Tempo Devagar

Cerca de 81573 frases e pensamentos: Tempo Devagar

FIM DO ANO

E o número assim termina
outra vez, cada vez mais voraz
É o tempo em sua sina
Que seja, então, mais eficaz
O novo floresce, o velho declina
Vai-se mais um, vem-se outro atrás...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ponteiros

Os ponteiros do relógio que levam
As horas boas de nosso viver
Também grifam no tempo as que elevam
E trazem assim, pra sorte, saber

Iguais às águas dos riachos
Carregam rio abaixo as folhas caídas
Em contínuos despachos
Tal como as nossas despedidas

Os ventos também assopram
Pra longe os sonhos empoeirados
Ficando outros que aportam
Nos galhos dos nossos fados

Pois o de direito, é nosso, ancoram...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Carrilhão

Na casa calma o carrilhão toca
O carrilhão na casa então canta
Teu sussurro que no ar carpanta
Alto, em altas horas dorminhoca

O carrilhão toca. Na casa espanta
O silêncio, assim, faz uma troca
Em reza tal a uma velha coroca
Prum ritmo numa batida santa

Toca, santa, canta, uma maçaroca
Chora afiado o carrilhão, encanta.
E na casa calma e vazia e ampla
O carrilhão chora e ali agiganta

Carrilhão, a que horas você levanta?
O coração triste e vazio aqui potoca
Em cada batida pulsa tal badalhoca
O que espera mais... Carrilhão canta!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

No Tempo

O tempo já não muito importa
as horas, segundos, quantos?
O que foi já não abre porta
e os sonhos, estes tantos...
O que vale é o que vem
se ainda tem, os recantos
onde a alma se sinta bem
e no ir além, terá encantos
Porém, lembre-te de amar
pois nestes acalantos
tua passagem irá marcar
cada teu minuto
teu dia, um olhar
um sorriso, teu atributo
As rugas, ah! deixe-as ter
é o fruto
de que pôde viver!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, outubro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Tempo de mulher

O tempo no seu tempo é sempre tempo
Em qualquer tempo é caminho, alento
No sonho ou contratempo é sentimento
Seu sofrimento contém nascimento
Tem tempo no tempo para o pensamento
Afeto, amor a qualquer momento
Soberana no advento, brisa ao vento
No sorriso traz contento, talento
Na infância paixão, proteção, alimento
Fêmea, pilar no casamento
Guerreira no tempo, fiel instrumento
Mãe, mulher, menina, encantamento
Todo tempo é seu tempo
Eterno fundamento!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Março de 2011 - Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

cadência

no pêndulo
do relógio
fique e vai
vai e fique
na hora o tempo atrai
pra brincar de pique...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/11/2015, 19'58" - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CREPÚSCULO DO TEMPO (soneto)

Vê-se no espelho, e vê, pelo tempo fugaz
Uma desconhecida face que ali se ilumina
Decaída, expira a mocidade, e aí! termina
A juventude mais pasmada, que agora jaz

Outra ruína mais funda se revela... sagaz
As marcas do andamento... uma heroína?
Não... Furtou-me a idade, pérfida chacina
Mais que ter beleza, foi-se o ânimo audaz

Os fios brancos, e o amarrotado desgosto
Abarrotado de opaco, o intrépido se ver
Pondo no olhar, o luzidio de um sol posto

Chora, o dispor, que não faz então esquecer
Trêmulo no viver, de lágrima triste no rosto
Põe a confidenciar... que estou a envelhecer.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

[...] lá vem a lembrança
gerando cheiro de criança
saudade e nostalgia
evolando memória e poesia...
eterna dança...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

POR TANTO TEMPO (soneto)

Por tanto tempo, o sonho era infinito
Vivia aflito, desvairado no sentimento
Que inda hoje, ao olhar o meu escrito
As quimeras me vêm ao pensamento

Por tanto tempo, sozinho e restrito
Meu silêncio, era áspero e violento
Mas por dentro, queria ser erudito
Mas havia tristura e voz de lamento

E hoje vejo uma certeza na direção
Dito: - “a única coisa que não muda,
é que tudo muda”. Sábia conclusão!

Pois, nesta vida de Deus nos acuda
O encenar é com agridoce emoção!
A poesia segui... e a fantasia miúda.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/03/2020, 17’29” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO TEMPO

O tempo lá se vai, e vai apressado
Por um tropel das vândalas horas
E tão dispersas nas ondas sonoras
Do outrora, passando, é passado...

E o minuto pelo vento é levado
Alado, seguido... pelas auroras
Num voo certo. Duras senhoras
Da direção... as damas do fado!

Não fique espantado meu caro!
O amparo vem do seu bom viver
E do bem doado, amado, é claro!

Então, não se preocupe em correr
É aos poucos, em um querer raro
Lento, assim o tempo irá render...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

JUVENTUDE (soneto)

Lembras-te, poesia, quando, era só alegria
Ao fim do dia, o pôr do sol mais que luzidio
Era arrepio na alma, e a satisfação persistia
E em teus versos canto de juventude no cio

Tudo era ingênuo, melodioso e de fantasia
Felizes, ambos, íamos trovando o desafio
Fio a fio, nas venturas com a boa teimosia
Ecoando em nós o inato recato de ter brio

Tudo era longo, e o agora mais duradouro
O azul do céu num infinito da imaginação
E o amanhã no amanhã, um novo tesouro

E em nosso olhar, aquela tão mágica visão
De que tudo é possível no sonhar vindouro
E o mundo seguia mundo sem preocupação

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/03/2020, 14’27” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

[...]saudade é a poesia do tempo... que nos versos de amor, compôs melodia em nossa vida... e que agora o silêncio é quem recita nas nossas lembranças.

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VERÃO .....

Verão... janeiro onde tudo esquenta
Em bando o raio do sol abafa o beiral
É mais triste o jardim na tarde sedenta
Onde as rosas já desmaiam no rosal

O alto verão! A hora é macilenta
Tem lerdeza, estio, sempre igual
Poeta, porque é que te atormenta?
Cá no sertão, é calor, chão tropical

Depois o seu entardecer é encantado
Dum horizonte de nuvem em novelo
Na grandeza do céu árduo do planalto

Verás sim, o abrasado torto cerrado
Em brado, as suas savanas em apelo
No pico da quentura, bafo, ponto alto! .....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/01/2021, 07’37” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PASSANDO ...

Sulca-me as frontes já rugas encanecidas
Olhar embaçado eu vejo o velho cerrado
Torto, “pedregado”, arbusto tão delgado
No tempo vou em velocidades incontidas

Cabelos brancos, vá, não seja tão abusado
O meu espanto, quanto as tuas investidas
Tão fugaz, minhas queixas enfraquecidas:
Lamentos, surpresa, pavor, sem resultado

Tive antipatia, tive inocência, e repulsa
Com a estranheza furiosa da mudança:
No espelho a figura avelhantada pulsa

E, atendo ao inevitável, já, só lembrança
Passou, vai passando, e a história incursa
Ao passado, a temporada de ser criança...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2021, 12’45” - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ANDANDO

Passou... o tempo, numa ligeireza
Em um molesto sem parar, foi-se
E o pensamento ainda em lerdeza
Dum susto de se vê levar um coice

Passou... pondo no antes a pureza
Passando, e clarificando a velhice
O passar já não mais uma surpresa
Onde cada agitação é uma chatice

Mas, tive medo, tenho, de loucura
Em viver o tempo querendo demais
E tão ferino, o tempo toma o lugar

Andando, agora quero mais ternura
Estar, aquele doce olhar, mais e mais
Fecho os meus olhos e deixo passar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/08/2021, 18’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ENVELHECENDO

Frauda o sono na madrugada. Sem apreço
Tropeço em tropeço, corpo e vigor, se vão
É pulsação na emoção, é a conta, é o preço
À dimensão do tempo, do tempo à dimensão

Um espesso sentimento: agrado e padeço
Ao chão, cada suspiro de uma sensação
Vida, palpitação, de arremesso e arrefeço
E, bem sei que curto ou longo nos levarão

A cada verso, reverso do fim e do começo
O início, o término, no meio, se misturarão
Do berço ao regresso, diverso, eu confesso!

Se tive insatisfação, também, mais gratidão
Tristeza ou não, apenas um outro endereço
Envelhecendo, a oblação dos que sorte são!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, setembro, 12, 04’27” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Canção Musicada Pra Velhice

Dizes-te tempo, entretanto
Em ti andejando, cada dia
Mais e tais, mais um canto
Mais algo, e mais ousadia

E a cada novo ano, passa
Indo a carcaça abarrotada
Aparência baça, com graça
Peleja, e generosa morada

Cada passo, renovo, brilho
A vida num prélio deveras
A juventude um trocadilho
E o desejo das primaveras

Sigo da vida a doce poesia
Se ventura eu fosse poeta
Dele apanharia mais magia
Velho, mas de alma repleta

Cada fio do cabelo já prata
E a saudade no peito forte
No olhar luz, a sina pacata
E, que o coração se importe

Porém, antes, porém, sorte
Caro tempo, aqui me esforço
É bem que se vai pra morte
Mas, que seja sem remorso...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/09/2021, 15’40” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TEMPO

O tempo no seu tempo há um momento
Há tempo certo, tempo de início e de fim
Tempo para cada sensação e sentimento
Tempo no tempo, um tempo real, enfim,
Também, o tempo que quer dar pausa
Quietinho nas horas, um tempo parado
O tempo de ter tempo pra uma causa
Olhar pro tempo, pra passar o passado

Ah! tempo! dá-me tempo num fazer
E, assim, haver um tal tempo preciso
Acrescido de prazer, pro bem viver!
E, quando chegar nossa única certeza
Do tempo, último, que tenha sorriso
Pra ter no tempo sentido e grandeza!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 de agosto, 2022, 14’41” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TEMPO DE ENCANTOS

Mostram-se belos versos com exaltação
Cá no soneto de afeto e aura dourada
Cheio de canção e de perfumada toada
Que compassa o agrado e a sensação
A prosa se veste de esplendor e paixão
E em derradeira sedução, fica gravada
No sentimento, no tempo, pela estrada
Bailando na alma em graciosa emoção

Inesquecíveis poéticas, tão atraentes
Divinamente, às lembranças vertentes
Prozando excessivas distintas alegrias
Enquanto o ardor dorme sua realeza
Tempo de encantos, cordial singeleza
Ornando com amor a desejada poesia.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 fevereiro, 2024, 09’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DE SONETO EM SONETO

De soneto em soneto vai o tempo já passado
Do versado fado, as ilusões, na ridente aurora
Dos cânticos encantados, e canto enamorado
De uma poética cheia de sensação de outrora
O tom que no estorvo se sentiu abandonado
O perfume na lembrança, que lembra agora:
O amor perdido, a infância ida, ali arruelado
Na recordação. Ah! tudo vivente a toda hora

Apressado, fugaz, e o versar vai observando
Cada linha, um toque de memória, morrendo
No tempo, guardado na emoção, até quando
For somente uma lembrança, ainda sendo!
E, de rima em rima aquela ocasião rimando
O soneto na saudade e a toada desvalendo.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 abril, 2024, 07’39” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

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