Texto de Amizade Formal

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SOU COMO VOCÊ ME VÊ

Eu posso ser seu tudo...
Sua alegria e sua tristeza
Seus desejos e suas frustrações
Sua escrava e sua dama
Suas realizações e decepções.
Ser a flor e ser o espinho
Ser a água e ser o fogo
Ser o céu ser o inferno
Ser o sol ou ser a chuva
Ser o amor ou ser o ódio
Ser o sonho ou o pesadelo
Ser o começo e ser o fim.
Tudo vai depender de como você é,
Da maneira que me vê
E do jeito que me quer.

CONFORMAÇÃO

É preciso aceitar o destino com naturalidade
Tudo é uma questão de tempo até que o sono eterno chegue.
Ai então a insônia realmente acabará. Tudo será escuro, silencioso e frio. Talvez eu queira descansar para sempre, ou talvez sonhe com tantas coisas maravilhosas que ainda desconheço.
As coisas palpáveis não mais existirão.
as coisas que não fiz, jamais poderei fazer.
A consciência desaparecerá, e eu voltarei a ser aquilo que realmente sempre fui: nada.

Não, não rasgue a página... Pois ela, como muitas outras, compõe o livro de sua vida, e por alguma lógica ali foi inserida. Simplesmente vire-a, e ela se juntará a tantas outras páginas viradas, que fazem parte da memória de tudo o que você já viveu.

Assim, se um dia o tempo provocar suas lembranças, cada página folheada será testemunha viva das histórias que compõem a sua vida, e da intensidade com que foi usufruída. Afinal, se a vida é feita de lembranças, nós somos tudo aquilo que intensamente foi experimentado ou vivido.

Carnaval Olinda e Recife
Deixa o povo brincar, no colorido das ruas deixa o povo pular, no sobe e desce ladeiras deixa o povo suar... Recife e Olinda fervendo deixa a gente frevar e as orquestras tocando deixa a gente cantar... A vida do povo já é tão dura, deixa a gente sonhar, se iludir, mesmo que por alguns dias deixa o povo ser feliz.

Quando

Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

Marcas Do Eterno

Antes de você entrar na minha vida
De se decidir por mim
Por minha história
Haverá de ter clareza de saber bem
Quem eu sou
Pra depois não me dizer
Ter se enganado

Eu não posso ser o que você quiser
Sou bem mais do que os seus olhos
Podem ver
Se quiser seguir comigo
Eu lhe estendo a mão
Mas não pode um só momento
Se esquecer

Sou consagrado ao meu Senhor
Solo sagrado eu sei que sou
Vida que o céu sacramentou
Marcas do eterno estão em mim

Antes do seu amor chegar
Um outro amor já me encontrou
E me envolveu com tanta luz
Que já não posso me esquecer

Se mesmo assim quiser ficar
Seja bem vindo ao meu lugar
A este coração que resolveu
Plantar-se inteiro em Deus
E hoje não quer mais se aprisionar

Eu lhe peço que me ajude
A ser mais santo
Que por vezes me esqueça no meu canto
É que a minha santidade
Necessita solidão
Só assim minha presença
É mais saudável

Não me peça o que de mim
Pertence a Deus
Nem dê mais do que eu preciso receber
Ser amado em excesso
Faz tão mal quanto não ser
Eu lhe peço que me ajude a ser de Deus

Turno à Janela do Apartamento

Silencioso cubo de treva:
um salto, e seria a morte.
Mas é apenas, sob o vento,
a integração da noite.
Nenhum pensamento de infância,
nem saudade nem vão propósito.
Somente a contemplação
de um mundo enorme e parado.
A soma da vida é nula.
Mas a vida tem tal poder:
na escuridão absoluta,
como líquido, circula.
Suicídio, riqueza ciência...
A alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distância.
Triste farol da ilha rosa.

Acordo, levanto e agradeço a Deus
Por me da tudo que pedi e peço a ele...
Agradeço pela sua grande misericórdia, pelo seu amor,
Pela força que ele me da, agradeço pelo seu olhar,
Agradeço pela sua mão me mostrando a direção
Pra onde proceguir.

Agradeço pela minha família, pelos meus amigos,
Pela comida que está sobre a mesa,
Agradeço pelo seu carinho, por nunca me deixar sozinha
Mesmo quando eu mereço está.
Agradeço a ele pela vitória, por criar uma história envolvendo eu e você.

Agradeço por ter posto você no meu caminho,
Colocando um sorriso no meu rosto, dando-me alegria,
Disposição para enfrentar o que for, querendo o meu melhor.

Agradeço pela sua vida, por da a minha vida mais cor.
Sou como um papel e você a tinta e o Senhor o criador
Dessa obra prima.

P.S: Te amo

Parte, e tu verás
Parte, e tu verás
Como as coisas que eram, não são mais
E o amor dos que te esperam
Parece ter ficado para trás
E tudo o que te deram
Se desfaz.

Parte, e tu verás
Como se quedam mudos os que ficam
Como se petrificam
Os adeuses que ficaram a te acenar no cais
E como momento que passaram apenas
Parecem tempos imemoriais.

Parte, e tu verás
Como o que era real, resta impreciso
Como é preciso ir por onde vais
Com razão, sem razão, como é preciso
Que andes por onde estás.

Parte, e tu verás
Como insensivelmente esquecerás
Como a matéria de que é feito o tempo
Se esgarça, se dilui, se liquefaz
E qualquer novo sentimento
Te compraz.

Repara como um novo sofrimento
Te dá paz
Repara como vem o esquecimento
E como o justificas
E como mentes insensivelmente
Porque és, porque estás

Ah, eterno limite do presente
Ah, corpo, cárcere, onde faz
O amor que parte e sente
Saudade, e tenta, mas
Para viver, subitamente, mente
Que já não sabe mais
Vida, o presente; morte, o ausente -
Parte, e tu verás.

MEU TESTAMENTO

Quando percebi que tinha meus dias contados
Que minha vida, rapidamente, chegaria ao fim
Pensei fazer meu testamento.

Dei balanço em tudo que possuía
Contei casas, contei dinheiro
Meus livros-grande tesouro!
Meus ricos pertences,
Minhas antiguidades...

Depois... somei tudo,
E vi que tudo era nada!
Cacarecos sem valor.
Coisas inúteis e supérfluas,
Expostas às calamidades,
Aos riscos dos incêndios
E dos ladrões.

Para que testemunhar
Esses bens que se podem acabar
Que as traças podem roer
Ou o fogo devorar,
Se outros bens imperecíveis
Eu conseguí amealhar?

Senhor, Tu mesmo disseste
Que nenhum copo d'água
Dado ao meu irmão
Ficaria sem recompensa
No reino do Teu Pai!

Nos celeiros eternos
Vou procurar guardar
Outras riquezas
Não as da terra!

Meus filhos não herdarão de mim
Castelos,nem faendas,
Nem ricas propriedades...
Não deixarei ouro nem prata,
Nem dinheiro em caixas fortes...
Tudo é vaidade sobre a terra
Nada há que sempre dure...
Tudo, sem valorque me seduza.

Meu testamento é minha fé,
É minha esperança,
É todo meu amor!

Que meus filhos possam herdar de mim
Todo o bem dessa fé
Que foi a minha luz,
Mais clara e mais querida,
Dessa esperança que foi a minha força
Dessa caridade
Que me fez ver Deus
Em toda a natureza
Em todas as pessoas,
Em tudo que existe
E Dêle provém!
Caridade que é amor,
Amor que é vida!

CIGARRA

Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.


CHUVA DE PRIMAVERA

Vê como se atraem
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.


OUTUBRO

Cessou o aguaceiro.
Há bolhas novas nas folhas
do velho salgueiro.


O HAIKAI

Lava, escorre, agita
A areia. E, enfim, na bateia
Fica uma pepita.


NOTURNO

Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.


HORA DE TER SAUDADE

Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)


OS ANDAIMES

Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.


QUIRIRI

Calor. Nos tapetes
tranqüilos da noite, os grilos
fincam alfinetes.

Puxei um pequeno pedaço de papel
e o brilho, dispo-se a mim, ouvi um forte
tilintar que atravessou minha alma e minhas caras
começaram a tecer um breve poema.
Um suspiro, os sons, milhares de restingues me devolviam
as origens e eu insistia em buscar os meus restos, os rastros
do que não fui ou pelo menos não pude ser.
Quando já me encontrava voltado ao velho mundo de meus deuses
bastou apenas um vulto de consciência para as reais virtudes humanas
me trouxessem bruscamente ao meu eu, quando me vi...
pobre diabo, réu, vestindo a mesma mortalha, fruto de mim mesmo
que tive tudo, mas nunca encontrei um breve instante para me devolver
ao mundo de onde vim.

Por infindos momentos busco definir-me.
Afinal,quem sou?
Quem sabe a chuva que lança a areia no Saara, de Caetano?
Ou mesmo a mosca que pousou na sopa de Raul?
Sinto, por vezes, que sou eu mesmo o trocado por Pessoa...
E outras vezes, pareço a garça triste que mora na beira do rio, de Alves...
Seria eu o que deseja ficar no teu corpo feito tatuagem,
como Chico?
Não sei... Jamais saberei!
Precisaria de duas vidas de infindos momentos para,pelo menos, supor!

"Fräulein" era pras pequenas a definição daquela moça... antipática? Não. Nem antipática nem simpática: elemento. Mecanismo novo da casa. Mal imaginam por enquanto que será o ponteiro do relógio familiar.
Fräulein... nome esquisito! nunca vi! Que bonitas assombrações havia de gerar na imaginação das crianças! Era só deixar ele descansar um pouco na ramaria baralhada, mesmo inda com poucas folhas, das associações infantis, que nem semente que dorme os primeiros tempos e espera. Então espigaria em brotos fantásticos, floradas maravilhosas como nunca ninguém viu. Porém as crianças nada mais enxergariam entre as asas daquela mosca azul... Elza lhes fizera repetir muitas vezes, vezes por demais a palavra! Metodicamente a dissecara. "Fräulein" significava só isto e não outra coisa. E elas perderam todo gosto com a repetição. A mosca sucumbira, rota, nojenta, vil. E baça.

Mário de Andrade
ANDRADE, M., Amar, Verbo Intransitivo, 1927

Místico

O ar está cheio de murmúrios misteriosos
E na névoa clara das coisas há um vago sentido de espiritualização…
Tudo está cheio de ruídos sonolentos
Que vêm do céu, que vêm do chão
E que esmagam o infinito do meu desespero.

Através do tenuíssimo de névoa que o céu cobre
Eu sinto a luz desesperadamente
Bater no fosco da bruma que a suspende.
As grandes nuvens brancas e paradas –
Suspensas e paradas
Como aves solícitas de luz –
Ritmam interiormente o movimento da luz:
Dão ao lago do céu
A beleza plácida dos grandes blocos de gelo.

No olhar aberto que eu ponho nas coisas do alto
Há todo um amor à divindade.
No coração aberto que eu tenho para as coisas do alto
Há todo um amor ao mundo.
No espírito que eu tenho embebido das coisas do alto
Há toda uma compreensão.

Almas que povoais o caminho de luz
Que, longas, passeais nas noites lindas
Que andais suspensas a caminhar no sentido da luz
O que buscais, almas irmãs da minha?
Por que vos arrastais dentro da noite murmurosa
Com os vossos braços longos em atitude de êxtase?
Vedes alguma coisa
Que esta luz que me ofusca esconde à minha visão?
Sentis alguma coisa
Que eu não sinta talvez?
Por que as vossas mãos de nuvem e névoa
Se espalmam na suprema adoração?
É o castigo, talvez?

Eu já de há muito tempo vos espio
Na vossa estranha caminhada.
Como quisera estar entre o vosso cortejo
Para viver entre vós a minha vida humana...
Talvez, unido a vós, solto por entre vós
Eu pudesse quebrar os grilhões que vos prendem...

Sou bem melhor que vós, almas acorrentadas
Porque eu também estou acorrentado
E nem vos passa, talvez, a idéia do auxílio.
Eu estou acorrentado à noite murmurosa
E não me libertais...
Sou bem melhor que vós, almas cheias de humildade.
Solta ao mundo, a minha alma jamais irá viver convosco.

Eu sei que ela já tem o seu lugar
Bem junto ao trono da divindade
Para a verdadeira adoração.

Tem o lugar dos escolhidos
Dos que sofreram, dos que viveram e dos que compreenderam.

Na vida existem vários desafios, mais sem eles você não estaria andando hoje,
foi dado um desafio a você de andar e você conseguiu, existem pessoas que não conseguem nem por isso são fracassadas, e não seria apenas este desafio a sua vida, terá muitos ainda, entre eles, desafios na escola, com os amigos certos e errados, com os familiares, ...no amor ah esse desafio pode ser o mais sofrido, o mais dolorido mais se é forte, da até para lembrar do nosso primeiro desafio, ANDAR porque você precisa ter calma, espera e chegara a hora certa, não adianta você levantar e querer dar um passo maior que o outro, porque você ainda não sabe andar, então tenha calma... respire e nunca se esqueça que ninguém nunca está sozinho, aquela pessoa... Sempre estará ali, com você, pode atravessar um deserto e não encontrar um arco-íris mais se você achar que está sozinho não vai encontrar, porque agente sempre precisa de um ...Amigo para os desafios que são dados pela vida, nunca desista siga seu caminho, dói ? sim... mais vai doer mais se você não TENTAR ...

Não perca mais tempo, pois sempre depois de uma forte chuva, há sempre um nascer do sol e de noite, a lua vai brilhar,
Jesus, foi um carpinteiro, então pense:
é preciso sempre, criar suas pontes, para cruzar o rio, e uma ponte para o abismo, ele criou mais o mataram, e está vivo em nós até hoje,
Então, crie suas estradas de terra, para ultrapassar um forte riacho, crie uma ponte !,
Mais nunca, se feche uma porta por medo, ou alguém disse que não vale a pena, vá até ela, se sofrer, a vida continua, mais você irá olhar para trás e dizer,
Eu tentei !, Eu não desisti !, Fui até o fim ...

SEM AVISO PRÉVIO

No inicio foi incerto confuso
Não imaginava o quanto seria o impacto da minha dor,
Com sua partida.
Nossas almas estão ligadas
e uma despedida agora poderá fragmentar-las
É difícil dizer adeus,
enquanto minha vontade é ficar e te esperar.
Um grande vazio se instalou dentro de mim...
Não quero este adeus que me invade a alma.
Foi um momento importuno e ágora!
Peço-te que atenue a minha falta.
É tua culpa!
Inteiramente tua culpa
que me fizer-te amá-lo tanto assim.
E agora! se despedi sem aviso prévio?
Volta! Volta para mim.

A arca de Noé

Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.

O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca

Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.

E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.

Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora as cabeças botam.

Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.

Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pêlo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre – "Não!"

Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.

Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista.

Na serra o arco-íris se esvai...
E... desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.

Quantos pedaços seus existem por ai? Quebrados, espalhados, entregados.. Nascemos 'um', partimos 'vários'. Durante a vida alguns encontros nos despedaçam, enquanto outros nos fazem querer se entregar quase por inteiro. Muitos querem um pedaço mas são poucos que, quando tem, carregam pra sempre consigo.
Levamos conosco várias partes de outros alguns. Sou pedaço de mim, dos meus pais, de quem amei, de amigos.. somos MOSAICO! Sou hoje tantos! Tento me entender, mas sou mistura. Sou muitos outros que também não se entendem e que são mistura de outro alguém. Deixei muito de mim na pessoa que amei. Ela se foi e me levou com ela. Não sei se de longe cuidou da parte que levou, mas o que ficou pra mim foi pouco. Vazio. Me sentia desmontado. Fraco. Algumas partes que ficaram em mim se desgrudavam de encontro ao chão. Pessoas próximas juntavam e tentavam reorganizar mesmo sem saber como. Nem eu sabia. Não lembrava mais como eu era. Como era a "organização" de cada parte minha. Mas não importava. Aquilo era um eu que já não existia, que abria a porta pra outro chegar. Uma nova configuração. Viajei, conheci, chorei, esqueci.. alguns pedaços até joguei fora, mesmo muito me faltando. Queria estar completo de novos pedaços. Belos. Hoje to colorido, esperando pra ver como será que vou estar amanhã. Se vou me quebrar, me doar, achar o que falta ou se talvez eu recomece tudo de novo. Acredito que a beleza esteja ai: no recomeço. Ao contrário da Fenix, que volta a vida, nós apenas esvaziamos e preenchemos nosso mosaico de maneiras diferentes e essa 'diferença' é que faz tudo ser mais lindo. Mesmo assim, tem quem prefira não mexer em nada. Ter todos os ladrilhos simétricos, da mesma cor. Mas isso não dura muito, a vida não deixa. Tem gente que se monta pra desmontar. Ha também quem prefira sempre se reciclar e que troca as vezes vários pedaços por um único daquela pessoa que quase não tem. Mas esse único é tão lindo e singular que preenche muito mais. Bom, hoje não tento mais entender. Aprendi a me admirar, mesmo estando as vezes vazio, as vezes colorido, as vezes quebrado e outras polido.. É ai que mora a paz. Somos pedaços, somos arte, mesmo despedaçados, por que somos MOSAICO!

Mateus Ribeiro de Aquino
@mateusribeir0