Sonho Perdido
"Ouço chamados e batidas na porta, mas não atendo... Eu danço as músicas em uma gangorra, vendo os lados sem abraçar nada. Escolho um dia e faço promessas vazias, vestido de homem bom e vivendo no pecado.
Eu não escolho nenhum lado.
Eu estou no palco, o espetáculo é a vida. Eu estou morrendo, mas ainda estou vivo e sinto as coisas aqui em cima... Como se fosse um muro, eu estou cansado de me equilibrar.
Ainda assim, eu não escolho nenhum lado.
Estranhas encenações observando os fatos, eu ainda estou funcionando. As cores dessa realidade não estão no tom correto dentro de muita raiva nesse amor e pouco fogo nesse ódio. Estou sonhando acordado. Algo semelhante a um pesadelo. Eu não consigo dormir e ainda assim, preciso acordar.
Eu preciso escolher um lado.
Essas ironias tem que acabar antes que eu acabe, o tempo e a vida pedem reinvenções de si... Eu estou me desconstruindo, perdendo o meu eu dentro de mim. Estou enjoado, isso não esta certo.
Eu não posso escolher o lado errado.
Eu ouvi o estalo, estou buscando a paz... Não me sinto totalmente indigesto, mesmo perdido ainda enxergo coisas boas dentro de mim e vomitarei apenas o necessário para voltar a revelar o melhor de mim. Porém, não é ao público que tenho que agradar.
Eu escolho o meu lado."
Me entristece a ideia de ficar em um lugar o qual eu não pertenço, mas mais que isso, me entristece mais ainda a ideia de viver uma vida que não me pertence.
"Quem é esse cara? Vocês podem ouvir os meus gritos? Esse estranho roubou o meu nome e o meu corpo, eu estou aqui dentro. Não acreditem nesse impostor.
Perdindo em um canto remoto da minha mente, eu estou afundando... Cada vez mais longe de mim, aqui os sentimentos não funcionam muito bem e me pego muitas vezes sem pensar em nada. Sinto que algo me falta, mas não estou certo se preciso. Tudo parece tão retro nos momentos de consciência e não consigo me ver fazendo parte. Todo esse tempo fora me trás pouca vontade de voltar, até mesmo ao meu corpo, eu me sinto fora de lugar. Ouço ecos de pensamentos, eles gritam por autocontrole, revolução e renovação. Um ditador pede passagem, pensamentos tolos e ideologias fracas não podem fazer parte. Os gritos ficam mais altos: ambição, confiança e determinação. Esse canto é muito apertado, eu não caibo nele. Nos momentos que reassumo o controle, ainda me sinto nesse canto e tenho a consciência que não é do meu corpo que tenho que me ausentar. Eu preciso de um lar."
Eu desisto de você!
Em nenhum momento você dá importância pra gente,
Até porque, segundo você, não somos nada.
É o engano mais dolorido que podemos cometer,
Dizer que não temos nada, que não somos nada.
Tento fingir que não me importo com a forma que você me trata, mas dói...
Dói não saber se você sente o mesmo,
Dói não saber se você ainda me quer por perto,
Dói não ter você como antes.
Mesmo que tudo tenha mudado,
Mesmo que tenhamos nos perdido,
Ainda queria que fosse você aqui...
Mais uma vez, eu aqui, procurando organizar o mar de palavras e sentimentos que eu carrego dentro de mim. Tentando colocar a casa em ordem, pra ver se eu consigo compreender essa maré. Talvez eu não seja tão esperta assim, ao ponto de decifrar, ou de saber o porque. Meu entendimento se limita. Limita o limite que colocam pra ser feliz. O limite do amar inteiramente. Do estar de verdade. Porque quer estar. E quer e pronto. O limite que não coloca na hora de tomar decisão. O limite que trava na hora h. O limite que impede ser todo. Ser inteiro. O limite que impede o sentir. O limite que impede o seguir.
Minha cabeça não entende.
Quando eu era nova achava que estando hoje eu entenderia um pouquinho mais a vida. A verdade é que a cada dia sei menos do que sabia.
Mas sei de uma coisa... se não puder amar, ali não da pra ficar.....
Se a vida te abate
E as lutas não passam
Os sonhos não cansam
E só quer saber por que
O tempo perdido
Te deixa pra baixo
Levante a cabeça
E tente entender de uma vez
Que a cada dia é um novo desafio
Que a cada sentimento é uma memória
Mas a perseverança no caminho
É o foco certo pra vitória
Algumas pessoas não sabem onde fica o próprio coração ou que rumo eles tomam, acabam se perdendo em um espaço vago e sem destino certo, as vezes até ancorados.
