Sombrio
Minha força flui quando a pálida lua emergi no céu sombrio; não tenho medo nem da penumbra e nem dos seres que se esgueiram nas sombras, pois eu também sou um deles.
Meu bosque verde, sem você se torna sombrio com o ar fresco e suave porem sem emoção.
O sopro da vida que me mantém quente é sopro da plenitude que pretendo alcançar.
A essência de um sentimento é a eminência de um coração instantaneamente feliz.
Transpassavam-me as palavras intensamente sonoras, porem singelas que me despertou ligeiramente a emoção.
Domingo Sombrio
O domingo é sombrio
As minhas horas sem sono
Queridas as inúmeras sombras
Com as quais convivo
Pequenas flores brancas
Não te acordarão
Não onde o treinador negro
Da dor te levou
Os anjos não pensam
Em te devolver jamais
Será que eles ficariam zangados
Se eu me juntasse a ti?
Domingo sombrio
O domingo é sombrio
Passados nas sombras
O meu coração e eu
Decidimos acabar com tudo
Daqui a pouco haverão flores
E orações que dizem saber
Mas não os deixem chorar
Deixem saber
O quão feliz estou por partir
A morte não é um sonho
Pois na morte eu te acaricio
Com o último suspiro da minha alma
Eu te abençoarei
Domingo sombrio
Sonhando
Eu estava apenas sonhando
Acordo e te encontro dormindo
No fundo do meu coração
Querida, eu espero
Que o meu sonho nunca te persiga
O meu coração está te dizendo
O quanto eu te quero
Domingo sombrio
Domingo sombrio.
Tua falta
Feche teus olhos
e me diz o que vês.
O vazio sombrio,
a escuridão sem fim...
Essa é minha vida sem você.
Apagada,
solitária,
infeliz assim.
O céu nublado e a chuva forte formam um cenário sombrio. Mas, sendo passados, implicam no crescimento da vegetação, que valorizará ainda mais a beleza dos dias de sol...
E quando o vazio gritar a fome
E a solidão que te consome
devorar o meu nome
Vazio
Sombrio
Vasto
Frio
Solidão
Tudo grita no vazio
do teu coração vadio
Tudo grita no vadio
do teu coração vazio
O verbete "Negro", pelo dicionário, é sinônimo de "sombrio, triste, tenebroso, amargo, nefando", etc. Se sua cabeça associa tudo isso a um ser humano, então o problema está em você, e não no dicionário!
Quando o dia se tornar frio, sombrio, escuro, não se desespere. Reacenda a chama da fé, segure firme nas mãos de Deus e siga em frente. Ele sempre nos guia novamente para a luz.
De um passado sombrio e cheio de tristeza nasceu o que sou, daquela torre a cima das nuvens vejo tudo, observo tudo. Tão só defendo a ela, protejo ela, mas é em meio a solidão que eu vivo.
O Ídolo
Sobre um trono de mármore sombrio,
Em templo escuro, há muito abandonado,
Em seu grande silêncio, austero e frio
Um ídolo de gesso está sentado.
E como à estranha mão, a paz silente
Quebrando em torno às funerárias urnas,
Ressoa um órgão compassadamente
Pelas amplas abóbadas soturnas.
Cai fora a noite - mar que se retrata
Em outro mar - dois pélagos azuis;
Num as ondas - alcíones de prata,
No outro os astros - alcíones de luz.
E de seu negro mármore no trono
O ídolo de gesso está sentado.
Assim um coração repousa em sono...
Assim meu coração vive fechado.
Hj o dia amanheceu cinza, sombrio, tímido e sem graça como minha alma.
A apatia me faz companhia desde ontem
Melhor a apatia que a tristeza
Minha falta de fé tenta me fazer desistir
Mas com teimosa esperança tento continuar.
Minha alma está tão amarga quanto meu café, talvez um pouco mais.
Há dores pelo corpo, mas não se comparam com a da minha alma.
Não abri a janela do quarto hj. Por que faze-lo? Não há sol. Não há nada que ilumine meu dia.
Minha alma chora e meu olhos molham o meu rosto, contorcido pela dor, que já não reconheço.
A solidão me devora e a tristeza me submerge no revoltoso mar da incerteza me tirando pouco a pouco, o fôlego da vida.
Olho ao redor procurando uma mão amiga que resgate das profundezas. Mas onde ela está?
Os olhos do desânimo não me perdem de vista.
Até quando lutarei?
Até quando serei derrotado na batalha da busca da felicidade?
Já nem sei se ela existe. E se existe, por que ela não me é possível?
Olho para a vida e só vejo cinza. É a mesma cor da minha alma.
Porventura meus olhos estão cegos às cores da vida? Ou a vida é tão incolor quanto minha vontade de viver?
VITRAL, CERRADO (soneto)
O cerrado é tal um vitral multicor
Se olharmos do horizonte é sombrio
Se aproximarmos é denso e luzidio
Seivoso nas partes e cheio de fulgor
E, é assim no seu sagrado feitio
Ornado de diversidade, senhor
Desigual, mas nos causa ardor
Verão pluvioso inverno seco e frio
Cerrado, igual vitral, encanto maior
Vento ao vento orquestrando assobio
Súbito, misterioso, da flora mediador
Regulai os olhos, ao olhá-lo vadio
De repente é tudo aos olhos, sedutor
E ao encanto, presságio e arrepio
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano