga!
Jóia com que no céu o pobre um trono paga!
Doce ninho no qual pombas põem seus ovinhos
e casta rola nutre os tenros filhotinhos!
Ó chaga que és rubi de ornamento e esplendor,
cravas os peitos bons de divinal amor!
Ó ferida a ferir corações de imprevisto,
abres estrada larga ao coração de Cristo!
Prova do estranho amor, que nos força à unidade!
Porto a que se recolhe a barca em tempestade!
Refugiam-se a ti os que o mau pisa e afronta:
mas tu a todo o mal és medicina pronta!
Quem se verga em tristeza, em consolo se alarga:
por ti, depõe do peito a dura sobrecarga!
Por ti, o pecador, firme em sua esperança,
sem temor, chega ao lar da bem-aventurança!
Ó morada de paz! sempre viva cisterna
da torrente que jorra até a vida eterna!
Esta ferida, ó mãe, só se abriu em teu peito:
quem a sofre és tu só, só tu lhe tens direito.
Que nesse peito aberto eu me possa meter,
possa no coração de meu Senhor viver!
Por aí entrarei ao amor descoberto,
terei aí descanso, aí meu pouso certo!
No sangue que jorrou lavarei meus delitos,
e manchas delirei em seus caudais benditos!
Se neste teto e lar decorrer minha sorte,
me será doce a vida, e será doce a morte!

Teu corpo é canoa
em que desço
vida abaixo
morte acima
procurando o naufrágio
me entregando à deriva.

Teu corpo é casulo
de infinitas sedas
onde fio
me afio e enfio
invasor recebido
com licores.

Teu corpo é pele exata para o meu
pena de garça
brilho de romã
aurora boreal
do longo inverno.

⁠Na morte somos mais lembrados
Todos "querendo" o impossível
Querendo te dá em morte
O que puderam te dar em vida
Aí são textos em redes sociais
Vídeos com músicas melancólicas
Fotos daquele que se foi em preto e branco...
...
Não seja hipócrita
Poste pelos menos fotos bonitas
Sinta por você, e não pela pessoa que se foi
Porque se você errou com ausência, quem se foi já não está nem aí, nem aqui...
Poste no mínimo coisas felizes, que o mesmo gostava
Músicas, poemas, fotos
O inferno é na terra
O pecado está na carne
Quem se foi, estará livre
...

Alguns anos mais tarde a morte tornaria o objeto da minha contemplação constante, o pensamento a que eu dedicava todas as minhas forças do meu espírito que não eram absorvidas pelo Estado. E quem diz morte, diz também o mundo MISTERIOSO ao qual talvez tenhamos acesso através dela. Depois de tantas reflexões e experiências por vezes condenáveis, ignoro ainda o que se passa do outro lado dessa cortina NEGRA. Mas a noite Síria representa minha parte consciente de IMORTALIDADE.



(Trecho selecionado - "Memórias de Adriano" - copiado a punho)

⁠A redenção é a morte

há alguns dias não tenho vontade de me levantar, permaneço deitado com os cobertores ate o queixo no escuro com minhas cortinas blackout puxadas

a televisão ligada sem volume ou com o volume no minimo me sugere as horas, é ínicio de madrugada agora, ha alguns dias foi meu aniversário, daqui ha alguns dias terá o feriado de 7 de setembro, através da internet não fico alheio completamente sobre os dias e meses

a passagem do tempo no entanto se mostra morosa, rude e angustiante, algo dentro de mim se levanta em súplicas por dias de sol e aroma de flores da primavera, então lembro que essa sensação de súplicas tambem me acompanhava no verão passado e na primavera passada

aa sendas escuras do meu quarto anunciam corpos mortos chovendo pelo teto e deitando-se nas feridas da minha cama empoçando jardins de flores pisoteadas

tremulam versos rotos e sem rimas do sangrar dos meus labios queimados pelo sol de inverno que não encontra fresta alguma na alma deste quarto escuro

suspiro, aspiro e respiro mendigando sonhos em clarões brancos de escuro desolação

respiro um acreditar dentro do meu corpo morto, em algum lugar ela toma entre suas doces mãos sua xícara de café e suas duas fatias de pão, sim duas fatias

no jazzer do meu cadáver ensurdece-me o pranto das paredes de olhos ardendo ante o odor fétido que exala do meu corpo morto

ocasionalmente meu corpo morto sente o aroma de terra molhada onde dançam lembranças de uma infância vivida, uma vida Amada e de uma velhice abortada

em algum lugar os mendigos tomam cachaça e consomem crack amortecendo suas vidas mortas, prostitutas em banheiros de motéis ajeitam a maquiagem para ir de encontro a seus proximos clientes mortos

neve escura se espalha e congela o quarto preparando minha sepultura

as ruas tossem vírus mortais, milhares caminham nestas mesmas ruas onde já não resta quase ninguém para morrer, estão mortos ha muitas luas, eu enfim junto-me a eles, não ha redenção, talvez nunca ouve..

"Tentar saber algo sobre a morte é tentar saber algo sobre a vida. A literatura dá-nos a ver verdades que só podem ser usadas por nós próprios, que são as nossas convicções e as respostas essenciais a perguntas para as quais todos temos de ter uma resposta. (...)

A morte é natural, a maior certeza que temos sobre qualquer coisa é que vai ter o seu fim. Os dias começam e acabam, tudo acaba... Fechar os olhos ao que quer que seja, ignorar, fingir que não existe, nunca é bom, sobretudo em relação a coisas que existem de fato e a morte existe de fato."

Que a morte daquilo que eu acredito não me tape os ouvidos nem a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,Mas a outra metade e meu silêncio.Que a música que eu ouço seja suave, que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece, apenas respeitadas como a última coisa que me resta, que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso, mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste,que o espelho que reflete meu rosto me lembre o doce sorriso da minha infância porque metade de mim é a lembrança do que fui, mais outra metade eu não sei. Boa noite.

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