Texto a Traga dia Paulo Coelho
Círculo vicioso
Um dia, milhões de bebês choraram na liberdade uterina do milagre da vida: nasceram. Não vestiram seus corpos, não lhes calçaram sapatos nem lhes deram o conforto do seio materno, antes da posse do sonho infantil, foram rejeitados, ao rigor do abandono.
Um dia, mãozinhas trêmulas, inseguras, sem afeto, bateram na porta do vizinho, procurando abrigo. Não havia ninguém ali para oferecer afeto nem portas havia na pobreza do lado. O menino escorregou na direção da rua.
Um dia, a criança anêmica foi eleita à marginalidade da escura noite e disputava papelões e pães no lixo do depósito público. Aos tapas, cresceu como grão perdido no vão das pedras, sem a mínima possibilidade de sobreviver: sem teto, sem luz, sem chão.
Um dia, o adolescente esperto teve alucinações de vida e o desejo de conferir a sociedade: candidatou-se à luta amarga do subemprego. Alvejado pela falta de habilitação, foi condenado como vagabundo, recebendo etiqueta oficial de mendigo.
Um dia, o adulto desiludido, amargurado, sem emprego, sem referencial, saiu à procura do amor. No escuro, mas cheio de esperanças, foi colecionando portas fechadas pelo caminho. Sem Deus, sem nome, sem avalista, sem discurso, acreditou no “slogan” das campanhas sociais.
Um dia, o menino mal nascido, mal amado, mal educado, não soube cuidar do filho que nem chegou a ver. Não ouviu seu choro. Imaginou apenas que, após nove meses de duríssima gestação, alguém brotara de um rápido encontro, irresponsável, assustado e vazio que sempre ouviu dizer que se chamava amor.
mor, eu me lembro ainda
Que era linda, muito linda
Um céu azul de organdi
A camisola do dia
Tão transparente e macia
Que eu dei de presente a ti
Tinha rendas de Sevilha
A pequena maravilha
Que o teu corpinho abrigava
E eu, eu era o dono de tudo
Do divino conteúdo
Que a camisola ocultava
A camisola que um dia
Guardou a minha alegria
Desbotou, perdeu a cor
Abandonada no leito
Que nunca mais foi desfeito
Pelas vigílias de amor
Estou vivendo no mundo agora, pensou. Mas um dia terei desaparecido.
E é igualmente impossível pensar que se tem de morrer sem pensar ao mesmo tempo em como a vida é fantástica.
Não era triste que a maioria das pessoas tivesse primeiro que ficar doente para só então entender o quanto a vida é bela?
"Eis uma frase, uma verdade, um verso: dá pra escolher. Todo dia, ao levantar da cama, eu procuro me lembrar: dá pra escolher. Nem eu nem você estamos jogados ao léu, nas mãos do destino. Não temos controle sobre tudo, mas dá pra escolher entre ter amigos ou viver recluso, dá pra escolher entre privilegiar um amor ou ter vários casos superficiais, dá pra escolher entre participar ativamente de um projeto que alavanque nosso bem-estar ou ficar de fora apenas criticando, dá pra escolher entre se refugiar num lugar tranqüilo ou aprender a lidar com o stress urbano, dá pra escolher entre levar a vida com bom-humor ou levar a vida na ponta da faca.
Tudo é uma escolha, inclusive ser velho ou ser jovem, e isto não se resolve apenas numa clínica de estética. Todas as nossas escolhas passam pelo estado de espírito. É ele que vai determinar se vamos viver uma vida mais simples ou mais complicada, mais solitária ou mais social, mais produtiva ou mais lerda. Dá pra escolher entre ser carnívoro ou vegetariano, entre fumar ou não, entre correr na praia ou ficar um pouco mais na cama, entre jogar paciência ou ler um livro, entre amores serenos ou amores turbulentos. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer."
Elegia
Ganhei (perdi) meu dia.
E baixa a coisa fria
também chamada noite, e o frio ao frio
em bruma se entrelaçam, num suspiro.
E me pergunto e me respiro
na fuga deste dia que era mil
para mim que esperava,
os grandes sóis violentos, me sentia
tão rico deste dia
e lá se foi secreto, ao serro frio.
Perdi minha alma à flor do dia ou já perdera
bem antes sua vaga pedraria ?
Mas quando me perdi, se estou perdido
antes de haver nascido
e me nasci votado à perda
de frutos que não tenho nem colhia ?
Gastei meu dia. Nele me perdi.
De tantas perdas uma clara via
por certo se abriria
de mim a mim, estrela fria.
As arvores lá fora se meditam.
O inverno é quente em mim, que o estou berçando
e em mim vai derretendo
este torrão de sal que está chorando.
Ah, chega de lamento e versos ditos
ao ouvido de alguém sem rosto e sem justiça,
ao ouvido do muro,
ao liso ouvido gotejante
de uma piscina que não sabe o tempo, e fia
seu tapete de água, distraída.
E vou me recolher
ao cofre de fantasmas, que a notícia
de perdidos lá não chegue nem açule
os olhos policiais do amor-vigia.
Não me procurem que me perdi eu mesmo
como os homens se matam, e as enguias
à loca se recolhem, na água fria.
Dia,
espelho de projeto não vivido,
e contudo viver era tão flamas
na promessa dos deuses; e é tão ríspido
em meio aos oratórios já vazios
em que a alma barroca tenta confortar-se
mas só vislumbra o frio noutro frio.
Meu Deus, essência estranha
ao vaso que me sinto, ou forma vã,
pois que, eu essência, não habito
vossa arquitetura imerecida;
meu Deus e meu conflito,
nem vos dou conta de mim nem desafio
as garras inefáveis: eis que assisto
a meu desmonte palmo a palmo e não me aflijo
de me tornar planície em que já pisam
servos e bois e militares em serviço
da sombra, e uma criança
que o tempo novo me anuncia e nega.
Terra a que me inclino sob o frio
de minha testa que se alonga,
e sinto mais presente quando aspiro
em ti o fumo antigo dos parentes,
minha terra, me tens; e teu cativo
passeias brandamente
como ao que vai morrer se estende a vista
de espaços luminosos, intocáveis:
em mim o que resiste são teus poros.
E sou meu próprio frio que me fecho
Corto o frio da folha. Sou teu frio.
E sou meu próprio frio que me fecho
longe do amor desabitado e líquido,
amor em que me amaram, me feriram
sete vezes por dia em sete dias
de sete vidas de ouro,
amor, fonte de eterno frio,
minha pena deserta, ao fim de março,
amor, quem contaria ?
E já não sei se é jogo, ou se poesia.
Sem açúcar
Todo dia ele faz diferente
Não sei se ele volta da rua
Não sei se me traz um presente
Não sei se ele fica na sua
Talvez ele chegue sentido
Quem sabe me cobre de beijos
Ou nem me desmancha o vestido
Ou nem me adivinha os desejos
Dia ímpar tem chocolate
Dia par eu vivo de brisa
Dia útil ele me bate
Dia santo ele me alisa
Longe dele eu tremo de amor
na presença dele me calo
Eu de dia sou sua flor
Eu de noite sou seu cavalo
A cerveja dele é sagrada
A vontade dele é a mais justa
A minha paixão é piada
A sua risada me assusta
Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira
Enquanto ele dorme pesado
Eu rolo sozinha na esteira
Todo dia é dia de pedir mais
A gente podia ser mais tolerante um com o outro. Fazer uma corrente do bem, dos bons pensamentos, da sinceridade, da tribo do romance e da delicadeza. E pedir mais. Muito mais. Mais amor. Mais gente fina, elegante e sincera. Mais contas pagas. Mais unhas fortes. Mais bunda lisinha. Mais coxas firmes. Mais beijos na bochecha, na testa e na boca. Mais beijos de língua. Mais beijos de cinema. Mais gente que cuida da própria vida. Mais liquidação.
Mais bom dia, boa tarde e boa noite. Mais educação. Mais com licença, de nada, me desculpa, obrigada, por favor. Mais livros. E mais leitores. Mais cheirinho de casa limpa e roupa nova. Mais feriado. Mais dias de sol e vento no rosto. Mais outono e primavera. Mais namoro. Mais mãos dadas. Mais abraços acolhedores. Mais conforto. Mais carinho nas costas. Mais massagem nos pés.
Mais dinheiro achado no bolso da calça. Mais água de coco e espumante geladinhos. Mais Pringles e Doritos. Mais shampoo que deixa o cabelo brilhoso. Mais segurança. Mais ar-condicionado. Mais saúde para dar, vender e emprestar. Mais cama boa para deitar. Mais banhos de banheira com espuma. Mais rímel que não borra. Mais calça que não aperta. Mais sapato que não machuca.
Mais soninho depois do almoço. Mais pôr-do-sol. Mais lambida de cachorro. Mais conversa para resolver os problemas. Mais respeito de telemarketing. Mais respeito no trânsito. Mais respeito no condomínio. Mais respeito na fila do banco. Mais respeito. E ponto.
Mais amor ao falar. Mais paciência ao ouvir. Mais cautela ao lidar. Mais roupa bonita no closet. Mais amigos de verdade. Mais sorrisos de verdade. Mais amores de verdade. Mais verdade. E só.
Mais programa bom na televisão. Mais pessoas de boa índole. Mais atenção nas pequenas coisas. Mais decência ao se vestir. Mais silêncio no cinema. Mais condições em hospitais e escolas. Mais noção na cabeça de presidente, governador, prefeito, deputado e vereador. Mais gente ajudando pessoas e bichos. Mais punição para quem faz o mal. Mais chances para quem se mata de tanto trabalhar. Mais criança na escola. Mais pais conscientes. Mais gente que bebe e pega táxi.
Mais amor próprio. Porque antes de amar qualquer coisa ou pessoa você tem que amar você mesmo primeiro.
O PRESENTE
Nada na vida acontece em vão.
Se um dia ao acordar, você encontrasse, ao lado da sua cama, um lindo pacote embrulhado com fitas coloridas, você o abriria, antes mesmo de lavar o rosto, rasgando o papel, curioso para ver o que havia dentro...
Talvez houvesse ali algo de que você nem gostasse muito... Então você guardaria a caixa, pensando no que fazer com aquele presente aparentemente "inútil" ... Mas no dia seguinte, lá está outra caixa... mais uma vez, você abre correndo, e dessa vez há alguma coisa da qual você gosta muito... Uma lembrança de alguém distante, uma roupa que você viu na vitrine, a chave de um carro novo, um casaco para os dias de frio ou simplesmente um ramo de flores de alguém que se lembrou de você...
E isso acontece todos os dias, mas nós nem percebemos... Todos os dias quando acordamos, lá está, à nossa frente, uma caixa de presentes enviada por Deus, especialmente para nós: um dia inteirinho para usarmos da melhor forma possível! Às vezes ele vem cheio de problemas, coisas que não conseguimos resolver, tristezas, decepções, lágrimas...
Mas outras vezes, ele vem cheio de surpresas boas, alegrias, vitórias e conquistas... O mais importante é que, todos os dias, Deus embrulha para nós, enquanto dormimos, com todo o carinho, nosso presente:
O DIA SEGUINTE!
Ele cerca nosso dia com fitas coloridas, não importa o que esteja por vir... a esse dia quando acordamos, chamamos PRESENTE...
O PRESENTE de Deus pra nós.
Nem sempre Ele nos manda o que esperamos, o que queremos... Mas Ele sempre, sempre e sempre, nos manda o melhor, o de que precisamos, e que é sempre muito mais do que merecemos...
Abra seu PRESENTE todos os dias, primeiro agradecendo a quem o mandou, sem se importar com o que vem dentro do "pacote“. Sem dúvida, Ele não se engana na remessa dos pacotes. Se não veio hoje o PRESENTE que você esperava, espere... Abra o de amanhã com mais carinho, pois a qualquer momento, os sonhos e planos de Deus pra você chegarão, embrulhadinhos pra PRESENTE! DEUS não atende as nossas vontades, e sim nossas necessidades.
Gênesis 2
1 Assim foram concluídos os céus e a terra, e tudo o que neles há.
2 No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou.
3 Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação.
Adão e Eva
4 Esta é a história das origens dos céus e da terra, no tempo em que foram criados:
Quando o Senhor Deus fez a terra e os céus,
5 ainda não tinha brotado nenhum arbusto no campo, e nenhuma planta havia germinado, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, e também não havia homem para cultivar o solo.
6 Todavia brotava água da terra e irrigava toda a superfície do solo.
7 Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.
8 Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados do leste, e ali colocou o homem que formara.
9 Então o Senhor Deus fez nascer do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
10 No Éden nascia um rio que irrigava o jardim, e depois se dividia em quatro.
11 O nome do primeiro é Pisom. Ele percorre toda a terra de Havilá, onde existe ouro.
12 O ouro daquela terra é excelente; lá também existem o bdélio e a pedra de ônix.
13 O segundo, que percorre toda a terra de Cuxe, é o Giom.
14 O terceiro, que corre pelo lado leste da Assíria, é o Tigre. E o quarto rio é o Eufrates.
15 O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.
16 E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim,
17 mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá".
18 Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda".
19 Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome.
20 Assim o homem deu nomes a todos os rebanhos domésticos, às aves do céu e a todos os animais selvagens. Todavia não se encontrou para o homem alguém que o auxiliasse e lhe correspondesse.
21 Então o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne.
22 Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a levou até ele.
23 Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada".
24 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.
25 O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha.
Cada vez que eu passo por um dia aqui, ali, catando, olhando, pensando, eu vou adquirindo um novo conceito das coisas que me cercam. Acho que parei num lugar; parece que meus conceitos próprios chegaram. Dúvidas de mim já não tenho. Sei dos caminhos e de como eles são. O dia a dia fez de mim um homem mais calmo, mais sereno, menos desvairado. Nós (você, eu, Sérgio, Walter) somos velhos e estamos caminhando para nascer, e enquanto não nascemos "levamos nosso cão raivoso" para passear. Amizades mais calmas, mais escolhidas (achei boa companhia), bom papo, cervejas em botecos longe da fumaça e da poluição, pois esta cidade não pára!! Eu preciso dar um descanso à máquina. Já não há escapatória para a nossa civilização. Somos prisioneiros da vida e temos que suportá-la até que o último viaduto nos invada pela boca adentro e viaje eternamente em nossos corpos.
Há dias calmos aqui também. Manhãs que passam manhosas entre os móveis e automóveis e a gente vai percebendo, aos poucos, que o capim do parque ainda é verde. A gente enche os pulmões, pega um tema e sai assoviando.
Só ando de ônibus. Cheguei à conclusão que eu me aborreço 99% menos. Ônibus não é tão mau quanto eu pintava.
Em cada carta eu lhe falo um pouco sobre esse movimento "Cavernismo", que é um movimento de tendências universalistas.
(Carta inacabada ao irmão Plínio Seixas)
1970
Se alguém bater um dia à tua porta,
Dizendo que é um emissário meu,
Não acredites, nem que seja eu;
Que o meu vaidoso orgulho não comporta
Bater sequer à porta irreal do céu.
Mas se, naturalmente, e sem ouvir
Alguém bater, fores a porta abrir
E encontrares alguém como que à espera
De ousar bater, medita um pouco. Esse era
Meu emissário e eu e o que comporta
O meu orgulho do que desespera.
Abre a quem não bater à tua porta!
“Os fungos são realmente bastante nocivos aos interesses humanos. Fungando, uma pessoa pode estar inalando milhões e milhões de vírus e bactérias do ambiente que se respira. Mas há também a utilidade. Uma boa fungada pode efectivamente retirar aquele catarro preso na garganta, sendo que quanto maior o som emitido pela fungada maior é a sua eficiência e precisão na retirada daquela substância indesejada. Há quem diga que fungar é porcaria mas pesquisas científicas revelam que, além de serem métodos eficientes, as fungadas fazem parte do dia-a-dia de pessoas em todo o mundo. E como diz a famosa frase: aquele que nunca deu uma fungada que atire a primeira pedra.”
Tito Raposo
Velhote: Temo que eles sejam uma raça sem propósito. Já estou aqui faz 70 anos. Eu os conheço bem.
Klatus: E?
Velhote: Não consigo entendê-los.Eles destroem tudo, acho que jamais mudarão.
Klatus: Esta é a sua conclusão oficial?
Velhote: Eles sabem qual é o destino deles, eles sentem. Mas não podem modificar.
Klatus: Está decidido. Irei começar com o processo imediatamente. Precisamos nos preparar para irmos embora.
Velhote: Eu ficarei.
Klatus: Não pode ficar aqui.
Velhote: Eu posso, e ficarei.
Klatus: Se você ficar, morrerá.
Velhote: Eu sei. Está é minha casa agora.
Klatus: Você mesmo falou que eles só sabem destruir.
Velhote: É verdade. Mas ainda há outro lado...Veja...Eu os amo. É um sentimento estranho. Não sei como explicar a você. Por muitos anos arrependi por ter vindo. A vida humana é difícil. Mas se esta vida chegar ao fim...considerarei que tive sorte por tê-la vivido.
08 de Março, Dia internacional da mulher
Esse dia foi escolhido como marco da luta da mulher na história mundial.
Certamente os feitos desta das mulheres que as antecederam não podem ficar legados ao esquecimento, sendo esse, um momento oportuno para a lembrança.
De fato essa luta não se encerrou ainda, embora tenha tomado novas conformações e reduzido a opressão física que outrora era terrível.
Hoje o coração das mulheres é afligido de forma mais sutil, porém ainda muito perversa:
A mulher cabe a rotina de trabalho e o sustento da família em paralelo ao homem;
A ela cabe assistir a família, os entes queridos e tantas vezes, os desprovidos de sorte que a dela se socorrem, cientes da bondade de seu ser;
Cabe ainda comportar-se de forma exemplar, para que não seja condenada pela sociedade, ávida de fazer falsos julgamentos morais sentenciando impiedosamente sua dignidade;
Cabe ser formosa, constantemente lutando contra o tempo e suas intempéries, para não ser subjugada pela ditadura da beleza;
Deve ser tolerante e educadora, esteio de uma sociedade cada dia mais inflexível e violenta.
Como se não bastasse cabe a ela ainda, amar e ser amante, profundamente em sua alma.
Mulheres,
a minha mais distinta admiração a vocês, que esse dia de reconhecimento e emoção perdure nas próximas datas do ano, pois suas virtudes estão, indelevelmente, no âmago do seu ser e, ainda que particularmente não se sintam assim em algum momento, lembrem-se do espetáculo do sol, onde todas as manhãs, fugindo a percepção da grande maioria, ele está lá aquecendo, clareando e mantendo a vida.
O amor de uma mulher é como o sol em nossas vidas e, mesmo que o corpo seja franzino, trará um espírito forte e tenaz, capaz de aquecer as nossas almas.
Que os tortos caminhos deste mundo nunca levem o sorriso do seu rosto, a esperança dos seus olhos e o ardor do seu coração.
Especial parabéns a Cb Adriana que fez todos os preparativos do café da manhã e a associação de cabos e soldados que presenteou as policiais com rosas!
Pra ele, simplesmente azul.
Pra ela, royal, céu, bebê, marinho, calcinha, turquesa, anil, petróleo, piscina.
Pra ele é somente um rosa.
Pra ela, pink, bebê, chá e uma infinidade de nomes que só ela enxerga.
Pra ele, sim é sim, não é não.
Pra ela, sim pode ser sim, não pode ser não, não pode ser sim e sim pode ser não, depende só da situação.
Pra ela, o mundo é uma louca viagem, onde cabe tudo ou cabe nada, ela é quem decide.
Pra ela, cada sentimento é intensamente vivido, sentido, exaurido, até sua última gota.
Pra ela, cada dia é único, cada emoção é um êxtase, cada sonho faz brilhar seus olhos.
Pra ela, a vida não é fácil, nunca foi.
Muitas vezes, é mãe, esposa, filha, amiga, dona de casa, dona de si, trabalhadora, guerreira. Muitas vezes, ela é "só" mulher. Como se "só" isso já não fosse muito.
Pra ela, ter igualdade significa batalhar, lutar por seus direitos, exigir respeito, exigir que sua voz seja ouvida. Pra ela, que é mulher, já está acostumada a ser um turbilhão de emoções, de TPM, de sensibilidade, de força, de coragem, de amor.
Ela já está acostumada...
Pra elas que sonham alto, pra elas que não tiram os pés do chão, pra elas que são puramente força, alma e coração e que tem coragem e força para serem o que são: Feliz Dia das Mulheres!
LARISSA SALLES
Mãe, além do substantivo
Mãe não pega o jeito, já nasce pronta. Mãe não fica sabendo, ou não chega depois, de alguma forma e não se sabe como, ela já sabe e já está lá. Mãe não mente, diz que na volta a gente compra e não se fala mais nisso. Mãe não avisa, prevê. Mãe arruma a gente, mãe arruma um jeito. É brigando com a mãe que se aprende a perdoar. Afinal, com mãe a gente não rompe, só fica de mal. Mãe é a melhor companhia para ir ao pronto socorro. Se a gente não sabe o que tem, ela provavelmente deve saber. O pediatra só passa a receita, ela constata: “Eu falei, isso aí é virose, vamos passar na farmácia”.
Mãe pergunta só pra cumprir protocolo, por educação, na verdade ela já sabe de tudo. Tanto é que quando pergunta, pergunta afirmando: “você bebeu, né?” “você passou essa camiseta?” “seu quarto tá limpo?”
Mãe não ameaça, fala que vai sumir de vez qualquer dia desses. Mãe tem um dom metafísico que transcende a natureza das coisas: não importa se você perdeu algo, ela vai achar e vai esfregar na sua cara. A ciência ainda não explicou esse tipo de fenômeno, mas os cientistas estão trabalhando nisso.
Mãe não cabe em prosa, em verso, nem em música. Não tem começo, meio e fim. Mãe a gente não lembra, a gente leva. Lavoisier disse uma vez que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Com mãe não é diferente. Mãe é um papel que vai um pouco além do pra sempre, um pouco além, porque parece que até o pra sempre, sempre acaba. A mãe não.
Em pleno dia das mães.
Era um dia como o hoje. Acordei com um sol forte no rosto. A janela do quarto estava aberta. Um convite pro mundo. Levantei. Fui em direção ao seu quarto. Lá estava você, me esperando. Sorrindo. Pronta para me fazer ouvir as primeiras palavras do dia: ‘’bom dia, meu filho’’. Era o dito repetido todos os dias. Nunca me cansei de ouvir.
Por muitos anos, esse foi o meu maior sustento. E mesmo depois daquele 05 de janeiro de 2013, ele continua sendo. Sinto muito a sua falta. Mas, olho para meu lado e sei que estás aqui perto. Hoje, nesse 13 de maio, estou comemorando meu primeiro Dia das Mães com sua presença de forma diferente.
Hoje, assim que acordei, senti uma voz sussurrar nos meus ouvidos. Ela dizia repetidamente “Bom dia, meu filho”. Me arrepiei. Chorei. E lhe dei mais um abraço. Mãe, você existe em mim!
Ass, o órfão.
25 de Julho.
Gasto mais tempo lendo textos do que vendo imagens.
Não porque não goste.
Eu gosto muito.
Na verdade, aprecio belas fotografias e até me arrisco. Admiro os fotógrafos.
E quem nunca se "instagrameou"?
Quem nunca registrou uma bela paisagem ou tirou uma boa foto de si?
É algo tão natural quanto a luz do dia.
É fantástico isso, brincar de fotografia.
Mas um bom texto tira os pés da gente do chão. Provoca aquela inquietação que se mistura ao fascínio. Provoca a ânsia de saber o porvir, a cada palavra, a cada parágrafo, cada capítulo.
As imagens dizem o que querem dizer.
São pontuais.
As imagens dizem muito e às vezes não dizem nada, fica o dito pelo não dito.
Os textos não, eles precisam de você, precisam da sua visão de mundo, precisam que você converse com eles.
Os textos são gentis, chega um determinado momento que eles saem de cena pra que você construa.
E mesmo depois do fim, do último ponto final, eles continuam a registrar. Sem pausas. Sem interrupções. Sem quebra. Silenciosamente. Não no escrito, não no impresso. Não mais no papel, agora, dentro de você.
Justamente esta capacidade de registrar o hiato, a pausa entre o dizer e o não dizer, é que eles tiram a gente do eixo e nos transportam pra lá.
Os textos são fantásticos.
Os textos nos inspiram.
E viva à palavra escrita!
Aos que que as eternizam com caneta e papel.
Seja quem for.
Um famoso ou um aninônimo.
Quem tem cabelos brancos ou quem não sabe nada da vida.
Viva à você, brasileiro, que escreve sua história todo dia, em crise, sem perder o sorriso e esse brilho no rosto.
Todos nós temos um "quê" de Escritor, pois escrevemos a nossa própria história, diariamente.
Em mim as lembranças sempre batem com mais força do que qualquer outro tipo de sentimento, e quase que diariamente nos flagramos a sentir aquele gosto na ponta da língua, o gosto doce daquela boca e de cada parte do seu corpo onde ela passou, passou deixando um rastro de saudade, prazer e saliva, levando a vontade de te ver outra vez nos meus braços, totalmente entregue, sem forças, com a lua a testemunhar tudo ao longe, a beira de uma piscina, ouvindo o barulho do mar. 🌷
@lucashhi
É tempo de internalizar.
Devemos ter lido e visto muitas coisas sobre o Coronavírus poraí. Reflexões, pensamentos, coisas boas, coisas ruins. Hoje temos, talvez sem muito custo, a opção de poder ter um tempo a mais para ver e ouvir, ler, refletir, parece que o tempo entre ir e vir, o tempo do trânsito, do ônibus, da academia, está finalmente sobrando em nossa agenda. E o que temos decidido fazer com este tempo? Tempo conosco. Tempo a sós. Tempo com, talvez, estranhos: nossa própria família. É tempo de encarar. A si mesmo, e ao cônjuge. Aos filhos. Aos pais. Sim, estranhos, afinal, passamos mais tempo longe destes e perto daqueles com quem trabalhamos, com aqueles que deveriam ser os estranhos, mas a verdade é que conviver com os nossos e com nós mesmos pode ser uma tarefa árdua, porém, necessária.
Eu acredito que nada nos acontece por acaso. Acredito que este tempo que estamos vivendo é sim, um grande aviso. A gente foi obrigado a parar, por um instante, para refletir. Para respirar, para encarar a nossa vida. Para pensar.
É um tempo em que não podemos nos tocar. E aquele abraço que parecia um ato tão simples, hoje é raro... por isso mesmo, deveria ser mais valorizado. Estamos convidados a enxergar que, diante de um problema como este, o que importa, na verdade, são as coisas simples. Uma doença que pegou rico e pobre e colocou tudo junto, no mesmo balaio. Uma doença que veio nos mostrar que o dinheiro não compra a cura e salvação. Nem da vida, nem da alma, nem da ferida e nem do vazio do coração.
Aqueles que possuem um emprego e que, talvez, reclamavam deste, devem se sentir gratos, hoje, se ainda possuem um. Aqueles que possuem uma casa, que talvez não seja a mais bonita, nem a maior, nem a mais rica, devem se sentir avantajados por ter uma proteção. E, assim, aqueles que possuem comida, saúde, que pode respirar sem um vírus a lhes atormentar e a lhes roubar o básico: o ar.
Aqueles que desprezavam os encontros, os beijos, abraços, o ouvir, o tocar, que negligenciavam as companhias, os risos, as prosas do dia a dia, devem melhorar a sua percepção do que realmente importa nesta vida.
É relevante, também, que possamos enxergar as coisas boas. Muitos mobilizaram o coração em ajudar o próximo, percebendo que, em tempos assim, o dinheiro no banco não trará a humanidade de volta. Nem o parente, nem o fã, nem o cliente.
Considero que Deus está nos pondo a internalizar. Espero que, quando tudo isso passar, a Sua mensagem tenha sido sentida no coração e na vida de cada um. Como ocorreu na passagem bíblica de Lucas 10, 41:42 que diz “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada.”
Que não sejamos como outrora, agitados e preocupados com as coisas vãs e passageiras deste mundo, mas que sejamos, a partir do agora, como Maria, que escolhe as coisas elementares e essenciais desta vida, como aprender a estar mais perto de Deus, a entender que esta vida é somente uma passagem, mas que a gente não perca a viagem... que sejamos gratos pelo ar, pela saúde, pelo amigo, pelo filho, pelos pais... que valorizemos o abraço apertado, o aperto de mão... que a nossa energia que está sendo armazenada, seja melhor utilizada quando estivermos novamente em comunhão. Que a gente aprenda a lição, de apreciar a vida enquanto ainda temos a oportunidade e a ocasião. Que tudo isso não seja, portanto, em vão... deixo aqui, com humildade e inspiração, uma oração pelo despertar de todos nós.
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