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Prevenção é tentar economizar vida às custas da privação do prazer. Ou melhor, é pagar a doença às prestações, antecipando as consequências dos erros. Que cumpra-se meu destino na íntegra.

Memórias do vento noturno

"Eu vejo as estrelas no céu, quando estou perto de dormir. Uma mente sonhadora e a liberdade de viajar pela imensidão. Tudo o que tenho aqui, são uns pedaços de pano que me cobrem. O meu corpo não deveria estar coberto, e eu não deveria estar sozinho. Infelizmente a paz que sinto está restrita, quando todos a deveriam sentir. Sinto falta da estrada e das canções, mas é tão triste ter saudades. O arco-íris sumiu em meio a fumaça tóxica. E do outro lado do mundo bombas destroem sonhos. Se me houvesse apenas um pedido, o amor salvaria nosso futuro. Eu deveria saber, ou talvez não, se vocês cantariam uma canção. É, disso eu tenho certeza, que enquanto meus braços, dedos e cabeça funcionarem e minha voz soar, haverá música. Sim, eu estou tão perto do céu, longe do barulho e da confusão, onde eu posso sentir a felicidade e transmitir a vocês por essas palavras. As palavras fazem queimar o que há dentro de nós, talvez por isso são tão brilhantes. Você não pode ver, mas isso me faz sorrir. É como um grito de liberdade poder dizer o que penso. Os cabelos chacoalham quando bate o vento, a vida é puro extase quando a alma supera o materialismo. Ter sorte? Não. Eu não preciso. Fazer o bem é sempre o melhor caminho. As árvores estão com seus galhos a bailar com o vento noturno. Respirei fundo agora. É apenas um pequeno coração batendo um pouco acelerado. Isso foi demais! Posso te doar um pouco de amor? Sim. Eu tenho. Compartilhar é ser grande. Não no sentido de tamanho, mas no afeto que pode haver entre nós. Eu poderia doar todo o meu sangue e não sentiria falta. Sim. É verdade. A vida não está só nas nossas veias, está em muitas coisas e lugares. As flores são belas pela própria natureza, e ninguém é diferente delas. O que acontece é que as flores não negam seu perfume e não reclamam de serem tocadas. São simples, e no seu esplendor nos fazem gostar delas. Oh! Bela natureza, faça de mim um lírio, simples e humilde na beira do caminho. Sabendo que não há acaso, tudo isso me veio por acaso em mente. Talvez porque eu penso muito num mundo melhor. Não, não é difícil compreender quando não se pensa em si só. É fácil perceber, pelo menos na minha maneira de ver, que o segredo da vida está na relação com o próximo. Sim, é fácil perceber. Vamos! Podemos começar? Sinta a grandeza que há dentro de cada um de nós. Expressem o seu amor. Ninguém é mais feliz do que aquele que faz o outro feliz."

Nosso caminho.

Corremos atrás de oportunidades que, ao mesmo tempo em que são escancaradas, não se mostram para nós. É uma vitrine imaginária, às vezes duvidosamente certeira e tangível para alguns, e quase sempre perversamente ilusórias para nós, simples e desnecessárias miragens.
Trabalhamos duro e lutamos, noite e dia, coletando migalhas e ainda assim, agradecemos em prantos. Cegamente, percorremos caminhos turvos e aparentemente sem linha de chegada, guiados pela fé e pelo politicamente correto, pois acreditamos que no final tudo dará certo. Mas, quando as peças do quebra-cabeça, caçadas e montadas através do sacrifício começam a fazer sentido, o céu escurece e vem a chuva, quieta, mas ensurdecedora, não importa se é um dilúvio ou uma garoa, porque uma só gota nos desacelera e embaça o caminho, e derrapamos... Não é incrível? Nossos objetivos só são alcançados através do sangue dado, da superação, mas o castigo vem do universo, de Deus, do destino... E sempre de graça. Como um cachorro que apanha do dono sem saber o motivo... Errei o jornal?
Nessa loucura chamada de “vida”, onde o tempo é relativo e a moral subjetiva, o caminho é doloroso e extenso, tudo se vai, passado, e o que fica para trás são questionamentos que transcendem gerações, credos e raças, mas as certezas mudam a todo instante, ou seja, qual a certeza que temos? E mesmo assim, continuamos nossas jornadas, cegos e incessantes, à procura da suposta linha de chegada.

Destino certo

Sabe aquela menina atrevida,
Aquela que você considera boba
Por que não tinha medo de sonhar?
Ela pegou o trem da vida
E chegou onde você queria chegar.

Vocês, humanos, sempre pensam que estão destinados às coisas, à tragédia ou à grandeza. O destino é um mito. O destino é o único mito. Os deuses não escolhem nada. Você escolhe.

R. F. Kuang
A Guerra da Papoula. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2022.

⁠#FAROL

Todo mundo diz crer e adorar em um deus único...
Desde que ele lhe seja particular...

Será que somente a sua crença é a verdadeira?
A que vai lhe salvar?

A do seu irmão está errada?
Nem vale a pena respeitar?

Desde que o mundo é mundo...
Começaram a criar...
Várias divindades para adorar...

Respeito todo mundo quer...
Mas poucos querem respeitar...

Eu respeito você...
Você me respeita...
Sendo assim...
Tudo se ajeita...

Creia em Buda...
Maomé, Alá...
Shiva, Obatalá...
Jesus ou Jeová...

Todos os nomes glorificados...
São pérolas do cordão do Onipotente...
Amar ao próximo é o certo...
Nos faz mais gente...

Quem diz o que é certo?
O padre, pastor, monge, babalaô?

Sei apenas de uma coisa...
Que eu acho muito correto...

Tenho a minha convicção...
De ter a paz presente...
Em meu coração...

Ter fé é a certeza...
De sempre caminhar...
Sem precisar...
Dos outros machucar...

Sigo então meu destino...
De bem comigo...

Quando aqui cheguei...
Tudo já pronto me esperava...
Só quero um pouco mais de luz...
Para a minha alma...

Quem sabe assim então...
Sem me enaltecer...
Poderei ser...
Um farol na escuridão.

⁠Incenso, luz baixa, massagem
Dedos deslizam sobre as tatuagens
É que o destino é incerto
Então, preta, aproveita a viagem

Os beijos escritos nunca chegam ao destino: são bebidos pelos fantasmas do caminho.

Foco é como GPS, mesmo você tendo alguns desvios, sempre volta para rota até o destino final.

⁠O caminho é realmente caminho, quando se tem um destino, sua jornada depende do combustível de seu caráter.

⁠Meu vôo é a minha vida, feito das mais diversas manobras. Dou rasantes para ver melhor o que a vida me preparou, faço looping para jogar pra fora o que não serve mais pra mim, vôo alto, acima dos telhados das casas e dos prédios, para ver tudo de longe e analisando a melhor direção a seguir. Posso escolher se dou um mergulho para buscar forças e assim poder ir mais longe ou, se vou preferir planar nos ventos do destino.
Tudo isso para esperar sorrindo, que eles me levem aonde meus sonhos estão."

Minha mãe disse que quis deixar registrado, ao me chamar somente de Xuxa, que eu sou única. Tenho certeza de que, ao me chamar assim, ao lutar pelo tal nome único, ela traçou, também, um destino único para mim.

⁠Nasci destinada a ajudar os outros em segredo.

⁠Acho que pouca gente realmente pensa: “É isso que tenho que fazer. Este é o meu caminho.” Essas pessoas têm sorte. Acho que não tem muita gente assim.

Espero que você me entenda, nem em todo ouro existe riqueza. Que as marcas do nosso destino, são ilhas desertas no paraíso. Talvez você não saiba onde quer chegar, e eu não tenha tanta certeza, se em qualquer lugar deste planeta, caminhando eu sei que estou...

Lembre-se sempre, o universo tem um jeito de levá-lo até onde você deveria estar, no momento em que deveria estar lá.

ANO NOVO

A existência, uma jornada cheia de episódio
Uma viagem, comboio, de traço, nó e de laço
De passo a passo, ponto a ponto, num desafio
Tão fugaz! Voraz! Lá vai o trem no compasso

Pela vida, de paisagem variada: quente ou frio
Rumando para a próxima parada, um cansaço
Um alívio, em frete.... um silvo agudo, assobio
Uma outra gare, outro tempo, outro pedaço

Quem sabe ali... será a quem nos amará?
O destino que nos há de dar a exaltação
O acordo que fará satisfação sem estrovo

Quem sabe?... Quem sabe? Ali será?... Será?
Silva outra vez... e parte pra seguinte estação
Nova esperança, surpresas: UM ANO NOVO!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/12/2019, 05’23”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando

"Sabíamos então que a nossa separação estava destinada a durar e que devíamos tentar entender-nos com o tempo"

Um outro dia, um outro cigarro, e minha vontade de escrever sobre você apenas aumenta. Seria isso solidão? Seria isso esperança? Não, eu acho que é apenas mais uma forma do meu coração aliviar a vontade de te ver, dar o salto que meus medos me impediram de dar. Será que se houver uma proxima oportunidade eu vou agarrar e não deixar passar, ou será que eu não conseguirei superar meus medos, minha timidez? Eu não sei, tudo que eu sei é que eu não consigo parar de te procurar na multidão, em cada rosto que eu vejo, na esperança de ver seu rosto mais uma vez. O que fazer com um sentimento desses em uma situação com possibilidades tão baixas? Esperar, eu imagino, esperar que o destino seja bondoso, e me de apenas mais uma chance, o medo de deixar essa chance passar já é maior que o de arriscar e ir até você. Eu não tenho certeza se isso tudo é em vão, ou se tudo tem um motivo, e se tiver, qual será esse motivo? Eu posso fazer algo para descobrir? Ou às vezes, tudo que posso fazer é esperar? Esperar você cruzar meu caminho, ou esperar a vida inteira por algo que não era para acontecer? No fim, eu acho que esse é o grande dilema do amor, essa espera agonizante por alguém ou por algo, que pode ou não vir, e assim a vida segue, nos prendendo nessa espera, sem dicas, sem nada, apenas viver, tendo esperança no incerto, ou convivendo com a possibilidade de que talvez, não estejamos esperando por nada afinal.

Não estou falando de destino. Não acredito em destino, almas gêmeas ou sobrenatural. Só sei que entendíamos um ao outro. Completamente.

"Penso que no futuro estarei aqui,
Mas meu destino eu não decidi;
Seja como for, estará de bom tamanho,
Pois se a vontade de Jah for essa ficarei na sua mente por muitos e muito anos."

Os mesmos caminhos percorridos nem sempre nos levarão ao mesmo destino.

Acho que todos queremos saber para onde iremos, mas no fim, acabamos terminando onde deveríamos estar.

A verdadeira questão não é de onde vêm as ideias, mas para onde elas vão.

A guerra esmagou todas as suas sutilezas e mostrou-lhe visões surpreendentes de brutalidade que o ensinaram a ser humilde. Esses pensamentos encheram-no de tristeza, que ele considerou ser o destino inevitável do homem.

Abdulrazak Gurnah
Afterlives. Londres: Bloomsbury Publishing, 2020.