Tag lilith
Homens costumam confundir mulher difícil com mulher fácil.
Tolos, mal sabem que mulher livre é tudo, menos fácil.
Querido Deus,
Sei que você deve estar preocupado com outras reclamações, mas realmente não aguento mais.
Me ensinaram a sempre te amar e você nem ligou.
Chorei enquanto você brincava de xadrez com minha frágil marionete.
O sentimento que estava aqui era sempre fiel a sua versão.
Deus escrevera todos os livros.
Sem lados, sem opiniões.
Com seus dois lados, duas caras.
Vivi com o falso livre arbítrio por muito tempo.
Nunca pensei em te deixar, mas não me rebaixarei a seu ser.
Onipotente, onipresente, onisciente.
Eu cansei de ser sua submissa.
Não questionar enquanto as leis tríplices entram em vigor.
“Tudo que fizeres, voltara a ti em triplo”
Querido Deus de Espinoza.
Você me abandonou, virou as costas para mim, viu o meu sofrimento.
E o que recebo?
Dor e desespero.
Quase morri hoje, sabia?
Acaba de perder uma das suas maiores seguidoras.
Serei minha própria alquimista.
Não sei se você realmente se preocupa, mas o lago de fogo me aguarda.
Lúcifer me acolheu, ele me abraçou, me deu esperança.
Uma esperança da qual, há muito tempo, via em ti e que se quebrou quando você me abandonou.
Deus,
Repartir o pão e beber do teu vinho não fazem parte de minha comunhão.
O que eu faço hoje em dia amar o próximo da mesma forma que ele me ama.
Juntei-me a Lilith.
Eles foram gentis.
Acolheram-me, deram-me o que comer e regras a obedecer.
Deus,
Todas aquelas orações que fiz, você ouviu?
Muitos se humilham para conseguir uma vaga em teu céu particular.
Um purgatório disfarçado de paraíso.
E mais uma coisa.
Querido Deus,
Eu te odeio.
“Mesmo que tu falaste a língua dos anjos, amarás e odiarás com a mesma intensidade”
Maldição de Lilith
Detentora do crepúsculo
Seu cerne angustiante, fará dela meu abrigo
Presenteada com marca condenável
Desafiando a ordem, a natureza proclama
Lilith, a falha proclamada
Jaz solitária, escondida no lado negro
Até a minha porta encontrar, benção melhor não há
Semblante curiosa, a me observar
Com sua beleza macabra, o coração a palpitar
Sem necessitar de permissão para entrar
Desprovida da luz, busca a morte, sem importar
Jogada ao chão, sem nenhuma tensão
Fugaz choque a me vincular
Tentativas desesperadas adornada ao frio
Seu sucumbido corpo a quase ficar
Sem nada mais imediato para ofertar
Minha vida em prol da liberdade, eu desejar
Acionando extrema inquietude
Pois vida já não há
Em obsessão, rezas ao amanhecer, crédulo a ofertar
Amanhecer que nunca chegara
Amanhecer que nunca chega
Agora há de se mostrar
Pois sua maldição não mais jaz em mim
No corpo dela, há de retornar.