Sou Igual a minha Irma

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A noite é minha casa, nela os relógios param de mentir.

Olhar para a grandiosidade da Tua Obra é ajustar a minha própria escala de valores, percebendo a pequenez dos meus problemas diante do Teu poder. Essa perspectiva me liberta da ansiedade e do foco excessivo no temporário, direcionando o meu olhar para a estabilidade da Tua perfeição. Sou forte, porque Aquele que me sustenta é infinitamente maior.

Eu não dou marcha à ré. Minha determinação é forjada pela promessa eterna do Seu cuidado, que carrego como um manto de força.

Nos piores vales, Ele não grita. Ele sussurra ao meu espírito que a minha identidade é maior e mais forte que a dor do meu pranto.

Ele intervém na minha fraqueza e, com um poder inexplicável, transforma as minhas arrastadas em passos firmes e cheios de esperança.

Minha amada, você é a macieira que se destaca no bosque comum, e eu só desejo a sombra onde a paz e o fruto proibido coexistem.

Que a sua boca se torne a adega onde a minha alma bebe o vinho do esquecimento de todas as tristezas passadas.

Minha resiliência é o ferro forjado nas altas temperaturas de todas as minhas derrotas.

Minha reconstrução diária é um mosaico sagrado feito com a cuidadosa reutilização dos destroços que o tempo insiste em chamar de passado.

Das quedas, fiz minha escola. Dos pedregais, desenhei um novo caminho e das vezes em que precisei me erguer, aprendi que a vida é um paradoxo tênue, entre a dor que fere e o recomeço que cura.

Minha súplica não é pela leveza da cruz, mas pela densidade da Fé que a tornará suportável.

Minha arma de combate é a gratidão pelos livramentos que o anonimato da misericórdia me impediu de reconhecer.

Sob a garra de um fim de tarde gélido, o vento do sul chicoteia a minha linda Ilha de Florianópolis, transformando o oceano em uma fúria de açoite. A ressaca violenta, incontrolável, arremessa a areia salgada, grão por grão, contra o rosto, enquanto a maresia incessante incrusta o sabor amargo da ausência na garganta e na alma. É nesse caos costeiro, visceral e implacável, que o meu peito aperta e a sua imagem e só ela, se torna o único e inegociável porto seguro em meio à tempestade.

O peso da minha história parecia insuportável, e eu chorava tanto na tentativa vã de achar uma saída que pudesse me libertar das correntes do remorso e do sofrimento, cada dia era um novo esforço para varrer para longe as memórias cruéis, para deletar os capítulos amargos da minha vida, mas os desenganos se acumulavam, mostrando que minhas forças eram limitadas diante da complexidade da dor que carregava, e o vazio persistia.

A jornada da minha existência se resumia a um grande e doloroso ponto de interrogação, onde a procura por paz era a meta, mas a angústia era a realidade palpável, os soluços eram meus companheiros noturnos, manifestações da luta para encontrar um caminho de redenção, de apagar cenas da minha vida que me aprisionavam, um ciclo interminável de busca e frustração que me levava a colecionar desenganos em vez de vitórias.

Embora estivesse imerso na minha própria dor, a verdade eu já conhecia no íntimo do meu ser, uma luz que teimava em brilhar através das nuvens da minha tristeza, o conhecimento salvífico de que Jesus morreu por mim um dia no madeiro, essa certeza da Sua entrega, do quanto sofrimento Ele suportou, era o único farol capaz de orientar meu barco em meio à tempestade, mostrando a magnitude de um amor incondicional.

Falo com a minha sombra como se fosse confissão. Ela não responde com palavras, mas conhece meus segredos. Permanece quando todos os outros vão, como testemunha muda. Às vezes a abraço e sinto que as coisas podem voltar a ser. Outras, a empurro e desejo que se torne apenas um traço.

A compaixão por mim começa por aceitar a minha lentidão. Nem tudo que quero se resolve em pressa. Há processos que têm horário próprio, distante do relógio. Deixo-os correr com sua cadência e não os atropelo. A lentidão vira cuidado, e o cuidado vira respeito.

Minha alma já quebrou tantas vezes que virou vitral, fragmentos coloridos, montados com fé, iluminam quem chega perto.

A vida me fez guerreiro sem armadura, lutador sem escudo, sobrevivente sem alarde, minha força não é exibida, ela é vivida.