Texto de Saudade Profunda
... e quanto
as demandas do espírito,
entenda meu amigo que nãosubsistirá
o princípiodo mérito;mas o da coerência - uma
vez que, o tão ovacionado mérito podesignificar simples compensação: 'um toma lá da cá',
comoambicionam alguns!
A coerência, ao contrário, não apenas
sinalizará uma postura já alcançada; mas,
sobretudo, por envolver uma qualidade
a ser permanentemente
lapidada!
... dizem
os mentores do espírito que,
repetidas vezes retornaremos a
essa amada esfera com a justa intenção
de confrontar e corrigir nossos tantos
deslizes e vícios - e que, outras tantas
vezes, aqui desembarcaremos com o
audacioso propósito de avaliar
o quantojá somos capazes
de resistir a cada um
deles!
Preconceito
não se trata de simples
questão de pele e suas sugestivas
desconformidades - mas, uma profusão
de falsas hegemonias e discórdias
teimosamente alimentadas e expelidas
pela adversa índole de cada Ser - em que,
a séculos, milênios, nos revezamos
na condição de algozes e mártires
do desafeto!
"Um galo sozinho
não tece uma manhã: ele sempre
precisará de outros galos...", argumenta
João Cabral de Melo Neto - do mesmo
modo: enquanto cada Ser ocupando
momentaneamenteesse mundo
não cumprir o que lhe cabe,
essa terra, nossa terra,
seguirá 'manca',
inviável!
... nossos corpos
não são modestosmecanismos
como suspeita a ciência - tampouco,
algares de profanaçãocomo nos fizeram
crer certos axiomas religiosos,
argumentaEduardo Galeano... Em
nossos corpos, longe disso, registradas
toda solicitude e eficácia capazes
de conduzir nossos espíritos
ao autoconhecimento e
iluminação!
*
_ José Mauro de Toledo..
... quando
afirmou Jesus, o Cristo que:
prejudicial a si mesmo todo homem
que sujeita-se a outro homem - não aludia o
'Enviado da Luz' sobre ilícitos e deformidades
ocupando esse mundo -mas sobre talentos e
subsequente autonomia dormentesem cada
espírito - que brandamentedespertos e
vividos,asseguram e direcionam cada
Ser ao real sentido de sua vida:
o autoconhecimento!
_ José Mauro de Toledo.
... no arrazoado
tribunal do destino, tão certo
que não haverá juízes; tampouco
temerosos algozes conduzindo-te
irrevogavelmente aos patíbulos da
infâmia - mas, tua própria essência
testemunhando uma robustez enfim
alcançada - ou um triste vazio que
teimosamente arrastas em
teu espírito!
... quanto
mais sabemos, menos sabemos,
diz a filosofia do espírito - logo,
não somosmeros reféns de questões
e regras que nos limitam - mas
dotados todos de um senso expansivo
que por nós mesmos reconhecido,
evidencia nosso entusiasmo
e robustez como seres
capazes!
... opiniões
consolidadas; hábitos e vícios
enraizados; crenças instaladas,
são delicados 'vespeiros' construídos
e remodelados, se assim for, por
seus legítimos proprietários... mais
ninguém! Mudanças e conversões
comosabemosou deveríamos,
são eventos pessoais,
intransferíveis!
Livre-arbítrio
até certo ponto - confidenciam
os 'Mentores da Luz' - até o ponto em
que cada Ser possa já alcançar e oferecer aos
seus usuais talentos e relações como espírito
em prodigioso preparo... Porém, sem olvidar
das Leis Universais responsáveis por todo
manifesto e ordenamento da vida - sem
intentar corromper, como tantos
insistem, o determinismo e
magnitudedo nosso
Criador!
... um homem
pode equivocar-se sem que
tal atitude represente um gritante
fracasso; posto que,tudo é parte de
um jogo instigando seu aperfeiçoamento
como espírito - a menos que,
desgostoso, culpe o outro por seus
recorrentes deslizes - o que
resultará num vexatório
fracasso!
... sempre
considerei a frase:
"... o inferno são os outros!" de
Jean-Paul Sartre, como um argumento
carregado de singela ironia - uma vez
que, na imperiosa saga destinada ao aperfeiçoamento do espírito - não
serão permitidas acusações,
desleixos; sequer impunes
'saídas à francesa'!
... igualdades
sumárias,são abjetas,
pretenciosas; vezesopressivas -
posto que, o quenos unifica,assemelha, provém da energiamediadora do
equilíbrio que, buscará em cada Ser:
posturas e talentos que possa oferecer
a esse aglomeradohumano, do
qual, somos todos, porções
indispensáveis!
... de fato, muitos
ainda, aqueles quetratam a
eternidade do espírito como algo
improvável -embora, permitam-se a ver,
ouvir, tocar, provar, planejar - a intensamente
viver como se nadapudesse ter fim...
Seria essa uma contradiçãoou a feliz
constatação de um 'gene supremo' que
veladamente embutido em cada Ser
vivente, permite que a vida,tanto cá,
quanto lá, simplesmente aconteça:
aconteça o que
acontecer!
... no fundo,
somos tanto as vítimas
quanto os irascíveis algozes
dos nossos próprios infortúnios - e
conviver com tão factuais extremos
presosa nossa interioridade, nos permite
uma justa prospecção daquilo que nos
constrange e, quando libertos,
dos valores que nos
pacificam!
... acaso
sonhes reviver aquilo
que marcou teus tempos de
juventude, basta repetires tão
insólito entusiasmo - uma outra vez,
ressuscites toda embriaguez e ausência
de limites; as ruidosas invertidas de
ânimo - se bem que, por agora, sob
o respaldo de toda experiência e
requinte que anteriormente
frenético, imaturo,
repudiavas!
... esse
inconformismo
que a tantos paralisa,
sufoca, implica numa, digamos,
indispensável dose de adrenalina; um
primordial estímulo enredando corações
e mentes que ora libertos; destituídos
de todos recalques e desfaçatez
contaminando essa terra,
anseiam algo realizar,
transformar!
... diz
a filosofia do espírito
que um verdadeiro mestre não
seria aquele que sabe; e que, por
muito já saber, o manifesta em palavras
nem sempre, por outros, bem absorvidas;
porém, aqueleque convicto vive o que
sabe; e que, por muito já viver,
revela ser tudo visivelmente
compreensível e
possível!
... na expressão:
"os fins justificam os meios",
atribuída a Maquiavel, consideres
que tudo que envolva nossas vidas - seja
o mal que persiste, quanto o bem que
buscamos - são produtosinequívocos
de nossas escolhas, instigadas
pelaconveniênciaoudesejo
demelhora!
SEGUNDA-FEIRA COM OZZY – UM RITUAL DE MEMÓRIAS E PRESSÁGIOS
(Por John Rabello de Carvalho)
Ontem era só mais uma segunda-feira comum.
Ou pelo menos, parecia ser…
Mas às 9h da manhã, quando meu irmão Estevão me chamou e me perguntou: e aí cara, você viu a mensagem que te mandei? Respondi que não, então ele me chamou até a sua casa e me mostrou as carnes para um churrasco, com as cervejas e o vinho, algo estranho começou a tomar forma.
Um espírito antigo acordava no som do primeiro riff...
Ozzy Osbourne começava a cantar…
E o tempo parou.
Não sabíamos porquê, mas estávamos ali:
Celebrando sem motivo. Brindando como profetas do nada.
Rindo, lembrando histórias, ouvindo — de “Mr. Crowley” a “Mama I’m Coming Home”, como se fosse o último disco antes do fim do mundo.
Falávamos dele, do Sabbath, da história, da loucura.
Como se estivéssemos preparando uma despedida...
…sem saber.
E o dia passou inteiro assim.
Ouvindo o Príncipe das Trevas.
Mas quando a madrugada caiu…
Veio o silêncio por dentro.
Três e pouca da manhã.
Ozzy ainda tocando em meu celular,
e meu peito apertando como quem pressente o fim.
Um choro travado. Uma tristeza sem nome.
Como se o tempo estivesse me dizendo:
"Isso que você sente é real.
Você está de luto por algo que ainda não aconteceu."
E então eu vi:
Não era só sobre música.
Era sobre tudo o que vivi até aqui.
Era sobre mim mesmo, meu passado, minha juventude, meus medos,
os fantasmas que gritam nos solos de guitarra.
Era sobre a fragilidade do eterno.
Hoje acordei e ainda ouço Ozzy.
Mas não é mais ele cantando para mim.
Sou eu cantando por ele.
---
E então veio a notícia. A dor tomou forma.
Infelizmente, nesta terça-feira, 22 de julho de 2025,
meu coração vestiu o luto eterno,
porque John Michael Osbourne, o eterno Príncipe — Ozzy — partiu deste mundo.
E eu não sei como lhe dizer adeus…
Mas creio, sim — creio que suas músicas viverão até o fim do mundo.
Agora, apenas virão os dias, os meses, os anos,
até que chegue a nossa vez…
E quando chegar,
espero ouvir, na travessia do além,
um último acorde ecoando em trevas e abrindo a porta para a luz:
"I’M GOING OFF THE RAILS ON A CRAZY TRAIN..."
Descanse, Príncipe. Viva eternamente em cada alma que queima com tua voz despertando bons sentimentos.
