Textos de Linda

Cerca de 3430 textos de Linda

"Ei garota pare de sofrer, você é linda,
meiga e especial, não merece sofrer
por quem não enxerga esta beleza.
Retire da sua vida que já saiu faz tempo.
Mande embora as magoas, o ressentimento,
a dor, arrume esta coroa princesa. È o sapo
que precisa do teu beijo, você só precisa
escolher o sapo certo".

Ela é a flor mais linda que já vi. È a mulher que todo
homem deseja e toda pessoa que como amiga. Ela
traz a pureza de uma criança no olhar, seu coração
é um mar de amor. As vezes a vejo sorrindo, mais
sinto quando ela sofre calada. Ela nunca desiste,
sempre feliz e espalhando o aroma da alegria e da
paz. Senti uma imensa dor quando a vi chorar, sofri
com suas lágrimas, mais ela sempre cuidadosa colocou
um sorriso no rosto e continuo caminhando. Ela é
guerreira, é forte e luta sempre por quem ama. Todos
a admiram muito, e eu sou a pessoa mais feliz do mundo
de por poder chama-la de Mãe.

_________________Eliana Angel Wolf

Boa Noite Amizade Linda

Que ao chegar da noite traga a Paz
em seu coração. Um beijo com sabor
de alegria, envio pétalas de rosas para
acariciar tua pele. Que quando a brisa
tocar seu rosto você sinta o amor de
Deus tocando suas dores e feridas,
e acalmando seu coração. Que esta
noite possa dormir nos braços do Pai
e acordar amanhã com forcas para um
novo dia. Confie, Deus esta no controle.

À noite me fascina
Ela é linda
Eu flutuo nessa magia
Sinto-o
Você observa-me
Silencio!
Seu silêncio abraça-me todos os dias
Estamos unidos pelos nossos silêncios.
Penso em ti
Você pensa em mim
Você é meu silêncio que fala.
Nosso silêncio em corpos se faz
Em um só se amam em silêncio
E no grito do amor amado se satisfaz
Num laço e no compasso eu me refaço
Eu me calo
E novamente o seu silêncio impera.
Rastreia minha mente
Eu em vidro fico!
Tu em minha mente estás
Controlando meus pensamentos
Silencioso no fluido do prazer
E nessas ondas de sensações eu desfaleço
Em meu sono abraçado
Com a noite eu permaneço

Para além do quintal...

Para além do quintal dos meus olhos há varais que dançam ao sabor do vento,há janelas que se abrem sobre prados ,há balanços e risos de alma,há borboletas que nunca se vão,uma criança que não cresce, bolhas de sabão refletidas nos olhos... cheiro de vento que me traz esperança,néctar de alegria a me escorrer pelos lábios...Onde o arco-iris tem mais cores ...lá há um céu só meu,repleto de estrelas que se tornam cadentes,que se tornam desejos, que viram realidade...redes onde me deito para tecer meus sonhos...No tempo que me foi dado fiz essa casa,com caramanchões onde plantei flores que dão as boas vindas a quem chegar com saudade de amar,beirais que abrigam sonhos que despertem e façam meus verões mais brilhantes, meus céus mais azuis,minhas nuvens mais preguiçosas,morada vizinha da paz, porta-a porta com o amor,de altos platibandas onde se lê:"Minha Vida!"

E eu me curvo.
Me curvo despido de medo, de irreverências irreversíveis, de bem mal aproveitado e de vestes materiais.
E eu me deixo.
Desvencilho-me da minha carne, da minh’alma terrestre, da matéria veredita e mal criada.
E eu me vou.
Me vou feliz, longe de provas e expiações, longe de malícias e mágoas, de hipocrisia e vida mal submetida.

Se Eu Morresse Amanhã

O desconforto de minha aliança
Nao sentiria ao acordar de manhã,
Seria deixada como uma lembrança
Se eu morresse amanhã.

As pessoas demorariam à saber,
Pois aconteceria antemanhã,
Assim não teriam tempo de me socorrer
Se eu morresse amanhã.

Dos seus braços não escaparia
No ultimo abraço com minha irmã,
Pois já longe ela estaria
Se eu morresse amanhã.

Eu talvez seria mais evoluída,
Talvez uma boa cunhanhã,
Mas tão cedo seria
se eu morresse amanhã.

Com tanta falta ficariam,
Meus pais, meu irmão e minha irmã,
Seus corações, de lagrimas salivariam
Se eu morresse amanhã.

Meus sentidos abririam mão
De ser pela primeira vez campeã,
Na verdade, tudo seria em vão
Se eu morresse amanhã.

Confusão...

Amor em profusão
Desejo a galope
Pensamentos vãos
Tormenta a reboque!

Incertezas mil
Respostas confusas
Amores bravios
Leveza e doçura!

Instabilidade constante
Controle inexistente
Encanto latejante
O amor é latente!

O ceticismo ronda
O lamento quase dói
Como uma forte onda
Na verdade que corrói!

Perguntas sem resposta
Certezas advirão?
A confusão prossegue
Inundando o coração!

Posseiro...

Você chegou mansamente...
Qual posseiro se instalando
Com a perícia dos amantes
Envolvendo-me no seu canto.

Você chegou de repente...
Sem licença concedida
Alimentando a semente
Fazendo mais linda a vida.

Você chegou lindamente...
Qual príncipe galopante
Que com seu corcel vibrante
Encantou e se fez amante.

Você chegou docemente...
No carinho e cuidado constante
Acariciando minha mente
Abrindo meu coração vacilante.

Você chegou simplesmente...
Fazendo-me sonhar acordada
Instalando-se definitivamente
Tornando minh´alma iluminada

Amor sem Futuro...
Nossa história não prevê futuro
O presente é tudo o que temos
E vivemo-lo tão intensamente
Que até transpusemos o tempo.

Nosso amor é aqui e agora
Sem pensar no lá e então
É tão forte que me apavora
É tão frágil e sem ambição.

Nossa paixão transpôs o limite
Do racional e do permissivo
É cega, não atende, insiste
É mola do amor impulsivo.

Nosso encontro é arrebatador
Como as ondas do mar agitado
Vem quebrando os tabus com ardor
Vai deixando o coração apertado.

Mas como diz o poeta Quintana
Coisas inatingíveis, por que não querê-las?
O amor invade, me leva ao nirvana
Para quê futuro? O presente é minha teia!

Toque de Amor...

Tocaste meu coração
Como o orvalho toca a flor
Como a lua em comunhão
Com a noite em seu esplendor.

Preencheste minha vida
Como uma balada de amor
Que envolve e se faz acolhida
Na dança com todo ardor.

Invadiste minha praia
Como onda turbulenta
Espantando a calmaria
Deixando-me mais sedenta.

Iluminaste meu mundo
Como o sol clareando a aurora
Com teus raios me invadindo
De um jeito que tudo aflora!

Celebração...

Quero celebrar o tempo que passamos juntos
E guardar com carinho as nossas lembranças
Quantos momentos lindos de amor vivemos
Quantas viagens ao infinito fizemos.

Quero festejar tua estada na minha vida
E as mudanças que você causou em mim
Adoro a pessoa que sou quando estou com você
Adoro pensar que nossa história não tem fim.

Saber que estás feliz acalma o meu coração
O que houve entre nós pra sempre vai existir
Mas agora é preciso te deixar partir
Singrar outros rios, ver outro olhar, construir!

Soltando as Amarras...

Sei que é hora de deixar de te amar
Ouvir a voz da razão, me equilibrar
Buscar esquecer e não mais pensar
Nas delícias que sentimos a bailar.

Sei que é hora de soltar minhas amarras
Deixar-te livre para sonhar e navegar
Conhecer outros portos, se aventurar
Realinhar tuas velas e se preparar para amar.

Sei que nunca vamos esquecer
Do nosso mundo de amor proibido
Das poesias que marcaram nossos dias
Das fantasias que beiraram o infinito!

Nosso Refúgio...


Atrás daquela porta um outro mundo
Iluminado na penumbra reluzente
Na paixão encoberta e desvairada
No desejo lânguido e irreverente.

Atrás daquele amor uma poesia
Pura e forte na essência primitiva
Eterno amor na solidão acompanhada
Transcende os muros da distância invasiva.

Atrás daquele beijo uma saída
Tortuosa e livre na sublime intenção
Sacia a fome do ultrajante desejo
Liberdade aceita em perfeita ilusão.

Atrás daquele tempo a eternidade
Na vastidão dos caminhos a percorrer
Voracidade na vivência lírica
Rendição consentida, reencontrando o ser.

Que eu abra janelas...

Senhor, tu que abres portas,
Deixe que eu abra janelas...Janelas
De violetas ,de girassóis, de quintais...
Aquelas que dão para o vôo dos pardais...
Que levarão meu olhar distante
Para os prados,para os horizontes...
Lá onde estão os meus sonhos,
onde vivem os meus ideais...
Senhor, e que abrindo janelas,
Faça que eu, de divisar seja capaz
pelas janelas da minha alma,
os campos onde floresce a paz!

Inserida por MelindaLacerda

Pergunte-me por quê!


Não é sempre que acordo com vontade de dar explicações, mas às vezes sinto falta de alguém me enchendo de por quês... Porquê da minha tristeza, porquê das minhas angústias, porquê das minhas inquietações, porquê das minhas perguntas...uma pessoa que te ama, quer saber de você e isso , geralmente se resume em saber os seus por quês...Minha filha me vê quietinha num canto ,logo me pergunta: "mãe, por quê tão quietinha?"...Mimosa, a poodle me olha de olhos doces e úmidos...é a sua forma de me perguntar por quê...Lino,o siamês se enrosca suavemente entre os meus pés e ronrona...Nina, a calopsita quando pousa sobre os meus ombros cansados sem emitir um único assovio,também quer saber o por quê... Outras vezes um amigo me pergunta por que estou assim tão calada, outros ainda me perguntam o porquê da minha cara pensativa, dos meus olhos tristes... da minha solidão...Às vezes me irrito um pouco, por que nessas horas o que quero é ficar calada, é ter o direito de ficar assim comigo mesma, sem interrupções de outros...Preciso de mim mesma e esse é um momento que não gostaria de dividir com mais ninguém...Depois volto atrás e vejo que isso é uma prova de amor...Sei disso por que as pessoas que nos amam sempre querem saber por quê...E quando estamos alegres também querem saber o motivo da alegria, da euforia, se interessam por nós...Mas existem aquelas manhãs em que essa simples pergunta me ajuda, pois essa pessoa me dá a oportunidade de pôr pra fora o que sinto, o que não poderia fazer, se não houvesse o tal por quê...Eu mesma já enchi de por quês a vida, o tempo, o destino, mas diferente de mim, eles nunca me responderam e também nunca me perguntaram o porquê das minhas dúvidas...E se a minha vida é uma equação, foi com a incógnita que o tempo teve preguiça de encontrar.. Todos os meus por quês ficaram no ar, vagando por aí em busca de respostas que nunca virão mistérios que nunca desvendarei... Mas hoje eu gostaria de dizer que estou aberta a por quês... Tenho todas as respostas, apesar de não ter as soluções...Então, não seja como o tempo...Pergunte-me por quê hoje... Pergunte-me eu te direi o porquê da minha inquietude, da minha cara amarrada, do meu olhar perdido...Não posso garantir que as minhas respostas te farão mais feliz ou menos preocupado, mas egoisticamente preciso libertar dissabores em forma de respostas ...Queira saber de mim, que isso me faz bem... O por quê é a válvula de escape que as pessoas nos dão...Sem ele morreríamos sufocados dentro de nós mesmos, sufocados de perguntas sem respostas, de mágoas, de tristezas, de solidão...Viva o por quê e viva as pessoas que nos perguntam ,por que talvez no seu por quê esteja a resposta que tanto procuramos...

Inserida por MelindaLacerda

Tudo se vai...


Tudo se vai...os sonhos, a chuva na vidraça...vão- se as alegrias,os dias bons e os dias maus... até a esperança um dia nos deixa...vão-se as tardes azuis de abril,as flores de maio se vão para nos trazer o inverno que um dia também vai embora... o arco-iris se vai levando suas cores...vão-se as nossas dúvidas e dores,nossos amigos,nossos amores... vão- se as estrelas e o brilho que elas nos deixam, depois se vai; as tempestades se vão, a bonança também...vão- se os risos, vai-se o pranto, vão-se as ilusões... vão- se as andorinhas em busca de outros verões,vão- se luas e estações ...sentimentos como folhas secas se vão com o vento...vão-se as nuvens do céu de agosto...vão-se os verdes anos...vai o ontem ,para que venha o hoje acordar o amanhã que não sabemos se virá ...o que fica é apenas a estrada e a história que escrevemos ao passar por ela,que talvez continue na memória.E para que tudo não seja em vão,vivamos o momento,desatemos os laços do presente, brindemos o agora,que o tempo urge e não tem tempo de esperar e ele também se vai,nos levando a nós,a todos e a tudo que ele mesmo nos trouxe...nos levando a vida!

Inserida por MelindaLacerda

Sinto saudade

Sinto saudades... Saudades do que fui e do que poderia ter sido, de quem tive e de quem poderia ter tido...Saudades de quem eu quis e eu deixei passar, de quem me quis e eu sequer olhei...Sinto falta dos abraços que não dei, dos beijos que deixei no ar...Da inocência que perdi e da juventude que me roubaram... Dos amores que o tempo não me deixou viver,das alegrias que a vida não me deu... Sinto saudades de tempos idos, de amigos sinceros...de pular poças d’água depois da chuva e saudades de olhar um céu que era só meu refletido no espelho azul...Das espirais que as pedras formavam na água e dos meus olhos inocentes perdidos nelas.Sinto falta de desenhar monstros e anjos nas nuvens, enquanto elas e a vida passavam sem me mostrar para onde estavam me levando.Saudades de construir castelos na beira do mar e chorar quando a onda os levava junto com meus sonhos...Sinto saudades até de chorar por nada (hoje choro por tudo). Saudades de manhãs de sol, de dias nublados, de tardes de outono com seus horizontes dourados . Sinto saudades de pingos de chuva como canção de ninar, de cheiro de vó, de colo de mãe...Sinto falta de alguém que foi embora de mim... Sinto falta de farrapos de alegria que senti, de nuances de felicidade que passaram no meu caminho. Saudades de lua cheia, lua nova e pôr do sol... Sinto falta de idílios, fantasias,e de olhos secos de dor, sinto saudades até das lágrimas que chorei! de lábios esquecidos, sinto falta dos sorrisos que não dei, das minhas gargalhadas roubadas pela tristeza... Sinto saudades da menina que ficou por tão pouco tempo,de boa noite no portão, de bilhetinhos escondidos, de olhares furtivos...De cartas amarelecidas pelo tempo, que se fizeram poemas de amor...Sinto saudades de alegrias, de casas e lares de livros e histórias... Saudades de irmãos, de camas unidas, de olhar chuva na vidraça, do arco-íris que vinha depois...De varais ao vento, de moça triste na janela...Saudades de ouvir a banda passar, de coretos e cantores, de trovas e canções... De cantarolar baixinho sem motivo, sem por quê... De rir sozinha de coisas que ouvi da vida... Saudade de lenços brancos de partida, de aconchego da volta... De andar à esmo sem motivos pra voltar... De dias que não vieram,de momentos que nem existiram...Sinto saudades de outra vida, outra estrada, outro começo, outro fim... Saudade de outra saudade de um tempo que não viví , e vazia de tudo, sinto saudades de mim.

Inserida por MelindaLacerda

Reminiscências...


Ontem fiz uma viagem de volta ao passado. Uma viagem com passagem de ida e volta. Sentei-me no quarto das minhas memórias, esvaziei as gavetas das lembranças, arrumei com cuidado no baú das ilusões e na estação do presente, peguei uma carona no trem do pensamento e parti de volta à minha história. Trilhei caminhos planos e tortuosos, peguei atalhos, construí desvios no afã de me desvencilhar da realidade, refiz obstáculos, ri outra vez meus risos, derramei outra vez minhas lágrimas, amei, perdi amores, folheei um livro do qual não pude destacar sequer uma página, trilhei outra vez meu caminho feito de nanquim. Nada consertei, nada pude mudar. A borracha do tempo não havia apagado meus erros , as oportunidades que perdi adormecidas à beira do caminho... Algumas sementes que espalhei a o longo da minha estrada já haviam se tornado frutos, outras haviam sido mortas pelas intempéries da vida. Poucas foram as flores que vi na minha estrada de volta... Nesse amargo regresso, os espinhos me feriram novamente os pés e sequer pude ver as pessoas amadas que perdi... No meio do percurso cansada do peso da bagagem que levava, sentei-me na estação dos saudosistas e acenei para os devaneios, que seguiam conduzidos pela nostalgia, que presto pararam e indagaram o meu destino. Falei-lhes do meu desejo de voltar no tempo para fazer novas escolhas, rever pessoas que haviam passado por mim sem serem notadas, quem sabe o primeiro amor...Estender a mão a algumas que eu havia deixado sentadas à beira do caminho, encontrar outra vez a minha infância perdida, queria falar com o tempo, pedir-lhe outra chance, recolher migalhas de alegria que porventura houvessem caído da minha vida, sonhar outros sonhos, mesmo que fosse por alguns instantes... Ter a ilusão de que poderia fazer tudo outra vez e melhor e diferente. Mas nesse momento o tempo passou muito apresado e me disse que o seu itinerário era o futuro que era impossível que ele retrocedesse comigo, pois em sua companhia viajavam os que estavam deixando para sempre o passado. Eram os que olhavam horizontes muito além dos meus, que eram muitos, pois andavam leves, que não carregavam nos ombros o peso de lembranças, mágoas e amarguras e recordações como eu carregava..... E mesmo sabendo que o tempo jamais voltaria, parti sozinha ao meu destino final. Continuei minha jornada mais de lágrimas que sorrisos, num caminho mais de pedras que de flores... Passei por ilusões perdidas, por lembranças já quase esquecidas, vi de longe, muito longe a paz acenar com seu lenço branco na estação das despedidas e prossegui... Chegando à casa do passado, encontrei –a cheia de sombras e fantasmas, a saudade sentada à porta, me estreitou num forte abraço. Arriei minhas malas e parei. Encontrei-me criança inocente e sem pressa, em balanços de alegria, contando estrelas e transformando em pássaros, anjos e monstros, nuvens que passavam junto com a vida sem dizer para onde estavam me levando... mas o tempo, implacável, seguia seu caminho sem volta e corria muito rápido, roubando-me a inocência, a pureza. Agora já cheia de anseios e planos, o meu maior desejo era que o tempo continuasse mesmo a correr... Comecei a pedir-lhe que passasse e eu o fustigava para que voasse, dei rédeas a ele e galopando sobre vales e transpondo montanhas, e passando por cima de tudo, cheguei ao mais belo lugar onde se pode estar: À minha juventude. Mas nessa parte da vida, também não estava o que eu buscava. Muita coisa me prendia, muitos me dominavam, eu não poderia viver assim. Necessitava ser livre, queria as asas da liberdade sobre mim... Pedi então ao tempo que corresse mais depressa. Precisava me livrar das amarras que me prendiam ser adulta, encontrar um grande amor, fazer novas descobertas, desvendar os mistérios da vida, fazer tudo aquilo que sentisse vontade e finalmente ser dona de mim... E o tempo obediente, correu, correu, voou... Cheguei ao presente, lugar onde estão todas as oportunidades, onde moram o agora e o hoje, mas sequer olhei para eles. Passei a me preocupar o que viria adiante e não tive tempo de desatar os laços dessa caixa preciosa, que tantos a deixam num canto, sem ao menos desembrulhar, dado a pressa de chegar ao futuro e ver o que a vida faria . Precisava ser urgentemente alguém importante, com muitas histórias para contar, vencer todas as batalhas e finalmente ser independente. Então, na minha ânsia insana, gritei com o tempo, reclamei dos dias que pareciam não ter fim, das estações que nunca mudavam, das luas novas que nunca se iam, adiantei o relógio do destino. E a corrida continuou e o tempo voava e me levava pela mão e me arrastava com ele, até que me encontrei velha e sem forças e quis descansar. Agora já não precisava mais pedir ao tempo que passasse. Eu estava quase à sua frente... Comecei então pedir que parasse, ou pelo menos que andasse mais devagar, pois a louca corrida em busca de realizações me tornara cansada e saudosa do presente que não vivi. Mas ele se fez surdo, inclemente e implacável passou muito mais velozmente, e viajando nas suas asas ele me trouxe e me fez pousar onde estou. Um lugar chamado velhice, outono da existência para quem soube aproveitá-lo e inverno dos corações para quem o desperdiçou sem ter vivido a primavera!

Inserida por MelindaLacerda

Hoje descobri!

Hoje acordei e descobri que não posso mais ser quem eu fui,ou quem gostaria de ter sido. Que o meu passado, tenha sido bom ou ruim, ficou lá atrás.Que não posso carregar comigo o fardo das lembranças, se em meus ombros pesa o que sou agora. Descobri que não devo deixar que as garras do tempo que se foi, agarrem o presente que me conduz ao futuro.Que a minha dor, a dor da lagarta, da uva e do trigo, apenas nos transformaram em algo melhor. Descobri que o tempo que nos trouxe nos levará e que não posso usá-lo para assistir a um filme que já vi, rebobinando fitas, se a história continua e eu sou sua protagonista,embora às vezes sem tempo para assistí-la.Descobri que as feridas que a vida me fez, já se transformaram em cicatrizes, que as lágrimas que chorei já foram secas pelo lenço do tempo.Descobri que a juventude foi um presente que já desembrulhei e usei, mas que não pude guardar no armário,como fiz com as minhas bonecas. Que a velhice também é uma caixa de presentecujoconteúdo se chama vida da qual muitos não puderam desatar os laços.Hoje acordei e resolvi absolver vida que andei culpando por ter matado meus sonhos,por que descobri que sonhos podem morrer,para reviverem realidade .Descobri as mágoas são águas más que devem virar correntezas e não lago parado.Descobri que preciso de mim aqui ao meu lado e não lá atrás ,perdida no caminho, a procura de quem fui,ou de quem poderia ter sido.Descobri que devo seguir o exemplo do rio, que embora murmure, segue seu curso, transpõe barreiras e desce vales, mas encontra o mar...Descobri que traumas são restos dores que a vida varreu para debaixo do tapete e mais do que isso, descobri que podemos enrolar o tapete e dançar no espaço que restou.Descobri que a vida é estrada de mão única e que em cada estação fica um pouco de nós ,mas que devemos seguir em frente com o que restou do que fomos: O que somos!

Inserida por MelindaLacerda