Somos Passaros de uma Asamario Quintana

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Poema transitório

Eu que na Era da fumaça: - trenzinho
Vagaroso com vagarosas paradas
Em cada estaçãozinha pobre
Para comprar
Pastéis
Pés-de-moleque
Sonhos
- principalmente sonhos!
porque as moças da cidade vinham
olhar o trem passar:
eles suspirando maravilhosas viagens
e a gente com um desejo súbito
de ficar ali morando sempre...
Nisto, o apito da locomotiva
e o trem se afastando
e o trem arquejando
é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar...
Ah, como esta vida é urgente!
... no entanto
eu gostava era mesmo de partir...
e - até hoje – quando acaso embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.

Não te abras com teu amigo Que ele tem um outro amigo tem e o amigo doteu amigo possui amigos também...

AMIGOS


tenho " amigos " que parece que têm medo de mim!... tenho a impressão que se estão a afastar cada vez mais de mim!... mas podem ficar descansados, não tenham medo, podem conviver eu não faço mal, não morde nem tenho nenhuma doença contagiosa!!! acreditem... mas tudo bem... comam, bebam, brinquem hà vontade, que quando precisarem , eu cá estou...Sempre!!... é que afinal eu sou vosso amigo, se é que ainda não repararam..

Um leão ferido ainda tem vontade de rugir.

A lua quando fica velha, todo mundo sabe que vira nova.

"Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler e não leem."

(Mário Quintana)

Dos elefantes
O único defeito dos elefantes é não serem portáteis.

( in: Da Preguiça como Método de Trabalho, 1987.)

Só as amadas mortas amam eternamente.

O homem – eternamente escravo de suas paixões pessoais – é absolutamente incapaz de imparcialidade.

A vida é nova e anda nua vestida apenas com o teu desejo!

A morte é quando finalmente podemos estar deitados com sapatos.

Y
Fase do encantamento - É quando o romantismo
esta à flor da pele. A admiração é muito grande
(o máximo), a sensação dos recém casados é
uma delícia.

Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente...

O fantasma é um exibicionista póstumo.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

A amizade ė um amor que nunca more.

Sonhar e acorda-se para dentro

Não corra atras das borboletas,tenha seu proprio Jardim

Datilografia: escrita por batuque.

Se tiver de me esquecer, me esqueça. Mas bem devagarzinho.

O vento vinha ventando
Pelas cortinas de tule.
As mãos da menina morta
Estão varadas de luz.
No colo, juntos, refulgem
Coração, âncora e cruz,
Nunca a água foi tão pura...
Quem a teria abençoado?
Nunca o pão de cada dia
Teve um gosto mais sagrado.
E o vento vinha ventando
Pelas cortinas de tule...
Menos um lugar na mesa
Mais um nome na oração.
Da que consigo levara.
Cruz, âncora e coração
(E o vento vinha ventando...)
Daquela de cujas penas
Só os anjos saberão !