Sonetos de Saudade

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MADRUGADA DE JULHO DE 2015

Nesta madrugada, o seu silêncio escreveu saudades e com ele sua morte trazia...
Acordaste do sonho da vida, e tuas lembranças, nos acolhia...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13 de julho, 2015
Cerrado goiano
Falecimento do meu velho pai.
(José Lino Spagnol)

TALVEZ ILUSÃO, QUANDO SENTI (soneto)

Talvez ilusão, quando senti, mas sentia
Que, ao desânimo da alma nela enleada
Entre a dor, o fôlego, pelos poros subia
Numa preamar de esperança prateada

E eu a via no olhar, olhava-a... Ferroada
Assim em cada raio, aí então eu resistia
E construía degraus nesta dura escada
Mesmo que se risco corria... ou se feria...

Tu, alegria sagrada! E também, capital
Sede das sedes!... que venha por nós
Tal reticências, e não como ponto final

E, ó desejada! E tão buscada, aporte
Como um emaranhado de um retrós
Súbito. Vi que rompe na medida sorte!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Ele foi embora como as chuvas de verão
E não esperou o vento soprar para eu ir junto

Ela foi embora como todo mundo que eu gosto já foi
Ela se despediu ,mas eu ainda sinto ela puxando
minha orelha

Ele foi e eu queria um beijo
Ela foi e me deu um abraço
E eu fico com o Coração partido
Tentando juntar os pedaços

A mulher na calçada

Ela estava sempre sentada na calçada quando eu passava, vestido velho, puído, um lenço que já tinha sido vermelho cobrindo seus cabelos maltratados, um pote de sorvete encardido, rachado, pousado ao seu lado para recolher moedas; diziam que era maluca, excêntrica, uma mendiga por opção, quando tentavam ajudá-la, se recusava, se a internavam, fugia. Ela já fazia parte da vida daquela rua, tornou-se uma estátua viva, um patrimônio da decadência humana, um dia, da mesma forma que apareceu, sumiu. Ainda hoje quando passo por ali penso ela, de alguma forma sinto sua falta; a rua ficou tão vazia.

Te esperei

Dói, no mais íntimo do peito ouvir o som da porta fechando, sentir os raios de sol no rosto, descer lentamente cada degrau da escada, esperando... fantasiando... mas sei que você não vem !
Mais uma vez, por insistência ou desatino, apoio os pés na calçada do vizinho de frente e te espero, lembrando de quando vinha, de quando surgia a caminhar com o rosto ainda sonolento, mas com um grande sorriso estampado no rosto que contagiava e tornava tudo mais contente.
Hoje, te esperei, sabendo que não vinha, te esperei... entristeceu-me o semblante, calei-me sem nada ter dito, lamentei profundamente sua ausência, orientei-me as pernas e segui o meu caminho que já não mais parecia alegre como em tais dias, agora, ingrime e sozinho.

Dizem que as libélulas são seres frágeis, de vida curta, que só alcança o voo quando adulta, não...ela só não perde tempo, fazendo-nos lembrar que a vida é um sopro, que deve ser vivida ao máximo. Para mim simboliza força, coragem e um ser muito evoluído. Dizem que você tem sorte se uma libélula pousar em você, pois então, considero-me a mais sortuda pois, pousa em minha alma a libélula mais linda que já vi.

Flávia Abib

Ei... Sei que faz tempo que a gente não se vê
Faz tempo que a gente se fala
Eu sinto falta de você
Eu sinto vontade de fazer uma mala
E ir embora
Ir por aí a te procurar
Mas nem sei onde você mora
Nem onde você trabalha

Sinto falta da sua risada
Tomando conta da sala, da casa, da cidade
Do meu coração...
Sinto falta da ingenuidade
Que eu tinha quando tinha a sensação de te ter por perto
Sinto falta do meu sorriso aberto
Do nosso futuro que parecia certo
Mas não foi...
Acabou como o pôr do sol no inverno
Eu esperei pra te ver
Mas você nunca apareceu
As imensas e escuras nuvens te esconderam do meu olhar
Te levaram embora e nem vieram me avisar...
Perdi você
Apesar de nunca te ter...

Hoje as mensagens que trocamos pelo celular ficaram mais curtas e tempo entre elas ficou mais longo.
Tela em branco, aquarela sem cor.

Só sei nadar como uma menina
Me perdendo e me encontrando em ondas
Me afogando nos teus beijos
Despertando no azul infinito dos teus olhos
E sentindo o gosto do sal da lágrima da saudade de sentir.

Já tentou fugir da dor? não dá né?!
Você pode dar risada, se "divertir",mas sempre chega o momento em que a realidade vem a tona, e doí, doí, doí....Daí quando você está quietinha na cama as lágrimas não se controlam e rolam pelo seu rosto, de alguma forma chorar te alivia, você dorme, os dias passam rápido até o dia em que você vai perceber que a dor virou saudade...
...E quando a saudade não cabe no coração, transborda pelos olhos, daí você dorme!

E sem você meu mundo não tem cor,
Toda magia dessa vida se apagou .
Mas, com você volta tudo ao seu lugar,
Meus lábios sorrindo,
E eu vou correndo para te abraçar.

Preciso conseguir te esquecer,
continuar minha vida sem você.
Deixar de sonhar com nós dois
E acordar te querendo depois...
Estou sofrendo muito com o fim,
Ainda espero que volte para mim!

Babhina

DIA CHUVOSO

Olhando a chuva, minh'alma é pura tristeza.
Uma cantilena que lembra antiga canção,
invade suave e devagarinho o meu coração.
A chuva tece na vidraça linda renda de Veneza.

Tua imagem se faz presente em mim, lentamente,
vejo além da janela teu sorriso lindo e tão amado.
As minhas mãos tristes tocam o vidro gelado,
nele buscando talvez o calor de tua mão ausente.

Mãos que tão suavemente me acariciavam.
Pernas que se entrelaçavam, me aprisionaram.
Olhos onde eu naufragava e me perdia em mim.

Relembro teus beijos que do chão me tiravam.
Teus braços que com sofreguidão me apertaram!
Saudade! Nunca houvera amor tão grande assim.

Verluci Almeida

P.S.
Com este soneto 'Dia Chuvoso', ganhei o primeiro lugar
no 3º Concurso de Poesias da Comunidade "Navegantes
das Estrelas", no ORKUT em março/2006

JABUTICABAS

Pomar de minha infância:
Laranjeiras, bananeiras, abacateiro,
Mangueiras, goiabeiras, uvas docinhas.
Um cajueiro e o pessegueiro em flor.

Mas o que eu mais curtia era a jabuticabeira.
Quando florida, prenuncio de doçura no ar,
Enchia de doce expectativa, meu paladar.
Como era bom chupar jabuticabas no pé!

O sabor só pode ser comparado
A esta doce e suave lembrança.
É na jabuticabeira de minha infância,
Que reencontro os meus sonhos...
- Saudade! -

Tem dias que acordo pela madrugada e fico visualizando nos conversas e as poucas fotos sua
que eu tenho no celular - Tão lindo, tão amargurado, tão amado e tão só- E me vem tantas perguntas na cabeça e quando volto a dormir você está nos meus sonhos exatamente como hoje.

As vezes me pego Pensando em você
Pensando no que eu poderia fazer para novamente te ter
Penso nas tuas palavras ditas
Me pergunto se elas realmente foram escritas e se foram vindas do coração
Penso por onde andas tu.
Será que também pensas assim,ou será que nem lembras mais de mim?

Se no meio dessa areia toda,
eu marcar um "x" bem grande do meu lado,
você vem aproveitar o pôr-do-sol comigo?

Se na hora de bater a foto,
eu resolver mostrar a lingua,
você vai sentir inveja o suficiente pra aproveitar o pôr-do-sol comigo?

Se eu te disser que o sol
aquece tudo menos meu coração,
você vem aproveitar o pôr-do-sol comigo?

De todas as as formas e maneiras de se convencer alguém,
será que alguma delas fará você vir aproveitar o pôr-do-sol comigo?

Será que com você algum dia do meu lado
Ainda vou precisar ver o pôr-do-sol ou o brilho de seus olhos será suficiente?

Solidão do silêncio

Uma chuva mansa cai sobre o telhado
Um friozinho gostoso na alma
Convite para as lembranças de um passado
E uma gotinha de nostalgia
Faz os sentimentos ressoar
A saudade que mora no coração.

Tempos remotos
Sorrisos largos
Palavras doces
Que se emudeceram
Mas, que fazem ecoar na mente
Mesmo, distante
Mesmo ausente.

É a solidão de um silêncio
Que outrora foi tão reluzente
Tão eloquente
Abraços que afagaram
Proporcionando um calor
Que foi o amor
Sentido por dois seres
Feitos um do outro
Mas que vivem separados
Pelo acaso do destino
Que os separou de modo repentino.

O que me faz ter duvidas, quando tenho a certeza do amor que sinto?
Porque em meio a tantas alegrias sempre deixo um pé atrás?
Não tenho respostas
e mesmo assim a cada manha um dia novo se faz,
um pensamento novo, uma certeza nova, um animo novo,
Mas o mesmo motivo de amar, o mesmo amor.

Na praça

Aquele homem distinto de olhar distante
Lembra meu avô
Que não ouvia
Só sentia
A vibração dos sons ecoantes
Aquele homem distinto
De olhar distante

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