Soneto da Mulher Perfeita
SONETO SAUDOSO
Choro, ao pé do leito da saudade
Que invade o corpo sem descanso
Se fazendo de fiel cordeiro manso
E a agrura numa brutal velocidade
E vem me trazer recordações, afeto
Tão apetecida em tempos outrora
Agora na ausência, lerda é a hora
E cruel a minha emoção sem teto
Chorei, choro por esta separação
Neste fado dessa longa despedida
Que partiu a vida daquela posição
Se eu, tenho na sorte malferidos
Aqui sinceramente peço perdão
Movidos nos desfastios vividos
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06/04/2016, 21'00" – Cerrado goiano
REDUNDÂNCIA (soneto)
Por que me vens, com a mesma rima
Por que me vens, sofredora na trova
És porque vive assim querendo prova
Ou, então, lembrar-me da autoestima?
Por que levanta a tua voz, que sova
O coração, já amassado. Me anima!
Pois é tu, que do amor me aproxima
E não o contrário, a que me reprova
Vens acordar o que repousa fagueiro
O que de melhor há no poético raiar
O que vive romântico, assim, faceiro...
Ah! esqueçamos o que possa tardar
Nas tuas linhas eu sou o seu cavaleiro
E de minh’alma a doçura quero poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ECLIPSE (soneto)
Sei de uma saudade, tapera escura
Onde meu coração anda penitente
Memória de uma dor, que perdura
No peito, cheio de suspiro pendente
Ó paixão, só me quer na sepultura
Da solidão, amarrado em corrente
Da agonia, me privando da ternura
De ter-te... me tiranizando a mente
Por que? Bates a porta do querer
Quer me ver sofrer e em prantos
E de sentimento rude e sem valor
Arranca de mim este vazio a prover
Versos toscos e tão sem encantos...
Tal qual a quem... desluziu o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ÚLTIMOS VERSOS (soneto)
Na poesia luzente, hoje triste e fria
Onde os versos eram para a gente
Na poesia feliz, que ti trovei um dia
Para sonhar, já perece, eternamente
Achei (ia perpetuá-la) à nossa valeria
Intocada a rima de amor contundente
Aquele olhar, sussurrado em melodia
Que nos fez delirar a alma ferozmente
E doravante, chora, a prosa na solidão
Que, outrora, era de convivo tão leve
Agora, cheias de rancor e de embraço
Aquele abraço que escrevia emoção
Que trazia sintonia, e hoje tão breve
Ó inolvidável amor, desatou-se o laço!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/03/2020, 10’57” – Cerrado goiano
Soneto à maneira de Camões
Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.
Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que mo dês - pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.
Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E de eu te possuir sem tu te dares.
Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.
O AMOR (soneto)
O sentimento é uma formosa safira
Rútila, que o prazer do sentir enseja
Onde a emoção a companhia deseja
E no coração, aceso, flamejante pira
Tal harmônica lira, na poesia suspira
O abraço cativa, com o olhar se beija
E na amizade, ele, o afeto, assim seja!
É ardor com mimo que n’alma delira
É sempre magia e também é donário
Aquele singular poema no seu diário
Ternura e sedosa flor, enredado voo
Na companhia obrigatório alicerce
Onde no caule do bem ele floresce
Só quem tem, quem um dia amou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/08/2020, 20’01” – Triângulo Mineiro
SONETO (amor)
Se eu fosse o amor, a eternidade eu seria
Um daqueles tempos de romance de outrora
Aos desencontros eu nunca chegaria
E dos minutos eu faria mais que a hora
O melhor da paixão está na quimera
Do olhar que é desviado e que olhou
Dos beijos dados (ah, quem me dera!)
Eu seria o amor infinito, que não passou
Eu seria esse amor literário
Cheio de novela, nunca solitário
Que todos espera sempre no coração
Numa esperança sempre desejada
Que no querer é promessa renovada
Com pitada de cumplicidade e ilusão
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/08/2020, 12’12” – Araguari, MG
paráfrase autor desconhecido
Soneto de autopostumação
Sensações póstumas devem ser reconfortantes,
pelo alívio do sofrimento de uma vida inteira,
tornando todo o peso do dia a dia uma besteira,
uma vez do outro lado nada mais será como antes...
Preocupações de outrora em vida serão irrelevantes,
parte de uma extinta realidade passageira,
meu espírito, móvel velho em que se tirou poeira;
renovado, fará de angústias e mágoas coisas distantes...
Não há medo, confio no que mereço, por tudo que fiz;
a morte é um processo natural, calmo e bem-vindo,
finalmente terei a chance de ser bem mais feliz...
Ao partir sei que a caminho do maior estarei indo,
será bom, jamais vi uma caveira com semblante infeliz,
todas espontaneamente estão sempre sorrindo.
Soneto de metamorfose
Vida de lagarta.... Total limitação...
A sina de uma existência asquerosa,
de uma condição naturalmente desairosa,
melancólica, frágil e sem opção...
Destino de incomoda sujeição,
uma vida sofrida, triste e morosa,
de uma falta de perspectivas pavorosa,
onde há apenas a morte como solução...
Quando minha alma, este fulgor tépido;
de meu velho corpo irá se separar;
meu caixão, morada do cadáver fétido;
será o casulo que irei abandonar;
e estarei livre, me sentirei lépido;
borboleta pronta para voar.
Soneto:
Amor-perfeito é uma flor
Amor quase perfeito
Carrega dupla afeição
Um parece que voa
Outro tem os pés no chão
Ambos se sentem seguros
Os afetos que trazem no peito
Transformam cada ocasião
No momento mais perfeito
Uma dupla sincronia
Um ama a noite
Outro a luz do dia
Um amor quase perfeito
Mesmo sem razão
Um é poesia o outro a emoção
Soneto autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 20/12/2019 às 19:40 horas
Manter créditos da autoria original #Andrea_Domingues
Soneto do renascimento
Um instante, um olhar
Vi a lua tentando me banhar
A cortina de fumaça sobre céu
Mesmo assim conseguiu me alcançar
A lua, o silêncio e eu
Por detrás o mundo se perdeu
Era minh'alma se libertando
De todo deserto me soltei
Vi o sol acordar
Num instante, me olhei
Oh, finalmente voltei a sonhar
A maré baixou, eu levantei
Minh'alma se banhou
O mundo aquietou, fui eu que mudei
Autoria: #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 07/07/2020 às 16:40 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Soneto da Beleza
não digo que tu és bela, porque
se dissesse estaria mentindo
a palavra que a sua beleza defino
não existe, mas a muito quer nascer
essa palavra é somente sua
porque só nascerá para você
feita sob suas medidas de florescer
aliás, feita sem medida nenhuma
porque sua beleza não pode ser medida
é algo que não pode ser classificado
nem mesmo pelos mais sábios Druidas
um pássaro que só pode ser apreciado
e quando chega a hora da despedida
o coração fica todo despedaçado
Soneto do Eu
sou apenas mais uma confusão
dentro de uma cabeça
entender talvez eu não mereça
porque estou cheio de explosão
amante da vida
e principalmente, amante do amor
dele já usufruí muita dor
mas sei que o bom vem em seguida
escravo do mundo dos outros
mas um escravo conciente
sou mais um no meio dos loucos
que está preso nas correntes
de muitos, sou o pouco
aquele que aprecia o diferente
SONETO DA FANTASIA
(Luiz Islo Nantes Teixeira)
Quando o escuro da noite cobre os teus passos
Tu segues sem embaracos pela noite vazia
Buscando a esperanca de uma alegria
Buscando prazeres de estranhos abracos
Segue as fantasias de um amor grande
Tentando mostrar alegria nos olhos tristonhos
Talvez procures os rastros de teus sonhos
Que tu perdestes nao sabes onde
E assim tu segues uma sombra invisivel
Desejando ser feliz na tua vida
Uma vida que ja foi linda e invejada
E assim tu desejas este sonho impossivel
Aumentando as magoas de tua alma ferida
Se iludindo em cada madrugada
© 2006 Globrazil Inc/Islo Nantes Music(ASCAP)
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SONETO XVI
Como um doce a provar
Assim era o que sentia ao te abraçar
Uma doçe voz a te escutar
Quando ao meu ouvido vinha falar
E assim passei os dias com voçe
Nao havia melhor coisa a fazer
Se nao simplismente canatr
Que havia nascido pra te amar
E assim sem cometer enganos
Entre todos nossos arranjos
A ver estamos tentando
Chamando todos os anjos
Soneto para sua Felicidade
O motivo do meu sorrir é o teu riso,
E tuas lágrimas é o motivo do meu pesar.
Mas eu escolheria o meu pesar para que tu tivesses para sempre esse teu sorriso,
Mesmo que eu passasse minha vida triste e a chorar.
Seria o primeiro “triste-feliz” do mundo.
Triste por um motivo qualquer e só isso...
Mas feliz por ver teu sorriso se abrir para o mundo!
E todo mundo veria a ti com outro sorriso,
Alguns chorariam rindo ou sorririam chorando,
Mas a alegria que procede do teu riso,
Cessaria qualquer pranto!
Só o meu que continuaria,
Por que eu escolhi teu sorriso,
E preferi de qualquer vil tristeza o seu manto!
Soneto ao amigo
Ao descaso da vida te encontrei
Perdido por momentos de alegria
Entre duvidas eu chorei e ri
E tu, apenas ficaste ali, olhando-me...
Poderias virar as costas ao momento
Podias fechar os olhos ao trabalho
Podias passar um melhor momento
Mas não tu ficaste apenas, ali, olhando-me...
No teu silencio, na tua presença, fiquei forte
Nas tuas palavras sábias e severas de conforto
Ganhei a coragem de enfrentar mais um dia...
No teu abraço, no teu enxugar de lagrimas
Eu senti-me importante e curei as feridas
Que só tu, apenas tu o soubeste fazer...
A UN TEMPLO GRIEGO
Soneto
Célebres ruinas de la tierra doria
Columnario, hermosos frontispicios
El ágora rodeada de edificios
Ilustran el color de tu memoria.
Claro ejemplo de la humana gloria
Capiteles de ornados artificios
A su planta descubre los indicios
De un templo que heredó la historia.
Y en estela de honda sintonía
Esa nota del verso que yo amara
A mi letra prestara su armonía.
¡Noble Grecia! Si entera yo dejara
El alma en tu tierra para siempre
¡En el viento mi canto perdurara!
Alejandro Lanoël-D’Aussenac
Atenas, 2004
Soneto ao tempo
Por que deixar o tempo cauteloso
Desenrolar assim nosso destino
Nos protelando vagaroso
Brincando feito um menino
Se esse tempo soubesse
O pouco tempo que tenho
Até faria uma prece
Como a fazer sempre venho
Se esse tempo tormento
Entendesse dos meus anseios
Não perderia mais tempo
Enfim, se esse tempo saudade
Tivesse de mim compaixão
Esconderia a verdade,
dentro de uma canção.
Soneto Da Liberdade
É mais um dia de sofrimento
Estou presa e não posso me libertar
Quero livrar-me de tanto tormento
Por favor, te peço,venha me salvar.
Sou escrava das lembranças do passado
Vivo presa em um tempo que já passou
Não quero viver em um mundo isolado
A alegria se foi e só tristeza ficou.
Se já não existe mais nada
Porque ainda choro pelo o que passou?
Essa vida é mesmo bem engraçada.
Por qual motivo tem que ser assim?
Me liberte desse amor que acabou
Vou em busca da liberdade até o fim.
