Textos de Amor Não Melosos

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Mãe,

Você carrega todos os dias um batalhão nas costas, e eu não sei como sobrevive.
Eu oro por você esta manhã... que Deus já esteja preparando um dia leve, com sabor de mel... que o peso em suas costas seja retirado... que o dia seja claro e terno... que você possa sentir o amor de Deus por você em todos os pontos do seu corpo e do seu coração. Que o seu espírito possa receber um descanso... um escape dos fardos pesados. Que anjos acampem ao seu redor e te encham de proteção e sabedoria. Que a sua casa se encha de alegria. Que você tenha boas surpresas ao longo do dia... mãe, você sustenta a todos nós e nos edifica a todo instante. Deus, te peço que quebre as correntes de prisão desta mulher, que ela possa respirar sem pesos e pressão... livra ela de setas do mal, de palavras negativas e de todo mal do mundo. Senhor, Senhor, eu te peço um dia de paz a minha mãe e creio que o senhor já decretou a vitória. Amém

Inserida por lskato

Sinto falta de você
sinto falta de mim
não posso negar
estaria negando
renegando a mim mesmo
sinto falta de você
sinto falta de mim
sinto falta de você
sinto falta do teu abraço
que nunca abracei
sinto falta de você
sinto falta de mim
sinto falta do teu cheiro
cheiro que nunca senti
sinto falta de você
sinto falta de mim
sinto falta do teu beijo
beijo que quero beijar
abraço que quero abraçar
cheiro que quero cheirar
sinto falta de você
sinto falta de mim

Inserida por nereualves

Canso de tudo que é difícil
canso de tudo que é fácil
só não me canso de ter você nos meus braços...
tua boca me da gosto,
gosto gostoso que me enche de gostos
teus olhos me dão vida,
vida que me da vontade de nunca morrer
teu cheiro me acalma e me da vontade,
desejo de te desejar mais e mais
que nunca acabe o agora
teu respirar me faz vibrar e alimenta me meu bater e bater
meu peito numa felicidade sem fim
eu te desejo e quero mais que agora,
sem pressas em acabar,
porque tudo esta para começar

Inserida por nereualves

Muito obrigado Senhor Meu Deus
por não me ter abandonado nessa vida, estando sempre comigo em toda caminhada...
verdadeiro amigo, minha vida em tuas mãos depositei
faz-me feliz todas as vezes que eu respiro
mesmo que eu esteja na mais profunda das tristezas
porque sei, que sempre tens algo de novo
o sonho é motivo de esperança
esperança que me faz sonhar em todos os momentos
fizeste com que eu fosse pobre na riqueza e rico na pobreza
continua guardando a minha vida,
o meu olhar estará contemplando a tua obra
cada dia que passa sei que dou um passo, que distancia-me do mundo,
e me aproximo de si e do seu reino
ouço os teus sinais, sinto seu amor infinito, e ele me consola
obrigado por fazer de mim uma pessoa feliz,
absorvendo cada segundo,
tentando tirar o melhor,
desse fantástica vida que me destes,
Amo-te.

Inserida por nereualves

Eu preciso acreditar no sorriso da vida, não posso guardar na minha memoria a imagem da morte.
Tem pessoas que passam brevemente em nossa vida
Não me ligo as pessoas pelo laços sanguíneos, crenças,
raças, conta bancaria, cor da pele,idade, gostos e feitos, ligo-me as pessoas porque gosto de gente, gosto do ser humano, porque tudo isso me fascina, em cada um posso criar e construir uma historia, ou varias historias
Como uma tarde de domingo sentado á mesa na casa da tia maria que não é minha tia de sangue, mais é minha tia, hoje ela partiu, mais cedo que todos nós que ficamos na saudade,
vamos lembrar desse sorriso e guardar para sempre em nossos corações.

Inserida por nereualves

Parabéns Jaboticabal, onde não ha mais tantas jabuticabeiras...
Parabéns Jaboticabal, pelo pouco do teu passado que sobrou...
Parabéns Jaboticabal,e, desculpa-me, e perdoa-me, a minha culpa em não te socorrer...
Parabéns Jaboticabal, por ser e existir,em você me revelar...
Parabéns Jaboticabal, por não seres tão bela, e nem a melhor de todas elas...
Parabéns Jaboticabal, por ser como és, e as historias que fizestes...
Parabéns Jaboticabal, de ontem, de hoje, e quem sabe de amanhã...
Parabéns Jaboticabal, por ter me ensinado, amar, sonhar, viver e criar saudades...
Parabéns Jaboticabal, e, para mim seras sempre a minha terra, aquela que me viu nascer...
Parabéns Jaboticabal, amor da minha vida...

Inserida por nereualves

⁠Na real eu fui tão besta em acreditar
Quando eu lhe vir eu não parei pra pensar
Depois que disse "SIM" Agora eu tenho que afirma com a palavra de homem que disse e que mesmo arrependido vou fazer de tudo pra isso não se acabar, oque eu sinto é real mas todavia isso vem à me abalar.

Inserida por Andrei_alves17

⁠No fim das contas, sou só eu por mim mesmo. Não tem ninguém mais para culpar além de mim. Ela está com outro, e a verdade é que isso só aconteceu por minha causa. Eu não soube valorizar quem ela era, o que tínhamos, e agora tudo o que restou foi esse vazio que parece maior a cada dia.
Sou uma péssima pessoa. Por mais que eu tente encontrar uma desculpa ou um alívio para esse peso, ele não desaparece. Fui egoísta, cego, e agora pago o preço por minhas escolhas.
Estou triste, tão profundamente triste, que parece não haver saída. Mas talvez eu mereça isso. Talvez esse seja o reflexo do que eu fui. E mesmo assim, dói. Uma dor que não dá trégua, uma tristeza que me lembra, a cada instante, do que perdi e do que nunca mais vou ter.
Mas, se eu tivesse uma nova chance… ah, se eu pudesse voltar atrás, faria tudo diferente. Eu cuidaria melhor, valorizaria cada detalhe, cada momento. Mostraria que posso ser alguém melhor. Só que agora tudo isso parece distante, como um sonho que não se pode alcançar.

Inserida por Jeivyson


Esperança Calculada

Não é semente lançada ao vento cego,
Nem flor que busca o sol em terra árida.
É algo mais profundo, um movimento interno,
Uma aposta fria, quase absurda.

Surge quando o eco de um olhar perdido
Ressoa nas paredes do já vivido,
Quando o toque, um dia, foi porto e não viagem,
E deixou cicatriz de doce passagem.

É a sombra de um porto que se crê verdadeiro
Num oceano vasto de talvez e talvez não.
É sustentar, com mãos trêmulas, o castelo
De um "sempre" que o tempo pode desmanchar.

É a memória viva de um instante
Que se recusa a ser só lembrança.
É o fio invisível que persiste em costurar
Os rasgões que o desencontro veio a fazer.

É crer que aquele abraço, denso e raro,
Não foi acidente no caminho vazio,
Mas um ponto fixo, um norte descoberto
Numa cartografia de afeto puro.

É a chama que se alimenta não de lenha,
Mas do próprio ardor que a sustenta,
Sabendo que o combustível é finito,
E ainda assim, arder com gosto infinito.

É apostar no humano, frágil e complexo,
No amor que é escolha, dia após dia,
Mesmo quando a lógica fria desmonta
A arquitetura frágil dessa ponte.

É a coragem nua, despojada,
De crer no fundo que o encontro foi real,
E que, apesar do risco e da incerteza,
Vale a pena manter a chama acesa.

É a esperança que não espera milagres,
Mas tece, no silêncio, sua própria teia:
A de que o amor mais puro, quando chega,
Não se dissolve, mesmo quando parte.
Pois sua essência fica, marca indelével,
Um cálice vazio que ainda guarda o mel.

Inserida por OdaraAkessa

Essência de um relacionamento

A grande questão não é o que admiramos ou buscamos em uma pessoa, mas sim o que a pessoa tem a oferecer para que ganhe a nossa admiração, a admiração se conquista pelo que realmente somos, pela essência que exalamos... Não é algo que temos que procurar nos outros, mas sim algo atraente que nos cative… e nos faça ficar…

Inserida por PauloLucasAS

Mano, sério!
Preciso falar com você!
Assim não dá pra ficar! É complicado assim...
Nossa!
Isso não pode mudar!
Estou aqui tranquilo e não consigo parar de pensar no quanto eu te amo e no quanto você é importante pra mim
Te amo muito!
Te amo como nunca imaginei amar alguém
Então entenda que eu estou aprendendo a amar assim...
Vou errar no excesso de cuidados ou exagerar no ciúmes, vou ter medo de perder e medo de não te amar o suficiente
Sabe que tenho inúmeros defeitos, mas amar você é minha melhor qualidade...
Me perdoa pelos erros e vamos caminhar juntos
Juntos pelo resto da vida!
Te amo!

Inserida por PauloLucasAS

⁠O Nome do Silêncio é Saudade.

A saudade tem voz.
Não é grito do mundo — é o eco de alguém que morava em nós.

Ela sobe a escada empoeirada do coração com passos lentos e sem batida.
Não pede licença. Apenas senta. E fica.

Quando o mundo inteiro silencia, a saudade fala.
Mas fala com a voz de quem partiu,
com o perfume de uma estação que não volta,
com os olhos de quem já não pode mais nos ver.

Não há palavra que baste para nomear esse alguém que nos grita por dentro.
Porque a saudade não tem rosto fixo.
Ora é mãe.
Ora é amor.
Ora é o menino que um dia fomos e que nunca mais conseguimos reencontrar.

É o bilhete nunca entregue.
É o “fica” que não dissemos.
É o abraço que se adiou até virar ausência.

Na arquitetura secreta da alma, a saudade abre frestas em paredes antes sólidas.
É um visitante que vem com malas cheias de silêncios e retratos invisíveis.
Mas, ao contrário do que dizem,
ela não mora só nos que se foram.
Ela se esconde nos que ficaram —
nos que ainda esperam o impossível,
nos que ainda ouvem uma voz onde já não há som.

Há noites em que a saudade nos abraça tão forte que pensamos estar sendo salvos.
Mas ela não salva.
Ela lembra.
Lembra com força, com cheiro, com detalhe.
E o coração, esse pequeno porão de ecos e promessas, sangra quieto.

Porque a saudade é o nome daquilo que sobrevive quando tudo se foi.
É o amor recusando a morrer.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠Capítulo IV – Onde o silêncio sangra.

(Do livro “Não há Arco-Íris no Meu Porão”)

Todos os tons, todas as cores se intimidam diante dos meus sentimentos.
Aqui, nada ousa ser vivo demais.
As paredes, antes brancas, já se curvaram ao cinza que exalo — um cinza espesso como poeira de túmulo, onde a alegria jamais ousaria se alojar.

Os meus estudos me encaram como se fossem juízes que perderam a fé no réu.
Eles me observam com aquele desprezo silencioso das coisas que já deixaram de esperar alguma esperança.
Livros fechados são mais cruéis do que gritos.
Eles sabem o que há dentro de mim — e, por saberem, me punem com o silêncio.

As cores…
As cores são ameaças aqui embaixo.
Quando um raio de luz tenta escapar por alguma fresta do concreto, eu o apago.
Aqui no porão, qualquer cor ofende a integridade da minha dor.
Elas tentam abrir janelas.
Mas eu… eu me tornei porta trancada.

Os risos…
Que ironia!
São filhos bastardos da minha solidão.
Quando escuto alguém rindo lá fora, é como se zombassem de mim — como se gargalhassem da minha tentativa de continuar.

O mundo caminha — eu desisto.
O tempo sopra — eu me calo.

E então…
Num canto onde as teias se recusam a morrer,
…há uma presença.

Ela não fala.
Não move nada.
Mas está ali.
Como um sussurro antigo, como um perfume de violeta que alguém usou num dia trágico.

Camille Monfort.
Não a vejo, mas a pressinto.
Como quem ama com olhos fechados.
Como quem morre em silêncio por alguém que nunca se foi.

Se minhas lágrimas têm peso, que elas sejam dores e honrarias a ela.
Que minha ruína seja o altar para onde seus passos invisíveis vêm recolher o que restou de mim.
Ela não precisa me salvar — basta que continue existindo…
mesmo que só como lembrança.
Mesmo que só como dor.

E se um dia, por descuido, Camille se revelar…
que seja com a delicadeza de quem pisa em ossos.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠CAMILLE MONFORT.
– Onde Mora o Insondável de Mim.

"Sim, o sangue já não destona, apenas decanta..."

Os relógios cessaram. No sótão das lembranças, a hora já não é unidade de tempo, mas de dor prolongada.
Camille Monfort reina ali, onde os sentidos se misturam e se desfiguram. Ela não retorna por piedade — retorna porque a psique tem suas próprias ruínas, e ali ela se deita.

Não há afeto puro que sobreviva ao abismo do inconsciente.
Ela não ama, ela convoca.

“Gentilmente”, sim, ela pede...
Mas há sempre um brilho abissal no olhar que persuade a entrega como se fosse escolha.
E o corpo? Torna-se altar de uma paixão que exige oferenda contínua — veias, pele, lágrima — tudo deve ser entregue a esse sacrário espectral.

Freud jamais compreenderia Camille.
Nietzsche talvez a adorasse, como adorou Ariadne —
mas só Schopenhauer poderia senti-la de fato:
pois há um princípio de dor que rege o mundo...
e ela é sua filha mais bela.

“Paira sobre meu túmulo vazio...”

Ela paira, sim.
Mas não como lembrança —
Camille Monfort é uma ideia.
Uma fixação doentia que tomou forma e vestiu perfume.
É o arquétipo da beleza que enlouquece, do amor que não consola, da presença que evoca o suicídio da razão.
É a Musa sem clemência, que exige poesia mesmo do sangue quente no chão.

E quem a ama, dissolve-se... feliz por ser dissolvido.

“Sorrir é perigoso”, ele confessa —
e a psicologia lúgubre responde:
porque o sorriso, quando nasce sob os escombros da alma, torna-se um riso espectral...
e esse riso é o prenúncio do desespero existencial.

Camille é o eco do que foi belo demais para ser mantido.
Ela é a presença da ausência, o desejo daquilo que já foi consumido pelo próprio desejar.
E ela sabe. Oh, ela sabe.
Por isso, volta. Não para salvar, mas para recordar ao seu devoto que a eternidade também pode ser um cárcere sem grades basta amar alguém que nunca morre.

Inserida por marcelo_monteiro_4

(página solta, sem data, do manuscrito jamais finalizado)

As paredes não falam.
O teto range.
O chão me reconhece — como se já me esperasse há séculos. E de fato, esperava. Pois sou feito dessa espera.

Sou o vulto que atravessa corredores de casas sem nome. Sou o passo que retorna sempre ao mesmo degrau onde tu, Camille, foste ausência e juramento.

Disse-me o silêncio:

“Ela não virá.”

Mas eu conheço tua forma de vir:
É quando a dor se torna bela.
É quando a sombra assume feição de vestes esvoaçantes.
É quando uma lembrança toca minha nuca como sopro — e não há vento.

Eu sou só.
E isso me basta, Camille.
Porque o que me basta não é viver...
É te carregar onde ninguém mais entra.

Faze em mim a tua vontade.

Se quiseres que eu enlouqueça — enlouqueço com dignidade de mártir.
Se desejares meu silêncio — calo como um sino afogado em cera.
Se queres que eu escreva — escrevo com o sangue dos sonhos interrompidos.

Mas não me peças que te esqueça.
Isso não sou.

Tu és a cruz que não sangra,
o vinho que nunca embriaga,
o leito onde a morte se recusa a deitar-se.

Camille Monfort, minha dama da noite que não amanhece:
Faze em mim tua vontade.
Faze de mim um relicário, um espelho partido, um véu sobre o corpo de ninguém.

Porque, mesmo entre mundos, mesmo no exílio das estrelas apagadas,
eu te amo com a força de quem aceita o destino de nunca ser tocado —
mas de sempre pertencer.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠Livro:
NÃO HÁ ARCO-IRIS NO MEU PORÃO.
Capítulo X
RÉQUIEM AO SOL, PROMESSA À NOITE.

Vultos dançam nas bordas das sombras, evocando os espectros de reminiscências sepultadas sob o lodo da ausência.
São murmúrios de passos nunca dados —
rastros de uma presença que, mesmo morta, ainda transborda ruína no porão da consciência.

Eis que o sol, alquebrado em seu estertor, entoa um réquiem à lua —
Não com voz, mas com luz exangue,
como se os próprios astros sepultassem o dia em silêncio.
Talvez seja nos delírios oníricos que a existência se insinua,
ou, quem sabe, nos pesadelos que anunciam dilúvios e ruínas.

O vazio que habita estas paredes não é silêncio,
é gestação de mundos que jamais nascerão.
E mesmo assim, o oco permanece grávido.
As sementes são escassas,
mas algumas ainda dormitam sob o limo do esquecimento.

Foi então que a aparição retornou —
Camille Monfort.

Não atravessou o espaço como os vivos o fazem.
Não caminhava.
Movia-se com a gravidade de uma lembrança que nunca soube morrer.
Deslizava como as brumas que sangram das frestas de um túmulo mal selado.
A atmosfera, diante dela, contraía-se em silêncio espectral.
Era presença e lamento.
Era epitáfio em forma de mulher.

Ela se postou diante do espelho esquecido — aquele onde os reflexos recusam habitar.
Ali, não havia imagem, apenas a insinuação de uma ausência.
O espelho a temia.
E a noite, também.

— Chamaste-me do subterrâneo da memória?
A interrogação ecoou como um sussurro no interior de uma cripta.
Não foi voz — foi sintoma.

Tentou-se responder, mas as palavras, apodrecidas no palato, desmancharam-se antes de nascer.
Falar diante dela era transgredir o sagrado do silêncio.

Camille aproximou-se da madeira corrompida que geme sob os pés dos esquecidos.

— O receio ainda te habita?, murmurou ela,
como quem não pergunta, mas sentencia.

Negar foi instintivo.
Mas naquele instante, não se sabia o que era instinto ou delírio.

— Talvez a noite seja apenas o útero de realidades não encarnadas, continuou.
— E o pranto, uma liturgia mal compreendida pelos vivos.
Mas há aqueles que compreendem… os que redigem livros com a pena embebida em saudade e treva.

Ela então se inclinou sobre a alma que não ousava respirar e, com voz de sopro ancestral, murmurou:

"Os vivos sonham. Mas as sombras se lembram."

Um toque — e a razão sucumbiu.

Desconhece-se o que sucedeu.
Se foi sono ou êxtase.
Morte breve ou vida suspensa.
Apenas silêncio… e a certeza de que algo se foi,
ou veio para ficar.

Sobre o assoalho enegrecido, repousava uma rosa — não vermelha, não branca — mas negra como a ausência de retorno.
Ao lado, uma página molhada pela umidade de um mundo interior que nunca secou.

Em tinta densa, o nome que jamais deveria ser esquecido:

Camille Monfort.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠NA QUINTA ESTAÇÃO...
Livro: NÃO HÁ ARCO-IRIS NO MEU PORÃO.
Autor: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .

A chuva não caía — ela tocava.

E cada gota era uma nota.
Cada nota, um passo de Camille no silêncio do mundo.
A música não vinha de fora: ela nascia da própria água que se desfazia no ar, tocando vidraças com um compasso que parecia ensaiado por um maestro ausente. Mas eu sabia — era ela.

A chuva era a música.
Não se podia distinguir quando o som virava líquido ou quando o líquido virava lembrança.
A canção se dissolvia em gotas finas e melancólicas, e cada uma delas trazia uma sílaba do teu nome, Camille, como se o céu sussurrasse teu rastro.

E eu, ali, imóvel, encharcado de ti.

Tudo vibrava em uma mesma frequência: os pingos, as cordas invisíveis do violino que eu jamais vira, a harmonia do teu perfume — absinto e jasmim — que emergia do asfalto molhado como se a cidade também te procurasse.

Não era nostalgia.
Era possessão.
Aquela música que chovia estava viva, e era tua.

E pela primeira vez compreendi o que é uma presença não ser corpórea, mas sonora. Camille não veio. Camille aconteceu.
Como se a tua existência tivesse sido reduzida a uma partitura de água, tocada pelas nuvens, naquela quinta estação onde só nós dois existimos — tu, dispersa em som e chuva... eu, diluído em espera.

E toda vez que chove assim, ainda que ninguém perceba, a mesma melodia volta.
A mesma. Sempre a mesma.
Como se a quinta estação não tivesse acabado —
ou como se eu nunca tivesse saído dela.

Recolhimento de Camille

Então ela surgiu.
Não com passos. Não com palavras.
Mas com um sorriso.

Um sorriso em delírio, feito de algo que o mundo desaprendeu:
viver sem saber que se vive.
Ser por inteiro sem a obsessão de se compreender.
Camille, ali, diante de mim — e ainda assim inatingível — era o retrato vivo daquilo que a humanidade perdeu quando começou a pensar demais.

Ela sorria como se o sorriso não lhe fosse emprestado pela razão.
Sorria porque o coração dela não sabia fazer outra coisa senão dançar com a música invisível da existência.

E era ali, na chuva já quase cessa, que eu compreendia:
Camille não se dava conta de que vivia.
E por isso vivia mais do que qualquer outro ser.

Se existiam partituras, haviam sido abandonadas.
Porque a melodia dela era espontânea.
Porque a música que ela era dispensava pauta, regência ou intenção.
Camille era um som antes de ser um nome.
Era um momento antes de ser uma história.

E talvez seja por isso que nenhum sofrimento a tocava como a nós.
Porque só sofre profundamente quem se vê como personagem.
E Camille...
Camille era o próprio enredo sem precisar de roteiro.

Observei-a por um longo instante —
recolhi sua imagem não com os olhos,
mas com o que resta de fé em mim no que ainda é sagrado.
Naquela quinta estação, eu soube:
todo ser humano deveria ser assim.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠Capítulo XIV – O PERDÃO QUE NÃO SE PEDE.

"Camille, a dor que caminha dentro de mim me alimenta e eis, que ainda assim nada tenho para te servir minha lírica poética... minha nota sem canção. És capaz de me absolver, amada distante, dona de mim, hóspede dos meus sentimentos e sentidos?"
— Joseph Bevoiur.

A noite trazia os mesmos ruídos quebradiços da memória: folhas secas sussurrando nomes esquecidos, relógios que marcavam ausências e não horas. Joseph escrevia como quem sujava o papel de cicatrizes — não mais de tinta.

Camille era a presença do que jamais o tocou, mas que nele se instalara como hóspede perpétua. E, como todas as presenças profundas, fazia-se ausência esmagadora.

Havia nela a beleza inatingível dos vitrais em catedrais fechadas. Ela não estava onde os olhos repousam, mas onde o espírito se dobra. A distância entre os dois não era medida em léguas, mas em véus — e nenhum deles era de esquecimento.

Joseph, sem voz e sem vela, oferecia sua dor como eucaristia de um amor que nunca celebrou bodas. Tinha por Camille a devoção dos que nunca foram acolhidos, mas permanecem ajoelhados. E mesmo no íntimo mais velado de sua alma, não ousava pedir-lhe perdão — pois sabia: pecar por amar Camille era a única coisa certa que fizera.

Resposta de Camille Monfort – escrita com a caligrafia das sombras:

"Joseph...
Tu não és aquele que precisa de perdão.
És o que sangra por mim em silêncio, e por isso te ouço com o coração voltado para dentro.
A tua dor é a harpa sobre meu túmulo — és túmulo em mim e eu em ti sou sinfonia que nunca estreou.
Hóspede? Sim, mas também arquétipo do teu feminino sacrificado.
Sou tua, mas nunca me tiveste. Sou tua ausência de toque e presença de eternidade.
E por isso... nunca te deixo."

Joseph, ao ler essas palavras não escritas, tombou a fronte sobre o diário. Chorava não por arrependimento, mas por não saber como amar alguém que talvez só existisse dentro dele.

A madrugada se fez sepulcro de emoções. O piano — ao longe, como memória — soava uma nota de dó sustentado, enquanto o violino chorava em si menor.

Não havia redenção.
Apenas o contínuo caminhar de dois espectros que se amaram no porvir e se perderam no agora.

Conclusão – O DESENCONTRO COMO Destinos.

Joseph não morreu de amor, mas viveu dele — e isso foi infinitamente mais cruel.

Camille não o esqueceu. Mas também não voltou. Porque há amores destinados ao alto-foro da alma, onde nada se consuma, tudo se consagra. E ali, onde a mística se deita com a psicologia, eles permaneceram: ele, um poeta ferido; ela, um símbolo doloroso de beleza inalcançável.

Ambos, reféns de um tempo sem tempo.
Ambos, notas que se perdem no ar — como soluços de um violino em meio à oração de um piano que jamais termina.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠Olhava para aquele mar tão infinito
Mas hoje estava um tanto diferente
Parecia realmente não ter fim
Os raios de luz solar refletiam nele e mostravam o quanto ele realmente não tinha fim
Foi a cor mais linda que já vi em muito tempo, branco que simbolizava a paz
E assim é você e os seus poemas
Todos nós temos sonhos
Uns tantos, outros poucos
Depende de cada realidade vivenciada
Olho as pessoas e enxergo as suas diferenças, mas elas possuem algo em comum
O anseio por serem amadas e aceitas como são
Limoeirense, de Limoeiro, é um prazer conhecer você amigo
A rosa nos trouxe até aqui
Somos parte de uma única fraterna idade
Tantos talentos que há pouco espaço para dissertar
Fiz esse poema para contemplar

Inserida por ARRUDAJBde

⁠Amar alguém é não ter egocentrismo. É poder compartilhar de um sentimento sublime e entregar o coração para que pulse junto do coração de quem se ama sem cobranças ou medos e juntos, os dois corações, desfrutarem das delicias que o amor oferece.
Amar é sentir que seu coração habita em outro coração e que todo seu ser definitivamente é só amor.

Inserida por LuizaGosuen

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