Soneto da Saudade
AMOR PERFEITO
Vai majestade,
Amor. Busca o sentimento
O tempo é velocidade
E o querer argumento.
Como quiseres
o prazer,
Mas que seja pra teres
pra valer.
E,
Se cansares
Não venhas com lembranças subverter.
Se acaso não se acertar
Volte!
Vário é o lugar
Da saudade se solte
Pois tu amor, foi feito pra amar...
E a dor, chore!
Tudo passa, passará...
Não é preciso que implore
O que está escrito, estará
Amado perfeito... Folclore.
Viva e verá!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, abril, 25
Cerrado goiano
DE POESIA EU PRECISO
De poesia é o que eu preciso
Da tua quimera e mais nada
Galgar a rota de sua escada
Sem vestir-se do ser narciso
A poesia é muito mais amada
Prazer d'alma, pouco ao juízo
Volteios de ilusão no paraíso
Da ficção, com lira misturada
Só preciso de poesia, teu guizo
Inspiração, silêncio, a tua pitada
Cheios de acordes e improviso
Poesia é tal qual uma estrada
Do fado vendado e impreciso
Que nasce da faúlha inspirada
(de poesia eu preciso!...)
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
CHEIRO DE CERRADO
Quando a alvorada chegou, eu fui a janela
Sentei-me. O horizonte abriu, a vida arfava
Eu, ao vento, atraído, a essa hora admirava
E estaquei, vendo-a esplendorosa e bela
Era o cerrado, era a diversidade em fava
Céu róseo um mimo! A arder como vela
De pureza singela tal qual uma donzela
Que hipnotizava a alma, eu, observava
Então me perdi no perfume que exalava
O olhar velava com pasmo e com tutela
Aí, hauri toda a essência que fulgurava
E agora, fugaz, lembrando ainda dela
Sinto o cheiro, que na memória trava
Da alvorada do cerrado vista da janela
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Aos pais ausentes.
Feliz Dia dos Pais, aos presentes.
A voz do meu pai.
A voz do meu pai, hoje é em tons de recordação
Aglutinadas na falta do eco de tua presença
Em suspiros de tua toada rija, suave fustão
Que acariciaram e fremiram em defensa
O quanto lidaram, e dos justos a tua razão
Velho pai, a tua voz jaze na lástima intensa
Nas lembranças agonia acridoce no coração
E, no entardecer do cerrado, a renascença
Pois havia na tua voz sim e também não
Que agora na vida nos dá a recompensa
Do teu jeito forte e para sempre lição
Tal contra o vento árido, a nostalgia prensa
A tua voz, levada como folhas da estação
E na saudade, uma eterna saudade imensa.
AMADOR SEM COISA AMADA
Ando no cerrado sem coisa amada
No coração um eco de um amador
Que atroa pela emoção tão atada
A solidão, que se dissolve em dor
Se me quiser, não me traga cilada
Ou então me deixe imoto por favor
De tédio a alma já se acha calada
E o olhar, no chão, cheio de travor
Quando a ventura fica embaciada
A sorte se enche de um tal pavor
E a sensação fica toda prostrada
E no amador sem a coisa amada
Sou um apaixonado aonde eu for
Aprendiz, buscando está jornada
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano
PAIXÕES
Amores, latejo em ti, nas saudades, por onde
Estive! e sou estórias, e rasto, e madrugadas
E, em recordações, o meu coração responde
Num clamor tal ao vendaval e folhas levadas
Daqui do cerrado, e teus cipós, e tua fronde
Gorjeiam as melodias, e desenham estradas
Na memória, onde, além, o passado esconde
Da pressa, e as doces perfumadas alvoradas
Recordo, choro em pranto, eram dias felizes
No prazer, tal uma flor, de ti, pimpo e exulto
E eu, suspirando, poeto loas com cicatrizes
Tu golpeada e finda, - e eu fremirei sepulto:
E o meu silêncio cravado, em vão, tal raízes
Se estorcerão em dor, penando sem indulto.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
novembro
a nuvem de chuva está prenha
a lua na noite longa enche de luz
novembro, aos ventos, ordenha
amareladas folhas que nos seduz
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
novembro de 2016
Cerrado goiano
ESPERAR
Não mais te darei o canto do amor tanto
E nem tão pouco a sensação por te amar
Siga-te no teu canto, quieto, e, portanto,
Permita-me idear na poética, e devanear...
Não mais te darei aquele desejo, encanto
Nem acalanto. Pois, a mim torou-se pesar
Fique aí, por aí... no teu qualquer recanto
Onde os versos não possam te encontrar...
Desejo-te mais e mais, e estar, bem mais
Pois cá, o meu coração tá cheio de canção
Esperar? Minh’alma saiu da beira do cais...
Largais o tempo, se foi, agora outra razão
As rosas marcadas de paixão, aquelas tais
Não mais. Te amar, somente na inspiração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/09/2021, 19’45” – Araguari, MG
Abraça - me simplesmente
Não me abraces, se ser só preferes
Nesta vida viverei eu descontente
Já que amor por mim não sentes
Serei nesta vida plenamente triste.
Se um dia eu seu coração partistes
Memória de mim não te consentes,
Esquecestes do meu amor ardente,
Que um dia ainda eu amor encontre.
Possa eu neste amor merecer - te
Se algum amor por mim em ti restou
Esqueça eu e tu sofrer plenamente.
Porque se o amor no tempo ficou
Permita Deus tão logo abraçar - te
E deste abraço viver eternamente!
O que afeta é a ditadura
Há à inércia apática da felicidade, a crença
Há à emoção da sensação, à paz felicidade
Há à isso regras ou leis e ditos espirituais
que seguem, insistentemente no desapego!
O que desapegar flutuará e será de quem?
De certo que ficará liberto no firmamento,
aberto feito a redoma limitada da sombrinha,
que desapegada de suas mãos irão em vão!
A inércia de seu reflexo te emoldura em ato,
em fato, em quadro quadrado ou bola redonda,
mas o triângulo é que tem ponta e aponta Deus!
Deus é o sol na ponta, o sangue na direita...
e o petróleo à esquerda, está aí trinidade
e a ditadura seguirá sobre o que afeta!
Só sabem explorar o povo
Enquanto isso a reforma continua
porque o nióbio é um tesouro
que o Brasil dá como carne crua
à aqueles que sabem que é ouro!
Se a tecnologia não existe
sabemos que foi inventada
mas, o Brasil persiste
em tratar todos feito boiada!
O incentivo que dá ao povo
é liberdade que põe couro...
para chicoteá - lo de novo!
Porque a tradição é a exploração
do povo é do trabalho duro!
Explorar a terra, não sabem não!
Primavera de ilusões
Desce o sol sobre o solstício da mãe primavera
Um anjo palhaço voa, à anunciar novos sonhos
Ilusões para empurrar, no mar o barco à vela.
Utopias e devaneios de poetas tristonhos...
Terras do sem fim, ai de mim que as conheço!
Ai do meu poema que viu, e ouviu as verdades...
A dor que ignoraram, as senti e sinto__ Padeço!
Quando a ventania usurpou-me, má, as vontades
E de todas as incertezas desta vida. Sã loucura...
Das solidões que invadem as almas nas madrugadas
A minha é aquela que para a qual não houve cura.
Mas danço ainda o bolero dos que fingem alegria
E fingindo permito que a noite abra suas asas...
E a noite não tem luar. Eu, nem amor ou poesia.
UM FIO APENAS...
Há um fino fio a segurar o amor de minha vida...
Tão tênue quanto o amanhã _ Anseia e apavora
Nada ampara. Nada jura. É emaranhar de dúvida
E meu Deus, este "talvez" consome e devora!
E apesar desta perplexidade, vive,fiel a si mesmo
Alheio à indiferença constante, má e impiedosa
Num acalento de doçuras, ao vento e a esmo...
Sentimento que sangra ao espinho.Cuida a rosa.
É insubmisso. Acalenta, só, toda a larga devoção
Enquanto voam gaivotas sobre um mar de sonhos
Tortura a alma. Desejos da voz, do toque_ Canção!
E os dias, voam loucos de encontro à cousa alguma
Tempestades de saudades arrastam todos os risos
Um fio de seda à sustentar,só, um mundo de ternura.
Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)
QUISERA, APENAS QUISERA
Quisera ouvir de tua boca a doce promessa
De que jamais me negarás os teus carinhos
Mas sou águas profundas de incertezas...
Eu... Que faço de ti minha casa, meu ninho.
Mas como pedir-lhe tal gentileza maior
De jurar-me teu desvelo eterno em amor?
Se é minha, a sina de amar-te tão imenso
És meu tormento e meu lagar, fel e dulçor.
E fito os teus olhos__ Dói-me o coração
Um véu de alheamento te levas de mim.
Tu, que és meu universo de sóis de açafrão.
Quisera águas fundas dos teus pensamentos
A brisa que te beija lá no cume dos morros...
Mas contenho-me em amar-te em silêncio.
Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)
O meu mundo
Sou um mundo de idiossincrasias
Que nas raízes dos meus desejos
Expressando-se em lampejos
Surgem minhas manias
Na imensidão do meu céu
Onde vagueiam pensamentos
habitantes inquietos ao léu
Arquitetos dos sentimentos
Chegue, entre, sente, se apresente
Olhe as formas das estrelas
Veja um universo diferente
Com poesia ao fundo
E um amor insistente
Eis o meu mundo
Viver e conviver com um amor de verdade,
é o que de melhor pode haver na vida,
se houver reciprocidade na parceria...
SONETO PARA UM AMOR DE VERDADE
Marcial Salaverry
A um amor docemente vivido,
de um jeito apaixonado e louco,
como igual não foi existido,
não se pode fazer ouvido mouco...
Amor que gera insatisfação,
não é na verdade, amor de verdade,
não faz bem ao coração,
e tampouco traz felicidade...
Sente-se e vive-se o amor, e, destarte,
não existe lugar para a dor,
desde que por amor, da dor se aparte...
E se a dura razão assim atua,
o amor vence seja como for,
quando se apresenta a alma nua...
28/08/2018
No rumo da linha quero andar
Para no prumo do dia bem ficar
Seja feito o que pede a vida
Sem desdenhar da própria lida.
Seja pelo sim ou pelo não
Venho sempre agradecer com gratidão
Embora nem sempre a vida em vão,
me agracia com poder de seu perdão.
O dia me chama para sair
Não posso, ainda estou a dormir.
Avise os compromisso que não devo demorar
Minha barba está de molho
Nela estou sempre de olho
E é em dia de valsa que desejo bem sambar
09/07/2018
A fauna do bem tem que ir além;
Além do que imagina nossa vã filosofia.
Nutrida à problemas e dificuldades num eterno vai e vem;
Causando transtornos e gerando utopia.
Chorar não resolve, brandir a espada é exagero;
Povo que grita unido jamais será calado.
Largue a espada, exerça os direitos com clareza e esmero;
Que o os próprios atos jamais ficarão de lado.
Direito é um bem tão antigo quanto a humanidade;
E só se nega onde prolifera mente promiscua.
Coisa de terra regada à temor, bandalheira e falcatrua!
Mãos hão de se unirem na garantia de lei maior e igualdade;
Onde direitos se instalam à bem do clamor e da verdade.
Para o felicidade do povo e plenitude geral da nação!
Bom dia anjo de amor....
Dia de alegria e semana de muitas emoções positivas, realizadoras.... inenarráveis!
22/07/2018
Hoje peguei a moldura da minha santinha,
que a muito tempo não via.
Já que a fé e esperança de tanto pedir e sofrer,
tinha ficado pra traz,
Foi então que percebi de relance;
Sua face serena tal qual como em luz,
E tendo às mãos a santa cruz de Jesus,
me fez compreender e amar.
Disse à ela com voz pesarosa de dor,
mirando neste interior de coração pecador:
Me deixe também carregar esta cruz do Senhor!
A voz de alívio, então, se fez ouvir;
Pois, foi aceitando o peso da dor.
Que meu coração, enfim, desabrochou para o amor!
(Dedicação à irmã Teresinha do Menino Jesus)
05/08/2018
Bom Dia Anjo de amor e luz
O dia pede alegria, siga seu dia esbanjando simpatia.
Isso com certeza tem energia e muito irradia
o que todos desejam: muita harmonia.
Há que ser assim, curtindo a vida
Embora nem sempre o sorriso acompanhe a lida.
Não liga pra isso, siga, vá em frente.
Apressadinhusss porque atrás vem gente.
Olhe o sol, a chuva e o que vier na bandeja
Com certeza encontrará o que deseja.
Vento, amor e muito humor.
Dia sim, dia não, dia vai, dia vem.
Trocando em miúdos...
Se o dia não veio como deseja, aceite como convém!
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"Dedos que digitam mensagens também afagam o coração"