Sociedade
A mulher negra da periferia sempre foi feminista. Por que? Porque a gente faz tudo, mas só não temos consciência disso. Minha mãe criou quatro filhos, de quatro homens diferentes. Ela sempre foi independente, sempre fez as coisas dela. Ela nunca se submeteu a nada, ela nunca ficou, nas palavras dela, sob o pé de ninguém. Ela criou três filhas dessa forma. Somos três mulheres e um homem. Às vezes lutamos de uma forma mais silenciosa, outras vezes a gente vai pra cima, mas a gente luta.
Sou eu quem carrega essa bandeira há anos no Brasil, durante toda a minha trajetória. Não tem ninguém mais que fale de mulher, de negritude. E não falam porque é uma doença, uma doença chamada “medo”.
Quando tem um guarda me seguindo no supermercado do Pão de Açúcar, eu posso sentir o que é o racismo. Porque lá, não sou consulesa, sou uma mulher negra. Então eles me seguem pra ver se vou roubar alguma coisa.
Agora, eu vejo que minha voz tem eco, mas eu fiquei quieta por 38 anos. Cada pessoa tem uma história para contar, um episódio de superação. É importante sonhar grande e ir atrás dos sonhos.
Eu acho muito interessante como o Brasil me deu um palco para falar deste assunto, como se eu fosse mais válida a falar sobre isso porque sou estrangeira e mulher negra da elite. É interessante ver isso porque vejo muito mais mulheres brasileiras militantes, ativistas, que são muito mais experts na causa negra do que eu, mas elas não estão presentes na mídia. Estão basicamente ausentes.
Quando falamos das habilidades do futuro, uma das barreiras na periferia são os termos do empreendedorismo. Você fala em flexibilidade, proatividade, empatia. Já ouviu falar? São todas habilidades que todo mundo na periferia já tem de forma compulsória. Somos proativos porque temos que buscar oportunidades, uma mãe solteira é flexível por ter que cuidar da família e trabalhar. Mais criativo que periferia não existe, mas aí é chamado de gambiarra. Na verdade, é a inovação da quebrada, a inovação do improviso. Então, é preciso se preparar para o futuro. Eles já têm as qualidades e precisam estudar a técnica para entrar no mercado. Falta juntar o talento com o conhecimento técnico.
Representatividade para mim é disputar sentido, criar referência, narrativa. O mundo em que vivemos é muito plural e cada vez mais a gente vai ter que lidar (ainda bem) com essa questão. Não vai dar para impor padrões goela abaixo sem alarde, sem luta!
Eu desejo que meninas negras e indígenas possam sonhar com outros futuros e não só aqueles que estão socialmente dados para nós.
Se a gente não estimular que mais pessoas possam se apropriar das tecnologias e não apenas por um viés consumista, corremos o risco de aumentar as desigualdades, uma vez que as tecnologias são capazes de impactar muitas pessoas em grande escala. Ou seja, pessoas diferentes, com backgrounds diferentes pensando, criando, e moldando futuros possíveis onde caiba mais gente.
A gente traz um olhar diferente do que é o padrão. E isso é inovação também. Quando você consegue reunir olhares diferentes para pensar alguma coisa você provavelmente vai ter algo inovador.
A masculinidade não é um rótulo ou um interruptor de luz, acho que é uma jornada, e quando paramos essa jornada, estamos estragando tudo.
Elogie mais, critique menos. O lado positivo das pessoas deve ser valorizado em detrimento do negativo. A sociedade já está repleta de toxidade para ficar trazendo mais negatividade para vida das outros. A mais sábia atitude quando não se tem nada de bom a dizer, é permanecer calado. Embora exista críticas construtivas e necessárias, na maioria das vezes, o ato de criticar é desprovido de boas intenções. Parar de apontar os defeitos alheios é um passo essencial para notar os próprios defeitos, potencializando, assim, a possibilidade de aperfeiçoamento pessoal a partir de uma análise crítica de si mesmo. A autocrítica, sim, é necessária e imprescindível para o aperfeiçoamento das qualidades pessoais e desenvolvimento de um convívio social saudável e construtivo.
Pessoas podem ser maravilhosas e amadas por serem assim, independente do seu órgão sexual:
Existem mulheres bonitas e homens bonitos
Existem mulheres inteligentes e homens inteligentes
Existem mulheres com caráter e homens com caráter
Portanto podemos nos atrair por homens e mulheres.
Podemos claramente nos apaixonar ou amar homens e mulheres.
Pessoas são interessantes , podemos nos dar tão bem com mulheres e homens , então podemos namorar com mulheres ou homens , sem drama.
Por isso eu nunca vou entender esse bloqueio que a sociedade nos impõe desde cedo, que nós mesmos nos colocamos isso acontece na heterossexualidade e homossexualidade , os héteros só ficam com o sexo oposto e os homossexuais só ficam com o mesmo sexo , pra mim isso é se bloquear e se limitar.
Eu prefiro não me rotular ou me colocar como pansexual , pq me libertei desses bloqueios e não quero me limitar.
Eu sou co-criadora, um agente ativo neste universo que faz as coisas acontecerem. Se quero que o mundo mude, tenho que mudá-lo.
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