Texto de Saudade Profunda
São 5:41, não acordei hoje. Simplesmente porque não dormir.
Em certos dias à dopamina misturada com adrenalina tem poder de cafeína.
Não era para rimar, mas rimou.
Igual na vida. As vezes fazemos coisas que não eram para ser, mas foi ou foram.
Tanto faz o plural, tanto faz a concordância verbal. Olha aí, mais uma vez, rimou de novo.
Mas não era para rimar mesmo, afinal peguei o celular para escrever sobre finais. Vejam só, rimou de novo.
Tudo bem, não irei mais me apegar ao que combina ou não, ao que casa e ao que não casa, ao que se encaixa e ao que não encaixa, a coerência ou a falta dela. Só quero falar de morte agora.
Morte é tão vida.
Morte é tão normal.
Morte é tão banal
Morte é tão natural.
Como dizia Raul Seixas (Morte, Morte,Morte,Morte eu sei que você vai me encontrar), em alguma esquina,
Dormindo, engasgado, afogado, ou até mesmo em um escorregão besta.
Tabom, tudo bem, nada novo para um membro descendente genético de uma espécie que já enfrenta a dama de preto por tantos bilhões de anos.
Adoro pensar na morte como o que dizem em unanimidade os cientistas,biólogos,antropólogos: a extinção é o natural. A sobrevivência é a exceção.
Sabe aquele tipo de texto que ninguém lê e quem lê não entende ?
Pois é.
É esse o meu tipo de texto de hoje.
Como quem dizia Clarice “Me entender não é uma questão somente de inteligência, talvez seja uma questão de entrar em sintonia”.
Sintonia com pinturas rupestres que se desenvolveram para escrita/linguística contemporânea que ao mesmo tempo se perdeu em meio a vastidão de interpretações rasas e carregadas de viés, sejam político, dogmáticos, politicamente correto, modismos, que se foda.
O ponto chave aqui é a morte.
Que no fim é só olhos fechados, pulmões e corações parados. Sim corações, o de quem morre quando o coração para e o de quem não
Morre literalmente mas morre de tristeza por aquele que o pulso cessastes.
Tudo é meio morte.
Ou seria totalmente morte ?
Não sei.
Só que que a pá de terra pode ser jogada no nosso corpo frio e sem pulso a qualquer momento.
A qualquer momento.
Leia de novo.
A qualquer momento.
Leia mais uma vez.
A qualquer momento.
Que mania idiota temos de pensar que esse tal de a qualquer momento é sempre depois da velhice.
As vezes traçamos rotas entupidas calculando e contando com essa certeza.
No fundo pode ser agora, jaja, daqui 5 minutos.
A grande pergunta é: Ah mas e se não for ?
É verdade, e se não for por agora e você decidir não fazer nada que preste, terá tido uma vida vegetativa segundo a lógica do capitalismo e da sociedade moderna.
As vezes eu paro e penso:
Acho que ninguém sabe de porra nenhuma.
Nem eu,nem você, nem todos os outros 7 bilhões de nós.
Estamos todos confusos, iludidos, ansiosos ou quando calmos ( dopados com qualquer droga lícita dos dias atuais), sejam elas as redes sociais, o açúcar, as séries na Netflix, e algumas outras crenças que eu não quero citar aqui por conta da censura e porque não sou leigo a ponto de não conhecer bem a continuação federal que rege as regras do jogo da terra onde nasci. (Só por isso não vou escrever que religião é uma afirmação de fracasso intelectual).
O ponto é.
A morte está bem perto da gente.
Bem do lado do nosso travesseiro.
Ela beira todo dia em silêncio o Rio que deságua na gente.
A morte vem e diz psiu.
Como uma enfermeira que pede também no hospital em sua imagem no cartaz colado na parede, pede silêncio pra gente.
Isso,isso,isso. Nos distraiamos com nossas bobagens,assim não sobra tempo pra olhar minimamente desconfiado que todo o circo armado, é uma fuga simbólica pra o silêncio meteórico que ronda a gente.
Tiago Szymel 01 de Julho de 2019
Uma noite. Uma única noite. Será que foi só isso? Talvez para você tenha sido, mas para mim não. Ah... pra mim significou muito mais. Aquela taça de vinho, aquela lua cheia (de vida), aquele olhar que sorria, as palavras que voavam... detalhes assim não saem da minha retina. Ficam cravados.
Eu ainda posso sentir o cheiro, a mão na nuca, sua boca na minha, o gosto de álcool e de desejo. Ainda posso sentir o coração pulsando acelerado, os pelos arrepiados e a cabeça perdida em pensamentos. Eu ainda posso sentir você aqui porque a intensidade de uma noite dura muito mais que doze horas. Foram toques que dançaram ao som de sussurros, beijos que gritaram em liberdade, sorrisos genuínos. Ainda que breve, foi real. E não posso acreditar que tenha sido unilateral. Seus olhos me contaram, seu corpo comprovou, as palavras não mentiram e um sorriso se abriu. Confessa, vai, você também sentiu.
Foi um espetáculo. Não, talvez só um ensaio, mas no palco da sorte. Não gosto de falar em sorte, mas não sou capaz de dizer o que aconteceu ali. Sorte, azar, acaso, destino, loucura... É foi uma loucura, mas não foi só uma noite. E ainda que não se repita, não foi só uma noite. Não foi.
É preciso ter forças para seguir em frente
quando o chão desaparece debaixo dos pés.
É preciso ter coragem para encarar o sol da manhã
quando a noite ainda mantém seu peito no breu.
É preciso ter coração para lutar pelos seus sonhos
quando todos dizem que você nunca vai conseguir.
É preciso ter fibra para reconhecer os erros e desvios de rota
quando todos te apontam o dedo julgador.
É preciso ter pulso para se perdoar e
assumir que nem todas as escolhas foram acertadas.
É preciso
mesmo que não baste.
"Pêra"
Se a palavra Pêra pudesse representar tudo que eu não sei definir sobre você…Então,
Pêra seria todo o medo que eu tenho de continuar gostando de você.
Pêra seria toda a coragem que eu tenho para continuar gostando de você.
Pêra seria toda falta de paciência que eu tenho para esperar você.
Pêra seria toda a paciência que eu tenho para esperar você.
Pêra seria toda insegurança que eu tenho de te perder.
Pêra seria toda a certeza que eu tenho que não vou te perder.
Pêra seria raiva e paixão, pêra seria minha esperança e minha desilusão. Pêra seria o amargo de não receber uma mensagem sua, Pêra seria a gargalhada acompanhada de cada mensagem sua.
Pêra seria o tempo sem você, Pêra seria o tempo com você.
Pêra seria a expectativa que eu não quero ter, seria a expectativa que eu me desespero em ter.
Você seria Pêra.
Você é Pêra.
Doce, pequena, cara.
É a fruta que eu mais desejo fora de sua estação.
"Me dói a cabeça. Sinto náuseas.
O que anda sobrando da minha vida é apenas o que não passa pelo ralo. Tudo está desmoronando.
Sinto raiva e quero chorar por continuar nessa inércia, por não tomar uma decisão. Me estresso comigo mesma por ser tão estúpida.
Por que não posso ser mais forte do que aparento ser?
Eu não caio, me levanto uma centena de vezes. Sou cabeça-dura (pra quem me conhece bem), mas não sei a hora de parar de dar corda para um brinquedo quebrado há muito tempo.
Se não funciona mais, por que continuar com a ideia de que um dia irá concertar?
Às vezes acho que o problema está em mim, afinal a vida é de quem?
Dessa vez não vou poetizar, não vou rimar, não vou fazer nada... é só um desabafo tremendo de quem cansou de ver a vida passar.
Eu não quero ter que cuidar dos problemas dos outros, não quero ser conselheira de ninguém - muito menos psicóloga - não estudo pra isso. Não sou obrigada a tentar salvar nada. É egoísta da minha parte, mas não quero o que não acrescenta. Não quero volume, entende?
Bagagens desnecessárias precisam ser dispensadas.
" - Senhores passageiros, última chamada. Embarque pela direita, e tenham uma boa viagem. Até logo"
Sim, eu posso ser um pouco introvertida, e não, eu não sou tímida, como também não sou antissocial. É que eu, meio que, prefiro apenas escutar e observar. Não, eu não consigo escutar por muito tempo essas conversas da boca pra fora. mas garanto que falaria por horas sobre a vida. Eu preferiria ficar em casa, com um ou dois amigos do que estar no meio de uma multidão de estranhos. Sou uma pessoa mais reservada do que as outras. Se eu der abertura pra você em minha vida, significa que você é muito especial. Significa que você de alguma forma faz diferença nela, nas minhas horas, no meu dia.
- Flavia Grando
Namorar uma mulher com filhos não é como namorar uma menininha qualquer, que está atrás de aventuras loucas, desgovernadas e sem direção! Uma mulher que tem filho é decidida e sabe muito bem a direção que quer seguir e aonde chegar.
Ela não busca um pai para o filho dela, ela só quer alguém que respeite a criança e que no dia a dia esteja aberto para naturalmente deixar nascer o amor e carinho pelo filho dela, porque é impossível ela se entregar completamente para você se você não ama a parte mais importante dela, que é seu filho.
Uma mulher com filhos é madura, forte e independente, aprendeu a se virar cedo porque já apanhou muito quando abaixou a guarda e se entregou para alguém. Por isso, ela não faz muita questão se não ver interesse e para te mandar pastar pouco custa, porque ela é mulher suficiente para abrir mão de você, mesmo te querendo, porque a prioridade dela sempre vai ser o filho que ela luta tanto para criar.
Ei moça
Você é tão, tão linda,
quanto os girassóis de Van Gogh.
Tão, tão meiga,
quanto o brilho das estrelas.
Tão, tão doce,
quanto um pote de nuttela.
Tão, tão intensa, quanto o oceano pacífico.
Tão, tão bela, quanto um poema de Castro Alves.
Tão, mais tão forte,
quanto a alvorada do amanhecer.
Você só precisa acreditar!
Seja a própria paz, aconteça o que acontecer.
Nada precisa fazer sentido,
quando a luz vive em você.
Vai lá girassol iluminado, busque o melhor.
Porque a vida, ainda tem muito pra oferecer.
Autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 13/05/2020 às 23:00 horas
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Só hoje eu queria poder acordar e encontrar você dormindo ao meu lado, com o cabelo todo bagunçado e expressão de quem está quase despertando após uma noite boa.
Só hoje me levantaria da cama pra preparar o café, deixando o aroma espalhar até te alcançar, porque sei que café é uma das suas paixões.
Só hoje te levaria até o litoral para encontrar o mar, molhar os pés e sentir o vento espalhando seus cabelos, enquanto de perto registro sua liberdade.
Só hoje faríamos fotos malucas, porque nossas brincadeiras revelam quem nós somos e precisariam virar boas histórias para contar.
Só hoje caminharíamos na areia, subiríamos aquela trilha, chegaríamos ao topo.
Só hoje te abraçaria apertado e te daria aquele beijo que nos completa e nos conecta, sentindo seu coração batendo forte.
Só hoje tudo isso seria possível, mas não será.
Hoje acordei só.
Hoje espalhei o aroma de café pela casa, mas ele encontrou ambientes vazios.
Hoje fui até o litoral, molhei os pés, senti o vento e minha liberdade solitária.
Hoje caminhei na areia, subi a trilha e cheguei ao topo.
Hoje vi o mundo e percebi que o mundo era eu.
Não havia abraço ou beijo. Havia vento no corpo e sol no rosto.
Havia eu. Ainda não há você.
DECLARAÇÃO DE AMOR... PRÓPRIO
Eu, por este simples instrumento poético, declaro, para todos os fins e direitos, me amar e respeitar todos os dias que ainda me restam nessa vida. Declaro, ainda, que ressignifcarei as experiências não tão positivas as quais passei, fazendo com que minha vida ganhe um novo sentido.
Declaro que minha atenção será constante, no sentido de construir boas relações e priorizar minha construção de dentro para fora.
Declaro que estou ciente de que nem todos os dias serão simples e fáceis, mas que lutarei bravamente para que os dias difíceis ganhem um significado de aprendizado e crescimento.
Declaro, também, que minhas conquistas serão alcançadas e que saberei valorizar cada vitória, desde as mais simples.
Afirmo publicamente que estou em pleno gozo de minhas faculdades físicas, mentais e sentimentais, dando-me aptidão a exercer o amor próprio.
Este instrumento poético de declaração de amor, passa a ter validade a partir de agora. Não de amanhã ou depois. Agora. Já.
E assim, ciente de que exercerei o declarado para fazer o meu mundo melhor, assino e dou fé.
Agora diga o seu nome em voz alta e vamos à luta!
E quem diria que na era digital iria surgir uma pandemia.
No mundo onde tudo se compra enfrentando um invisível que afronta.
Na velocidade da comunicação a invasão da lentidão dos dias.
Dos que apreciavam o desapego hoje sentem falta de uma companhia.
Das tantas certezas tecnológicas e das tantas incertezas científicas.
E na busca por uma resposta enfrentamos os nossos dias.
Esquecendo que o momento é o agora e que a resposta ainda é a mais antiga: é somente através do amor que salvamos as nossas vidas.
Você é arte para os olhos certos,
seu corpo é a música favorita para
quem sabe tocá-la e
conquistá-la.
Seus detalhes são poesias que todo
poeta sonha em escrever.
Se permita ser amada,
sei que é delicada.
Dê uma chance para o amor,
apesar do medo e do temor.
Você não será abandonada
muito menos pressionada.
Não vou te prender, me dê
uma chance para te compreender.
Eu escrevi essa carta, mas não vou
publicá-la,
pois estou apagando nesse mesmo
instante todos esses versos pensantes.
No fim, você o escolheu e não a mim,
não te julgo,
eu me culpo.
Quem amaria um poeta?
Eu estou partindo por te amar,te deixando livre para poder respirar novos amores. Mas ainda existem alguns momentos que jamais poderemos esquecer,penso em varias possibilidades,cada uma mais dura e dolorosa que à outra e preciso acalmar tudo isso dentro de mim.<br>
Devemos entender que na vida nem sempre haverá amores cuja luta seja menos trabalhosa,e que em tempos de guerra devemos criar pontes e não muralhas. Estou partindo para um outro lugar que se chama novo eu, na esperança de entender a mim mesmo. Sei que ao passo que escrevo o nosso futuro toma outra forma,outro caminho...no decorrer de cada palavra todo esse aperto no coração tem alívio, a cada parágrafo traçado eu continuo na esperança se transbordar de mim mesmo(a).<br>
Amor na visão de um apaixonado eloquente nada mais é que a necessidade de viver dores mais clichês,que possam algum dia serem contadas aos netos,amigos ou guardadas em um livro jamais publicado. Estar obsssecado por alguém é a maldição do poeta,uma intensidade necessária para uma nova poesia. Já ouvi dizerem que cada poeta tem seu próprio vício de inspiração;uns bebem,outros fumam ,outros apenas não dormem....<br>
Mas,meu vício de poeta é ter um amor que sempre me decorre ser inalcançável, passar madrugadas escrevendo e quem sabe lutando para não deixar minha inspiração morrer,a inspiração que se chama amor.<br>
Sinto que meu grande amor foi uma incrível viagem que chegou ao fim,mas como a vida insiste em me mostrar....o que importa é a viajem e não o destino,pois a viagem é eterna e o destino é apenas o fim. Gostaria de deixar registrado nesse meu último texto,eu amei,eu vivi,eu chorei e com toda certeza eu ri, mas por mais belas que sejam,algumas lembranças precisam ser esquecidas. Não sei se eu conseguiria,mas eu prometo seguir em frente assim como você demonstra ter seguido. Que alianças possam mostrar que às vezes o amor dura para sempre apenas com um dos dois
As pessoas tem medo de me amar.
Dizem que eu sou uma jóia rara, especial e que mereço tudo o que há de bom nesse mundo... Ao mesmo tempo em que me enaltecem, se inferiorizam e estão sempre achando que não tem o suficiente. Eu já disse repetidas vezes "Não me importo com essas coisas"
As pessoas tem medo de me amar, e eu... Só preciso ser amado
Seja completo!
seja incrível!
seja o melhor!
Seja você seu maior fã!
Seja você seu maior ídolo! seja você seu maior amor!
Seja foda!
soberba? não!
excesso de superioridade? não!
Isso é amor próprio isso é reconhecimento de valor e potencial.
Não se limite, não permita-se ser limitado!
Esteja em evolução, se revolucione, se reinvente, arrebente!
Ultrapassa os limites! limites alheios? não! os seus próprios limites.
Se enfrente, se vença, se alcance, se supere.
Seja foda!
Rabisque seus passos, escreva sua história.
Autorize seu sucesso, seja seu sucesso.
Vença, rompa, erga sua cabeça ,conquiste, inspire. seja foda!
Não seja dependente de nada, seja livre liberte-se.
Se algum dia pensar em se amarrar que seja a liberdade.
Ame-se e se for amar alguém que seja com intensidade.
Amor de amar, de ser feliz, de fazer feliz.
Se você conseguir se amar, conseguirá amar e não se submetera a tratamentos contrários do que você merece.
seja foda!
E chegou SETEMBRO
Entramos num novo mês . É Setembro que chega anunciando um novo colorido de estação . Depois de dias ventosos , muita poeira e clima instável entramos no mês que é tradicionalmente acolhido com alegria e novas expectativas
.
É o Setembro das flores , Setembro da primavera e oxalá tenhamos também dias de clima mais estável e agradável.
Agosto , coroado de expectativas com a espera ansiosa pelas olimpíadas , a conclusão do impeachment da ex presidente Dilma , apoiado por uns e desagradando a outros . De qualquer forma , um clima de insegurança reinava.
A esperança é que agora , empossado o novo presidente , Setembro venha trazendo novas esperanças de um melhor caminhar econômico da nação.
Que todos os sonhos da nação , o desejo de transformação que vem dos homens sejam inspirados por Deus e guiados por sua mão misericordiosa e assim aconteça a mudança que todos esperam.
Que não haja limite para aquilo que é bom e aquilo que constrói . Que as energias negativas tenham se dissipado no ar , as frustrações levadas com o vento e que sopre sobre os homens apenas o vento da fé , que é o que nos impulsiona e nos move.
Brilhe sobre a nação brasileira a luz de Deus .
editelima/ 1º de Setembro de 2016
Onde o Amor Não Sobrevive
O amor não sobrevive onde a admiração se desfaz. Onde o olhar já não brilha ao encontrar o outro, onde as palavras perdem o calor e se tornam apenas ruído de fundo. Sem admiração, o que antes era encanto vira hábito, e o hábito, com o tempo, se torna indiferença.
O amor não resiste onde a consideração se esvai. Quando a presença do outro se torna um detalhe, quando as dores não são escutadas e as alegrias não são celebradas. Onde não há consideração, o amor é deixado de lado, esquecido como um livro não lido, pegando poeira na estante do tempo.
O amor se apaga onde o carinho se torna escasso. Porque o amor não vive apenas de grandes gestos, mas dos pequenos toques, do cuidado que se expressa nos detalhes do dia a dia. Se o carinho se torna raro, o amor se sente sozinho, frio, e acaba encolhendo até desaparecer.
E, por fim, o amor morre onde o respeito é quebrado. Onde as palavras machucam mais do que acolhem, onde os limites não são respeitados, onde a presença se torna um fardo. Sem respeito, o amor deixa de ser refúgio e passa a ser exílio.
Por isso, se perceber que tudo isso se perdeu, não insista. Esqueça, silencie, saia. Não por orgulho, mas por amor a si mesma. Pois o amor que precisa implorar para existir já não é amor, é apenas lembrança. E você merece mais do que sobras.
Vá onde seu amor possa florescer. Fique onde ele possa respirar.
ENDIVIDADOS
Saio de casa
Boleto na mão
Princípios no bolso
E mais um sentimento que preciso
Desmanchar.
Chego na ponte
E mais uma sensação
De que antes de ser
Aqui
É preciso provar.
Só é livre quem não tem medo
De cortar as próprias asas
- Tento lembrar.
E esqueço traumas na mesa,
na mesa de quem entrar.
E eles não aguentam
Tantos papéis
Preferem superfície limpa
Sem nada real.
E eles não aguentam
Tantos viés
Querem tanta solução
Que acabam sem final.
Medo de ser emocionalmente dependente
E, no fim, estão sem emoção.
Eu só queria ser
E não ser mais um cliente
Dos tantos empresários
Desta geração.
Faz tempo que eu queria escrever
Uma carta à mão
E te dizer que naquela tarde
Eu guardei a afeição
E meu bolso furou
Porque é tudo uma guerra
E pra não morrer
Eu preciso digitar.
Poderia ser menos intensa
Porque você deve achar
Que intensidade é exagero
Mas se você pensa assim
Eu vou. Nem vou exa-gerar.
Não tenho mais paciência
Pra quem só reproduz-irá
Tenho oitocentos anos
E boletos pra pagar.
Queria ser menos tanto
- Tento afirmar.
Mas a verdade é que é mentira
Porque meu bolso pesa
Toda vez que tento ser menos
Pra quem é mal-estar.
E nem se eu fosse menos
Menos visceral
Daria pra caber nesta mansão
Provincial.
E, desculpe, não é nada com você
É só que ela tem bagagem
E prefere ser arte do que ser legal.
E, desculpe, não é nada pra você
É que ela se preocupa com a mensagem
E não faz parte de filme banal.
- Pode vir com ou sem açúcar ou sal. Arte se preocupa em fazer sentir e ser honesta e não em ser a tal.
- Até porque pra quem ela não é a tal, é quem não sabe ler. Ela é poesia. E você?
Dizem que o esperto
É aquele que primeiro se amaria
Mas pra ela
O que mais se ama é aquele
Que pelo outro tentaria.
Tentaria, ao menos, não deixar de dizer.
É tanto medo, tanto
Que quem magoa é aplaudido
Pelos que choram escondido
E ninguém vê.
Todos sim,
Tantos sim,
eu não.
Ah, aqui não!
Esqueceram de trancar a porta
E eu não vou esperar.
Porque os bons nunca aguardam
Quem é bom não faz aguardar.
Tantos ser,
E meus são pra não lhe-imitar.
Quem levanta o outro da queda
Só se levanta junto
Enquanto o outro souber
Pra cima também pular.
Às vezes entro no conflito
E não sei também se estou fazendo o certo
Mas sempre que choro por ter feito demais
Sei que passei perto.
O gosto do amor
Pode-se gostar de uma mulher, mas o beijo, não há como despistar o beijo. Enganar o beijo.
O beijo diz se devemos ficar ou não. O jeito do beijo. O temperamento do beijo. O caráter do beijo. Não se mente o beijo. É como se não houvesse um corpo, um degrau, é um sopro circulado, uma neblina desenhada, a respiração voltando.
O beijo. O beijo que já foi filha, já foi namorada. Não é o beijo com medo. É o beijo que me faz beijar de um único jeito. Com o beijo dela. É ela que beija o meu beijo.
Não há mudança de beijo, é um só beijo, que não se interrompe mesmo com a voz ou com o silêncio. É um beijo vírgula do beijo. Um beijo possessivo que anda. Um beijo que não engole. Um beijo que cede espaço para a mão. Um beijo gentil, não menos apaixonado. Um beijo que deixa a língua ser língua, o dente ser dente, que não cala. Um beijo que fala enquanto beija. Um beijo que não lava, que leva, um beijo que protege para se expor. Um beijo que é decidido, não arrogante. Não um beijo que conduz, um beijo que informa.
Não o beijo solitário, o beijo viúvo, o beijo desquitado. Não o beijo de provocação, o beijo carente, que poderia ser feito sozinho.
Há beijo que é mais boca do que beijo, um beijo que é mais escova do que esponja, mais pausa do que pouso. Um beijo que não volto. Sei pelo beijo que não volto. Não volto quando é um beijo de quem não chupa, um beijo de quem realmente não foi beijada mesmo beijando, não foi sinceramente beijada, não fechou os olhos pelo beijo, não imaginou o próximo beijo beijando o primeiro beijo. Não volto quando é um beijo imitando beijo, simulando o beijo, ensaiando o beijo.
O beijo é a vontade da perna quando o braço cansa, é a vontade da cintura no pescoço. Meu beijo, um beijo que nunca completa a saudade.
Há beijo que boceja no beijo, beijo que lê no beijo, beijo que não beija porque lambe ou sussurra, porque morde ou varre, preocupado em ser outra coisa que não o beijo.
Não gosto do beijo que vai colando selos. Sem língua. Um beijo de afogado. Um beijo sem personalidade, que logo separa o corpo, porque é mais corpo do que beijo.
Se um não está apaixonado, o beijo é uma boca sem ritmo. Uma boca sem repetição. Uma boca sem vizinho, sem ouvido, uma boca acenando porque esqueceu de seguir.
O beijo é traficante. O beijo é viciado. O beijo não quer ser nada mais do que beijo. O beijo é trocar o parágrafo, não trocar de texto.
O beijo me chama antes do nome. O beijo avança os seios dela. O beijo quase me atrapalha. O beijo vento de seu beijo.
Mas não adianta procurar o beijo que você ama em outra mulher. O gosto do beijo não é o gosto da boca. O gosto do beijo é o gosto do amor.
🌳 Tempo de Raízes
Por Joaquim Luzano
Há estações em que a árvore não dá frutos.
O tronco parece cansado, os galhos se curvam
e as folhas, antes vivas, se despedem levadas pelo vento.
O impulso natural, tanto na árvore quanto em nós
é o de tentar resistir florescendo —
mostrar vida, mesmo quando por dentro tudo está em silêncio.
Mas há momentos em que crescer para fora
é menos sábio do que mergulhar para dentro.
Quando a chuva demora e o sol castiga
a árvore sabe: é hora de investir no invisível.
Ela não se preocupa em parecer bonita.
Ela não compete com outras árvores.
Ela simplesmente desce.
Fortalece aquilo que os olhos não veem.
Ela mergulha suas forças para baixo, para dentro da terra.
Para as raízes.
É ali, nas profundezas, que ela se sustenta.
É ali que ela bebe, em silêncio, a água que outros não alcançam.
É nas raízes que a vida continua — mesmo quando o exterior parece sem vida.
Assim também somos nós.
Há dias em que parecer forte não é o mais importante.
Há fases em que a luta é subterrânea.
Em que não se trata de mostrar frutos,
mas de não deixar a alma secar.
Não é fraqueza recuar.
Não é derrota se recolher.
Às vezes, é apenas tempo de raízes.
Porque quando o vento vem — e ele sempre vem
o que nos mantém de pé não são os aplausos
nem os galhos vistosos.
É aquilo que está debaixo da terra.
Aquilo que ninguém vê.
A árvore que resiste ao deserto
é a que, um dia, escolheu investir naquilo que não aparece.
Que você tenha coragem de fazer o mesmo.
De crescer para dentro.
De fortalecer sua base.
De cuidar do que sustenta tudo — mesmo em silêncio.
Porque o tempo de raízes
é o que prepara a árvore para a próxima estação.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp