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A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

- Pois frequentemente quando algo precioso se perde, ao voltarmos a encontrá-lo, pode não ser mais o mesmo. (Cidade das Almas Perdidas)

O amor transformava as pessoas em mentirosas

Cassandra Clare
Cidade das Cinzas

Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente o meu tempo de convivência com as pessoas de quem eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão-somente dinheiro?

- Achava que ser um bom Caçador de Sombras significava não se importar - falou - Com nada, principalmente comigo mesmo. Corri todos os riscos que pude. Me lançava no encalço de demônios. Acho que deixei Alec complexado sobre a espécie de guerreiro que era, só porque ele queria viver - Jace deu um sorriso torto -, então a conheci. Você era uma mundana. Fraca. Não era lutadora. Nunca tinha treinado. E vi o quanto amava sua mãe, Simon, e como iria ao inferno para salvá-los. E entrou naquele hotel de vampiros. Caçadores de Sombras com décadas de experiência não teriam feito aquilo. O amor não a enfraquecia, a deixava mais forte do que qualquer pessoa que já conheci. E percebi que o fraco era eu.

Cassandra Clare
Cidade de Vidro

Mas pensei em você, a vi lá, claramente, como se estivesse na minha frente, me observando, e soube que queria viver, mais do que jamais havia desejado qualquer coisa, nem que fosse só para ver o seu rosto mais uma vez.

Cassandra Clare
Cidade de Vidro

Era tolice ter esperança, ela sabia. Mas às vezes a esperança era tudo que restava.

Cassandra Clare
Cidade das Almas Perdidas

- Não é culpa dela [...]. Ninguém a culpa.
- Isso nunca importa - afirmou Alec - Não quando você se culpa.
(Cidade das Almas Perdidas)

Era necessário coragem para viver uma vida imortal e não fechar o seu coração e mente para qualquer experiência ou pessoa nova. Porque o que era nova quase sempre era temporário. E o que era temporário, partia o seu coração.
(Cidade de Fogo Celestial)

- Faria quase qualquer coisa por você - respondeu Simon, baixinho - Morreria por você. Sabe disso. Mas mataria alguém, algum inocente? E que tal muitas vidas inocentes? E o mundo todo? É realmente amor se chega ao ponto de precisar escolher entre a pessoa amada, e todas as outras vivas do planeta, e escolher a pessoa? Isso é... não sei, isso sequer é um tipo de amor moral?
- Amor não é moral ou amoral - disse ela - Simplesmente é.
- Eu sei - disse Simon.- Mas as ações que executamos em nome do amor, estas são morais ou amorais.

Cassandra Clare
Cidade das Almas Perdidas

[...] Fui casada com um fanático durante anos. Sei o que "propósito maior" significa. Significa torturar inocentes, assassinatos brutais, dar as costas para amigos, tudo em nome de algo que acredita ser maior do que você, mas que não passa de cobiça e infantilidade mascarados por um termo mais culto.
(Cidade das Almas Perdidas)

As pessoas que mandam nas cidades não entendem o grafite porque acham que nada tem o direito de existir se não gerar lucro, o que torna a opinião delas desprezível.

- É claro - ele disse sem arrogância ou pretensão -, mas eu sempre pensei que as coisas desse jeito, com a gente. Você sabe.
Ela se mexeu para encará-lo, confusa.
- Como assim?
- Quero dizer - Simon murmurou, como sem parecesse surpreso por ter de explicar algo que deveria ser óbvio -, eu sempre precisei mais de você do que você de mim.
- Isso não é verdade - Clary estava perplexa.
- É sim - disse Simon, com a mesma calma inabalada. - Você nunca pareceu precisar de ninguém, Clary. Você sempre foi tão... controlada. Precisava apenas de seus lápis e mundos imaginários. Várias vezes eu já tive de dizer as coisas seis ou sete vezes antes de você responder, e você estava tão longe. Depois virava para mim e sorria daquele jeito engraçado, e eu sabia que você havia se esquecido de mim, e tinha acabado de se lembrar. Mas eu nunca fiquei chateado com você por isso. Metade da sua atenção é melhor do que toda a atenção de qualquer outra pessoa.

[...] Nunca teve nada além de certeza que sairíamos de lá. Demoramos horas, mas ele conseguiu. Ele nos tirou de lá. Fiquei inteiramente grata, mas ele simplesmente olhou para mim como se eu fosse louca. Como se fosse óbvio que nos tiraria dali. Fracassar não era uma opção. Só estou falando que... ele vai achar o caminho de volta até vocês. Sei disso.
(Cidade das Almas Perdidas)

O meu lar é onde me sinto feliz.
Isso independe de luxo, cidade ou país.
O meu lar está comigo. Levo para onde preciso.

e vá alguém saber
quanta coisa se fala numa cidade
quantas vozes
resvalam por esse intrincado labirinto
de paredes e quartos e saguões,
de banheiros, de pátios, de quintais
vozes
entre muros e plantas,
risos
que duram um segundo e se apagam

De nada adianta mudar o visual, mudar de cidade até mesmo de país para livrar-se dos problemas. Às vezes é necessária uma dose maciça de loucura para começar de novo. Invente novos trajetos, dê novos rumos a sua vida: faça como a água, desvie dos obstáculos e siga em frente; faça dos problemas soluções e comece, se preciso for, do zero.

Os sonhos podiam ser ruins, mas as imagens que marchavam por seu cérebro quando acordada não eram muito melhores.

Que a sua história de vida seja tão bela quanto o pôr do sol da minha cidade.

CIDADE MARAVILHOSA

Cidade maravilhosa
De maravilhas mil, belezas mil.
E também de tristezas mil,
Pobrezas mil, violências mil.

Dentre tantos mil,
Milhões são desviados,
Ou talvez lavados
Enquanto outros mil
São enterrados,
Mortos, massacrados!

Devolva-nos o Rio!
O Rio de Janeiro
Que de janeiro a janeiro
O que se vê é guerra,
Quando o maior
Clamor é paz!

O Rio não é só Leblon,
Nem muito menos Rocinha.
Ele é de todos e todos
Pertencem a ele.

Devolva-nos o Rio!
O Rio de Janeiro
Que de janeiro a janeiro
Só é de todos em fevereiro
Quando som da bateria
Da Imperatriz e Viradouro
Substituem o barulho do morro,
Das disputas de traficantes,
Dos gritos agonizantes
De quem não tem onde se esconder!
Devolva-nos o Rio!

Estar aposentado sem nenhuma atividade que ocupe sua mente e seu físico é como viver na Cidade dos Anjos.

SOU GARI

Sou Gari,
Sou catador de lixo
E me tratam como bicho
Quando quero trabalhar

Não bastasse ainda o sacrifício
De acompanhar de perto o disperdício
De tudo aquilo que ainda dá pra aproveitar

Menosprezam meu serviço
Mas ainda sinto orgulho do meu ofício
Pois dele meu sustento posso tirar

Ainda assim o meu dinheiro
Não me paga o reconhecimento
Que eu deveria ganhar

Pois não apenas varro ruas e calçadas
E nem somente recolho o lixo das estradas
Que você insiste em sujar

Minha ação vai mais além
Pois mesmo sendo um "ninguém"
Da sua saúde ajudo a cuidar

Mesmo assim não sou doutor
Mas faço tudo com amor
Para que doenças não possam se alastrar

Dê valor ao meu trabalho
Suo a camisa sem horário
Para tudo organizar

E mesmo que você não veja
Eu sou aquele na peleja
Para uma cidade limpa te entregar
(mantenha ela assim)

É inexplicável o que eu sinto ao ver a Baía de Guanabara...

Quem inventou o transporte público certamente não faz uso dele!

Enganam-se pessoas em pensar que sozinha, ou ate mesmo em pequenos grupos podem mudar a situação de uma cidade, estado, país ou ate mesmo o mundo. Pois para suas ações tenham sucesso é preciso sacrifício de um todo.., de todos que fazem parte da engrenagem em questão, sem poupar esforço de nenhum deles.., seja o mesmo do primeiro ao ultimo escalão.