Suor Sangue A Lagrimas
Quem disse que lágrimas são um sinal de derrota, esquece que a chuva cai para fazer germinar e brotar a semente.
Se nos foi concedido lágrimas até aqui, seremos ainda mais merecedores dos sorrisos que haverão de nascer.
Naveguei demais...
Sei de uma pessoa
E essa pessoa sou eu,
Que em mares de lágrimas, vezes demais se perdeu.
Foram demais os desembarcadouros e cais
Onde pouco me dei e amei
E nos quais
Morri vezes demais!
E antes que morra de vez
A matar a sede em água salgada,
Queria um mar de rosas, não de estupidez!
Eu sou o mar, marujo de vocação e sem medos tais,
Que embarquei em começos e finais
Demais...
Cheirei maresias, mágoas e horas incertas,
Estive sempre aos meios-dias em praias opostas e múltiplas costas,
Sempre vazias...
Vacilei demais, remei demais, subtraí-me.
Fui, da minha conta, de menos e demais.
Naveguei muito além dela...
Perdoei tempestades e temporais,
Ignorei faróis, piratas, intuições e punhais,
Sempre demais...
Naveguei mares, rios, riachos e até lagunas.
Algumas foram lições, outras alunas
Demais...
Porque o mar não têm terra, só imensidão e gaivotas no ar,
Porque o rio lá vai como a lua, devagar
E o mar...
O mar é revolto, tem um cabo bojador e frio
E margens do rio
São fáceis de ancorar...
Acreditei
Que não havia peso no verbo acreditar
E que podia haver terra no mar!
Deve ser esta a minha sina,
Carregar coisas pesadas e lamber águas salgadas...
Tantas gotas no oceano e nenhuma é doce!
Ó mar salgado, porque não vieste adoçado?
Só que água doce
Não é o mar que a traz...
Em que luares voam passarinhos?
Em que rios estão ninhos a crescer?
Em qual das luas acreditar?
Na do céu ou na do mar?
Por isso te peço amor:
Não me vás além mar, equivocada, tentar encontrar!
E se mesmo assim, teimosa, me achares,
Devolve-me...
Porque me havia de calhar
Tão grande mar pra navegar?
E salgado ainda por cima...
Ah coisas que os olhos ñ deviam vê, os ouvidos ouvir para a boca ñ falar!! É dilema de lagrimas de sangue eternas! Fingir que ñ viu e nem ouviu para ñ ferir um coração que sangra!
Caudal das lágrimas
É diante de todo este conforto que o homem chora, contudo, desfazendo-me do que é colo, apego-me ao que é sonho, pois sonhar já não é tão simples.
Porque se sangro, sangro de meu corpo, daquilo que me é carne, por aquilo que tão pouco sei.
Assim, para debelar tão puro ódio, tarda-se a oração, pois tal delírio me induz a realidade.
Cuidado com as amarras do pensamento, as lágrimas do arrependimento só dá equilíbrio ao sentimento puro.
Quando você ver uma pessoa, encharcada por suas lágrimas, que seu acolhimento lhe seja como um confortável guarda chuva.
"Fazemos malabarismos o tempo todo, com cubos de gelo que disfarçam as lágrimas geladas que caem junto a água fria derretida em nossas mãos ".
Silêncio! você está vivendo e isso incomoda muito gente.
Quem não secou suas lágrimas não tem o direito de saber o motivo do seu sorriso.
Só viva e mostre seu brilho.
